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Aula 14 - Prof. Rodrigo Rennó Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal (com videoaulas) Professores: Marco Tulio Bicalho Gomes, Rodrigo Rennó, Sérgio Mendes, Vinícius Nascimento 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 65 Aula 14: Teorias Administrativas ± Cultura Organizacional Olá pessoal, tudo bem? Nessa aula, iremos cobrir o seguinte tópico: ¾ Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da administração; Cultura organizacional. Espero que gostem da aula! 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 65 Sumário Evolução das Teorias Administrativas ........................................................... 3 A Administração Científica .................................................................... 3 Críticas à Administração Científica ......................................................... 5 A Teoria Clássica ............................................................................... 7 Burocracia ..................................................................................... 10 Disfunções da Burocracia .................................................................. 14 Teoria das Relações Humanas ................................................................ 16 Teoria Estruturalista .......................................................................... 18 Teoria dos Sistemas ........................................................................... 20 Teoria Contingencial .......................................................................... 23 Críticas à Teoria Contingencial ........................................................... 24 Consequências no Mundo Atual ........................................................... 25 Clima e cultura organizacional. ................................................................. 26 Cultura Organizacional ....................................................................... 26 Níveis da Cultura. ............................................................................. 29 Cultura Dominante e Subculturas. ........................................................... 31 Cultura Forte e Cultura Fraca. ................................................................ 34 Elementos da Cultura. ........................................................................ 35 Disfunções da Cultura. ........................................................................ 37 Ritos nas Organizações ....................................................................... 38 Clima Organizacional ......................................................................... 39 Métodos e técnicas de pesquisa organizacional. ............................................ 40 Questões Comentadas ........................................................................... 43 Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 58 Gabaritos. ........................................................................................ 64 Bibliografia ...................................................................................... 64 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 65 Evolução das Teorias Administrativas A Administração Científica O estudo da Administração como uma ciência começou com as grandes mudanças trazidas pela Revolução Industrial e a crescente urbanização da sociedade moderna. Antigamente, o processo produtivo era dominado por pequenas oficinas, em que o próprio dono observava pessoalmente a produção. Com o crescimento das cidades e a melhoria dos transportes e da comunicação, esse cenário mudou muito. O cenário de uma oficina produzindo para uma comunidade local saiu GH�³FHQD´�H�HQWURX�D�JUDQGH�LQG~VWULD��FRP�PLOKDUHV�GH�HPSUHJDGRV�H�TXH� fornecia seus bens para diversos países e até continentes. Desta maneira, o mercado de trabalho e as condições de produção mudaram tremendamente. A introdução da máquina à vapor e, posteriormente, do motor à combustão levou ao processo produtivo FRQKHFLGR� FRPR� ³SURGXomR� HP� PDVVD´�� Com esse novo processo, a produtividade cresceu muito. Mas existia um problema: os trabalhadores eram pouco capacitados. Em sua grande maioria, eram camponeses que tinham largado a vida no interior para buscar trabalho nas cidades. Muitos eram analfabetos. O trabalho era desgastante, braçal, e os desperdícios eram grandes, com pouca eficiência1. Um engenheiro, Frederick Taylor, começou a analisar esta situação