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INFECÇÕES OSTEOARTICULARES OSTEOMIELITE HEMATOGÊNICA AGUDA: - Processo infeccioso que acomete os ossos, geralmente causado por bactérias. - Considerado uma emergência médica. - Acomete mais meninos, com distribuição bimodal: menores de 2 anos e dos 5 aos 12 anos. - Decorrente de infecções como impetigo, otite média, faringite ou pneumonia. A placa de crescimento constitui uma barreira natural. O fluxo sanguíneo, ao atingir os ramos terminais das artérias metafisárias, sofre redução da velocidade e turbilhonamento, que propicia condição favorável para a bactéria se alojar. Assim, a epífise geralmente é poupada, e a infecção pode progredir para a cavidade medular por meio do córtex metafisário, elevando o periósteo e formando um abscesso subperiosteal. - Atinge metáfise de ossos longos, pois há interrupção de sangue (sem vascularização), multiplicação bacteriana. Ocorre liberação de enzimas proteolíticas, causando condrólise. Até 48h ainda não ocorreu necrose tissular e a circulação ainda não foi interrompida pelo aumento da pressão interossea. Após esta fase, tem-se a formação de abscesso ósseo encapsulado por tecido necrosado, resultado da ação bacteriana da isquemia. Com a continuidade da reprodução bacteriana ocorre invasão do canal medular e logo depois do espaço subperiosteal, e logo após invasão de partes moles com formação de fistula. Com o descolamento do perioesteo ocorre mais isquemia óssea e tem-se um fragmento maior de osso cortical desvitalizado que necrosará e constituirá o sequestro ósseo. - Ocorre formação de trombos sépticos interrompendo o fluxo, gerando congestão e aumento da pressão, dentro de 24 a 48h formação de pus (canais de Havers e Volkmann), levando a necrose com abscesso subperiosteal e aspecto do osso em “casca de cebola”. - Agentes mais comuns: Staphylococcus aureus (70-90%) Streptococcus grupo B (20-50%) – RN Gram negativos (5%) – RN. - Locais mais acometidos: Fêmur distal Tíbia proximal Úmero proximal - Quadro clínico: Febre alta Astenia Dor intensa e localizada Sinais flogísticos: edema, calor, rubor, perda de função e dor Próximo a articulações pode ocorrer limitação da amplitude de movimento Criança chega mancando, evitando usar o membro afetado RN e lactentes: irritabilidade e recusa alimentar - Diagnóstico: RX simples (1º exame): - Início: normal ou edema de partes moles - Após 10-14 dias: rarefação, levantamento periosteral “casca de cebola”. USG: - Edema e abscesso Cintilografia óssea trifásica com tecnécio-99: - Hipercaptação (em áreas acometidas) RNM (mais sensível e especifico p/ diagn, deve ser considerado apenas em casos que o diagn não pode ser feito pelos métodos usuais): - T1: hiposinal - T2: hipersinal - Gadolíneo: edema x abscesso. TC: - Pouco útil na osteomielite aguda Laboratorial: - Hemograma: com desvio a esquerda (leucocitose ou leucopenia) - Hemocultura (positiva em somente 50% dos casos) - VHS (indica inflamação): aumentada - PCR: aumentada em 6h de infecção Punção óssea (parte do tratamento definitivo caso seja positiva, realizar drenagem cirúrgica): - Bacterioscopia - Cultura - Antibiograma - Tratamento: Conservador: - Deve ser realizado até 48h do inicio da instalação bacteriana e inicio dos sintomas. - Antibioticoterapia parenteral: RN e lactentes: oxacilina + gentamicina 3m a 3a: cefuroxima >3a: oxacilina - Uso de antibioticoterapia EV deve iniciar-se imediatamente após a coleta de material para cultura (sangue e aspiração do local). - Atb venoso deve ser mantido por 6 sem após limpeza cirúrgica, ou até quando os exames laboratoriais estiverem normalizados, mantendo VO na alta hospitalar. Cirúrgico: - Após realizada a punção, drenar em caso de presença de pús. - Ou caso os sintomas não regridam nas primeiras 