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Ética, Moral e Direito - Bárbara Rejani

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Ética, Moral e Direito1 
Bárbara Rejani 
https://barbararejani.jusbrasil.com.br/artigos/188144926/etica-moral-e-direito; 
Acesso em 25 de fevereio de 2018 
 
 
 
A palavra moral deriva do latim moris, “relativo aos costumes”, significa o 
conjunto de regras que trata dos atos humanos, dos bons costumes e dos 
deveres do homem em sociedade perante os de sua classe. 
 
Moral é um ramo da ética e pode ser utilizada em dois sentidos diferentes: 
amplo e estrito. 
 
a) Numa definição ampla, ela abrange todas as ciências normativas do 
agir humano, a ética seria a palavra abrigada para essa concepção 
mais ampla. 
b) Numa acepção mais estrita, moral identifica-se como a disciplina dos 
atos humanos. É o conjunto de normas inspiradas, tendentes a formar 
o homem perfeito em si mesmo. 
 
Além do sentido normativo, a palavra moral apresenta outras acepções no 
conjunto de valores sociais: 
a) conceito de bons costumes; 
b) qualidade de conduta, nesse sentido a palavra é empregada para 
contra distinguir uma relação de ordem física em face de uma relação 
de ordem moral; 
c) qualidade de uma pessoa, e que corresponde ao conceito aristotélico 
da virtude, isto é, uma prática que seria a forma mais plena da 
excelência moral, e por tal razão, não poderia existir em seres ainda 
em formação, como as crianças. 
 
A moral é, portanto, um conjunto de normas de atos do homem na 
sociedade, é o modo como ele deve se comportar no cotidiano, é a moral 
de vida. Busca, acima de tudo, o próprio aperfeiçoamento. 
 
O termo ética é de origem grega: êthos (que deriva de éthos). A princípio, o 
termo era utilizado para denominar o local de moradia, habitação e mais 
tarde, passou a se identificar com a atitude do homem perante a 
sociedade. Segundo Aristóteles, a palavra passou a nominar o caráter de 
cada pessoa, seu modo derivado de vida social. 
 
Pode-se conceituar ética, segundo Antonio de Moraes Silva, 
a) como parte da filosofia que se ocupa em conhecer o homem, com 
respeito à moral e aos costumes; 
b) que trata da natureza como ente livre, espiritual; 
c) da parte que o temperamento e as paixões podem ter na sua índole, e 
costumes; 
 
1
 A formatação original do texto foi alterada para melhor atender às expectivas didáticas de leitura 
d) da sua imortalidade, bem-aventurança, e meios de a conseguir em 
geral; 
 
Os antigos compreendiam nela a parte que trata dos ofícios ou deveres. 
 
Outra conceituação é: 
a) estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana 
suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja 
relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto. 
(Dicionário Aurélio Buarque de Holanda). 
 
A ética parte de uma série de práticas morais, buscando determinar a 
essência da moral, sua origem, as condições objetivas e subjetivas do ato 
moral, as fontes de justificação desses juízos e o princípio que rege a 
mudança e a sucessão de diferentes sistemas morais, tendo ainda como 
função fundamental, explicar, esclarecer ou investigar uma determinada 
realidade, elaborando conceitos correspondentes. 
 
Enquanto ordenação dos comportamentos em geral, a ética quando 
destinados a realização de um bem, pode ser vista, na lição de Miguel Reale, 
sob os prismas: 
a) do valor da subjetividade do autor da ação, em que a moral 
individual ou moral da pessoa que visa a plenitude da subjetividade do 
agente, para que este se realize como individualidade autônoma. Trata 
dos valores e normas de conduta que são exigidos para realizar sua 
personalidade; 
b) e do valor da coletividade em que o indivíduo atua quando a 
conduta é analisada em função do valor da coletividade, a ética 
assume duas expressões: a da moral social e a do Direito. 
a. A moral social cuida dos deveres indivíduo para com a 
coletividade, visa o bem enquanto social. 
b. O direito preocupa-se, de maneira direta, com o bem enquanto 
do todo coletivo, do bem comum. 
 
Nenhuma sociedade pode sobreviver sem normas de conduta, é preciso um 
mínimo ético, sem o mesmo ela se desagrega. A ética observa o 
comportamento humano e aponta seus erros e desvios, formula os princípios 
básicos a que deve subordinar-se a conduta do homem. 
 
A ética, por representar o campo normativo, uma vez que demonstra uma 
obrigatoriedade de comportamento, determina o agir social, descreve como o 
homem deve se comportar. 
 
Por ser possível a violação desta norma, toda norma ética expressa um 
juízo de valor e é ligada à uma sanção. Inserido na norma ética, existem as 
religiosas, morais, de trato social, e jurídica. 
 