e introduzir maior racionalidade e eficiência nas relações industriais. Seu OLYUR�� ³Princípios da Administração Científica´� GH������� IRL� XP�PDUFR�QR� estudo da Administração2. Ele percebeu que existia uma grande falta de uniformidade nas formas de trabalho e nos métodos adotados. Cada setor utilizava uma maneira de fazer o trabalho e os supervisores não estudavam os melhores meios para realizar as tarefas3. A solução, de acordo com Taylor, seria estudar todos os movimentos executados pelos empregados, com os tempos que levavam cada tarefa, GH�PRGR�D�GHWHUPLQDU�D�³PHOKRU�PDQHLUD´��WKH�RQH�EHVW�ZD\��GH�H[ecutar 1 (Chiavenato, História da administração: entendendo a administração e sua poderosa influência no mundo moderno, 2009) 2 (Kwasnicka, 1989) 3 (Andrade & Amboni, 2011) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 65 cada atividade. Isto ficou conhecido como o estudo de tempos e movimentos4. Outra observação de Taylor foi a de que os funcionários, como recebiam um valor fixo por hora de trabalho, não se esforçavam5. A ideia de Taylor passou a ser de pagar por produtividade ± ou por peça produzida. Assim, Taylor dizia que um incentivo financeiro levava a uma maior motivação para o trabalho. É o que chamamos de abordagem ou conceito GH�³homo economicus´�- a ideia de que a principal motivação de uma pessoa no trabalho seria a remuneração6. O objetivo da Administração Científica era, portanto, a melhoria da eficiência e da produtividade7. Após os estudos dos tempos e movimentos, todos os empregados eram ensinados a trabalhar da mesma forma ± padronização ± e passavam a receber por produtividade. Os princípios básicos de Taylor eram os seguintes8: ¾ O desenvolvimento de um ideal, ou melhor, de um método. Nisto está incluída a análise de cada tarefa para determinar a ³PHOKRU�PDQHLUD´�GH�ID]r-la. O método mais adequado deverá ser registrado em um cartão e o empregado deverá ser pago na base do incentivo, em função de uma alta taxa de desempenho além dos padrões estabelecidos; ¾ A seleção e o desenvolvimento do trabalhador. Tal fato envolve a seleção científica do homem certo para o cargo e o treinamento do mesmo com o método adequado para a execução da tarefa; ¾ A perfeita associação do método de seleção e treinamento do trabalhador.Com isso Taylor sentiu que causaria grande revolução mental aos administradores. Os trabalhadores deveriam mostrar muita pouca resistência aos novos métodos em função do sistema de pagamento induzido; ¾ A grande cooperação entre supervisores e trabalhadores. Esse princípio envolve principalmente a divisão do trabalho entre supervisores e trabalhadores, com os supervisores tendo a responsabilidade de planejar, preparar e controlar o trabalho. 4 (Sobral & Peci, 2008) 5 (Chiavenato, Introdução à teoria geral da administração, 2011) 6 (Schemerhorn Jr., 2008) 7 (Certo & Certo, 2006) 8 (Kwasnicka, 1989) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 65 Assim, uma das ideias da Administração Científica foi a da divisão do trabalho9. Cada trabalhador seria responsável apenas por uma pequena etapa do trabalho global. Em vez de montar um carro inteiro, um funcionário deveria montar instalar os faróis, por exemplo. Com isso, seria muito mais fácil treinar os funcionários e substituir um empregado demitido ou doente. A divisão de trabalho gerou o funcionário especialista ± cada membro ficou especializado ao seu pequeno processo ou atividade. Além disso, isto possibilitou a linha de montagem, processo em que FDGD�IXQFLRQiULR�ILFD�GLVSRVWR�HP�XPD�³ILOD´�GH�SURGXomR��GH�PRGR�TXH�R� resultado desta linha é o produto acabado. Abaixo, podemos ver os principais conceitos associados com a Administração Científica: Figura 1 - Conceitos da Administração Científica Críticas à Administração Científica Apesar de seus avanços, o trabalho de Taylor foi muito criticado. Diversos aspectos da Administração Científica foram combatidos e revistos por autores posteriormente. Uma das críticas concentrou-se no aspecto ligado ao indivíduo. Pouca atenção foi dada aos motivos que levam uma pessoa a ficar motivada e ao papel de liderança que deve ser exercido pelo gestor. Além disso, a especialização, quando levada ao extremo, pode gerar uma acomodação e um desinteresse grande por parte do empregado. Todos nós trabalhamos melhor quando temos desafios, coisas para 9 (Daft, 2005) Estudo de Tempos e Movimentos WĂĚƌŽŶŝnjĂĕĆŽ�ĚĂ� ?ŵĞůŚŽƌ�ŵĂŶĞŝƌĂ ? Divisão do trabalho / especialização Incentivos materiais / pagamento por produtividade ?Homo Economicus ?