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Os principais fatores que influenciam os recursos piscatórios 
 A abundancia de peixe é influenciada pelas condições de temperatura, iluminação, 
salinidade e oxigénio das águas de que depende a existência de maior ou menor quantidade 
de plâncton – organismos microscópios vegetais (fitoplâncton) ou animais (zooplâncton) -, dos 
quais muitas espécies de peixe se alimentam. 
 Como as referidas condições dependem da profundidade das águas e das correntes 
marítimas, existem nos oceanos áreas de maior e menor abundância e diversidade de 
espécies. 
 
A plataforma continental 
 
Na plataforma continental – extensão da placa continental que se encontra submersa e 
cuja profundidade não ultrapassa os 200 metros, terminando com um acentuado aumento do 
declive – existem vários fatores favoráveis à abundancia de recursos piscatórios. Na 
plataforma continental as águas: 
���� São pouco profundas, o que permite uma maior penetração da luz; 
���� Possuem menor teor de sal, devido à agitação e ao facto de receberem as águas 
continentais dos rios que nelas desaguam; 
���� São mais ricas em nutrientes, pois existem boas condições de luz e oxigénio para a 
formação de plâncton e recebem os resíduos orgânicos transportados pelos rios. 
 
Deste modo, a quantidade e a diversidade de fauna marinha são maiores áreas nas da 
plataforma continental. 
 
Constituindo apenas cerca de 10% dos fundos marinhos, as plataformas continentais 
proporcionam ao ser humano a maior parte das sias capturas – mais de 80%. Mas, por outro 
lado, é nelas que se depositam os resíduos fluviais, por vezes poluídos, com grave perigo para 
a fauna. 
A plataforma continental é relativamente estreita ao longo de todo o litoral português, 
sendo quase inexistente nas Regiões Autónomas devido à origem vulcânica dos dois 
arquipélagos. 
Ao longo do litoral continental, a sua largura varia, no geral, entre 30 e 60 km, atingindo a 
máxima extensão, 70 km, ao largo do cabo da Roca. 
A plataforma continental é mais extensa nos mares e oceanos que contactam com as 
grandes planícies continentais, como acontece no Nordeste do Atlântico, mas estreita junto a 
Portugal, correspondendo apenas a 1% da nossa ZEE. Esta é uma das limitações da pesca 
portuguesa, que se traduz numa menor abundância de pescado. 
 
Correntes marítimas 
 
 As correntes marítimas – deslocações de grandes massas de água individualizadas 
pelas suas características de temperatura e densidade – são também favoráveis à abundância 
de pescado, principalmente na área da confluência de uma corrente fria e de uma corrente 
quente. As águas agitadas proporcionam a renovação da água e do plâncton e, em 
consequência, a renovação dos stocks – reservas piscícolas. 
A corrente quente do Golfo atinge a Europa através da sua deriva do Atlântico Norte, 
Portugal é afetado por uma ramificação desta deriva, já em deslocação para sul, que atinge a 
costa portuguesa, onde toma a designação de corrente de Portugal. A sudoeste do território, 
esta corrente encontra-se com a corrente fria das Canárias, favorecendo a existência de 
pescado. 
Nos meses de verão, a nortada – ventos fortes do Norte – sopra junto ao litoral, 
provocando o afastamento das águas superficiais para o largo. 
Gera-se, então, uma corrente de compensação – as águas profundas ascendem à 
superfície para substituir as que foram afastadas pelo vento – provocando uma maior agitação 
das águas e a diminuição da temperatura, uma vez que as águas de maior profundidade são 
mais frias. Este fenómeno é conhecido como upwelling, sendo tanto mais intenso quanto mais 
fortes e constantes forem os ventos de Norte ou Noroeste. 
A emergência das águas profundas favorece a oxigenação, criando condições para a 
formação de fitoplâncton. Esta corrente de compensação faz ainda ascender à superfície 
grandes quantidades de nutrientes, atraindo os cardumes. 
Devido à ocorrência do fenómeno de upwelling, nos meses de verão, é possível pescar, na 
costa portuguesa, maior quantidade de espécies como a sardinha e o carapau. 
 
De quem é o mar? 
 
 A utilização dos mares como fonte de recursos tem suscitado algumas questões que, 
ao longo dos tempos, têm vindo a ser refletidas e discutidas a nível internacional: 
•••• O mar é de todos ou devem definir-se fronteiras? 
•••• Os países cujas fronteiras são marítimas têm mais direito a usufruir das suas riquezas 
do que os países que se localizam no interior dos continentes? 
 
