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O Germinal - Wilser Nigliaty

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O Germinal
“A Revolução industrial, 
Emergência da Sociedade e da 
Cultura do Capitalismo.”
Germinal é um romance do escritor Émile Zola. O décimo terceiro da série Les Rougon-Macquart e possivelmente um dos mais famosos.
 
 Foto: Émile Zola
SINÓPSE:
'Germinal' é o nome do primeiro mês da primavera no calendário da Revolução Francesa. Ao usar essa palavra como título de seu livro, Zola associa as sementes das novas plantas à possibilidade de transformação social- por mais que se arranquem os brotos das mudanças, eles sempre voltarão a germinar. Um dos grandes romances do século XIX, expressão máxima do naturalismo literário, Germinal baseia-se em acontecimentos verídicos. É um espelho da realidade. Para escrevê-lo, Émile Zola trabalhou como mineiro numa mina de carvão, onde ocorreu uma greve sangrenta que durou dois meses. Atuando como repórter, adotando uma linguagem rápida e crua, Zola pintou a vida política e social da época como nenhum outro escritor; Denunciou as péssimas condições de trabalho dos operários, a fome, a miséria, a promiscuidade, a falta de higiene. Mostrou, como jamais havia sido feito, que o ambiente social exerce efeitos sobre os laços de família, sobre os vínculos de amizade, sobre as relações entre os apaixonados. 'Germinal' é o primeiro romance a enfocar a luta de classes no momento de sua eclosão. A história se passa na segunda metade do século XIX, mas os sofrimentos que Zola descreve continuam presentes em nosso tempo. É uma obra em tons escuros. Termina ensolarada, com a esperança de uma nova ordem social para o mundo.
A história tem lugar no norte da França durante uma greve provocada pela redução dos salários. Além dos aspectos técnicos das extrações minerais e as condições de vida nos agrupamentos dos mineiros, Zola também descreve o princípio da organização política e sindical da classe operária, tais como as divisões já existentes entre marxistas e anarquistas.
A Revolução Industrial provocou uma série de transformações políticas, econômicas e sociais na história. O escritor francês Émile Zola (1840-1902) representou essas transformações brilhantemente em uma das suas mais célebres obras, “O Germinal”. Inspirado pela obra de Zola e pela escola literária denominada “Naturalismo”, o romance foi adaptado para o cinema sob a direção de Claude Berri, em 1993.
O filme “O Germinal” aborda as relações de trabalho, as lutas de classe existentes na sociedade capitalista, o processo de instalação do capitalismo nas cidades e o ritmo da produção e da exploração dos trabalhadores pelos patrões através do trabalho desumano nas minas de carvão francesas, retratando claramente as severas transformações sociais impostas pelo modo de produção capitalista.
O título do livro e do filme nos confunde um pouco e, se não estivermos a par da temática da obra de Émile Zola, que deu origem ao filme de Claude Berri, podemos passar por esse filme na locadora sem percebê-lo e sem dar a ele o devido valor. Não nos enganemos, essa produção do cinema francês merece ser vista e apreciada tanto pelos amantes da sétima arte quanto pelos estudiosos da literatura, da história, das relações humanas e dos movimentos de trabalhadores.
ENREDO DO FILME:
Um homem jovem desempregado chega de madrugada na cidade de Marchienne e logo vê um grande terreno, onde fica uma mina chamada Voreux. Seu nome era Étienne, e logo percebeu que os mineiros eram carentes, faziam um trabalho cansativo, lutando por cada centavo que recebiam. Mesmo assustado, Etiénne procurou um emprego por lá.
Quando uma trabalhadora chamada Fleurence morreu, Étienne ocupou seu lugar. Na mina, as condições eram péssimas. Para escavar, os mineiros tinham que se ajoelhar, além da temperatura ser de 35°C e o ar não circulava.
