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TECNOLOGIA E MATERIAIS DE 
CONSTRUÇÃO CIVIL III 
 
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL | ETAPA 7 
 
 
Vanessa Rosa Pereira Fidelis | Profa. Ma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1: Técnicas construtivas: processos iniciais 
 
 
 
 
Vanessa Rosa Pereira Fidelis 
 
 
Introdução 
 
Neste primeiro capítulo que aborda a Tecnologia de Construção Civil, vocês terão a 
oportunidade de conhecer os processos iniciais para execução de uma obra. 
 
Após a escolha do local de implantação da obra e conclusão dos projetos, segue-se para a 
organização do canteiro de obras, na qual, deve-se também realizar um projeto para 
definição dos locais necessários para as instalações provisórias e suas respectivas áreas, 
juntamente com a avaliação do local para suprimento das concessionárias locais de água, 
esgoto e energia elétrica. 
 
O capítulo define e descreve também os processos de locação da obra; execução de 
fundações diretas; execução de formas de madeira, montagem de armadura e concretagem 
com concreto usinado. Os processos executivos abordados foram escolhidos por serem 
mais comuns nas obras convencionais e, por esse motivo, foram apresentados de maneira 
sintetizada, entretanto com a apresentação de todas as etapas necessárias para a 
execução. 
 
 
A finalidade deste trabalho é orientá-los na execução de obras de construção civil. Com 
esse intuito, o capítulo apresenta diversas ilustrações como forma de lhe aproximar do 
canteiro de obras e elucidar a sequência construtiva de cada processo. 
 
Este capítulo apresenta pela ordem prevista de realização os diversos assuntos, indicando 
as respectivas normas brasileiras e regulamentadoras necessárias. 
 
 
Objetivos 
 
Ao final do estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de: 
 
 definir os espaços necessários para implantação de instalações provisórias 
destinadas ao canteiro de obras; 
 elaborar layout de implantação do canteiro de obras; 
 reconhecer os equipamentos utilizados na produção da obra; 
 coordenar a execução de fundações diretas com sapatas corridas e radiers; 
 coordenar a execução de formas de madeira para vigas, pilares e lajes em concreto 
armado; 
 reconhecer as lajes treliçadas, maciças e nervuradas; 
 coordenar a execução de montagem de armadura para estruturas de concreto 
armado; 
 coordenar o pedido, recebimento e utilização do concreto usinado aplicado em 
estruturas de concreto armado. 
 
Esquema 
 
1.1 Organização de canteiro de obras 
1.2 Locação de obras 
1.3 Execução de fundações diretas 
1.4 Execução de fôrmas de madeira 
1.5 Armação para concreto 
1.6 Concretagem com concreto usinado 
 
 
1.1 Organização de canteiro de obras 
 
1.1.1 Conceitos gerais 
 
1.1.1.1 Canteiro de obras 
 
O canteiro de obras é o local onde todos os recursos de produção apresentam-se 
disponíveis de forma organizada, a fim de proporcionar apoio na realização dos trabalhos de 
produção, e ainda, possui todas as ações que buscam a racionalização. 
 
O canteiro mostra-se conforme a NBR 12284 (1991), os Códigos de Obras Municipais e as 
Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego. 
 
O canteiro de obras compreende as áreas em torno da edificação, dentro dos limites do 
terreno, as áreas dentro da própria edificação e os locais de apoio e locais de realização dos 
serviços ligados à execução da obra. 
 
 
Para uma melhor compreensão deste trabalho, enxergaremos o canteiro de obras como o 
local no qual se dispõem todos os recursos de produção (mão de obra, materiais e 
equipamentos), organizados e distribuídos de forma a apoiar e a realizar os trabalhos de 
construção, observando os requisitos de gestão, racionalização, produtividade e 
segurança/conforto dos operários. 
 
1.1.1.2 O espaço físico 
 
No espaço físico disponível para instalação do canteiro é necessária a disposição adequada 
dos recursos, sejam eles recursos humanos, materiais ou de equipamentos, de forma a 
proporcionar um apoio satisfatório à produção no canteiro de obras. Podemos dizer que esta 
adequação está diretamente relacionada com o tamanho da obra, tipo de obra e processos 
que serão executados na mesma. 
 
Dentre as classificações mais comuns para os arranjos físicos estão: arranjo físico por 
produto ou linear, arranjo físico por processo ou funcional e arranjo físico posicional ou fixo. 
Neste último, os recursos que serão processados não fluem pelas operações. Ao contrário, 
ficam estáticos e o fluxo se dá por meio do movimento de pessoal, máquinas, equipamentos 
e instalações em relação ao produto processado. Este tipo de arranjo é empregado quando 
a escala (tamanho) do produto não permite que ele seja deslocado e quando ele abriga 
diversos processamentos, tal como ocorre na Indústria da Construção. (MAIA e SOUZA, 
2003) 
 
É importante ressaltar que, apesar de a construção de edificações, propriamente dita, pode 
ser inserida na classe dos arranjos físicos posicionais. Dentro de um canteiro de obras, há 
vários arranjos físicos específicos por produto, como por exemplo, nas centrais de aço, 
fôrmas, pré-moldados e de produção de argamassas. 
 
1.1.1.3 Indústria da construção 
Segundo Abiko et. al. (2005) a construção civil é dividida em duas partes principais. O 
segmento das edificações que é composto por obras habitacionais, comerciais, industriais, 
sociais (escolas, hospitais etc.) e destinadas a atividades culturais, esportivas e de lazer 
(quadras, piscinas etc.). O outro segmento é o de construções pesadas que engloba as vias 
de transporte e obras de saneamento, irrigação/drenagem, geração e transmissão de 
energia, sistemas de comunicação e de infraestrutura. 
Transformação realidade 
 
1.1.2 Layout do canteiro de obras 
 
1.1.2.1 Definição do canteiro de obras 
 
O canteiro de obras, por ser o espaço para concretizar todo o trabalho de concepção de 
uma obra, acaba recebendo influências de todas as atividades que dizem respeito a um 
empreendimento. Sendo assim, a concepção do canteiro de obras acaba se dando por um 
processo interativo, em que cada modificação quanto à construção da obra acaba gerando 
uma melhor solução para o layout do mesmo. (SOUZA e FRANCO, 1997) 
A Erro! Fonte de referência não encontrada. apresenta um fluxograma de atividades para 
o planejamento do canteiro no decorrer das fases do empreendimento e seus respectivos 
detalhamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Fluxograma de atividades que compõem o planejamento do canteiro de obras. 
Fonte: Souza & Franco (1997, p.1) 
 
Cada definição a ser tomada ao longo do planejamento, deverá ser adaptada à realidade de 
cada empresa/empreendimento e continuamente discutida e melhorada, tendo como base 
cada uma das etapas mostradas. 
 
1.1.2.2 Prazos 
 
O prazo de execução da obra é o primeiro item a ser considerado na definição do canteiro 
de obras. Deve-se observar a data início de execução, considerando-se períodos de 
intempéries e mobilidade das instalações provisórias do canteiro. 
 
1.1.2.3 Projetos 
 
O bom planejamento do canteiro depende das informações do projeto do empreendimento. 
A falta de projetos detalhados antes do planejamento do canteiro de obras gera canteiros 
mal planejados e custos extras de mudanças durante a execução da obra. 
 
 
Os projetos detalhados definem: delimitações do terreno; níveis do terreno; condições das 
construções vizinhas se houver; vias de acesso ao local para verificação das condições e 
condições de tráfego se houver; existência ou não de rede de água e esgoto sanitário; rede 
elétrica da concessionária local. 
 
1.1.2.4 Plano de ataque 
 
O “plano de ataque” de um empreendimentoé o plano de execução da obra definido a partir 
do planejamento, constando prazos e sequência de execução. Com base na definição desse 
plano, define-se o layout do canteiro e as mudanças que ocorrerão durante o processo de 
construção. 
 
1.1.2.5 Cronograma físico 
 
Com o projeto e plano de ataque definidos, faz-se o cronograma físico com os prazos para 
execução de cada atividade e a dependência das tarefas. 
 
A partir deste cronograma, planejam-se os recursos necessários ao longo do tempo, 
podendo ser recursos de pessoal, materiais e equipamentos envolvendo: o transporte 
interno e externo; armazenamento de materiais; localização de equipamentos e centrais de 
produção e outros. 
 
1.1.2.6 Tecnologias 
 
Os diferentes tipos de equipamentos disponíveis no mercado requer a definição da melhor 
tecnologia a ser utilizada na execução da obra dependendo do tipo de serviço a ser 
executado em cada fase da construção. 
 
1.1.2.7 As fases do canteiro 
 
Faz parte da execução da obra a mudança do canteiro ao longo do processo, seja para 
facilitar o processo de execução ou para liberação de áreas que serão ocupadas. Assim, é 
imprescindível o estudo detalhado antes do início da obra antevendo as fases fazendo com 
que o canteiro acompanhe a fase de execução da obra. 
 
A demanda em cada fase é determinada pelo cronograma de mão de obra, cronograma de 
materiais e previsão de equipamentos, em que se detecta os picos de produção e a relação 
de insumos necessários para gerar os espaços adequados. As normas NR-18 e NBR 12284 
podem servir de referência para fixação das áreas no canteiro em cada fase. Abaixo 
apresentamos a Tabela 1 que auxilia na definição das áreas de armazenamento: 
 
___________________________________________________________________ 
Tabela 1: Exemplo de definição de espaço para armazenamento do cimento 
Material Quantidade no pico Características do 
estoque 
Área (m2) 
necessária 
Cimento 200 sacos Pilhas 10 sacos 8,4 m2 
___________________________________________________________________ 
 
 
1.1.2.8 Elementos do canteiro 
 
Relaciona-se a seguir os principais elementos do canteiro de obras. Entende-se por 
elementos do canteiro todas as partes que o contém. 
 
 
a) Elementos ligados à produção: 
 
 Central de argamassa e concreto. 
 
 Central de corte, dobra e montagem de armação (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Central de corte, dobra e montagem de armação. 
 
