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Gastrologia - Distúrbios da secreção pancreática Ativação anômala Condições: inflamação aguda Consequências: dor aguda, alta no número de enzimas no sangue. Redução da secreção: Condições: inflamação crônica Consequências: dor crônica, perda da função. Ativação anômala: pancreatite biliar Oclusão do ducto por cálculo biliar Alta pressão (refluxo de bile) Ativação intra-pancreática de tripsinogênio Evocação de reação inflamatória Liberação de hidrolases no sangue Disfunção na pancreatite aguda Distorção estrutural (fibrose, calcificação, cálculos, distorção de ductos). Exame de imagem: dilatação do ducto pancreático Insuficiência da secreção endócrina Exame bioquímico: deficiência na hidrólise de bentinamida Baixo PABA (ácido paraminobenzoico) Fibrose cística Presença de mutação no canal de cloreto (CFRT) que culmina com ausência de transporte de cloreto para o meio extra-celular. Sem cloreto extra-celular, não há co-transporte cloreto/bicarbonato, fazendo secreção ductular ficar prejudicada (ausência de HCO3 também) Pode causar pancreatite pois uma das funções da secreção ductular é limpar o próprio ducto (presença de água com o HCO3 secretado). Acúmulo de enzimas acaba trazendo dano, que culmina com inflamação aguda ou crônica. Distúrbios da secreção gástrica Relação linear entre a massa parietal e a produção máxima de ácido Secreção máxima aumentada por gastrinomas (tumor produtor de gastrina) e úlceras duodenais, que aumentam a agressão. Secreção máxima diminuída por úlceras gástricas, atrofia gástrica e anemia perniciosa (atrofia total da mucosa) Desequilíbrio de fatores gera dano Mucosa saudável Maior proteção sub-epitelial (Prostaglandinas, NO, fluxo sanguíneo, alarme neural por CGRP), epitelial (superfície hidrófoba, junções pouco permeáveis, rápida restituição) e supra-epitelial (bicarbonato e mucina). Mucosa danificada Maior agressão endógena Maior agressão exógena (Helicobacter pylori, AINES, tabagismo) Menor proteção Doença péptica Causas principais: Helicobacter pylori AINES Hipersecreção ácida Sintomas: Dor epigástrica Ocorrência pós-prandial (1-3 horas) e noturna Complicações: Hemorragia Obstrução pilórica Penetração e perfuração Úlcera péptica duodenal Secreção de ácido elevada no indivíduo ulceroso (úlcera duodenal) Perfil circadiano desjejum, almoço e jantar. Helicobacter pylori afeta o controle de secreção Gastrite pela presença da bactéria Redução de células D (somatostatina) traz baixos níveis de somatostatina, não havendo assim inibição das células G. Isso leva a uma hipersecreção de gastrina com consequente hipersecreção de ácido; Patogênese da úlcera duodenal Gastrite pela presença de Helicobacter pylori Hipersecreção de ácido: metaplasia gástrica no duodeno Duodenite hepática Fatores genéticos: alta importância no sexo masculino Fatores ambientais: tabagismo e estresse. Úlcera péptica Terapia cirúrgica Alvos: Trazer menor secreção (vagotomia, e.g.) Trazer menor recidiva (muito presente ao fim dos tratamentos farmacológicos) Trazer menores complicações clínicas Vagotomia: Menor secreção de H+ (diminuição da secreção de H+ por vagotomia chega a 50%) Vagotomia + antrectomia: Ainda menor secreção de H+ (diminuição em torno de 85%). (Retirada das células G (gastrina), presentes em altas concentrações no antro. Com menos células G, há menos gastrina, e menos estímulo para secreção de ácido). Terapia Farmacológica Alvos Menor secreção Antagonistas de: Receptores H2, CCK2 e M3 (receptores das células parietais (produtoras de ácido e fator intrínseco)) Bombas de extrusão ATPase H+/K+ (bomba das células