No intervalo, Etiénne contou que foi despedido de seu último emprego por dar um soco em seu chefe, afirmando que estava bêbado. Enquanto Etiénne não tinha lugar para ficar, ele ficou na casa de uma família, na qual o pai se chamava Maheu e os filhos se chamavam Catherine, Estelle, Zacharie, Lénore, Henri, Alzire e Jeanlin, o avô, Boa Morte e a mãe de 39 anos. Catherine conhecia Chaval, e ele queria casar com ela à força, tentando beijar ela a qualquer custo. Na casa dos Gregóire havia uma renda de mil francos. A mãe, o pai e os filhos maiores iam trabalhar na mina, enquanto os menores pediam esmolas. Nas minas o trabalho era tão pesado que a fome era grande. Sua vida baseava-se em uma rotina inalterável por conta do problema financeiro. Acordavam cedo todas as manhãs para trabalhar nas minas e voltavam na metade do dia para o almoço. Após o intervalo, voltavam à mina e trabalhavam até tarde. Para realizar a higiene pessoal, banhavam-se em uma tina (uma especie de banheira), partilhando todos da mesma água. Como a situação da família não era boa, o filho Jeanlin teve uma ideia: a família comeria menos salada para vender nas cidades próximas. Havia um canto não operacional na mina, onde os jovens se encontravam. Étienne ia se habituando ao trabalho na mina. Seu trabalho bem feito era de se admirar. Surgiam ideias revolucionárias em sua mente. Como era inexperiente, pedia ajuda a Pluchart, membro da Internacional. Suas ideias políticas eram passadas a Étienne e se resumiam aos mineiros explorados. Eles tinham ideias semelhantes: deviam arrecadar dinheiro dos revoltos, que seria útil no futuro. Rasseneur, dono da taverna, achava que a caixa de previdências não daria certo. Étienne foi morar na casa de Maheu. Este amava, mas não falava com Catherine. A influência de Étienne incentivou toda a aldeia, onde a caixa de previdências começou a funcionar. Étienne foi nomeado secretário da associação e recebia até um pequeno salário por cuidar da contabilidade. Sem dinheiro para comida, começaram a surgir os primeiros pensamentos sobre uma possível greve. Quando Maheu foi pegar seu salário, se espantou, devido à diminuição. Pensou em protestar, mas não teve coragem. A injustiça havia aumentado muito, então começou a greve. Étienne resumiu a situação: "Se a companhia quer greve, ela vai ter greve". Depois de uma semana, o trabalho continuou, á espera do conflito. De repente, ocorreu um desmoronamento e Jeanlin estava sozinho no seu setor, acabou ficando soterrado. Maheu o achou depois de um tempo, com as duas pernas quebradas. Para piorar a situação dos Maheu, Catherine é obrigada a ir morar com Chaval, deixando menos dinheiro para a família. A diminuição dos salários é a gota d'água que causa a rebelião.
 
Esta se inicia na mina de Vourex e vai se agravando ao longo do tempo. A principal consequência da greve é a falta de condições básicas, causada pela privação de salários. A família de Maheu é um forte exemplo desse sofrimento. Lá sofrem com a fome e constante frio. após o incidente da mina, Jealin havia se curado. Agora retornou aos seus roubos, se escondendo no fundo de uma mina abandonada para não dividir seus bens. Certo dia, Étienne descobre tal esconderijo e decide mantê-lo em segredo, imaginando que poderia vir a ser útil para si mesmo. Os grevistas planejavam destruir tudo. Prosseguiram desta maneira até a morte. Chaval, porém, continuava trabalhando. Os demais não desistiram tão facilmente. Catherine era forçada a permanecer com Chaval, abandonando sua própria família. Liderados por Chaval, o grupo de trabalhadores marcharam para a mina Deneulin. Catherine, que estava trabalhando na mina, não aguentando o calor, desmaia, fica pálida e diz estar com muito frio. Os grevistas queriam ir à Gaston-Marie, porém Etiénne disse que eles deveriam ir à Mirou, pois havia trabalhadores lá. Etiénne manda Chaval estourar a bomba d'água da mina, mas Chaval não o obedece e briga com Etiénne, fugindo seguido de Catherine. Hannebeau chega a sua casa e seu capataz começa a contar informações sigilosas. Ele logo percebe que o capataz estaria recebendo essas informações com sua amante. Os grevistas invadem Motso em direção a Vourex, seguem direção à casa de Henneneau, mas o grupo jánão obedece mais. Depois de muita confusão, um estrondo sacode o chão: era a polícia. Os soldados estavam caminhando pela cidade de Montsou, as fábricas estavam inativas, a inundação e a bomba já havia dado muitos gastos, pois foram substituídos. Etiénne se deu conta de que a Companhia era forte demais para falir. Os dias estavam difíceis, os mineiros estavam sem trabalho e morrendo de frio e fome. Para os Maheu a situação beirava a derrota. Catherine estava com Etiénne, ele tentava convencê-la a ir para a casa dos pais, mas ela não aceitou, disse que teria que ir para a casa de Chaval. Enquanto ele voltava, viu Jeanlin degolando um guarda, perguntou o porquê do feito do garoto. Então foram esconder o corpo na mina Requillant, deixaram o corpo em um buraco. No dia seguinte, souberam que os belgas estavam trabalhando na Voreux. Duas filas de trinta soldados foram alinhadas em frente à um muro. Alziro, filho de Maheu, estava doente e quase morrendo, pois tinham vendido tudo para comprar comida. Suvarim estava em sua taverna a sós, quando ouviu alguém batendo na porta. 