 
 
 Central de produção de pré-moldados (Figura 3). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Central de produção de painéis e de vergas pré-moldadas. 
 
 
 Central de corte e montagem de fôrmas. 
 
 Montagem de kits de instalações (Figura 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Kits de esgoto prontos para serem utilizados. 
 
 
 
 
b) Elementos de apoio à produção: 
 
 Baias para estoque de areia e brita (Figura 5), pó de pedra e outros 
 
 
Figura 5: Baias com estoque de areia 
 
 Local coberto com estrado de madeira para cimento, cal e outros materiais 
ensacados (observar o empilhamento máximo de 10 sacos). 
 
 Estoque de blocos de concreto, cerâmico e telhas. 
 
 Barras de aço livre de contato com o solo separados em bitolas. 
 
 Cavaletes para tubulação hidráulica (Figura 6), elétrica e outros. 
 
 
 
Figura 6: Cavalete para armazenamento de tubulação hidráulica por diâmetro. 
 
 
 Masseiras para estoque de argamassa industrializada a granel. 
 
 Estantes para estoque de conexões (Figura 7). 
 
 Local coberto para estoque de esquadrias (Figura 7). 
 
 
 
Figura 7: Almoxarifado com prateleiras para separação de materiais. 
 
 
 Local para coleta de resíduos (Figura 8). 
 
 
 
 
 
Figura 8: Modelo de coleta de resíduos sólidos (baias e latões identificados). 
 
 
 Estoque de materiais de pintura. 
 
 Local seguro para estoque de metais. 
 
 Estoque de louças. 
 
 Estoque de madeira para fôrmas e estruturas. 
 
 Almoxarifado para empreiteiros. 
 
 Almoxarifado para ferramentas. 
 
 Argamassadeira (Figura 9). 
 
 Betoneira e outros equipamentos (Figura 9 e Figura 10). 
 
 Pontos de água, esgoto e eletricidade. 
 
 
 
 
 
Figura 9: Betoneira, argamassadeira e compactador tipo “sapo”. 
 
 
 
Papel 
 
Orgânico 
 
Vidro 
 
Plástico 
 
Metal 
 
METAL 
Aço,Arame,Prego,Lata,Ferro METAL NOBRE Alumínio, Cobre 
 
PLÁSTICO 
Embalagem, PVC 
 
PLÁSTICO 
PET 
 
PAPELÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10: Betoneira auto-carregável. 
 
 
c) Área de Vivência: 
 
 Refeitório (Figura 11). 
 
Faz parte da execução da obra a mudança do canteiro ao longo do processo, seja para facilitar o 
processo de execução ou para liberação de áreas que serão ocupadas. Assim, é imprescindível o 
estudo detalhado antes do início da obra antevendo as fases fazendo com que o canteiro 
acompanhe a fase de execução da obra. 
 
 
 
Figura 11: Refeitório de chapas compensadas e tela mosqueteiro. 
 
 
 Cozinha (se houver). 
 
 Vestiário. 
 
 Instalações sanitárias. 
 
 Área de lazer. 
 
 
 Sala de treinamento. 
 
 Lavanderia. 
 
 Alojamento (se houver). 
 
d) Apoio Técnico / Administrativo: 
 
 Sala engenharia. 
 
 Sala de reuniões (se necessário). 
 
 Recepção / guarita (se necessário). 
 
 Controle de ponto. 
 
 Outros 
 
 
e) Sistema de Transporte Vertical: 
 
 Elevador de carga (guincho) ou (prancha). 
 
 Elevador de passageiro (gaiola). 
 
 Grua. 
 
 Sarilho. 
 
 Torres. 
 
 Guindastes sobre rodas ou esteiras. 
 
 Bombas de argamassa e concreto. 
 
f) Sistema de Transporte Horizontal: 
 
 Padiola. 
 
 Gerica. 
 
 Balde. 
 
 Carrinho de mão. 
 
 Porta-palet. 
 
 Dumper. 
 
 
 Bob-cat. 
 
g) Outros Elementos: 
 
 Ligação de água, energia elétrica e esgoto (Figura 12). 
 
 
 
Figura 12: Gerador de energia em local sem rede elétrica. 
 
 Portão de entrada de materiais. 
 
 Portão de entrada de pessoal. 
 
 Stand de vendas. 
 
 Tapume, cerca e proteções. 
 
 Área de circulação. 
 
 Sinalização. 
 
 Segurança do trabalho. 
 
 Equipamento de proteção. 
 
 Enfermaria (ambulatório). 
 
 Depósitos. 
 
 Gerador. 
 
 Estacionamento. 
 
 Andaime de marcação e fachada. 
 
 
1.1.2.9 Plano de controle de localização e manutenção de equipamentos 
 
 
Os equipamentos são indispensáveis para o correto andamento do processo de produção, 
assim, o controle de entrada dos equipamentos na entrada e durante o período de 
permanência na obra deve acontecer por meio de um plano que envolva o correto 
recebimento, a localização adequada e ainda a forma e periodicidade de manutenção, 
garantindo o perfeito funcionamento durante cada fase de produção. 
 
Além disso, a localização dos equipamentos no canteiro deve ser de forma a não atrapalhar 
o fluxo de materiais e pessoal, pois sua função é tornar o processo produtivo. A Figura 13 
mostra uma central de produção de argamassa e concreto com acessos facilitados para a 
chegada de carrinhos e padiolas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13: Central de produção de argamassa e concreto. 
 
1.1.2.10 Critérios para o arranjo físico dos elementos do canteiro 
 
Após definição dos elementos necessários para a execução das atividades de produção e 
apoio à obra, torna-se necessária a avaliação de cada local de instalação do canteiro para 
que se tenham as melhores escolhas e melhor arranjo dentro da área e condições 
existentes. 
 
Apresenta-se, a seguir,um quadro-resumo (Quadro 1) do detalhamento de uma lista com os 
critérios a serem considerados nas propostas de arranjo físico do canteiro de obras. 
_________________________________________________________________________________ 
Quadro 1: Quadro-resumo do detalhamento de critérios determinantes dos arranjos físicos do 
canteiro de obras. 
 
CRITÉRIO DEFINIÇÃO FATORES
Acessibilidade
a) Existência de entrada exclusiva para mão-de-
obra
b) Quantidade e qualidade dos acessos para 
materiais incluindo dimensões
c) Regiões servidas pelos acessos
d) Facilidade de acessos aos estoques
e) Facilidade de acessos aos equipamentos de 
transporte vertical
f) Local para parada de caminhões nas 
proximidades do canteiro
Facilidade para a 
movimentação de materiais
a) Distâncias horizontais reduzidas entre o ponto 
de recebimento e o ponto final de utilização dos 
materiais
b) Minimização do número de etapas do 
fluxograma de processos
c) Características das vias de transportes internos
d) Adoção de sistema de transporte adequado 
para cada tipo de obra
Facilidade de entrada e saída de 
pessoas, materiais (e seus respectivos 
meios de transporte) e equipamentos no 
canteiro de obras, entre a via pública e o 
seu local de descarregamento, estoque, 
posição de trabalho / aplicação ou até o 
equipamento de transporte vertical.
Indica a facilidade com que os materiais 
são levados de um ponto a outro, dentro 
do canteiro
 
 
 
 
CRITÉRIO DEFINIÇÃO FATORES
Facilidade para a 
movimentação de materiais
a) Distâncias horizontais reduzidas entre o ponto 
de recebimento e o ponto final de utilização dos 
materiais
b) Minimização do número de etapas do 
fluxograma de processos
c) Características das vias de transportes internos
d) Adoção de sistema de transporte adequado 
para cada tipo de obra
a) Existência de transporte vertical mecanizado 
para o pessoal
b) Somatório das distâncias horizontais 
percorridas pela mão-de-obra sem a finalidade de 
transportar materiais (distâncias, a partir dos 
postos de trabalho, até sanitários, vestiários, 
almoxarifado, refeitório, lazer e outros)
a) Existência de critérios para o recebimento de 
equipamentos locadosb) Existência de plano de manutenção preventiva 
de equipamentosc) Existência de cronograma de equipamentos que 
defina a quantidade demandada por fase da obra
a) Dimensionamento adequado para cada tipo e 
quantidade de material
b) Distância de outros fluxos
c) Acesso e saída facilitados
d) Os estoques devem ter características de 
proteção adequadas com relação à ação das 
intempéries (sol, chuva, etc.) para cada tipo de 
material. Acesso e saída facilitados
a) Existência da guarita
b) Número reduzido de acessos ao canteiro
c) Posição reservada dos acessos em relação ao 
estoque de materiais de maior valor agregado
d) Distâncias elevadas entre os acessos
e) Distância elevada e visibilidade deficiente dos 
acessos em relação à guarita ou ao almoxarifado
f) Posição deficiente dos estoques em relação à 
guarita
a) Necessidade minorada do uso da mão-de-obra 
para o transporte de materiais dentro do canteiro
b) Características adequadas dos percursos 
realizados pela mão-de-obra para diversos fins. 
Para tanto, deve-se evitar a existência de trajetos 
sujeitos a quedas de materiais: próximos a 
desníveis; próximos a áreas de produção; muito 
extensos; e que demandem elevado esforço físico 
para a movimentação (subir escadas, por 
exemplo)
Indica a facilidade com que os materiais 
são levados de um ponto a outro, dentro 
do canteiro
Indica a facilidade de deslocamento da 
mão-de-obra, de um ponto a outro do 
canteiro, para finalidades diversas (não 
de transporte de materiais)
Facilidade para a 
movimentação de pessoal 
(deslocamentos sem a 
finalidade de transporte de 
materiais)
Confiabilidade dos 
equipamentos
Confiabilidade denota segurança ou 
certeza no cumprimento de uma tarefa 
ou incumbência. A confiabilidade de um 
elemento/sistema pode ser entendida 
como a conjugação da probabilidade de 
falha do mesmo com o impacto 
provocado sobre a produção no caso da 
ocorrência da falha 
Aspectos adicionais quanto à 
qualidade do armazenamento
A qualidade do armazenamento pode 
ser entendida como um conjunto de 
propriedades, atributos e/ou condições 
desejáveis do local de estoque para que 
seja considerado adequado à 
manutenção das características físicas 
e químicas, e do desempenho, de 
determinado material ou insumo. Além 
disso, os estoques devem evitar a perda 
de materiais
Conjunto de medidas que visam evitar 
furtos de materiais dentro do canteiro de 
obras 
Segurança patrimonial
Segurança da mão-de-obra Preservação da saúde e do estado físico 
natural dos trabalhadores pela proteção 
dos mesmos quanto aos riscos de um 
acidente. A proteção contra os 
acidentes dá-se através da redução da 
probabilidade da ocorrência de 
“incidentes” e da mitigação e/ou 
eliminação das suas conseqüências
 