parietais, sendo que além da ATPase H+/K+ também há a ATPase NA+/K+ e o canal seletivo de Cl- nessas células parietais) Agonistas de: Receptores de PGE2 (receptor de células superficiais (produtoras de mucina) (uso deve ser cuidadoso, pois o fármaco que faz a ativação desses receptores de prostaglandina também é abortivo) Exclusão de causa: Erradicação da H. Pylori Muito menor secreção Muito menor índice de recidivas Menores complicações Distúrbios da secreção biliar Redução do fluxo da bile: Defeito na produção (causa no fígado) Defeito no escoamento (causas no trato biliar) Efeitos típicos Síndrome de colestase Retenção de constituintes da bile (depurados: colesterol, bilirrubina, hormônios esteróides, xenobióticos e imunoglobulina A. Outros compostos presentes na bile são ácidos biliares, fosfolipídeos (lecitina) e eletrólitos) Desvios metabólicos Colesterol: supersaturação (não excreção leva ao acúmulo no organismo) Ácidos biliares: defeitos na secreção (levando a defeitos na absorção de lipídeos) Bilirrubina: excesso de secreção, defeito na depuração. Supersaturação de colesterol Gerada por fatores hepáticos Excesso de colesterol Deficiência de ácidos biliares Gerado por fatores extra-hepáticos Contenção do fluxo biliar Risco de litíase Associado a fatores de vesícula: promoção de nucleação (por estase) Consequências da supersaturação Colelitíase: exame de imagem, cálculo na vesícula. Tipos de cálculos: Colesterol Bilirrubinato de Cálcio Misto Redução do fluxo de bile Colestase extra-hepática: múltiplas causas de obstrução do trato biliar (estenose cicatricial pós intervenção cirúrgica, câncer, e.g.) Síndrome metabólica Retenção de ácidos biliares Retenção de bilirrubina Retenção de colesterol Retenção de enzimas e passagem destas para o sangue (e.g., fosfatase alcalina). Quando há impedimento de continuidade do fluxo, pode acabar havendo extravasamento da fosfatase alcalina para os sinusoides, permitindo identificação da substância no sangue. Colestase intra-hepática: múltiplas causas de disfunção hepato-celular (maior sensibilidade a hormônios, sensibilidade a fármacos) Síndrome metabólica: retenção dos mesmos constituintes da bile acima citados (ácidos biliares, bilirrubina, colesterol e enzimas). Desvios no metabolismo de bilirrubina Excesso de: Produção (hemólise) Oferta (reabsorção) Defeitos na depuração de bilirrubina: Remoção: pré-conjugação ou conjugação Excreção: pós-conjugação Efeitos prevalentes: Hiper-bilirrubitemia Icterícia (pigmentação amarela das mucosas. Hiperbilirrubinemia é pouca se pigmentação da icterícia estiver limitada á cabeça; hiperbilirrubinemia é maior se pigmentação se espalhar pelo tronco e membros). Hiper-bilirrubitemia não-conjugada Depuração deficiente de bilirrubina: produção aumentada ou remoção incompleta (pré-conjugação ou conjugação) Precipitação: Jejum prolongado (falta de alimento faz bile ser produzida e secretada em níveis muito baixos, assim há acúmulo de heme no sangue e consequente icterícia). Estresse físico Fase menstrual (efeitos dos hormônios femininos no próprio processo de secreção) (jejum prolongado, estresse físico e fase menstrual podem desencadear hiper-bilirrubitemia não-conjugada, com retenção de bilirrubina e possível icterícia) Conclusões: Funções na digestão e depuração Secreção espontânea Origem metabólica (não-dependente de fatores externos, embora influenciada por eles) Modulação por quimo Componentes críticos Funcional: ácidos biliares, lectina Catabólico: bilirrubina, colesterol Controle metabólico da produção Distúrbios geram Sintomatologia múltipla Morbidade importante Distúrbios da secreção Acúmulo de fluidos