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* Amnésia Tipos: retrograda e anterograda <= lesão => Sub-tipos: parcial, global, transitória Causas: psicogênica e/ou orgânica * * * DEFINIÇÃO Já foi confundido com histeria Profundo, porém transitório, défice da memória relativa aos eventos de um passado recente e do presente É uma amnésia orgânica, transitória, aparição repentina, sem perda de identidade e de curta duração CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Mais comuns em pessoas entre 50 a 79 anos Normalmente, ocorre apenas um episódio (85% das vezes) São capazes de usar informação contextual e conhecimento prévio Não se observa fabulações Dura algumas horas Não há evidências de alterações cognitivas de longo prazo * Etiologia da AGT Se deve a uma disfunção transitória da região temporal medial – hipocampo e estruturas parahipocampais Etiologia vascular – produzida por acidente isquêmico cerebral transitório Etiologia epiléptica – somente de 2 a 7%, mas sem muita associação Enxaqueca – frequente após AGT. Considera-se como fator de risco. RM mostraram mudanças no temporal medial decorrentes de depressão prolongada Estresse – alteração do sistema endógeno de BZDs. Administração de BZDs podem provocar AGT Etiologia multifatorial – perfil psicológico, com atitudes fóbicas. Hiperventilação (baixa CO2) no sangue Etiologia multicausal – mista, onde se pode falar de um mecanismo fisiopatogênico comum, porém com diferentes etiologias * * PACIENTE H.M. (Henry Gustav Molaison, 1926-2008) O paciente H.M. caiu da bicicleta ao 7 anos e aos 10 teve início a uma série de ataques epilépticos leves, piorando aos 16 anos. Aos 27, Scoville ofereceu ao H.M. uma cirurgia experimental, para tratar suas convulsões fármaco-resistentes. A cirurgia foi realizada em Setembro de 1953. H.M. foi estudado por mais de 5 décadas e faleceu, em 02/12/2008 aos 82 anos. Graças às pesquisas com H.M., a neurociência revelou que a memória possui um mecanismo separado de outras funções cognitivas e perceptuais. Seu cérebro está na UC San Diego e foi fatiado (2.401 fatias) em 2009 para estudos histológicos. H.M. perdeu 2/3 do hipocampo, giro parahipocampal e amígdala. O hipocampo deixou de ser funcional, apesar dos 2 cm que sobraram, porque os tecidos se atrofiaram e devido à destruição completa do córtex entorrinal. Ainda, teve perda do córtex temporal anterolateral. * DEMÊNCIAS Conceituação: (do Latim, dementia), grupo de doenças caracterizada pela perda das capacidades intelectuais e cognitivas, incluíndo déficits de memória, pensa- mento abstrato, julgamento, alterações da personalidade. Causa(s): não existe uma causa específica, várias doenças podem causar demência,e o quadro pode ser progressivo, estático, ou até mesmo, reversível (ca.15%). Epidemiologia: estima-se, 65-75 anos de idade ± 5%, 75 -84 ±20% > 85 ± 50% Etiologia: não há etiologia especifica, mas a doença degenerativa primária do tipo Alzheimer corresponde a 65%. * Demências (cont.) Quadro Clínico: amplo espectro de deterioração mental. Déficit de memória progressivo (inicialmente para fatos recentes, depois, amnésia retrograda profunda e amnésia anterograda). Déficits no comportamento verbal, habilidades intelectuais (generalização de conceitos, discriminação, raciocínio lógico, etc.). Instabilidade de humor (agressão-depressão). Alterações nos traços de personalidade (intensificação dos estados pré-mórbidos). * * Doença de Alzheimer (Alois Alzheimer (1907)) Doença associada ao envelhecimento A mais prevalente forma de demência em indivíduos com > 65 Estima-se 14 milhões de pessoas com DA em 2050 nos EUA 4a. causa de morte nos EUA 100 bilhões US$ custo anual de tratamento Características: déficits progressivos de memória, declínio cognitivo, mudanças da personalidade. * Doença de Alzheimer Pode aparecer tanto na idade pré-senil (< 65 anos) quanto na senil. Neuropatologista ALOIS ALZHEIMER: placas neuríticas e enovelamentos (emaranha- dos) neurofibrilares. Epidemiologia: nos EUA, 10% com > 60 anos (ca. 5 milhões), no Brasil, estima-se 2 milhões (o “mal do século”). Etiologia da Doença de Alzheimer: Fatores genéticos: 40% dos casos apresentam história familiar, taxa de concor- dância maior em gêmeos idênticos, síndrome de Down. Fatores