 
Fonte: Adaptado de Maia e Souza (2003, p.8-11). 
__________________________________________________________________________ 
 
CRITÉRIO DEFINIÇÃO FATORES
a) Posicionamento dos elementos que possam 
causar boa impressão aos transeuntes e 
visitantes, em locais que proporcionem boa b) Adoção de equipamentos que possam 
impressionar os visitantes ou transeuntes (por 
exemplo, a adoção de grua)
c) Controle da visibilidade da obra de fora para 
dentro quanto às partes do canteiro que não se 
quer mostrar ao público externo (por exemplo, a 
produção artesanal de argamassa)
d) Facilidade de limpeza e retirada do entulho
e) Posicionamento privilegiado do stand de vendas
a) Posicionamento dos elementos em locais que 
permitam a sua permanência durante o maior 
tempo possível sem sofrerem alterações
b) Possibilidade de realizar modificações no 
canteiro, quando necessárias, o mais rápido 
possível e com o mínimo de interferências (por 
exemplo, compondo um local de estoques que 
possam servir para diferentes fases da obra)
c) Área reservada a um elemento, maior que a 
estritamente necessária, gerando capacidade de 
abrigar demandas excepcionais
d) Modularidade das instalações, facilitando 
eventuais acréscimos ou reduções de áreas 
destinadas aos elementos
e) Composição do local que abriga o elemento, 
permitindo fácil montagem/remontagem
Salubridade, conforto e 
motivação do operário
Conjunto de fatores que promove a 
saúde ocupacional e a higiene no 
ambiente de trabalho, contribui para o 
conforto e bem estar do operário e, além 
disso, induz positivamente a conduta e a 
postura do trabalhador com relação ao 
trabalho que executa
a) Respeito às normas (pelo menos) 
a) Local para coleta seletiva de resíduos sólidos 
destinados à reciclagem
b) Local para posicionamento de caçamba para 
coleta de outros resíduos sólidos que não serão 
reciclados
c) Local de destinação de resíduos líquidos 
oriundos de águas de lavação das betoneiras e 
ferramentas de trabalho.
Interação administração / 
produção
Facilidade de gestão / acompanhamento 
“visual” das atividades de produção 
dentro do canteiro de obras
a) O posicionamento da área administrativa que 
privilegie a gerência e o controle visual da 
produção é desejado, pois, dessa forma, o 
engenheiro pode identificar mais facilmente 
problemas na produção
Custo 
Correta destinação de resíduos sólidos e 
líquidos gerados pela obra
Valor despendido na compra de 
material, ferramentas e equipamentos, e 
no pagamento de mão-de-obra para a 
construçãodo canteiro de obras. Estão 
incluídos, também, os custos dos 
equipamentos que farão parte do 
canteiro, tais como guinchos, grua, 
balancins, etc.
Estética e marketing Estética e marketing são encarados 
como o conjunto de características, 
propriedades, atributos ou condições 
visuais que denotem e reforcem uma 
imagem (comercial) positiva da empresa 
construtora da obra, para o público em 
geral
Aptidão ou capacidade que o canteiro 
tem de adaptar-se às mudanças nas 
características e/ou volumes de trabalho 
Flexibilidade 
Meio-ambiente
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACESSIBILIDADE 
Note que a Figura 14 apresenta depósito intermediário de telhas cerâmicas de 
frente à Unidade Habitacional onde o material será utilizado. 
 
Figura 14: Acessibilidade – Depósito de telhas cerâmicas. 
 
ESTÉTICA e INTERAÇÃO ADMINISTRAÇÃO/PRODUÇÃO 
 
A Figura 15 mostra a identificação visual de quadras e lotes de um 
empreendimento de repetições horizontais. A identificação melhora a estética da 
obra, facilita o transporte de pessoas e materiais e, ainda, permite um melhor 
acompanhamento do controle da produção por parte da administração. 
 
 
Figura 15: Identificação visual de quadras e lotes. 
 
Exemplificando! 
 
1.1.3 A definição do Layout do Canteiro 
 
Para a definição do layout do canteiro apenas critérios técnicos não são suficientes. O 
planejamento também deve ser realizado tendo como base a criatividade dos planejadores. 
O objetivo é um espaço onde reúna todas as características técnicas necessárias para o 
melhor fluxo produtivo da obra; todos os aspectos relacionados à saúde, bem estar e 
segurança dos operários, e ainda, aspectos que buscam a garantia de um menor impacto 
ambiental dos resíduos líquidos e sólidos gerados pela obra. 
 
A Figura 16 apresenta o layout de um empreendimento composto de 17 casas térreas. O 
local de implantação do canteiro de obras ficou deslocado das construções em virtude da 
falta de espaço livre mais próximo, e ainda, pela grande declividade do terreno nas demais 
áreas. 
 
 
 
Figura 16: Layout de um canteiro de obras. 
 
Durante essa definição muitas opções são percebidas, cabe então um conselho entre 
equipe de planejamento e execução da obra para optar pela melhor solução. Os elementos 
essenciais nessa definição estão relacionados a seguir: 
 
 
1.1.3.1 Fluxograma dos processos 
 
O fluxo de produção abrange, além do caminho a ser percorrido para o transporte dos 
materiais, a quantidade de materiais demandada em cada fase do processo. Assim, a 
localização de elementos essenciais à melhor fluidez do processo deve ser cuidadosamente 
analisada. 
 
1.1.3.2 Proximidade desejável entre os elementos do canteiro 
 
Deve-se observar a interação entre os elementos do processo durante cada fase da obra, 
sejam eles relacionados à produção ou ao apoio à produção. 
 
1.1.3.3 Roteiro para posicionamento dos elementos do canteiro 
 
 
Como não há apenas uma regra para determinação do posicionamento dos elementos no 
canteiro, sugere-se um roteiro simplificado que serve de referência de como proceder à 
disposição (SOUZA e FRANCO, 1997): 
 
 posicionamento do “stand” de vendas; 
 escolha do local do(s) acesso(s); 
 posicionamento da guarita; 
 escolha do posicionamento do(s) equipamento(s) de transporte vertical; 
 localização da área de alojamento/sanitários; 
 localização dos almoxarifados; 
 localização, em ordem decrescente de importância, dos principais 
processamentos intermediários (central de argamassa, corte, dobra e pré-
montagem de armadura) associados a seus respectivos estoques; 
 localização do escritório. 
 
1.1.3.4 Lista de experiências passadas vividas pela Empresa / Planejadores 
 
Constantemente estamos aprendendo com as experiências que vivemos, e não é diferente 
quando falamos da definição do layout de um canteiro de obras. Portanto, recomenda-se 
que os planejadores tenham listados itens que contribuam para a definição de um layout em 
uma nova obra, seja para evitar a recorrência ou para antever situações que venham a 
prejudicar o bom andamento do processo. 
 
1.1.3.5 Seleção da melhor alternativa 
 
Bom, falar de melhor alternativa seria quase uma pretensão de nossa parte, contudo, os 
estudos apresentados visam minimizar os erros na definição de um canteiro de obras 
personalizado para cada tipo de obra. A melhor opção deve ser baseada nesses critérios 
somada à experiência e ao bom senso dos planejadores, conciliando o que há de melhor em 
cada item a ser definido. 
 
1.1.4 Normas regulamentadoras 
 
Dentre as normas que todas as empresas e trabalhadores de todos os ramos devem 
cumprir obrigatoriamente, destacam-se aquelas Normas Regulamentadoras do Ministério do 
Trabalho, inscritas no capítulo 5 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que tratam da 
segurança e medicina do trabalho. 
 
As principais Normas Regulamentadoras (NR´s) que afetam principalmente e diretamente os 
canteiros de obras da construção civil são as de número 5,6,7,9 e 18. 
 
1.1.4.1 NR-5 
 
A NR-5 trata da CIPA: conforme a NR-5 (Portaria n° 8 de 23/02/1999), toda construtora tem 
que constituir e manter em funcionamento uma Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes (CIPA). A eleição da Comissão é convocada pelo empregador e este deve 
promover para seus integrantes, curso sobre prevenção de acidentes do trabalho, com 
carga horária mínima de 20 horas. 
 
1.1.4.2 NR-6 
 
A NR-6 conceitua os Equipamentos de Proteção Individual (EPI`s) como todo dispositivo de 
uso individual destinado a proteger a integridade física do trabalhador e determina que a 
 
construtora deve oferecer, gratuitamente, equipamentos de proteção contra acidentes para 
todos os trabalhadores da obra. 
 
À empresa não basta entregar o EPI ao empregado. É necessário instruí-lo sobre o uso do 
mesmo e sobre as medidas de proteção individual e coletiva. O trabalhador deve usar 
corretamente o EPI, zelando por sua conservação, sua guarda e devolução. 
 
1.1.4.3 NR-7 
 
Com o objetivo de promover e preservar a saúde do conjunto de seus trabalhadores, a NR-7 
obriga todo empregador a implementar e custear, sem ônus para o empregado, todos os 
procedimentos relacionados ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional 
(PCMSO). 
 
O PCMSO tem caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à 
saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da 
existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde do trabalhador. 
No caso da construtora ter mais de 10 empregados, o PCMSO deve ser coordenado por um 
médico do trabalho, funcionário ou não da empresa. 
 