48h de antibioticoterapia. - drenagem cirúrgica está indicada sempre que houver a suspeita de abscesso subperiostal - Complicações: Pioartrite secundária (infeção articular) Septicemia (em caso de não tratamento) Cronificação (osteomielite crônica) PIOARTRITE (ARTRITE SÉPTICA): - Infecção de uma articulação sinovial causada por bactéria piogenica. - Pode ser por via: hematogenica, direta (trauma ou iatrogênica – punção) ou secundária a osteomielite. - Idade de acometimento: Lactentes de 1 a 2 anos (+ freq.) QUADRIL Pré-escolares JOELHOS - Ocorre invasão bacteriana no espaço articular (membrana sinovial), essas bactérias caem no liquido sinovial aumentando quantidade celular (citocinas pro inflamatórias) e liberando enzimas bacterianas. Levando assim, a destruição da cartilagem (condrolise) nas primeiras 24 a 48 horas, podendo levar a destruição e permanente dano da articulação. - Presença de bactérias na articulação provoca resposta inflamatória acentuada, que leva a destruição da cartilagem articular a partir de 3h do inicio da infecção, por meio de enzimas e toximas liberadas por bactérias. - Agente etiológico: S. aureus, H. influenzae e Streptococcus. - Quadro clínico: Dor progressiva e que piora muito com a mobilização articular Edema na articulação afetada Febre Astenia Incapacidade funcional postura antálgica, claudicação ou pseudoparalisia (não consegue mover o membro). Irritabilidade, inapetência. POSIÇÃO ANTALGICA (flexão quadril e joelho) + EDEMA + FEBRE + PRESENÇA DE INFECÇÃO PRÉVIA! Qualquer tentativa de manipulação provoca dor intensa e contração muscular sinal do bloqueio articular. - Diagnostico: Laboratorial - Hemograma (leucocitose) - VHS (aumentado) - PCR (aumentado) - Hemocultura (positiva em 40%) Rx - Auxilia a descartar outras condições (patologias) - Pode evidenciar edema de partes moles, aumento do espaço articular, distensão da capsula, presença de osteomielite na metáfise proximal e no quadril, subluxaçao e necrose da cabeça. USG Ecografia - Útil para confirmar presença de liquido na articulação (comparar com a artic contralateral) - Imagem mais ecogênica é favorável a secreção purulenta ou coágulos hemorrágicos. Punção articular - Recomendada quando houver positividade a partir de 2 critérios - Tratamento: Cirúrgico (ARTROTOMIA) - Drenagem/descompressão - Lavagem - Perfurações metafisárias colhe material do osso para verificar se foi uma complicação secundaria da osteomielite. - + Antibioticoterapia IV Iniciada logo após punção articular - DRENAGEM + DESCOMPRESSÃO + LAVAGEM + ANTIBIOTICOS - Complicações: Condrólise: destruição total da articulação. OSTEOMIELITE CRÔNICA: - Apresenta sinais por semanas a meses e está associada a osteomielite aguda não diagnosticada, não tratada ou tratada por tempo insuficiente. - Formação de sequestro ósseo e fistulas. - Ocorre isquemia medular, levando ao aumento da necrose e cortical, causando levantamento periosteal. - Estão representes sequestros ósseo (tecido ósseo desvitalizado, sinal radiográfico radiolucente), devido prejuízo vascular do osso infectado. - Pode ocorrer comunicação do segmento ósseo com o meio externo (fistulização). - A fistula (externa, entre víscera e pele) drena o pus e pode ser porta de entrada para infecção secundária. - Fases: Remissão Reagudizaçao - Alguns casos necessário amputação – devido alta presença de pus e odor fétido. - Diagnostico: Rx - Evidencia de sequestro ósseo e invólucro com imagem lítica ao redor. TC Fistulografia - Injeta contraste no local da fistula que vai até o local inicial da infecção. - Tratamento: Cirúrgico - Desbridamento agressivo de todo o osso necrótico e tecido com vascularização deficiente. - Cultura e antibiograma Atb (IV) - Bacteremia - 3 a 6 sem.
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