Estas e outras questões relacionadas com o direito à exploração dos recursos do mar 
levaram à realização de várias conferências internacionais sobre o Direito do Mar. Assim, 
foram definidos o Mar Territorial ou Águas Territoriais – águas que se encontram até 12 
milhas dos limites exteriores da costa e sobre as quais o Estado detém soberania – e a Zona 
Contígua – zona do mar alto entre 12 e 24 milhas marítimas, sobre a qual o Estado pode 
exercer fiscalização para prevenir ou reprimir infrações às suas leis. 
Em 1982, foi assinada uma outra convenção que estabelece o poder dos Estados costeiros 
relativamente à proteção e a gestão dos recursos marítimos, até uma distância de 200 milhas 
náuticas, designada por Zona Económica Exclusiva – ZEE. Nesta área, o Estado tem direitos de 
exploração, investigação, conservação e gestão dos recursos naturais. 
Repartida por três áreas distintas, no Continente, na Madeira e nos Açores, a ZEE 
portuguesa, é a maior de entre os países da União Europeia e a quinta maior do Mundo. 
As extensões da linha de costa e da ZEE justificam a importância da pesca para muitas 
comunidades ribeirinhas que delas dependem, ou das atividades com ela relacionadas. 
 
A atividade piscatória 
 
 A frota portuguesa, embora atue em pesqueiros externos, sobretudo do Atlântico 
Norte, efetua a maior parte das suas capturas em água nacionais, destacando-se três espécies: 
a sardinha, a cavala e o carapau. Constituída por embarcações de pesca local, costeira e de 
largo, a frota portuguesa tem vindo a modernizar-se. Na pesca, trabalha uma população ativa 
envelhecida e com um nível de instrução e qualificação ainda baixos, apesar dos progressos na 
área da formação profissional. 
 A pesca fornece matéria-prima a várias atividades de transformação do pescado. 
 
A importância da pesca 
 
Apesar dos condicionalismos impostos pelas características da nossa costa, a atividade 
piscatória teve no passado e continua a ter alguma relevância, sobretudo nas áreas costeiras, 
onde assume, por vezes, um papel importante a nível local, dela dependendo diversas 
comunidades piscatórias. 
O peso da atividade piscatória na economia nacional. Incluindo as atividades da 
indústria transformadora e da aquicultura (conservas), tem vindo a decrescer, verificando-se 
que a sua contribuição para o VABpm – Valor Acrescentado Bruto a preços de mercado – era 
de apenas 0,29% em 2005. Por outro lado, a população diretamente empregada na pesca tem 
vindo também a diminuir, não ultrapassando os 0,34% da população ativa, em 2001, o que se 
prende com as reestruturações tanto ao nível da frota de pesca, como da indústria de 
transformação do pescado. Nos últimos anos, tem havido uma diminuição das oportunidades 
da pesca e uma tomada de consciência da necessidade de uma gestão mais adequada dos 
recursos. 
 
As principais áreas de pesca 
 
 A irregularidade da linha de costa e a reduzida extensão da plataforma continental são 
pouco favoráveis ao desenvolvimento da atividade piscatória. Estes condicionalismos têm sido 
compensados, desde há muito, pelo desenvolvimento da atividade em pesqueiros – áreas 
onde se localizam e capturam os cardumes – localizados em águas internacionais ou emáguas 
sob a soberania de outros países. 
 Desde a adesão à União Europeia, Portugal beneficiou de alguns dos Acordos de Pesca, 
celebrados entre a EU e Países Terceiros. Dos acordos efetuados, destacam-se os que 
respeitam à captura em águas do Atlântico Noroeste (NAFO) e Nordeste (ICES), do Atlântico 
Centro-Este (CECAF) e Atlântico Sudeste e Sudoeste, áreas onde são capturados desde o 
bacalhau, cantarilho, tintureira, pescada e espadarte, ao camarão, entre outras espécies. 
 Todavia, o futuro destes acordos é muito incerto, devido à redução dos recursos 
piscatórios e ao desenvolvimento do potencial da pesca de muitos dos países que obtinham 
comparticipações financeiras pela concessão da exploração dos recursos da respetiva ZEE. 
 A não-celebração de acordos de pesca, como aconteceu desde 2000 com Marrocos, 
poderá vir a ter algum impacte na frota, no emprego, nas indústrias da pesca e no 
aprovisionamento do mercado, em Portugal. 
 