1.1.4.4 NR-9 
 
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) regulamentado na NR-9, 
determina a obrigatoriedade do construtor em preservar as condições de segurança e 
higiene do ambiente de trabalho, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e 
controle dos riscos ambientais, bem como a proteção do meio ambiente e dos recursos 
naturais. 
 
O PPRA realizado nos canteiros deve estar articulado com os demais programas da 
empresa, especialmente o PCMSO. 
 
1.1.4.5 NR-18 
 
A NR-18 estabelece medidas de proteção durante as obras de construção, demolição, 
reparos, pintura, limpeza e manutenção dos edifícios em geral, de qualquer número de 
pavimentos e ou tipo de construção. Esta norma, que é específica das atividades de 
construção civil, trata das Condições e Meio Ambiente de Trabalho na indústria da 
Construção Civil e impõe o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT). 
 
As obras com 20 ou mais empregados devem elaborare cumprir o programa, 
responsabilidade única do empregador ou do condomínio. O programa deve contemplar as 
exigências da NR-9 e sua elaboração e desenvolvimento deve ser feito por profissional 
habilitado na área de segurança de trabalho. Esta norma determina, também, a obrigatória 
comunicação prévia sobre o início da obra à Delegacia Regional do Trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Norma Regulamentadora 18 
Leia a seção 4 da NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na 
Indústria da Construção, que estabelece as diretrizes para as áreas de vivência 
do canteiro de obras. Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_18.asp>. 
 
Indicação de leitura 
 
1.2 Locação de obras 
 
1.2.1 Conceitos gerais 
 
A locação da obra é a técnica que permite a realização da transferência da planta baixa do 
projeto arquitetônico para o lote onde será edificada a construção. 
 
Para a execução da locação da obra deve-se utilizar equipamentos adequados e técnicas 
que garantam o perfeito controle das dimensões da edificação (ver capítulos de Topografia. 
 
A locação é o ponto de partida da obra e definirá todo o controle geométrico da edificação. 
 
Os elementos utilizados na execução da locação são: 
 
 aparelhos topográficos; 
 
 níveis - mangueira, bolha e laser (Figuras 17 e 18); 
 
 
Figura 17: Nível de mangueira. 
 
 
 
Figura 18: Nível de bolha. 
 
 
 
 régua; 
 
 prumo e trena; 
 
 cavaletes; 
 
 gabarito. 
 
 
1.2.2 Locação de estacas 
 
Caso haja a necessidade de estaqueamento, a posição das estacas é definida inicialmente 
antes dos demais elementos da estrutura da construção. Para a locação das estacas, 
necessita-se de um projeto de locação conforme apresentado parcialmente na Figura 19. 
 
 
 
 
 
Figura 19: Parte de um projeto de locação de estacas 
 
Inicialmente, deve-se escolher uma origem para os eixos ortogonais, posteriormente deve-
se marcar as distâncias entre os eixos acumuladas a partir da referida origem. A locação 
pode ser realizada com o auxílio de equipamento topográfico (abordado no tópico de 
Mensuração), e utilizando-se ou não cavaletes e gabaritos para a marcação das distâncias 
anotadas no projeto. 
A utilização de gabaritos como auxílio na locação, mostrada na Figura 20, é indicada para 
obras de maior porte com muitos elementos para locação. A edificação com cavalete 
contínuo deve contornar todo o perímetro. Os cavaletes são gabaritos em seções menores e 
é indicado para obras de menor porte, pois se utiliza de uma quantidade menor de material 
para execução. 
 
 
Figura 20: Gabarito para locação de obra. 
 
Com a utilização de dos gabaritos procede-se com os seguintes passos: 
1. Conferir a área. Antes de iniciar a locação da edificação, faz-se a conferência das 
dimensões da área e posicionamento das divisas em relação ao projeto; 
 
2. Referência de Nível (RN). Realiza-se a locação da obra partindo-se de um ponto 
locado pela topografia que denomina-se referência de nível. Este ponto pode ser 
uma marcação deixada pelo topógrafo; o alinhamento da rua; os limites da área onde 
será implantada a edificação; um poste de iluminação; um muro vizinho ou outro. 
 
3. Executar o gabarito com pontaletes e sarrafos. O gabarito deverá ficar a 
aproximadamente 50 cm do terreno, à aproximadamente 1,5 m da edificação a ser 
construída e ser rigorosamente nivelado utilizando-se nível de bolha e mangueira de 
nível e esquadrejado utilizando-se o processo do triângulo retângulo (Figura 21). O 
gabarito deverá ser pintado de tinta esmalte branca para facilitar a realização das 
anotações indicando os elementos estruturais; 
 
 
 
Figura 21: Processo do triângulo retângulo 
Fonte: BORGES (2009), p.45. 
 
 
4. Testemunho de concreto. Inicialmente deve-se marcar no gabarito os eixos X e Y e 
abaixo destes eixos cravar no chão um testemunho em concreto que garanta 
checagens futuras dos eixos; 
 
5. Realizar a marcação no gabarito a partir das medidas do projeto. As anotações 
devem ser realizadas de forma legível para a conferência de todos os pontos. As 
marcações devem ser feitas nos quatro lados do gabarito com tinta azul ou vermelha 
e sobre estas devem ser cravados pregos para a fixação e estiramento da linha que 
cruzará no interior do gabarito conforme mostrado na Figura 22; 
 
 
Figura 22: Gabarito executado e linhas posicionadas 
Fonte: AZEREDO (1997), p.25. 
 
6. Lançar os pontos na área. Com o auxílio de um prumo de centro e piquete (Figura 
23), marcar na área as posições das fundações, das paredes e pilares e vigas da 
estrutura, tomando-se por base a projeção do cruzamento dos fios 
perpendicularmente esticados nos pregos do gabarito e conforme o projeto de 
locação, fundações e formas fornecidas no projeto estrutural; 
 
 
Figura 23: Posicionamento do prumo de centro e piquete 
Fonte: BORGES (2009), p.45. 
 
 
Recomenda-se: 
1. Realizar conferência do gabarito. Deve-se realizar a conferência do esquadro 
(±0,5mm/m), alinhamento e nível do gabarito antes da marcação dos pontos; 
 
2. Preservar gabarito. Impedir que pessoas permaneçam sentadas, coloquem pesos ou 
cruzem o gabarito pisando sobre sua superfície: executar proteções ou prever 
passagens para pessoas e equipamentos; 
 
3. Elaborar tabela de marcação. Elaborar uma tabela de marcação com as 
coordenadas dos elementos estruturais em relação à origem dos eixos X e Y para 
facilitar o lançamento dos pontos no gabarito de acordo com esta tabela; 
 
4. Evitar acúmulo de erros. Solicitar projeto de locação com medidas acumuladas; 
 
5. Selecionar instrumentos de medida. Escolher instrumentos que tenham a menor 
possibilidade de variação de medições como trenas de aço e trenas plásticas com 
fibra de vidro; 
 
6. Realizar a marcação dos elementos estruturais. A locação deverá ser realizada 
preferencialmente pelo eixo das peças (estacas, blocos, vigas baldrames e paredes). 
Para elementos de concreto com seção triangular, retangular ou poligonal, deve-se 
descer um prumo em duas laterais para definição das faces. Cravar um piquete nos 
pontos definidos pelo prumo e locar as fôrmas; 
 
7. Realizar a conferência da locação. A locação deverá ser realizada por um mestre de 
obras com experiência ou o próprio engenheiro da obra e deverá ser conferida por 
um engenheiro que não participou do processo inicial, afim de evitar os erros antes 
do lançamento dos elementos estruturais na área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3 Execução de fundações diretas 
 
De acordo com Azeredo (1997), as fundações são elementos estruturais destinados a 
transmitir ao terreno as cardas da estrutura. As fundações são divididas em dois grandes 
grupos: 
 
 
O que marcar quando se faz a locação? 
 
 Eixos ortogonais de referência X e Y. 
 
 Posição central das estacas. 
 
 Eixos de vigas baldrames. 
 
 Centro geométrico e faces dos blocos. 
 
 Eixos de paredes/pilares. 
 
 
Sintetizando... 
 
(a) fundações diretas, superficiais ou rasas; 
 
(b) fundações indiretas ou profundas. 
 
O detalhamento de execução de forma, armação e concretagem serão abordados em itens 
específicos. 
 
Abordaremos, agora, acerca de dois tipos de fundações diretas: sapata corrida e radier. 
Vejamos, a seguir. 
 
 
1.3.1 Sapata corrida 
 
A sapata corrida é uma fundação direta executada a uma profundidade relativamente 
pequena de até 1 metro. 
 
A seguir, apresenta-se um processo executivo de sapata corrida projetada com pedras-de-
mão, concreto e blocos canaleta: 
 
(1º) realizar a escavação (se necessário) na largura da sapata corrida alargando as 
laterais para o posicionamento das formas; 
 
(2º) realizar o apiliamento(compactação manual) do fundo da vala; 
 
(3º) executar a forma conforme projeto e procedimento específico (capítulo 4); 
 
(4º) prever a passagem de todas as tubulações; 
 
(5º) lançar as pedras de mão, conforme mostrado na Figura 24, para concreto 
ciclópico (30% de pedras de mão e 70% de concreto); 
 
 
 
 
Figura 24: Pedras de mão na base da sapata. 
 
(6º) realizar a concretagem, conforme mostrado na Figura 25; 
 
 
 
 
Figura 25: Sapata corrida. 
 
(7º) executar a fiada de bloco canaleta sobre a viga de concreto ciclópico, conforme 
Figura 26; 
 
(8º) posicionar a armação na canaleta conforme projeto e procedimento específico 
(capítulo 5); 
 
(9º) fazer o preenchimento do bloco com concreto, conforme projeto e procedimento 
específico (capítulo 6); 
 
(10º) proceder à cura úmida conforme procedimento específico (capítulo 6); 
 
 
 
 
Figura 26: Fiada de bloco canaleta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sapata corrida 
 
Existem outras formas de execução de sapata corrida conforme definido em 
projeto, como por exemplo: 
 
(b) sapatas corridas executadas com tijolos maciços em degraus 
conforme mostra a Figura 27; 
 
Figura 27: Sapata corrida com tijolos 
maciços em degraus. 
Fonte: Azeredo (1997). 
 