Com Etiénne, ele passou um tempo conversando, e decidiram que iriam fazer outra greve. No dia seguinte eles conversaram com os operários para que não fossem atacados por trás. O grupo de manifestantes começava a crescer cada vez mais.
Com Etiénne, Maheu e sua mulher na frente, ofendiam os soldados e os empurravam cada vez mais para o muro. Mas foi quando os manifestantes começaram a jogar tijolos contra os soldados, que começaram a se sentir cada vez mais pressionados, esperando por reforços. Até que os soldados, já sem espaço para recuar, foram obrigados a atirar contra os manifestantes. Na matança Maheu foi ferido. Os que não estavam nem mortos nem feridos conseguiram fugir. Com os abusos trabalhistas contra os mineiros, eles acabam se rebelando contra a mineradora Vourex na cidade de Montsou. Acontece que a revolta foi duramente contida, já estavam até pensando em reabrir a mina. Etiénne resolveu acabar com a greve, o que irritou os mineradores, mas seu rival, Rasseneur acalmou os revoltosos e conseguiu finalmente superar Etiénne. No dia seguinte, aconteceu um acidente na mina com a bomba d'água, isso matou e feriu vários mineiros. Na tentativa de escapar, Etiénne, Catherine e Chaval ficam presos. O mineiro, não aguentando mais seu inimigo, mata Chaval. Ele acaba sobrevivendo, mas perde sua amada. Deixa a vila e vai para Paris, seguindo seus sonhos. Porém ele acaba sendo assaltado e morto no processo.
VISÃO POLITICA DE: O GERMINAL
O filme germinal caracteriza perfeitamente o processo de produção do trabalho do modelo capitalista, a expansão do chamado capital, mostrando assim de uma forma bem clara os opostos entre as necessidades humanas e materiais. O filme se passa na França do século XIX e transmite muito bem aquele determinado momento histórico e seu contexto social, econômico e político e é claro cultural e para obtermos uma análise satisfatória se torna necessário o conhecimento dos antecedentes da revolução industrial presentes nele. O filme é baseado no romance de Émile Édouard Charles Antoine Zola.
FOTO: (CHEGADA DE ETIÉNNE E O INICÍO DO CONFLITO DE INTERESSE E MELHORIAS DAS CONDIÇOES TRABALHISTAS)
No inicio do filme, Etiénne, talvez o personagem de maior expressão devido ao seu espírito contestador e revolucionário, esta desempregado e chega até a companhia de mineração a fim de conseguir empregar-se, se depara com um outro senhor o qual é pai do personagem de Gerard D’epardieu, que na verdade não é tão senhor assim, mais devido as condições de vida as quais foi exposto desde os 8 anos de idade trabalhando na mina possui uma saúde bastante debilitada, pode-se observar isso pela sua tosse constante e pela visível intoxicação, toda a sua família trabalha também na mesma mina; o personagem recém-chegado a procura de emprego se choca com as dificuldades das condições de trabalho, constituída de pura exploração e pobreza, o personagem de Gerard D’epardieu por ser um funcionário mais antigo e respeitado consegue arranjar-lhe uma vaga devido a morte de uma outra companheira de trabalho.
Todos os membros das famílias trabalham, desde crianças até os mais idosos, porque precisam dos míseros salários, para assim, juntos conseguirem a subsistência de todos, sendo assim necessário quando acontece uma morte substituírem rapidamente o membro perdido no trabalho, pois, mesmo sendo uma só renda perdida reflete-se no sustento de todos os outros. Só os bem pequeninos não trabalham. A pobreza dos personagens é evidente, a situação que vivem é quase calamitosa, a cozinha não tem nada de comer, as crianças pedem comida, pão, a água causava-lhes cólicas devido às condições precárias as quais era armazenada.