A frota de pesca 
 
 A frota portuguesa, a quarta maior da União Europeia, contava, em 2005, com 9955 
embarcações, 91% das quais era de pequena dimensão. 
 Subdivide-se em dois grandes grupos de embarcações: as que desenvolvem a sua 
atividade nas águas territoriais ou nas suas proximidades, designadas por embarcações de 
frota local e costeira, e as que operam em pesqueiros externos, longínquos, identificadas por 
embarcações da pesca de largo. 
���� Embarcações da pequena pesca: 
• Apresentam pequenas dimensões (inferior a 12m); 
• São construídas maioritariamente em madeira; 
• Atuam em águas interiores (estuários e rias) ou perto da costa, até 6 milhas; 
• Utilizam artes de pesca diversificadas; 
• Desenvolvem a atividade em curtos períodos de tempo, por vezes, com 
caráter sazonal; 
• Capturam sobretudo espécies de alto valor comercial como, por exemplo, 
robalo, linguado, polvo, choco; 
• São responsáveis por um grande número dos postos de trabalho no setor. 
 
���� Embarcações da pesca costeira: 
• Desenvolvem a sua atividade para lá das 6 milhas de distância da costa; 
• Podem operar em áreas mais afastadas, mesmo além da ZEE nacional; 
• Detêm meios de conservação do pescado; 
• Têm maior potência e maior autonomia do que as embarcações da frota local; 
• As de maior dimensão podem atingir 2 e 3 semanas de atividade, 
normalmente em pesqueiros do Norte de África; 
De acordo com as artes de pesca utilizadas, esta frita subdivide-se em: 
• Polivalente – utiliza diversas artes; 
• De arrasto – utiliza redes em forma de saco que são puxadas muito 
rapidamente, impedindo que o peixe escape e é dirigida a peixes de 
profundidade e a crustáceos; 
• De cerco – a rede é colocada em volta de um cardume e o cabo profundo pode 
ser puxado até formar um saco onde o peixe fica aprisionado. 
 
���� Embarcações da pesca de largo: 
• Têm grandes dimensões; 
• Atuam para lá das 12 milhas da linha de costa, nas águas internacionais ou em 
ZEE estrangeiras; 
• Detêm condições de autonomia que permitem a permanência no mar durante 
longos períodos de tempo, que podem ser meses; 
• Utilizam técnicas de captura e deteção de cardumes, como sondas, meios 
aéreos e informações via satélite; 
• Encontram-se equipadas com tecnologias que permitem a transformação, 
conservação e congelação do pescado a bordo. 
 
A frota de pesca portuguesa apesenta algumas limitações. Dominam as pequenas 
embarcações, de fraca capacidade e deficientes condições de habitabilidade, 
operacionalidade, higiene e segurança, o que se relaciona com a elevada idade média da frota. 
 Nos últimos anos, a frota de pesca portuguesa tem vindo a reduzir o número de 
embarcações, a potência motriz e a arqueação bruta, que traduz a capacidade das 
embarcações, indicando a medida dos seus espaços internos. 
 Esta quebra verifica-se, sobretudo, nas embarcações de largo, refletindo-se na 
diminuição da importância relativa da quantidade de capturas em pesqueiros externos 
(capturas externas), e deve-se: 
• À necessidade de redimensionar a frota, para a adequar aos recursos atualmente 
disponíveis, dada a vulnerabilidade dos stocks – variedade e quantidade de 
recursos piscatórios em reserva; 
• À criação das Zonas Económicas Exclusivas; 
• À instabilidade politica em alguns países em cujas águas atuava a frota portuguesa; 
• Ao aumento das restrições noutras áreas onde Portugal, tradicionalmente, exercia 
esta atividade. 
 
Repartição regional 
 
O Centro e o Algarve têm o maior número de embarcações. 
O Centro e o Norte têm a maior arqueação bruta. 
O Centro e o Norte têm maior potência. 
 