Ampliando o conhecimento 
 
Sapata corrida 
 
(c) sapatas corridas armadas, apresentada na Figura 28. 
 
Figura 28: Sapata corrida armada. 
Fonte: Azeredo (1997). 
 
Ampliando o conhecimento 
 
 
1.3.2 Radier 
 
O radier é um tipo de fundação direta e assemelha-se a uma laje executada no piso. Para a 
execução do radier, assim como das demais fundações diretas, necessita-se de um estudo 
prévio do terreno para análise da viabilidade de implantação. 
 
A seguir, estão os passos para execução do radier: 
 
(1º) piquetear o platô conforme definição de projeto; 
 
(2º) fazer compactação com compactadores tipo "sapo", preparando a plataforma 
com o máximo de planicidade; 
 
(3º) posicionar a forma metálica ou de madeira nas laterais do radier, na espessura 
definida em projeto; 
 
(4º) lançar todas as tubulações de hidráulica e elétrica; 
 
(5º) colocar a lona para evitar perda de pasta do concreto para o solo; 
 
(6º) lançar as armações conforme definição em projeto estrutural (capítulo 5), 
conforme Figura 29; 
 
(7º) concretar com especial atenção para o nivelamento, conforme procedimento de 
concretagem com concreto usinado ou rodado na obra (capítulo 6); 
 
(8º) proceder à cura úmida conforme procedimento específico. 
 
 
 
Figura 29: Radier executado até o lançamento das armações (6º passo). 
 
 
A Figura 30 apresenta radiers prontos para início da próxima etapa de serviços da obra; 
radiers, sendo curados com aspersão de água (8º passo do processo executivo) e radiers, 
sendo concretados após execução dos 6 primeiros passos (Figura 29). 
 
 
 
 
 
Figura 30: Radiers executados e em concretagem. 
 
 
1.4 Execução de fôrmas de madeira 
 
As estruturas de concreto armado requerem a execução de formas, que em suas dimensões 
internas correspondem exatamente às peças da estrutura projetada. Segundo Azeredo 
(1997), as formas para concreto devem satisfazer aos seguintes requisitos: 
 
(a) Rigor – as formas deverão ser executadas rigorosamente de acordo com as 
dimensões indicadas em projeto e com resistência necessária para suportar os 
esforços referentes ao peso próprio e pressão do concreto fresco com suas 
armaduras e cargas acidentais; 
 
(b) Estanqueidade – as formas deverão ser estanques para que não haja perda de 
cimento arrastado pela água; 
 
(c) Facilidade de retirada – as formas deverão ser construídas de maneira que 
permita a sua retirada sem choques; 
 
(d) Maior utilização – as formas deverão ser projetadas e executadas de maneira 
que permita o maior número de utilizações em uma mesma obra; 
 
(e) Madeira utilizada – as formas deverão ser executadas com madeira aparelhada e 
compensados permitindo um melhor acabamento da superfície. 
 
Muitas são as variáveis que devem ser analisadas e estudadas para a escolha do sistema 
mais adequado, como por exemplo, as características do projeto, o tipo de concreto, o 
planejamento, o tipo de escoramento, a produtividade na montagem, dentre outros (SLACK 
ET. AL., 1997). 
 
As formas devem ser fabricadas em uma central estabelecida no canteiro de obras. Para 
execução é necessário que o profissional tenha em mãos os projetos para execução 
constando dimensões das peças. 
 
 
 
1.4.1 Fôrmas para pilar 
 
A base para o dimensionamento de qualquer fôrma para pilar deve ser a carga, neste caso, 
o empuxo do concreto, que depende da altura do pilar e da velocidade da concretagem. 
 
 
Figura 31: Detalhes de formas de madeira para pilar. 
 
 
Os passos para a execução de forma para pilar, apresentada na Figura 32, são: 
 
(1º) locar e fixar os gastalhos e pontaletes-guia (Figura 33); 
 
(2º) passar desmoldante na face interna das formas; 
 
(3º) posicionar as duas faces menores e o fundo fixando-as e travando-as nas duas 
direções com mãos-francesas; 
 
(4º) nivelar as faces e marcar o nível de concretagem; 
 
(5º) posicionar a armadura conferindo os espaçadores; 
 
(6º) fechar a forma para a concretagem; 
 
 
 
Figura 32: Forma de madeira nos pilares com chapas compensadas, sarrafos e 
“gravatas”. 
 
 
 
Figura 33: Gastalho e pontaletes-guia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gastalho 
 
O gastalho é um quadro de madeira ou metálico com o desenho do 
perímetro do pilar mais a espessura do painel da fôrma, que serve para o 
posicionamento do pilar e travamento do seu pé. 
 
Saiba mais 
 
1.4.2 Fôrmas para paredes 
 
São usadas chapas de compensado, estruturadas com sarrafos, geralmente, na vertical, 
conforme demonstrado na Figura 36. O conjunto deve ficar preso com peças mais 
resistentes na horizontal, travando a fôrma através de furos. 
 
O processo executivo é o mesmo descrito para os pilares, entretanto, deve-se atentar para o 
travamento da forma por meio de tensores, conforme apresentado na Figura 34. Após a 
retirada das formas, a estrutura apresenta os furos deixados pelos amarris passantes, 
conforme mostra a Figura 35. 
 
 
Figura 34: Aplicação de tensão na forma por meio de aço utilizado como amarril. 
 
 
Figura 35: Furos deixados na parede de concreto. 
 
 
 
Figura 36: Forma de madeira para parede de concreto. 
 
1.4.3 Fôrmas para vigas 
 
Existem inúmeras opções de executar a fôrma da viga em madeira (Figura 37). Para tanto, 
devem-se considerar os critérios: 
 
 número de reaproveitamentos necessários; 
 
 facilidade de executar a fôrma; 
 
 custo; 
 
 qualidade de acabamento. 
 
 
Figura 37: Detalhes de fôrma de madeira para vigas. 
 
 
As fôrmas para vigas, em geral, são executadas da seguinte forma: 
 
 
(1º) lançar os fundos de viga a partir da cabeça dos pilares; 
(2º) utilizar garfos aprumados e alinhados para apoio do fundo de viga no restante do 
vão; 
(3º) nivelar o fundo da viga utilizando uma linha de nylon unindo os pilares; 
(4º) posicionar os painéis laterais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 38: Posicionamento dos painéis das vigas apoiadas nos garfos. 
 
1.4.4 Fôrmas para lajes 
 
Existem vários tipos de lajes, dentre os quais estão: 
 
 laje maciça; 
 laje nervurada; 
 laje treliçada. 
 
O sistema mais utilizado na formação dos painéis de laje é composto de chapas 
compensadas e madeira serrada, e variações de cimbramentos dependendo do tipo de laje. 
 
1.4.4.1Laje maciça 
 
A laje maciça, como o próprio nome indica, possui concreto armado em todas as suas 
partes e é executada em forma de um painel na horizontal. O concreto é lançado sobre um 
assoalho de madeira, após o posicionamento da armação com espaçadores e as caixas de 
instalações elétricas e hidráulicas, conforme o projeto. 
 
 
Garfo 
O garfo é um conjunto formado por pontaletes e sarrafos de madeira, cuja 
função é o travamento e escoramento de vigas conforme mostrado na 
Figura 38. 
Saiba mais 
 
A Figura 39 apresenta uma vista de baixo da forma de uma laje maciça. O detalhe mostra os 
cimbramentos metálicos, as longarinas de madeira serrada e assoalho de chapa 
compensada plastificada. A Figura 40 apresenta uma vista de cima da mesma laje 
preparada para receber o concreto, com armaduras, espaçadores e instalações elétricas. 
 
 
Figura 39: Detalhe da forma de madeira para laje maciça com escoramento 
metálico. 
 
 
Figura 40 Forma de madeira para laje maciça vista de cima. 
 
1.4.4.2 Laje nervurada 
 
A laje nervurada é constituída de uma fina camada de concreto e pequenas vigas formadas 
pela utilização de um elemento que pode ser ou não incorporado à laje. Na Figura 41 a laje 
nervurada é composta de formas plásticas em formato de cumbuca e retirada após a cura 
do concreto. 
 
 
 
 
Figura 41: Laje nervurada com formas plásticas e cimbramento metálico. 
 
1.4.4.3 Laje pré-moldada (treliçada) 
 
A laje treliçada é composta de vigotas com base de concreto e treliça metálica incorporada. 
As vigotas são apoiadas nas extremidades do vão e entre elas são colocadas lajotas 
cerâmicas. Em seguida, e após posicionamento da armadura, é executada uma fina camada 
de concreto para enrijecer o sistema. A Figura 42 apresenta laje com vigotas treliçadas e 
lajotas cerâmicas apoiadas sobre cimbramentos de madeira. 
 
A Figura 43 apresenta uma vista de cima da laje treliçada preparada para concretagem com 
o posicionamento de vigotas, lajotas, caixas e tubulação elétrica. 
 
 
Figura 42: Laje treliçada com lajotas cerâmicas e cimbramento de madeira. 
 
 
 
Figura 43: Laje treliçada com lajotas cerâmicas (vista de cima). 
 
 
A seguir, apresenta-se os passos para execução de uma laje: 
 
(1º) lançar as longarinas apoiando-as em escoras metálicas ou de madeira; 
 
(2º) lançar o assoalho da laje sobre as longarinas; 
 
(3º) demarcar as posições das paredes no assoalho com tinta ou giz e, em seguida, 
demarcar os pontos hidráulicos, elétricos e demais conforme projetos; 
 
(4º) para facilitar a desforma, deve-se pregar uma alça de corda na primeira chapa do 
assoalho a ser desformada; 
 
(5º) transferir os eixos principais da obra para o andar em que está sendo montada a 
fôrma, de maneira a permitir a realização de conferências; 
 
(6º) pregar o assoalho nos sarrafos laterais das fôrmas de vigas e longarinas; 
 
(7º) nivelar o pano de laje com nível laser ou com linha de nylon colocada na face 
superior da fôrma; 
 
(8º) depois que a fôrma da laje estiver pronta, fixar os gabaritos de passagens 
hidráulicas, elétricas e demais antes da concretagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cimbramentos metálicos 
 
O mesmo que escoras metálicas. O uso de cimbramentos metálicos facilita 
o posterior nivelamento da laje. O ajuste do nivelamento é feito ajustando as 
alturas das escoras de apoio das fôrmas por meio de cunhas. 
 