no lúmen Resultante de disfunção seletiva na absorção Resultante de hipersecreção Consequências potenciais Diarreia DesidrataçãoDesequilíbrio hidro-eletrolítico (principalmente K+) Na troca iônica das partes mais distais, Na+ é poupado; de modo a realizar-se um equilíbrio compensatório, há hipersecreção de K+. Disfunção seletiva da Absorção Sadio Excreção normal Intestino delgado Diarreia no delgado Cólon Diarreia do cólon Quando volume de fluido secretado é maior que capacidade de reabsorção, há diarreia. Transferência normal do delgado para o grosso: cerca de 1,3 litros por dia Volume de diarreia maior que um litro: disfunção no delgado Volume de diarreia menor que um litro e alta frequência: disfunção no cólon Hipersecreção: sobrecarga de fluido Estimulação exacerbada Exógena (enterotoxina) Endógena (tumor) (tumor secretor traz excesso de VIP) Hiperplasia de criptas Doença celíaca Área de absorção: vilosidades Área de secreção: criptas Hipersecreção intestinal: Cólera Infecções: Liberação de enterotoxinas (fator exógeno trazendo hipersecreção por hiper-estimulação) Ativação de mediadores (Secretores) Intracelular Extracelular via PINES Substâncias secretoras: serotonina, gastrina, neurotensina; calcitonina, prostaglandinas, VIP; acetilcolina, substância P, e serotonina e VIP; histamina, PAF e bradicinina. Diarreia aquosa Volumosa Persistente após jejum Hiato osmótico pequeno Diarreia secretora X diarreia osmótica Hiato osmótico fecal (mOsm/kg de fluido) 290 – 2X [Na+][K+] fecal Pequeno hiato (menor que 40) na diarreia secretora Grande hiato (maior que 40) na diarreia osmótica Diarreia secretora (hiato osmótico menor que 40) tem fluido com características osmóticas do plasma Diarreia osmótica (hiato osmótico maior que 40) aparece com alta osmolaridade não por causa do Na+ e do K+ (cujas concentrações inclusive diminuíram), mas sim por causa da osmolaridade de ácidos orgânicos presentes Na+ e K+ são os íons principais. Osmolaridade do plasma: 290 mOsm/kg do Terapia da diarreia secretora Evitação da hipovolemia e desequilíbrio hidroeletrolítico Solução de Reidratação Oral (estímulo de transporte acoplado sódio-glicose) (glicose permite transporte acoplado de sódio com soluto – a própria glicose) Descoberta do simples soro de reidratação oral foi uma das maiores descobertas da medicina moderna. Fármaco: Bloqueio de canal CFTR (bloqueio exocitose de Cl-, bloqueando contra-transporte de Cl-/HCO3. Com HCO3 dentro da célula, não há saída de água por acompanhamento ao HCO3, e diminui-se o volume da secreção. Conclusões Secreção intestinal tem origem nas criptas Funções Proteção Depuração Reatividade a estímulos Regulação multicelular Ciclo êntero-sistêmico de fluidos Distúrbio Diarreia secretora Diarreia osmótica Agravos afetam Bem estar Homeostase Distúrbios Redução da salivação Várias manifestações Xerostomia (sensação de boca seca) Perda do paladar Consequências: Desconforto Dano tissular Propensão á infecção (ausência de fatores anti-microbianos presentes na saliva, como Imunoglobulina A, lisozima, lactoferrina e histatina) Múltiplas causas da redução da salivação. Processos degenerativos Fármacos de efeito anti-colinérgico (grande número e diversidade) Aumento da salivação Manifestação: Sialorreia Consequências: Desconforto físico Agravos psicossociais Causas: Hipersecreção Disfunção neuromuscular Disfunção sensorial Saliva: material para exame: Biomarcadores: fármacos, hormônios, proteínas salivares (7g/litro). Usos: monitoramento do estado de saúde Detecção de início e progressão de doenças Avaliação de efeito de terapia
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