FOTO: (APRESENTANDO O TRABALHO ESCRAVO INFANTIL E MÁS CONDIÇÕES DE TRABALHO VIVIDOS PELOS PERSONAGÉNS DA TRAMA)
A mina aparenta ser bem profunda, tipo mais de quatrocentos metros, os carros dela descem com cinco operários, as condições de trabalho são de enojar, vivem em regime de exploração constante, as mulheres ficam desesperadas por não terem o que dar de comer as crianças, e se endividam com um comerciante inescrupuloso e espertalhão, este nem sempre está disposto a permitir crédito, devido o pagamento frequentemente estar atrasado, mas costuma aceitar favores sexuais em troca de comida, as mães desesperadas com a fome aceitam tal aproveitamento cedendo suas filhas ou a elas mesmas ao promíscuo e depravado comerciante.
Aparentemente, a região possuía 13 minas, às quais não se conhecia os seus donos, estes não estavam preocupados com o que acontecia aos operários, e sim com a economia, com a política afetando seus lucros, e com a eclosão de greves demonstrando a lógica capitalista da acumulação. O personagem de D’epardieu foi multado por não ter escorado perfeitamente um possível desabamento, mesmo não tendo sido proporcionado a ele condições satisfatórias para um trabalho bem feito. Além de terem sido multados devido ao escoramento mal feito, os salários haviam sido diminuídos devido à suspensão dos pedidos de ferro para exportação e essa situação é repassada injustamente aos trabalhadores. O trabalhador recém-chegado estimula os outros a começarem um fundo de reserva a fim de iniciarem uma greve reivindicando aumento de salários e melhores condições, cada um dando uma determinada contribuição para isso, e encorajam-se a iniciar a greve. Eles tentam falar sobre as suas reivindicações com o diretor geral da mina, não obtendo sucesso, pois este arruma várias desculpas para justiçar a permanência do funcionamento delas (as minas) pondo as companhias como se estivessem na mesma situação de precariedade dos seus trabalhadores a partir da exposição das situações de “quebra” delas, desejando que eles culpem os fatos e a conjuntura econômica pelas suas situações. Pode-se observar o contraste de situações, entre patrões (donos dos meios de produção) e empregados (trabalhadores-mercadoria) a partir de um jantar de noivado que acontece no decorrer do filme na família de um dos donos, comida farta, alegria e tranquilidade, nota-se também que o noivado é quase como um negócio, pois é baseado no interesse de fusão de capitais, além das relações de interesse mantidas entre os “burgueses” até entre seus familiares, pois, à esposa do dono da mina mantêm um caso extraconjugal com o sobrinho de seu marido.
A situação se agrava, pois a companhia contrata trabalhadores da Bélgica e ameaça despedi-los caso a greve permaneça, alguns trabalhadores temerosos e famintos querem retornar ao trabalho outros tão engajados preferem morrer a abandonar a causa. Daí os grevistas vão até as minas em funcionamento, as destroem, as inutilizam temporariamente com a paralisação de elevadores, bombas etc., além de agredirem os que permaneceram trabalhando, gerando conflitos seguidos, o que causa a necessidade para os proprietários das minas de segurança, acabam ocorrendo mortes, as mulheres também se revoltam com a situação e a mais estimuladacom a causa é a esposa do personagem de Gerard D’epardieu, vão até a mercearia do aproveitador e a saqueiam, este desesperado foge para o telhado e acaba caindo, não satisfeita, uma das mulheres que havia sido humilhada por ele e tomado de fúria e desespero, o mutila demonstrando muito bem a revolta contida no interior dessas pessoas, estes conflitos também causam a morte do personagem de Gerard, pela escolta da mina a qual eles desejavam paralisar também.