Importante! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.5 Armação para concreto 
 
1.5.1 Corte e dobra 
 
O início das atividades de corte e dobra do aço se dá com a montagem da estrutura de 
bancada de armador. A bancada de armador possui uma serra com disco abrasivo, também 
chamado de policorte, chave de dobra e pinos de apoio fixos na bancada. 
 
Os fios e barras de aço são cortados conforme dimensões de projeto de armação (Figura 
44). Com o objetivo de racionalizar o corte das barras, durante o planejamento, deve-se 
estabelecer um plano de corte para a minimização de sobras de pontas de aço. 
 
As dimensões das dobras são definidas em projeto e são executadas conforme a Figura 45, 
utilizando-se a bancada e pinos afixados na mesma para essa finalidade. 
 
Após o corte e a dobra, as peças são organizadas em kits para, posteriormente, serem 
montadas. 
 
Figura 44: Corte de barras de aço. 
Fonte: SOUZA et al. (1996). 
 
 
 
Desforma 
O tempo mínimo de desforma de peças concretadas deve ser especificado 
no projeto e dependerá do concreto e do processo e tempo de cura. 
Segundo Souza et al. (1996), para concretos com cura úmida, tem-se. 
 
Painéis laterais de vigas: desforma após 40 horas, seguida de 
reescoramento. 
 
Assoalho de laje: desforma após 65 horas, seguida de reescoramento. 
 
Saiba mais 
 
 
Figura 45: Dobra de barras de aço. 
Fonte: Souza et al. (1996). 
 
 
 
 
 
 
 
1.5.2 Montagem 
 
Após o corte e a dobra, a armadura de cada peça é montada utilizando-se de aço recozido 
torcido para união das barras. As peças montadas são armazenadas sobre sarrafos de 
madeira (Figura 46) e identificadas para posicionamento nas respectivas formas. 
 
Algumas peças não podem ser totalmente montadas antes da colocação nas formas, assim, 
as peças cortadas e dobradas são transportadas ao local de aplicação e montadas na 
própria forma. 
 
Após o serviço de montagem, as formas devem ser limpas com o auxílio de um imã para 
retirada das pontas de arame recozido que ficaram no fundo. 
 
 
Aço pronto 
 
Atualmente existem empresas que fornecem aço cortado e dobrado para 
serem montados na obra, e ainda, peças montadas apenas para encaixe 
nas respectivas formas. O aço é cobrado por quilo no valor de bitola média 
fornecida para o empreendimento. Para uma quantidade muito grande de 
barras finas utilizadas, o valor cobrado por quilo é maior. 
 
Curiosidade 
 
 
Figura 46: Aço montado aguardando utilização. 
 
 
1.6 Concretagem com concreto usinado 
 
Para a utilização de concreto usinado na obra, alguns cuidados especiais são necessários: 
 
1.6.1 Preparação e cuidados para o recebimento do concreto 
 
 preparar a entrada da obra, colocando cavaletes, para evitar o estacionamento de 
outros veículos; 
 
 o trajeto a ser percorrido pelo caminhão betoneira até o ponto de descarga do 
concreto deve estar limpo e o terreno firme; 
 
 limpar e molhar as fôrmas antes do lançamento do concreto; 
 
 dimensionar a equipe de trabalho atentando-se para o volume e o tempo de 
concretagem; 
 
 preparar as áreas de acesso à concretagem, desobstruindo e demarcando os 
caminhos conforme a sequência de concretagem. 
 
1.6.2 Pedido e programação do concreto 
 
Para programar o concreto, é necessário ter em mãos os seguintes dados: 
 
 local da obra; 
 
 volume do concreto; 
 
 resistência do concreto (fck) conforme projeto estrutural; 
 
 tipo do agregado; 
 
 slump adequado ao tipo de peça a ser concretada; 
 
 
 volume por caminhão a ser entregue; 
 
 intervalo entre caminhões; 
 
 fazer a programação com antecedência de, pelo menos, 72 horas. 
 
 
1.6.3 Transporte do concreto na obra 
 
Convencional: o concreto é transportado até as fôrmas por meio de carrinhos de mão, 
giricas, caçambas, calhas, gruas ou através da calha do caminhão betoneira, conforme 
apresentado na Figura 48. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bombeável: o transporte de concreto é feito por tubulação desde o caminhão até a peça a 
ser concretada por meio do caminhão-bomba, conforme mostra a Figura 47 e, ainda, por 
meio da calha do caminhão-betoneira, conforme mostra a Figura 48 (assim como no 
concreto convencional). 
 
 
Figura 47: Concretagem com concreto tipo bombeável por meiode caminhão-bomba. 
 
 
 
CUIDADO NO TRANSPORTE 
 
Segundo a NBR 14931:2004, o sistema de transporte deve, sempre que 
possível, permitir o lançamento direto do concreto nas fôrmas, evitando o 
uso de depósitos intermediários. Quando estes forem necessários no 
manuseio do concreto, devem ser tomadas precauções para evitar 
segregação, ou seja, a separação dos componentes da mistura. 
 
Importante! 
 
 
 
Figura 48: Concretagem com concreto tipo bombeável por meio da calha do 
caminhão-betoneira. 
 
 
1.6.4 Lançamento do concreto 
 
 programar o menor percurso para o concreto; 
 
 ao lançar o concreto, não deixar formar acúmulo de material em um ponto isolado da 
fôrma; 
 
 preencher as fôrmas em camadas inferiores a 50 cm de altura, para se obter um 
adensamento adequado; 
 
 sarrafear as lajes com régua de alumínio, tomando o nível das mestras como 
referência; 
 
 durante a concretagem deve ser acompanhado o deslocamento das armações, 
tubulações e desnivelamentos de elementos; 
 
 retirar as mestras logo após o sarrafeamento, para evitar que fiquem perdidos na 
massa de concreto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Concretagem de lajes em balanço 
 
Para as lajes em balanço é importante o acompanhamento de engenheiro 
ou mestre com atenção especial para o posicionamento da armadura 
negativa. 
 
Importante! 
 
1.6.5 Adensamento do concreto por meio de vibradores de imersão 
 
 aplicar sempre o vibrador na direção vertical, conforme apresenta a Figura 49; 
 
 o vibrador deve permanecer no concreto por cerca de 15 segundos; 
 
 várias incisões próximas por menos tempo produz melhor resultado que uma incisão 
por tempo maior (as incisões deverão ser feitas lentamente para evitar bolhas); 
 
 evitar o contato da agulha do vibrador com a fôrma; 
 
 não vibrar o concreto pela armadura; 
 
 não desligar o vibrador enquanto este estiver submerso; 
 
 não puxar o vibrador pelo mangote ou cabo elétrico; 
 
 dar atenção ao isolamento dos cabos e motores; 
 
 atentar para ligação dos vibradores em tomadas específicas; 
 
 antes de ligar o mangote, verificar o sentido de rotulação do mesmo; 
 
 limpar todos os equipamentos após o término da concretagem. 
 
 
 
Figura 49: Adensamento de concreto com vibrador de imersão. 
Fonte: SOUZA et al. (1996). 
 
1.6.6 Cura do concreto: 
 
 a cura do concreto é iniciada logo que a superfície do concreto apresentar condições 
de ser molhado; 
 
 o concreto deve ser molhado por um período mínimo de 4 dias; 
 evitar o trânsito de pessoas e transporte de materiais sobre as peças concretadas 
nas primeiras 12 horas. 
 
 
1.6.7 Verificação 
 
1.6.7.1 Tempo de pega 
 
Verificar a hora de saída do caminhão, conforme registrado na Nota Fiscal, da usina e a 
hora de utilização (aplicação) do concreto. 
 
O tempo estimado até o término da concretagem não pode ser superior a 2h30, exceto pelo 
uso de aditivos retardadores de pega. 
 
 
1.6.7.2 Consistência 
 
Para verificação da consistência exigida para o concreto que será utilizado, deve-se realizar 
o teste de abatimento de tronco de cone descrito na NBR NM 67 (1996). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.6.7.3 Resistência 
 
Verificar através do ensaio de compressão (NBR 5739:2007), a resistência do concreto 
utilizado na obra. Este ensaio deve ser realizado por laboratório especializado. Os corpos de 
prova podem ser moldados pelo pessoal da usina de concreto ou pessoal da obra, conforme 
a NBR 5738 (2003). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ensaio de abatimento de tronco de cone (NBR NM 67:1996) 
 
Sobre a placa metálica previamente molhada e nivelada, colocar o cone e 
firmá-lo com os pés. Preencher o cone em 3 camadas e, ao final de cada 
uma, aplicar 25 golpes com o soquete de forma uniformemente pela 
camada. Retirar o excesso de concreto e alisar a superfície com uma régua 
metálica. Retirar o cone cuidadosamente invertê-lo e medir com a régua 
metálica o desnível entre a fôrma e o ponto médio do tronco de concreto. 
 
Relembrando 
 
Moldagem de corpos-de-prova (NBR 5738:2003) 
 
A moldagem dos corpos de prova deve ser da seguinte forma: 
 
 em quatro camadas, preencher o molde de 15 cm de diâmetro, sendo 
que, ao final de cada camada, deve-se aplicar 30 golpes uniformemente. 
Moldar dois corpos de prova para cada data de ruptura; 
 
Importante! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 2: Valores para formação de lotes de concreto 
Limites superiores 
Solicitação principal dos elementos da estrutura 
Compressão ou compressão 
e flexão 
Flexão simples 
Volume de concreto 50 m3 100 m3 
Número de andares 1 1 
Tempo de concretagem 3 dias de concretagem 1) 
1) Este período deve estar compreendido no prazo total máximo de sete dias, que inclui 
eventuais interrupções para tratamento de juntas. 
Fonte: NBR 12655 (1996). 
 