 A Região com maior número de embarcações registadas era, em 2005, a Região 
Centro, seguida do Algarve, o que se explica pelo facto de serem as duas regiões com maior 
número de portos. Quanto à arqueação bruta e à potência dos motores, surge também em 
primeiro lugar a Região Centro, seguida da Região Norte. 
 As regiões com menor representatividade na frota nacional são o Alentejo e a Região 
Autónoma da Madeira, que detinham, respetivamente, 2,4% e 4,7%, do número total de 
embarcações, 2,4% e 3,1% da arqueação bruta e 3,1% e 3,6% da potência. 
 A Região Autónoma da Madeira é aquela onde era menor a qualidade da frota de 
pesca, predominando os barcos sem motor. 
 O predomínio de pequenas embarcações em todas as regiões condiciona a segurança e 
a operacionalidade da atividade da pesca no nosso País. 
 
As espécies capturadas 
 
 Nos últimos anos, tem vindo a verificar-se uma redução acentuada da quantidade de 
pescado descarregado nos portos nacionais, tanto do que provém de pesqueiros externos 
como do que é capturado em águas nacionais. 
 A redução da atividade da frota portuguesa nos pesqueiros externos tem contribuído 
para a intensificação da exploração dos recursos em águas costeiras nacionais, conduzindo à 
redução dos nossos stocks e, em consequência, dos resultados da pesca. 
 A sardinha é a principal espécie capturada, tendo representado, em 2005, 35% do total 
de capturas e 13% do valor de receitas entre todas as espécies, apesar do seu baixo valor 
económico. Entre as principais espécies capturadas, encontram-se ainda a cavala, o carapau, o 
polvo, o atum, o peixe-espada e o verdinho. O polvo representa apenas 7,4% do peso 
descarregado, mas 16% no total de receitas da pesca. 
 Os portos com maior quantidade de pescado descarregado foram, em 2005, os de 
Matosinhos, Peniche e Sesimbra. Nos dois primeiros, predominou a sardinha, enquanto em 
Sesimbra o peixe-espada-preto teve maior representatividade. 
 A distribuição regional mostra o predomínio da faneca nos portos do Norte e Centro e 
da cavala e do verdinho nos do Alentejo e Algarve. Nos Açores é o atum a espécie 
descarregada em maior quantidade e na Madeira é o peixe-espada-preto. O desembarque de 
lagostim e de gamba apenas assume significado no porto de Vila Real de Santo António. 
 
A mão de obra 
 
 O número de pescadores matriculados tem vindo a decrescer, por abandono da 
atividade ou por reforma dos pecadores e por necessidade de modernização funcional da 
frota. Apesar disso, o seu número é ainda relativamente elevado, no nosso País. 
 As regiões Norte, Centro e do Algarve são aquelas onde se encontrava maior número 
de trabalhadores na pesca, facto que se deve ao predomínio da pesca local, realizada, muitas 
vezes, por unidades familiares e com uma importância considerável no emprego local. O 
Algarve e os Açores eram, em 2005, as regiões que apresentavam maior representatividade de 
emprego na pesca, relativamente ao total do emprego. O Alentejo, apenas com um porto, era 
a região com menor número de trabalhadores na pesca. 
 Maioritariamente masculino,o grupo de profissionais da pesca caracteriza-se por uma 
idade média de 41,5 anos com um peso importante dos níveis etários mais elevados. As 
regiões autónomas dos Açores e da Madeira são aquelas onde este grupo é mais jovem, 
correspondendo à estrutura etária dessas regiões. 
 A idade elevada de uma boa parte dos profissionais da pesca ajuda a explicar o 
reduzido nível de escolaridade: mais de metade apenas detém a escolaridade relativa ao 
primeiro ciclo e um número significativo, 4%, não terá sequer frequentado a escola. Salientam-
se os Açores, a Madeira e o Alentejo com o mais baixo nível de instrução e Lisboa como a 
região onde assumem maior peso os níveis de ensino mais elevados. 
 A instrução e a qualificação da mão de obra são fatores importantes para o 
desenvolvimento de qualquer atividade. A evolução tecnológica das embarcações, aliada à 
necessidade de percorrer distâncias cada vez mais longas, tornou necessária a frequência de 
cursos de formação que habilitassem os pescadores para as novas exigências. 
 A integração na Politica Comum das Pescas teve efeitos ao nível da formação 
profissional. Para incentivar o rejuvenescimento e a qualificação profissional, foram criados 
Centros de Formação nos principais portos do País. 
 Todavia, a oferta de cursos, que integram as áreas da formação para as operações 
técnicas diretamente relacionadas com a pesca e com as atividades ligadas ao setor, não tem 
sido acompanhada com grande interesse por parte dos profissionais da pesca. O número de 
formados tem vindo a diminuir, correspondendo apenas a 8% dos pescadores matriculados, 
em 2005. 
 Este decréscimo poderá estar relacionado com: 
• As condições pouco aliciantes da atividade, nomeadamente para os jovens, que não se 
sentem atraídos por este tipo de trabalho; 
• A crise que o setor afeta; 
• Os insuficientes apoios para a frequência de ações de formação para profissionais no 
ativo. 
 