Assim sendo, a ética refere-se à reflexão sobre a vida moral, é como uma 
moral teórica, pensada. É construída com base nos valores históricos e 
culturais, estuda os valores e princípios morais de uma sociedade. 
 
Apesar dos termos ética e moral terem a mesma origem “relativo a bons 
costumes”, possuem significados diferentes. A ética é uma reflexão 
filosófica sobre a moral. A moral representa os costumes, os hábitos, os 
comportamentos dos seres humanos, as regras de comportamento 
adaptadas pelas comunidades. 
 
A palavra direito vem do latim directus e tem diversos significados. No 
aspecto jurídico, direito é o sistema de normas de conduta imposto por um 
conjunto de instituições para regular as relações sociais. Segundo a teoria 
dos círculos secantes, exposta pelo antigo professor suíço Claude du 
Pasquier, consiste em dizer que direito e moral possuem um campo de 
competência comum e, ao mesmo tempo, uma área particular, independente. 
Isto significa que há uma área comum de coexistência entre a moral e o 
direito, mas há diferenças notáveis que as distinguem, como o uso da 
força que na moral, não lhe é atribuída e no direito, absolutamente. 
 
Na vida em sociedade é necessária a formulação de regras de conduta 
obrigatórias que disciplinem a interação entre as pessoas, com o objetivo de 
alcançar o bem comum, a paz e a organização social. Estas regras são 
denominadas leis, que são realizadas com a idéia de bem e valor para a 
comunidade como um todo. O descumprimento destas leis resulta em uma 
sanção, imposta pela autoridade constituída pela sociedade, o Estado. O 
cumprimento obrigatório da sentença satisfaz ao mundo jurídico, porém não 
satisfaz à moral. Há então, a coercibilidade, que possibilita usar a força se 
necessário no direito, diferente da moral. Outra diferença entre direito e 
moral é a bilateralidade, isto é, a relação entre duas ou mais pessoas, 
pois o direito exige a existência de uma sociedade, busca pelo bem 
coletivo, já a moral busca o próprio aperfeiçoamento, é unilateral. 
 
Tanto a moral, quanto o direito são imperativos, uma vez que são normas 
e traduz um comando. 
 
O direito é heterônimo, pois se o indivíduo concorda ou não com a norma 
internamente, basta adequação exterior. A moral não é, porque necessita da 
adesão interna. 
 
Além destas diferenças, o direito é atributivo e a moral não. Atributividade 
é ter a possibilidade de exigir atributo de alguém. 
 
O direito e a moral estão inseridos na ética, pois a ética é a concepção 
ampla, que abrange todas as ciências normativas do agir humano. Logo, 
estas ciências incluem a moral e o direito. 
 
Segundo Adolfo Vasquez Sanches, o problema do que fazer em cada 
situação concreta é um problema prático-moral e não-teórico ético. Isto quer 
dizer que definir o que é bom não é um problema cuja solução caiba ao 
indivíduo em cada caso particular, mas um problema geral de caráter teórico, 
de competência do investigador da moral, do ético. 
 
Bioética é uma ética aplicada, que visa desenvolver maneiras de solucionar 
conflitos e controvérsias morais implicados pelas práticas no segmento das 
ciências da vida e da saúde do ponto de vista de algunsvalores. Distingue-se 
da ética teórica, mas se preocupa com conceitos e argumentos éticos. Tais 
conflitos surgem das interações humanas em sociedades que devem 
encontrar as soluções a seus conflitos de interesses e de valores sem poder 
recorrer, a princípios de autoridade transcendentes, mas pela negociação 
entre agentes morais que devem, por princípio, ser considerados cognitiva e 
eticamente competentes. 
Biodireito é o novo ramo do direito ainda recente na realidade jurídica 
brasileira que se associa à bioética, estudando as relações jurídicas entre o 
direito e os avanços tecnológicos conectados à medicina e à biotecnologia. 
 
Deontologia significa regras, dever, obrigação. É então, etimologicamente, 
quase um sinônimo de moral ou ética. Porém, historicamente, a palavra foi 
ligada à experiência das profissões liberais tradicionais, como direito, 
medicina, enfermagem, entre outros. Indica assim, o conjunto de deveres 
ligados ao exercício de uma profissão. 
 
Sendo assim, os profissionais do direito têm o compromisso de contribuir para 
a discussão dos assuntos relacionados à bioética e biogenética, lembrando 
que uma das razões da existência do direito é promover harmonia no convívio 
entre a ciência e a sociedade. 
 
Conclusão 
Como pudemos verificar, a moral, a ética e o direito estão interligados. 
A moral normatiza e direcionas a prática das pessoas, buscando o auto 
aperfeiçoamento; o direito se dirige a conduta do indivíduo, buscando o bem 
coletivo e a ética teoriza sobre as condutas, estudado concepções que dão 
suporte à moral e ao direito.

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