 
Resumo 
 
Este capítulo apresentou subsídios para execução de instalações provisórias destinadas ao 
apoio na execução de obras, o que compreende a elaboração de projeto e implantação de 
canteiro com áreas de vivência, área administrativa, de armazenamento e de apoio à 
produção. 
 
Após a implantação do canteiro, foram apresentados os seguintes processos que abrangem 
a execução de uma obra: 
 
 Locação de obra 
Consiste no transporte da planta arquitetônica do projeto constante no papel para o terreno 
onde será executada. 
 
 Fundações superficiais 
As fundações superficiais podem ser executadas diretamente sobre o terreno ou após a 
execução de uma fundação profunda. As fundações profundas serão estudadas em 
capítulo específico de Fundações. 
 
Foram apresentadas, também, fundações do tipo Radier e Sapata Corrida que são 
executadas diretamente sobre o terreno devidamente preparado. 
 
 Fôrmas de madeira 
 
 colher amostra após descarregar 1/3 da carga do caminhão. Retirar mais 
ou menos 30 litros de amostra p/ moldagem; 
 
 a NBR 12655:1996 preconiza que a amostragem deve ser retirada, no 
mínimo, a cada 50m³ ou para cada andar ou a cada 3 dias de 
concretagem, entretanto, sugere-se que a amostragem não ultrapasse 3 
caminhões e, para maior rigor, que seja realizada a cada caminhão de 
concreto entregue na obra, conforme apresentado na Tabela 2. 
 
Importante! 
 
Como as fôrmas de madeira ainda é o método mais utilizado na execução de fôrmas para 
concreto, optamos por sua abordagem. Pudemos entender o processo de execução de 
pilares, vigas e lajes de uma estrutura de concreto armado. 
 
 Armação para concreto 
A armação executada para estruturas de concreto pode ser executada na obra ou 
adquirida de empresa que fornece as peças cortadas e dobradas conforme projeto. Com a 
abordagem apresentada, pode-se utilizar ambos os métodos para execução de um projeto. 
 
 Concretagem com concreto usinado 
Finalmente, a concretagem das peças executadas na obra pode acontecer com concreto 
rodado na obra ou concreto usinado. A abordagem mais segura e que traz um melhor 
resultado na qualidade do serviço executado é o concreto usinado, pela segurança do 
traço utilizado e pelo controle na aplicação. 
 
Deve-se seguir todos os passos para a utilização do concreto usinado, não esquecendo-se 
das verificações de tempo de pega, consistência e resistência, essenciais para a garantia 
do projeto e vida útil da estrutura. 
 
Após a execução das etapas de (a) Instalações Provisórias; (b) Locação; (c) Fundações e 
(d) Estrutura, apresentadas neste capítulo, parte-se para a execução dos fechamentos em 
alvenarias que será abordada em capítulos posteriores. 
 
 
Atividades 
 
Você foi contratado para ser o engenheiro responsável da obra de construção de umaindústria. Diante disso, e como parte do planejamento, é preciso dimensionar as instalações 
provisórias que atendam às necessidades da obra conforme suas características. Assim, a 
partir dos dados de entrada, responda ao que se pede nas atividades de 1 a 5. 
 
Dados de entrada: 
 
a) A alimentação será adquirida de empresa que fornece refeição individual e pronta e, 
por isso, será realizada no mesmo horário por todos os funcionários. 
b) Os funcionários serão alojados no canteiro. 
c) Para a execução de rejuntamento dos revestimentos cerâmicos serão contratadas 
cinco mulheres. 
d) Haverá produção de pré-moldados para vergas. 
e) Haverá produção de concreto e argamassa na obra em larga escala, pois não existe 
usina para fornecimento em local compatível. 
f) As formas e armação serão confeccionadas na obra. 
g) Quantidade de funcionários no mês de pico: 50 homens. 
h) Os funcionários serão alojados no canteiro. 
 
 
Atividade 1 
 
Listar os LOCAIS necessários para as áreas de vivência e instalações provisórias. 
 
 
Atividade 2 
 
Apresentar as QUANTIDADES necessárias para cada instalação da área de vivência. 
 
Atividade 3 
 
Elaborar croqui com as áreas de vivência mínimas, conforme locais listados. 
 
 
Atividade 4 
 
Listar os LOCAIS mínimos necessários para armazenamentos na obra. 
 
 
Atividade 5 
 
Listar os LOCAIS mínimos necessários para produção na obra. 
 
Referências 
 
 
ABIKO, A. K.; MARQUES, F. S.; CARDOSO, F. F.; TIGRE, P. B. (Org.). Setor de construção civil : 
segmento de edificações. Brasília, SENAI/DN, 2005. 159 p.: il. (Série Estudos Setoriais; 5) 
 
 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5738: Concreto - Procedimento para 
moldagem e cura de corpos-de-prova. Rio de Janeiro, 2003. 
 
 
_______. NBR 5739: Concreto - Ensaios de compressão de corpos-de-prova cilíndricos. Rio de 
Janeiro, 2007. 
 
 
_______. NBR 12284: Áreas de vivência em canteiros de obras. Rio de Janeiro, 1991. 11p. 
 
 
_______. NBR 12655: Concreto de cimento Portland – Preparo, controle e recebimento - 
Procedimento. Rio de Janeiro, 2006. 
 
 
_______. NBR 14931: Execução de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, 2004. 
 
 
_______. NBR NM 67: Concreto - Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. 
Rio de Janeiro, 1998. 
 
 
AZEREDO, H. A. de. O edifício até sua cobertura. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 1997. 
 
 
BORGES, Alberto de Campos. Prática das pequenas construções. Vol.I. Edição revista e ampliada 
de José Simão Neto e Walter Costa Filho. 9. ed. São Paulo: Blücher, 2009. 385 p. 
 
 
MAIA, A. C.; SOUZA, U. E. L. Método para conceber o arranjo físico dos elementos do canteiro 
de obras de edifícios: fase criativa. São Paulo: Boletim Técnico – Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo, 2003. 31p. 
 
 
MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NR 5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. 
Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_05a.pdf>. Acesso 
em: 04 ago. 2010. 
 
 
_______. NR 6 Equipamentos de Proteção Individual. Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_06_.pdf>. Acesso em: 04 ago. 2010. 
 
 
_______. NR 7 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_07_at.pdf>. Acesso em: 04 ago. 
2010. 
 
 
_______. NR 9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_09_at.pdf>. Acesso em: 04 ago. 
2010. 
 
 
_______. NR 18 Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção. Disponível em: 
<http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_18.asp>. Acesso em: 04 ago. 2010. 
 
 
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; HARLAND, C.; HARRISON, A.& JOHNSTON, R. Administração da 
Produção. São Paulo: Atlas, 1997. 
 
 
SOUZA, U. E. L.; FRANCO, L. S. Definição do layout do canteiro de obras. São Paulo: Boletim 
Técnico – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 1997. 16p. 
 
 
SOUZA, R.; MEKBEKIAN, G. Qualidade na aquisição de materiais e execução de obras. São 
Paulo: Pini, 1996. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 2: Técnicas construtivas: alvenaria 
 
 
 
 
Vanessa Rosa Pereira Fidelis 
 
 
Introdução 
 
 
Neste segundo capítulo teórico, que aborda a Tecnologia de Construção Civil, vocês terão a 
oportunidade de conhecer os processos para execução de uma obra a partir da alvenaria de 
vedação. 
 
Após a organização do canteiro de obras, instalações provisórias, implantação da obra e 
execução até de fundações e estruturas, executa-se o fechamento em painéis de vedação. 
 
Descrevemos nesse capítulo, além do processo de execução de alvenaria de vedação de 
blocos cerâmicos, os processos de execução de revestimentos argamassados em paredes 
e pisos, a execução de revestimento em gesso liso desempenado, a execução de 
revestimentos cerâmicos destinados a pisos e paredes e, finalmente, a execução de 
revestimento em pintura interna e externa à construção. 
 
 
Ademais, apresentam-se as verificações necessárias para as instalações prediais de gás, 
esgoto, água fria e quente. 
 
A finalidade deste capítulo é orientar vocês, alunos de Engenharia Civil, na execução de 
obras de construção civil. Com esse intuito, o capítulo apresenta diversas ilustrações como 
forma de aproximar o aluno do canteiro de obras e elucidar a sequência construtiva de cada 
processo. 
 
Este capítulo apresenta os diversos assuntos, indicando as respectivas normas brasileiras 
necessárias. 
 
 
Objetivos 
 
Ao final do estudo deste capítulo, esperamos que você seja capaz de: 
 
 reconhecer os equipamentos utilizados na produção da obra; 
 coordenar a execução de alvenaria de vedação; 
 coordenar a execução de revestimentos argamassados para paredes e pisos; 
 coordenar a execução de revestimento em gesso liso desempenado; 
 coordenar a execução de revestimentos cerâmicos de piso e parede; 
 coordenar a execução de pintura interna e externa; 
 contratar e acompanhar a execução de testes de instalações hidráulicas; instalações 
de esgoto e de gás. 
 
 
 
 
Esquema 
 
2.1. Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos 
2.2. Revestimentos argamassados 
2.3. Revestimentos com pasta de gesso 
2.4. Revestimento cerâmico de piso 
2.5. Pintura 
2.6. Instalações hidráulicas e de esgoto 
2.7. Instalações de gás 
 
 
2.1 Alvenaria de vedação de blocos cerâmicos 
 
2.1.1 Introdução 
 
Segundo Azeredo (1997), alvenaria é a obra formada de pedras naturais, tijolos ou blocos 
ligados ou não por argamassas e devem possuir resistência, durabilidade e 
impermeabilidade adequadas à função. 
 