 
(GREVISTAS REINVINDICANDO MELHORES CONDIÇÕES DE TRABALHO)
A partir destas passagens do filme posso concluir, que para a compreensão do filme é necessária uma analise das relações de trabalho, isto é, a miséria a que eram expostos, a relação deles com as máquinas, a relação entre capitalistas e operários, o surgimento de greves e do sindicalismo, anarquismo e socialismo. Essas questões sociais são etapas históricas, na França nessa época, no inicio da revolução industrial, muitas pessoas viviam do trabalho manual, como nos demais países europeus, estavam ainda ligadas as formas de produção anteriores, e foram obrigadas a habituar-se com as novas condições, estando também assim presos aos donos dos meios de produção, tendo assim que vender a sua força de trabalho, para conseguirem sobreviver, isto é, o trabalho vira mercadoria; devido aos chamados “Acercamentos” e de outros fatores os trabalhadores migraram para os centros onde se expandiam as industrias afim de conseguirem se empregar, sendo que, com o decorrer desta situação o que era escasso, a mão-de-obra, se tornou excedente daí a desvalorização do trabalho que expunha os trabalhadores as condições mostradas no filme de precariedade e salários inaceitáveis com cargas horárias desgastantes de 16 horas ou mais diárias, causando a necessidade do trabalho do trabalho infantil para as famílias conseguirem sobreviver, vale a pena lembrar que mesmo estando expostos a possíveis acidentes de trabalho, os trabalhadores não recebiam seguro e não recebiam se ficassem sem trabalhar devido a estes, além de também não receberem quaisquer tipo de benefícios, este sistema fabril apareceu para “organizar” o processo de trabalho, isto é organizar em partes, apenas para garantir a dominação do capital sobre o trabalho, organizando um controle social.
FOTO: (MORTE POR ACIDENTE DE TRABALHO)
 O novo processo de produção, utilizando as máquinas, foi em cheio na organização familiar operária em respeito econômico, a necessidade de manter operários ao redor das maquinas criou a situação de ter que “sair para o trabalho”, homens mulheres e crianças inclusive e ainda tornavam-se mais presos ainda a seus patrões pelo fato de suas casas pertencerem a eles, como no caso do filme. A revolução industrial foi um processo construído com o tempo, ainda no século XVI já havia empresas capitalistas promovendo o comercio europeu mundialmente, ocasionando a revolução comercial, que se segue da primeira fase da revolução industrial em meados do século XVIII segue até o século XX, pode-se ver de forma explicita no filme o inicio das revoltas populares, pois desde o início do capitalismo, da sua implantação lá no século das grandes navegações, do capitalismo comercial, ele dá origem a profundas contradições e injustiças, marcadas pela forma de como era explorada brutalmente a mão de obra operaria inclusive infantil sem oferecer direitos, o que com certeza fez eclodir a partir dos mais conscientizados as tensões sociais, sistemas sócio-econômico-políticos alternativos, a organização de sindicatos e etc.
FOTO: (GREVE DA MASSA)
Esses foram acontecimentos mostrados no filme, muito bem expressos em questões cronográficas, pois, mostra muito bem o inicio das revoltas na França que estavam se expandindo pela Europa durante o mesmo período, e a disseminação de idéias comunistas, sindicalistas, socialistas pelo mundo, nem sempre bem aceitas pelo próprio proletariado temeroso com as suas consequências, como no caso do marido da filha do personagem de Gerard que quando consegue uma melhor colocação na companhia abandona a causa, bom como Marx disse: “era necessário uma consciência de classe para o início de uma real revolução por parte do proletariado”.
FOTO: (POLITICA DO REGIME OSTENSIVO, CONTENDO MANIFESTANTES)
Fontes:
https://www.livrariacultura.com.br/p/livros/infantil/germinal-392771?id_link=13574&gclid=EAIaIQobChMIv_jq3v2a1wIVVwiRCh28mws6EAAYASAAEgIaQPD_BwE
http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/a-revolucao-industrial-retratada-no-filme-germinal.htm
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2013/04/1265381-critica-germinal-de-emile-zola-incita-proletarios-contra-a-burguesia.shtml
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=54
http://www.brasilescola.com.
Educação
 Física
CRITICA RELEVANTE: (Folha de São Paulo). 20/04/2013
“ O GERMINAL”, DE EMILE ZOLA, INCITA PROLETÁRIADOS CONTRA A BURGUESIA
ARNOLD HAUSER, O POLÊMICO HISTORIADOR DA LITERATURA, ESCREVEU QUE EMILE ZOLA (1840 – 1902), APESAR DE SEU RACIONALISMO POSITIVISTA, FOI O MAIS ROMANTICO DOS NATURALISTAS.
HAUSER VIA NO CIENTIFICISMO UNILATERAL, NÃO-DIALÉTICO, DO ROMANCISTA FRANCÊS A AÇÃO DE UM SISTEMATIZADOR ROMÂNTICO, QUE ENXERGAVA EM TODA PARTE ALEGORIAS, EM VEZ DE FENÔMENOS INDIVIDUAIS CONCRETOS.