Têm sido desenvolvidas ações de âmbito social que visam salvaguardar os direitos dos 
pescadores: 
• A criação de um diploma legal que integra um quadro de obrigações e de direitos no 
contato individual de trabalho; 
• A regulamentação de sistemas de apoio aos profissionais que percam os seus postos 
de emprego pelo abate da embarcação em que trabalham; 
• Um Fundo de Compensação Salarial para apoiar os profissionais que estejam, 
temporariamente, impedidos de exercer a sua atividade. 
 
A Iniciativa Comunitária PESCA, através da qual foi apoiada a adaptação dos pescadores a 
atividades económicas alternativas, assumiu também uma importância relevante, pois 
permitiu a criação de postos de trabalho e a sobrevivência de algumas comunidades 
piscatórias para quem esta atividade constituía o único meio de subsistência, o que contribuiu 
para reduzir a taxa de desemprego no setor. 
O Programa Operacional da Pesca, MARE, financiado pelo Instrumento Financeiro de 
Orientação das Pescas da EU (IFOP), contemplou também um conjunto de medidas de apoio à 
formação profissional. Entre outros, foram financiados, por este programa projetos destinados 
à melhoria das condições de segurança e de higiene, e à introdução de inovações tecnológicas 
nas pequenas embarcações. 
 
 
 
 
 
A mão de obra 
 
O número de pescadores matriculados tem vindo a decrescer, por abandono da 
atividade ou por reforma dos pescadores e por necessidade de modernização funcional da 
frota. Apesar disso, o seu número é ainda relativamente elevado, no nosso País. 
As regiões Norte, Centro e Algarve são aquelas onde se encontrava maior número de 
trabalhadores na pesca, facto que se deve ao predomínio da pesca local, realizada, muitas 
vezes, por unidades familiares e com uma importância considerável no emprego local. O 
Algarve e os Açores eram, em 2005, as regiões que apresentavam maior representatividade de 
emprego na pesca, relativamente ao total do emprego. O Alentejo, apenas com um porto era a 
região com menor número de trabalhadores na pesca. 
Maioritariamente masculino, o grupo de profissionais da pesca caracteriza-se por uma 
idade média de 41,5 anos mas com um peso importante dos níveis etários mais elevados. As 
regiões autónomas dos Açores e da Madeira são aquelas onde este grupo é mais jovem, 
correspondendo à estrutura etária dessas regiões. 
A idade elevada de uma boa parte dos profissionais da pesca ajuda a explicar o 
reduzido nível de escolaridade: mais de metade apenas detém a escolaridade relativa ao 1º 
ciclo e um número significativo, 4%, não terá sequer frequentado a escola. Salientam-se os 
Açores, a Madeira e o Alentejo com o mais baixo nível de instrução e Lisboa como a região 
onde assumem maior peso os níveis de ensino mais elevados. 
A instrução e a qualificação da mão de obra são fatores importante para o 
desenvolvimento de qualquer atividade. A evolução tecnológica das embarcações, aliada à 
necessidade de percorrer distâncias cada vez mais longas, tornou necessária a frequência de 
cursos de formação que habilitassem os pescadores para as novas exigências. 
A integração na Politica Comum das Pescas teve efeitos ao nível da formação 
profissional. Para incentivar o rejuvenescimento e a qualificação profissional, foram criados 
Centros de Formação nos principais portos do País. 
Todavia, a oferta de cursos, que integram as áreas da formação para as operações 
técnicas diretamente relacionadas com a pesca e com as atividades ligadas ao setor, não tem 
sido acompanhadas com grande interesse por parte dos profissionais da pesca. O número de 
formando tem vindo a diminuir, correspondendo apenas a 8% dos pescadores matriculados, 
em 2005. 
Este decréscimo poderá estar relacionado com: 
���� As condições pouco aliciantes da atividade, nomeadamente para os jovens, que não 
se sentem atraídos por este tipo de trabalho; 
���� A crise que o setor atravessa; 
���� Os insuficientes apoios para a frequência de ações de formação para profissionais no 
ativo. 
 