As alvenarias podem ser estruturais e de vedação e, para Azeredo (1997) deverá satisfazer 
às seguintes condições: 
 
• Ser isolante térmico; 
• Ser isolante acústico; 
• Resistir a impactos; 
• Não ser combustível; 
• Ser resistente. 
 
As alvenarias se constituem de materiais diferentes de acordo com as especificações 
definidas em projeto, com base na disponibilidade do material e mão de obra, finalidade e 
prazo de execução desejado. A seguir apresenta-se alguns tipos de materiais utilizados em 
alvenarias: 
 
• tijolos de barro comum; 
• blocos cerâmicos de vedação e estrutural; 
• blocos de concreto de vedação e estrutural; 
• blocos de concreto celular; 
• pedras naturais; 
• blocos sílico-calcário; 
• tijolos de vidro; 
• tijolos de solo-cimento. 
 
 
2.1.2 Blocos e tijolos cerâmicos 
 
A NBR 15270-1 (2005) define os termos, dimensões, aspectos físicos, químicos e 
mecânicos exigíveispara o recebimento de blocos cerâmicos. Segundo a NBR, consideram-
se dois tipos de blocos: com furos na horizontal e com furos na vertical, conforme Figura 1a 
e 1b. 
 
 
 
 
 
 
Figura 1a: Blocos cerâmicos - Furos na horizontal. Figura 1b: Blocos cerâmicos - Furos na vertical. 
 
As dimensões de fabricação (largura - L, altura - H e comprimento - C) devem ser 
correspondentes a múltiplos e submúltiplos do módulo dimensional M = 10 cm menos 1 cm, 
conforme dimensões padronizadas indicadas na Tabela 1. 
 
 
Tabela 1: Dimensões de fabricação de blocos cerâmicos de vedação 
L x H x C 
Largura 
(L) 
Altura (H) 
Comprimento (C) 
Bloco ½ Bloco 
(1) M x (1) Mx (2)M 
9 
9 
19 9 
(1) M x (1) M x (5/2) M 24 11,5 
(1) M x (3/2) M x (2) M 
14 
19 9 
(1) M x (3/2) M x (5/2) M 
24 11,5 
(1) M x (3/2) M x (3) M 29 14 
(1) M x (2) M x (2) M 
19 
19 9 
(1) M x (2) M x (5/2) M 24 11,5 
(1) M x (2) M x (3) M 29 :4 
(1) M x (2) M x (4) M 
39 19 
(5/4) M x (5/4) M x (5/2) M 
11,5 
11,5 2 11,5 
(5/4) M x (3/2) M x (5/2) M 14 24 11,5 
(5/4) Mx (2) M x (2) M 
19 
19 9 
(5/4)Mx (2) M x (5/2) M 
24 11,5 
(5/4) M x (2) M x (3) M 29 14 
(5/4)M x (2) M x (4) M 
14 19 
39 19 
(3/2) M x (2) M x (2) M 
19 9 
(3/2) M x (2) M x (5/2) M 
24 11,5 
(3/2) M x (2) M x (3) M 29 14 
(3/2) M x (2) M x (4) M 
39 19 
H 
C L 
H 
C L 
 
(2) M x (2) M x (2) M 
19 19 
19 9 
(2) M x (2) M x (5/2) M 24 11,5 
(2) M x (2) M x (3) M 
29 14 
(2) M x (2) M x (4) M 39 19 
(572)M x (5/2)M x (5/2) M 
24 24 
24 11,5 
(5/2) M x (5/2) M x (3) M 29 14 
(5/2) M x (5/2)M x (4) M 
39 19 
Fonte: Thomaz et. al. (2009). 
 
 
2.1.3 Argamassa de assentamento 
 
Para o assentamento de blocos cerâmicos, recomendam-se as argamassas mistas, 
compostas por cimento, cal hidratada e areia. As argamassas têm a função de: 
 
(a) unir solidamente os elementos de alvenaria; 
 
(b) distribuir uniformemente as cargas; 
 
(c) vedar as juntas impedindo a infiltração de água. 
 
Atualmente, existem quatro formas de apresentação da argamassa de assentamento: 
 
(1) argamassa industrializada ensacada, comercializada em lojas de materiais de 
construção e afins; 
 
(2) argamassa usinada intermediária, ou seja, composta de cal e areia; 
 
(3) argamassa usinada com retardador de pega, composta de cimento, cal e areia; 
 
(4) argamassa produzida em obra. 
 
Todos os tipos devem atender aos requisitos estabelecidos na NBR 13281. 
 
Dos componentes da mistura, tem-se: 
 
(a) CIMENTO – responsável pela resistência e estanqueidade. Segundo Thomaz (et. 
al. 2009), sempre que possível, na preparação da argamassa, deve-se evitar a 
utilização de cimentos de alto forno (CP III) ou pozolânico (CP IV), pois, devido à 
importante presença de escória de alto forno e de material pozolânico, 
respectivamente, a argamassa poderá ter elevada retração, caso não haja adequada 
hidratação do aglomerante. Esses tipos de cimento, entretanto, podem ser utilizados 
em situações em que se tenta prevenir reações de compostos do cimento com 
sulfatos presentes na cerâmica; 
 
(b) CAL – a cal é responsável pela retenção de água e, por isso, possui um menor 
módulo de deformação, permitindo movimentações sem danos. As cales precisam 
atender às exigências da NBR 7175 (2003); 
 
 
(c) AREIA – um fator importante na areia é a sua granulometria. No caso de 
argamassas para assentamento, recomenda-se a utilização de areia média. Para 
Thomaz (et. al. 2009), não se recomenda o emprego de areias com porcentagens 
elevadas de material silto-argiloso (conhecidas no Brasil com diversos nomes: 
“saibro”, “caulim”, “arenoso”, “areia de estrada”, “areia de barranco” etc.), sendo que 
a areia deve atender às especificações da norma NBR 7211 (2009). 
 
De acordo com a NBR 13281 (2005), os ensaios recomendados para as argamassas de 
assentamento são: 
 
 resistência à compressão; 
 densidade de massa aparente nos estados fresco e endurecido; 
 resistência à tração na flexão; 
 coeficiente de capilaridade; 
 retenção de água; 
 resistência de aderência à tração. 
 
 
2.1.4 Equipamentos de execução 
 
Para a execução de uma alvenaria de vedação com qualidade, utilizam-se, pelo menos, os 
seguintes equipamentos: 
 
 esquadro; 
 régua de alumínio de 2 metros; 
 escantilhão telescópico (Figura 2) para os cantos de alvenaria com alvenaria; 
 masseira. 
 
 
 
Figura 2: Escantilhão telescópico. 
 
2.1.5 Etapas de execução 
 
Segundo a NBR 8545 (1984), a execução das alvenarias deve obedecer ao projeto 
executivo nas suas posições e espessuras. Podem ser utilizados tijolos ou blocos cerâmicos 
 
que devem atender, respectivamente, as especificações da NBR 7170 (1983) e NBR 15270-
1 (2005). 
 
Para a NBR 8545 (1984), as paredes devem ser moduladas de modo a utilizar-se o maior 
número possível de componentes cerâmicos inteiros. E o assentamento dos componentes 
cerâmicos deve ser executado com juntas de amarração, ou seja, com juntas descontínuas, 
conforme apresentado na 
Figura3. A 
Figura4 mostra blocos/tijolos assentados com juntas a prumo, ou juntas contínuas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Juntas de amarração de blocos/tijolos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4: Juntas a prumo de blocos/tijolos. 
 
2.1.5.1 Alinhamento 
 
Fixa-se uma linha com pregos na argamassa das juntas que serve como guia para a 
colocação dos tijolos da primeira fiada, que devem ficar perfeitamente alinhados, conforme 
apresentado na Figura 5. Os cantos são levantados primeiro para servirem de referência de 
prumo e horizontalidade, utilizando-se o escantilhão telescópico. 
 
 
Figura 5: Procedimento de alinhamento das fiadas. 
 
2.1.5.2 Assentamento 
 
1º Coloca-se a argamassa. 
 
2º Assenta-se o tijolo ou bloco. 
 
3º Retira-se o excesso de argamassa. 
 
 
2.1.5.3 Métodos de assentamento 
 
Método Tradicional: em que o pedreiro espalha a argamassa com a colher e depois 
pressiona o tijolo ou bloco, conferindo o alinhamento e o prumo. 
 
Cordão: em que o pedreiro forma dois cordões de argamassa (Figura 6 e Figura 7), 
melhorando o desempenho da parede em relação à penetração de água de chuva, ideal 
para paredes em alvenaria aparente ou blocos estruturais. 
 
 
Figura 6: Método de assentamento utilizando cordões de argamassa nas juntas verticais. 
 
 
Figura 7: Método de assentamento utilizando cordões de argamassa nas juntas horizontais. 
 
2.1.5.4 Amarração 
 
Os elementos de alvenaria devem ser assentados com as juntas desencontradas, para 
garantir uma maior resistência e estabilidade dos painéis, de acordo com a Figura 8. 
 
 (1ª fiada) (2ª fiada) 
Figura 8: Amarração em canto de parede de ½ vez. 
 
2.1.5.5 Ligações 
 
Ligação parede-pilar pode acontecer de duas formas: (a) com tela galvanizada conforme 
apresentado na Figura 9; (b) com o engastamento de barras de aço (também chamado de 
ferro-cabelo). Segundo a NBR 8545 (1984), as barras devem ser distanciadas cerca de 60 
cm e possuir comprimento da ordem de 60 cm, conforme demonstra a Figura 10. 
 
 
 
Figura 9: Ligação de parede-pilar com tela galvanizada. 
 
 
A NBR 8545 (1984) recomenda chapiscar a face da estrutura (lajes, vigas e pilares) que 
ficam em contato com a alvenaria. 
 
 
 
 
Figura 10: Ligação de parede-pilar com barras de aço (ferro-cabelo). 
 
 
A ligação parede-parede (Figura 11) é executada com tela galvanizada e a junta é 
preenchida com selante flexível. 
Parede
Chapisco
Ligação

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