ESSA PROVOCAÇÃOGERMÂNICA FAZ SENTIDO.
O ROMANCE MAIS CELEBRADO DE ZOLA É NA VERDADE UM ELO NUMA CORRENTE. “O GERMINAL” É O DÉCIMO TERCEIRO VOLUME DA SAGA FAMILIAR DOS ( ROUGON MACQUART ), EM VINTE VOLUMES, INICIADOS EM 1870 E CONCLUIDA EM 1893.
INSPIRADA NA COLOSSAL “A COMÉDIA HUMANA”, DE BALZAC, A SAGA DE ZOLA TRAZ UM SUBTÍTILO QUE NÃO DEIXA A MENOR DÚVIDA QUANTO À SUA INTENSÃO ANALÍTICA, CIENTÍFICA; “HISTÓRIA NATURAL E SOCIAL DE UMA FAMÍLIA SOB O SEGUNDO IMPÉRIO”.
“GERMINAL“ PUBLICADO EM 1885, NASCEU COMO UM LONGO E RADICAL PANFLETO A FAVOR DO MOVIMENTO OPERÁRIO NA FRANÇA. FOI COMO UM LONGO E RADICAL PANFLETO QUE SOBREVIVEU ATÉ HOJE.
MUITO MAIS IMPORTANTE DO QUE SUAS QUALIDADES ESTRITAMENTE LITERÁRIAS, SUPERVALORIZADAS PELA CRÍTICA IMANENTE, É O SEU SINCERO ENGAJAMENTO SOCIAL.
MILITÂNCIA AUTÊNTICA, SEM PERIFRASES NEM DISSIMULAÇÃO; FOI ISSO QUE MANTEVE O ROMANCE NAS LIVRARIAS POR MAIS DE CEM ANOS.
REVOLTA:
“O GERMINAL” NARRA AS CONDIÇÕES SUB-HUMANAS DE VIDA NUMA MINA DE CARVÃO NA FRANÇA, BATIZADA APROPRIADAMENTE DE VORAZ.
ÉTIENNE LANTIER É O MILITANTE QUE ORGANIZA A VIOLENTA REVOLTRA DOS MINEIROS, CONTRA A MISÉRIA, A FOME E A DOENÇA. EM RESUMO; CONTRA O PODERIO DO CAPITAL.
A GREVE GANHA CORPO, IMPÕE-SE. O CAPITAL CONVOCA A TROPA ARMADA. ACIRRAM-SE OS CONFRONTOS, MULTIPLICAM-SE AS MORTES. NO FINAL, A INEVITÁVEL DERROTA DOS TRABALHADORES.
MAS, NA VISÃO DO OTIMISTA ZOLA, ERA UMA DERROTA QUE NÃO DEIXAVA OS VITORIOSOS TRANQUILOS, POIS, OS MINEIROS HAVIAM DESCOBERTO SUA PRÓPRIA FORÇA.
A IMAGEM QUENTE, CHEIA DE LUZ, QUE FECHA A EPOPÉIA DE ÉTIENNE É A MAIS BELA VISÃO DESSE OTIMISMO.
AFASTANDO-SE DA MINA, RUMO A PARIS, ÉTIENNE OBSERVA AS SEMENTES GERMINANDO NO CAMPO, A VIDA VEGETAL ENCORPORANDO E TRANSBORDANDO.
PARA ELE, OS MINEIROS NÃO DEMORARIAM A FAZER O MESMO. EM BREVE, UM EXÉRCITO NEGRO BROTARIA DA TERRRA, A GOLPES DE PICARETAS, PARA CONQUISTAR O MUNDO.
“O GERMINAL”, É DE MODO GERAL, TODA A OBRA DE ZOLA COSTUMAVA A SER TACHADA DE MANIQUEÍSTA. MAS A SEGUNDA METADE DO SÉCULO 19 EUROPEU NÃO FOI UMA ÉPOCA MUITO MATIZADA. NESSE CONTEXTO, PARECIA HAVER APENAS O BEM E O MAL.
ISSO PERMITIU A ZOLA, EM SEU ROMANCE MAIS PERSUASIVO SOBRE A LUTA DE CLASSES, DIZER DE MANEIRA CLARA E DIRETA, SEM RODEIOS: ABENÇOADOS PROLETÁRIOS DE MUNDO, ARTRANQUEM DA BURGUESIA DEMONÍACA O QUE É SEU DE DIREITO.

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