� ?Sistema Fechado 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 65 aprender. A superespecialização gerava um trabalho monótono ± chato mesmo. Outro aspecto foi a visão incompleta da organização10. Taylor estava preocupado com a produção interna da empresa, seu funcionamento. Não tinha como preocupação seus aspectos externos, como: os concorrentes, o mercado de trabalho, os governos, dentre outros fatores que podem impactar a instituição. Desta maneira, tinha uma abordagem conhecida atualmente como de ³VLVWHPD� IHFKDGR´�� YROWDGD� SDUD� GHQWUR�� (VWD� DERUGDJHP� WHP� XPD� dificuldade em ver as inter-relações e as influências geradas no relacionamento com as demais organizações11. Deste modo, dentre as principais críticas à Administração Científica, temos12: Figura 2 - Críticas à Administração Científica 10 (Kwasnicka, 1989) 11 (Sobral & Peci, 2008) 12 (Chiavenato, Introdução à teoria geral da administração, 2011) ?Conceito de que a organização funcionaria como ƵŵĂ� ?ŵĄƋƵŝŶĂ ?�Ğ�ƐĞƵƐ�ĨƵŶĐŝŽŶĄƌŝŽƐ�ƐĞƌŝĂŵ� ?ĞŶŐƌĞŶĂŐĞŶƐ ?�ƋƵĞ�ĚĞǀĞƌŝĂŵ�ĨƵŶĐŝŽŶĂƌ�ŶŽ�ŵĄdžŝŵŽ� da eficiência Mecanicismo ?Se as tarefas mais simples eram mais fáceis de serem treinadas e padronizadas, também tornavam o trabalho extremamente chato! Superespecialização do Trabalhador ?foco no trabalho manual e na ideia de que o homem se motivava por influência dos incentivos materiais Visão microscópica do homem ?Taylor não se preocupou com o ambiente externo ? o mercado de trabalho, os concorrentes, os fornecedores etc. Sua visão é voltada para dentro da empresa somente Abordagem de sistema fechado ?ĂƉĞƐĂƌ�ĚĞ�dĂLJůŽƌ�ƉƌŽƉŽƌ�Ƶŵ�ƌĞůĂĐŝŽŶĂŵĞŶƚŽ� ?ŐĂŶŚĂ- ŐĂŶŚĂ ?�ĞŶƚƌĞ�ƉĂƚƌƁĞƐ�Ğ�ĞŵƉƌĞŐĂĚŽƐ ?�ŶĂ�ƉƌĄƚŝĐĂ�Ă� aplicação dos preceitos da Administração Científica levou a uma maior exploração dos empregados. A Exploração dos Empregados 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 65 A Teoria Clássica A Teoria Clássica de Henry Fayol é outra das teorias administrativas (junto com a Administração Científica e a Teoria da Burocracia) classificadas dentro do que se chama: A abordagem clássica ou a Escola Clássica. Fiquem atentos, pois muitas bancas costumam cobrar este entendimento. Assim, a Teoria Clássica não é o mesmo que a Escola Clássica de Administração, que abrange também outras teorias. O contexto desta teoria clássica foi também o da industrialização e das mudanças nas relações de trabalho. Mas o foco foi outro! Se Taylor estava mais preocupado com a execução das tarefas, Fayol estava focado na estrutura organizacional13. )D\RO�WLQKD�XPD�YLVmR�PDLV�DPSOD�GR�WUDEDOKR�GH�³DGPLQLVWUDU´�XPD� organização. O objetivo dele era aumentar a eficiência das empresas através de uma melhor forma de administrá-las. Através dos estudos da departamentalização, via os departamentos como partes da estrutura da organização. Foi, portanto, um dos pioneiros no que se chamou de teóricos fisiologistas da administração. Assim, o escopo do trabalho do administrador foi bastante ampliado dentro da visão de Fayol14. Ele tinha uma visão mais abrangente das organizações. Ele descreveu seis funções empresariais que as instituições em geral devem conter. Estas seriam15: 13 (Chiavenato, Introdução à teoria geral da administração, 2011) 14 (Rennó, 2013) 15 (Kwasnicka, 1989) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 65 Figura 3 - Funções básicas da Organização Como a função administrativa deveria coordenar as demais funções da organização, Fayol também se preocupou em detalhar o que seria o trabalho dos gestores. Ele chamou o conjunto de atividades dos administradores de processo administrativo: as funções próprias de um administrador. De acordo com Fayol16 elas são: ¾ Prever: visualizar o futuro e traçar o programa de ação em médio e longo prazos; ¾ Organizar: constituir a estrutura material e humana para realizar o empreendimento da empresa; ¾ Comandar: dirigir e orientar o pessoal para mantê-lo ativo na empresa; 16 (Fayol, 1955) apud (Chiavenato, História da administração: entendendo a administração e sua poderosa influência no mundo moderno, 2009) ?que hoje é muito conhecida como área de produção, relaciona-se com aspectos de produção de bens e serviçosTécnica ?denominada nos dias de hoje função de Marketing, relaciona-se com a compra, venda e permuta dos bens produzidos econsumidos pela empresa Comercial ?relaciona-se com a busca e gerenciamento dos recursos financeiros utilizados pela empresaFinanceira ?que nos dias de hoje está relacionada na área de recursos humanos, tinha por atividade assegurar os bens das empresas e as pessoas envolvidas com a empresa Segurança ?Como hoje, na época a função também consistia em registrar as contas efetuadas, elaborar balanço e estatísticasContábil ?tem o caráter de coordenação das demais áreas. Fayol considerava essa atividade de integração da cúpula das demais funções Administrativa 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 65 ¾ Coordenar: ligar e harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos; ¾ Controlar: cuidar para que tudo se realize de acordo com os planos da empresa. Para ele, cada administrador, não importando sua posição hierárquica, deveria saber utilizar cada uma destas funções administrativas em suas atividades. Ou seja, desde o presidente até um gerente subalterno. Outra contribuição importante foi a criação dos princípios da administração17. De acordo com ele, existem quatorze princípios gerais da administração18: 1) Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência; 2) Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma consequência natural da autoridade e significa o dever de prestar contas; 3) Disciplina: depende de obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos; 4) Unidade de comando: cada empregado deve receber ordens de apenas um superior; 5) Unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo; 6) Subordinação dos interesses individuais aos gerais; 7) Remuneração do pessoal: deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição; 8) Centralização: refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização; 9) Cadeia escalar: linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo da hierarquia; 10) Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar; 11) Equidade: amabilidade e justiça para alcançar a lealdade dos empregados; 17 (Certo & Certo, 2006) 18 (Fayol, 1955) apud (Chiavenato, História da administração: entendendo a administração e sua poderosa influência no mundo moderno, 2009) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 65 12) Estabilidade do pessoal: a rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da organização; 13) Iniciativa: a capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente seu sucesso; 14) Espírito de equipe: a harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a organização. Assim como na Administração Científica, a Teoria Clássica também tinha uma abordagem de sistema fechado, pois não focava nos fatores externos da organização. Além disso, também tinha como um princípio a ideia de que as pessoas seriam motivadas através de incentivos financeiros, ou seja, o conceito do ³KRPR�HFRQ{PLFXV´�WDPEpP�HVWDYD�SUHVHQWH�� A Teoria Clássica não se preocupou também com os aspectos ligados aos indivíduos. Aspectos como os de comunicação, de motivação, e de liderança foram pouco tratados19. Somente com a Teoria das Relações Humanas isto será melhor abordado. Apesar disso, muito de seu trabalho ainda é utilizado nas empresas atualmente. Burocracia A teoria da burocracia foi mais uma das teorias que buscou moldar uma nova maneira de gerir uma instituição de um modo mais adequado aos novos tempos. As sociedades capitalistas modernas necessitavam de uma maneira mais racional de gerir uma organização. Para enfrentar desafios maiores, que são normais em uma economia de mercado, as empresas precisavam maximizar seus recursos, além de ter uma maior estabilidade e previsibilidade em suas operações e processos de trabalho. Desta maneira, Max Weber gerou esta teoria administrativa tendo como objetivo uma administração mais adequada aos novos desafios do Estado moderno e das grandes empresas, com o objetivo de combater o desperdício, a ineficiência e a corrupção20. $�EXURFUDFLD�VLJQLILFD��EDVLFDPHQWH��XP�PRGHOR�HP�TXH�R�³HVFULWyULR´� ou os servidores de carreira seriam os ³FRPDQGDQWHV´�RX detentores do poder. A base desta teoria seria a implementação de uma gestão mais 19 (Certo & Certo, 2006) 20 (Rennó, 2013) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 65 racional e impessoal, visando o aumento consistente da produção. As características principais da Burocracia são: Figura 4 - Características da Burocracia Desta forma, os administradores teriam de abandonar uma forma de DGPLQLVWUDU� EDVHDGD� QRV� FRVWXPHV� H� QR� ³DFKLVPR´�� SDUD� EDVHDU-se em normas, regulamentos que seriam aplicados a todos, de acordo com seu cargo e função