Têm sido desenvolvidas ações de âmbito social que visam salvaguardar os direitos dos 
pescadores: 
���� A criação de um diploma legal que integra um quadro de obrigações e de direitos no 
contrato individual de trabalho; 
���� A regulamentação de sistemas de apoio aos profissionais que percam os seus postos 
de emprego pelo abate da embarcação em que trabalham; 
���� Um Fundo de Compensação Salarial para apoiar os profissionais que estejam, 
temporariamente, impedidos de exercer a sua função. 
 
A Iniciativa Comunitária da PESCA, através da qual foi apoiada a adaptação dos 
pescadores a atividades económicas alternativas, assumiu também uma importância 
relevante, pois permitiu a criação de postos de trabalho e a sobrevivência de algumas 
comunidades piscatórias para quem esta atividade constituía o único meio de subsistência, o 
que contribui para reduzir a taxa de desemprego no setor. 
O Programa Operacional da Pesca, MARE, financiado pelo Instrumento Financeiro de 
Orientação das Pesca da EU (IFOP), contemplou também um conjunto de medidas de apoio à 
formação profissional. Entre outros, foram financiados, por este programa, projetos 
destinados à melhoria das condições de segurança e de higiene, e à introdução de inovações 
tecnológicas nas pequenas embarcações. 
 
As infraestruturas portuárias 
 
Para que a atividade piscatória se possa desenvolver, é necessário que existam 
infraestruturas em terra que permitam efetuar as descargas do pescado de forma rápida e 
higiénica, a sua conservação e um bom escoamento do pescado. 
Estas infraestruturas fazem parte das áreas portuárias, sobre as quais tem vindo a ser 
exercido um esforço de modernização, no sentido de aproximação aos padrões europeus. 
Para melhoraro escoamento do pescado, têm sido desenvolvidas ações de 
modernização das várias lotas. Atualmente, o processo de venda direta realiza-se através de 
um sistema eletrónico e informatizado, que garante maior rapidez, transparência e contribui 
para preservar a qualidade do pescado movimentado. 
A fiscalização do cumprimento das regras de captura e a higiene foram também 
melhoradas, sendo controladas por profissionais. 
Os apoios comunitários têm-se revelado muito importantes, sobretudo no que diz 
respeito aos equipamentos de apoio nos principais portos. Alguns portos de pescado 
encontram-se já equipados com câmaras frigoríficas, túneis de congelação e fábricas de gelo, 
para apoio às atividades de comercialização. Muitos disponibilizam ainda instalações para 
comerciantes e industriais e os mais importantes detêm ainda outros serviços de apoio como 
escritórios, armazéns, abastecimento de combustíveis, bancos e restaurantes. 
 
A aquicultura 
 
A aquicultura – cultura de espécies aquáticas em ambientes controlados pelo Homem, 
tanto em água doce como em água salgada – constitui uma alternativa às formas tradicionais 
de abastecimento de pescado, permitindo diminuir a pressão sobre os recursos piscícolas 
marinhos e, em consequência, a recuperação dos stocks. Também permite a produção de 
espécies em vias de extinção para repovoamento dos habitats naturais. 
Caracterizou-se inicialmente pelo predomínio de estabelecimentos explorados em 
regime extensivo. Mais recentemente, evoluiu para unidades em regime semi-intensivo – 
fornecendo alimento complementar – sobretudo no domínio da piscicultura em águas salobras 
e salgadas. 
Em Portugal, as explorações de água doce predominam nas regiões de maior número 
de rios ou cursos de água de maior caudal. Os estabelecimentos de água marinha localizam-se 
ao longo da costa, destacando-se as áreas estuarinas e lagunares. 
A quantidade de recursos produzidos em aquicultura tem vindo a aumentar, 
sobretudo nos estabelecimentos de águas salgadas, embora tenha ainda fraca 
representatividade no volume da produção de pescado fresco em Portugal. 
Os bivalves, como a amêijoa, as ostras, o mexilhão e o berbigão, produzidos em regime 
extensivo e, na maioria, com métodos tradicionais, representam grande parte da produção 
marinha. Em explorações de regime semi-intensivo criam-se espécies de peixe como a dourada 
e o robalo. 
A truta é a principal espécie produzida em água doce, na maior parte dos 
estabelecimentos, em regime intensivo – depende exclusivamente de alimentos compostos. 
Existem estabelecimentos que funcionam como unidades de reprodução e outros 
como unidades de crescimento/engorda, podendo ser tanques, estruturas flutuantes ou 
viveiros. Algumas explorações mais modernas têm unidades dos dois tipos. 
 