ambientais: intoxicação por alumínio, “demência de diálise”. Vírus: ?? Fatores imunológicos: envelhecimento e alteração no sistema auto-imune, correlação entre adiminuíção nos níveis de imunoglobinas e presença da PBA. - Alterações neuroquímicas: ACh, DA, 5-HT, peptídeos (e.g. substância P). * NÍVEIS DE DEMENCIA DE ALZHEIMER * Acetylcholine in the Brain Choline acetyltransferase: Key enzyme in synthesis of ACh * Marked reduction in Choline Acetyltransferase in Alzheimer’s Disease Reductions particularly large in Frontal & Temporal Cortices * Neuropathology of Alzheimer’s Disease: Amyloid Plaques and Neurofibrillary Tangles * Placas amilóides Emaranhados neurofibrilares Córtex cerebral * * Neurodegeneration in Alzheimer’s Disease * Áreas em que as disfunções são observadas no estágio inicial da demência área de associação motora área de associação sensorial região entorrinal amígdala formação hipocampal * Indivíduos genéticamente pré-dispostos à DA > danos cerebrais crônicos; contribuição das doenças vasculares; metabolismo aumentado da APP (proteína precursora amilóide) > proteína Beta amílóide; ROS (reactive oxigen species aumentado > estresse oxidativo; diminuíção da taxa metabólica cerebral (CMR). J. P. Blass (Neurobiol. Aging, 2002) * Descrito inicialmente por Sergei Korsakoff (1889), neuropsiquiatra russo, como uma condição clínica causada pelo abuso do álcool. Resultado da deficiência de tiamina (vitamina B1). Apresenta MCP intacta (Zangwill, 1946) numa visão Jamesiana, mas a aprendizagem por períodos longos é prejudicada. Há perda de memória retrógrada (anos ou décadas). Korsakoff notou em seus pacientes “que tudo vai perfeitamente bem: deduzem corretamente a partir de premissas fornecidas, fazem comentários espirituosos, jogam xadrez ou cartas, e comportam-se como pessoas mentalmente saudáveis”. No entanto, notou que apresentam questionamentos repetitivos, perda extensiva da memória retrógrada, problema em se lembrar da sequência temporal dos eventos (confabulação) associada com desorientação temporal. * Muitos casos da síndrome de Korsakoff são diagnosticados com uma encefalopatia de Wernicke aguda, envolvendo confusão, ataxia, nistagmo e oftalmoplegia (e nem sempre estão presentes). Acreditava-se que um gene da transquetolase (enzima que requer uma pirofosfato de tiamina – TPP) seria um co-fator para a síndrome. Witt (1985) apontou que seis sistemas de neurotransmissão são afetados pela depleção de tiamina (incluindo ACh, GABA e Glu), tanto pela redução da atividade da enzima TTP-dependente ou pelo dano estrutural direto. * * Áreas cerebrais envolvidas Perda neuronal, micro-hemorragias e gliose na matéria cinzenta periaquedutal e paraventricular (Victor et al., 1971). Atrofias nos corpos mamilares e no núcleo talâmico anterior, responsáveis pelo desenvolvimento da amnésia (Harding et al., 2000). Atrofia cortical generalizada, em particular dos lobos frontais (Shimamura et al, 1988), associadas à evidências neuropsicológicas de disfunção frontal ou executiva (Kopelman, 1991). * Principais sintomas: Confabulação, Perda de Memória, Dificuldade de Movimento, Neuropatia Periférica. * Sullivan, E.V.; Pfefferbaum, A. (2008). Neuroimaging of the Wernicke-Korsakoff syndrome. Alcohol & Alcoholism, 44, 2, 155-165. * Caulo, M.; van Hecke, J.; Toma, L.; Ferretti, A.; Tartaro, A.; Colosimo, C.; Romani, G.L.; Uncini, A. (2005). Functional MRI study of diencephalic amnesia in Wernicke-Korsakoffsyndrome. Brain, 128, 1584-1594. * Tratamento Suplementos de tiamina intravenosa ou intramuscular, junto com nutrição e hidratação. Em administração oral, a tiamina é administrada entre 3 a 12 meses. A prevenção é evitar a deficiência de vitamina B1 e perda excessiva de peso. Victor et. al. (1971) relataram que 25% dos pacientes Korsakoff “se recuperaram”, 50% tiveram melhora ao longo do tempo e 25% permaneceram inalterados. Kopelman (2002) considera improvável a recuperação incompleta, mesmo com administração de altas doses de tiamina. * Kopelman, M.D; Thomsom, A.D.; Guerrini, I. & Marshall, J. (2009). The Korsakoff syndrome: clinical aspects, psychology and treatment. Alcohol & Alcoholism, 44, 2, 148-154. * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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