 A indústria transformadora da pesca 
 
Tal como a aquicultura, a indústria transformadora dos produtos da pesca incluída no 
setor, manteve algum dinamismo, numa adaptação à evolução dos mercados. 
 
Conservas e semiconservas 
 
O subsetor das conservas é um dos mais importantes, quer pela imagem de tradição e 
bem-fazer, quer pela importância que detém na balança comercial dos produtos da pesca, com 
um saldo bastante positivo. É um setor que aposta fortemente na exportação, embora venha a 
assumir uma importância crescente no mercado nacional. 
A produção baseia-se na sardinha, no atum e na cavala, sendo a sardinha o principal 
produto exportado, enquanto o atum é o mais consumido no mercado interno. No segmento 
das semiconservas, o biqueirão é a espécie mais importante. 
 
Congelados 
 
A preparação e transformação de pescado congelado constitui o vetor mais recente da 
indústria de produtos da pesca e tende a afirmar-se como um dos mais importantes. Os 
produtos congelados da pesca – filetes, postas, marisco, preparações alimentares – são cada 
vez mais frequentes no consumo das famílias pela sua adaptação às características da vida 
moderna e pela segurança alimentar que proporcionam. 
Embora importe uma grande parte da matéria-prima, este subsetor assume-se como 
complemento da atividade piscatória nacional, pois absorve também uma parte importante da 
matéria-prima de origem nacional. Existem várias unidades de produção que trabalham para a 
exportação, que tem vindo a aumentar. Assume um papel importante na balança comercial 
por ser o subsetor que maior peso tem, tanto nas importações como nas exportações. No 
entanto, é aquele que apresenta um maior saldo negativo. 
Salga, secagem e fumagem 
 
O subsetor da salga e secagem tem também uma tradicional implantação no nosso 
País. Porém, encontra-se na dependência quase exclusiva do bacalhau, cujas quotas de pesca 
– quantidade máxima de capturas permitida a cada país da EU, em função da espécie – para 
Portugal, são reduzidas. As capturas representam pouco mais de 1% das necessidades de 
consumo, o que explica os valores negativos do saldo da balança comercial. 
Portugal é o maior consumidor mundial de bacalhau salgado seco, representando esta 
espécie cerca de metade do consumo de pescado nacional e 40% das importações de peixe. A 
Noruega é o principal país fornecedor de matéria-prima. 
Embora sem tradição nos padrões alimentares do nosso País, a fumagem tem vindo a 
implantar-se, valorizando espécies como o espadarte ou produtos da aquicultura. 
 
Salicultura 
 
Em Portugal Continental existem boas condições naturais para a produção de sal 
marinho, sobretudo no litoral Sul, onde as condições climatéricas são mais favoráveis à 
evaporação. Metade das 44 salinas existentes localiza-se no Algarve, responsável por cerca de 
75% da produção nacional. Apesar de ser uma atividade com tradição no nosso País, tem vindo 
a atravessar dificuldades que têm levado ao encerramento de salinas. Todavia, além da 
importância ambiental, para a avifauna das zonas húmidas, existe um potencial de produção 
que importa recuperar. 
 
A dependência do exterior 
 
 A redução das capturas, tanto em águas nacionais como em pesqueiros externos, 
conjugada com a tradicional apetência dos portugueses para o consumo de peixe, contribuem 
para que a produção nacional apenas consiga satisfazer metade das necessidades do mercado, 
sendo crescente o recurso às importações. 
 A tendência para o aumento das importações e a diminuição das exportações faz com 
que o saldo da balança comercial dos produtos da pesca seja, tradicionalmente, muito 
negativo. Em 2005, o défice era superior a 240 mil toneladas, correspondendo a mais de 700 
milhões de euros. Para reduzir a dependência do exterior torna-se necessário promover o 
desenvolvimento do setor, pela modernização da frota, rejuvenescimento e formação da 
mão de obra e pelo aumento e diversificação da produção aquícola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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