na empresa. A meritocracia passa a ser enfatizada. Cada trabalhador deve ser contratado por seus méritos, promovido por seus resultados e ter uma carreira estruturada. Cada funcionário seria treinado para exercer suas funções e remunerado em dinheiro (e não em honrarias, em troca de alguma benesse, etc.). A ideia é a de que o trabalho na empresa deve ser a ocupação principal do indivíduo. Outro aspecto importante é o da impessoalidade. Este conceito foi importante para que pudéssemos evitar ao máximo as emoções no momento de tomar decisões. A ideia é a de que devemos tratar as pessoas de acordo com normas e critérios pré-definidos. A isonomia do tratamento busca, assim, a contratação das pessoas certas e a construção de um processo racional na promoção das pessoas, além de evitar favoritismos e tratamentos desiguais. ?Autoridade derivada de normas e leis. ?Poder do chefe é restrito aos objetivos da organização. As comunicações internas e externas também são todas padronizadas e formais Formalidade ?Direitos e deveres são estabelecidos em normas. As regras são aplicadas de forma igual a todos. ?As pessoas devem ser promovidas por mérito, e não por ligações afetivas. O poder é ligado não às pessoas, mas aos cargos. Impessoalidade ?As organizações são comandadas por especialistas, remunerados em dinheiro, contratados pelo mérito e conhecimento. Profissionalização 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 65 A comunicação formal teria um papel de ajudar nesta impessoalidade. Todas as informações deveriam ser transmitidas de uma maneira padronizada, com uma linguagem também harmonizada. Não deveriam existir espaços para as fofocas e para os boatos. Esta maneira de administrar com base em normas é fundamental para outro aspecto da burocracia: a noção de hierarquia. Cada pessoa manda de acordo com o cargo ± é ele quem concentrao poder. Esta também é uma teoria que dá ênfase na estrutura organizacional. E a organização deve ser estruturada hierarquicamente, ou seja, cada nível tem a autoridade e a responsabilidade definidos em regras. Assim, seu superior tem o poder e a autoridade concedidos a ele por deter um cargo acima do seu. Desta maneira, o dever de obediência é relacionado ao cargo e não à pessoa21. Este conceito acabou por criar empresas com diversos níveis hierárquicos, o que chamamos de estrutura verticalizada, com as decisões sendo tomadas no topo da organização e sendo transmitidas por diversos ³HORV´�GD�HPSUHVD�DWp�FKHJDU�DR�Qtvel operacional. Veja abaixo, em resumo, as dimensões da Burocracia22: 21 (Andrade & Amboni, 2011) 22 (Andrade & Amboni, 2011) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 65 Dimensões Burocráticas Características Básicas Normas e Regulamentos São regras gerais escritas, que determinam os procedimentos formais, e definem como a organização deve funcionar. Divisão do Trabalho É um instrumento que possibilita a sistemática especialização de alto grau e determina o emprego de pessoas tecnicamente qualificadas, garantindo, assim, a eficiência da organização. Na organização burocrática, todo trabalho deve ser fracionado e segmentado. Hierarquia da Autoridade Objetiva proporcionar uma estrutura hierárquica na organização. As pessoas executam suas atribuições dentro de um sistema de controle escalar, indo do topo à base da pirâmide. Relações Impessoais A obediência é ao cargo, não à pessoa, de modo que a disciplina e as decisões não sofrem interferência alheia à racionalidade no alcance dos objetivos da organização. Especialização da Administração Há uma separação entre o dono do capital e o dirigente. Quem administra a organização é um profissional qualificado para o cargo. O administrador é selecionado pela sua capacidade técnica, recebe um salário e pode ser demitido. Formalismo das Comunicações Este procedimento objetiva adequar a documentação de forma que as comunicações sejam interpretadas univocamente. Rotinas e Procedimentos A burocracia estabelece que as regras e as normas técnicas sejam fixadas para cada cargo. O ocupante do cargo está sujeito às imposições da burocracia, não podendo agir de forma independente. Profissionalização do Participante Na organização burocrática, os participantes são profissionais pelos seguintes motivos: cada funcionário é um especialista no seu cargo; o funcionário é um ocupante do cargo, que é sua principal atividade; ele é escolhido por sua capacidade e competência técnica; seu tempo de permanência é indefinido; e ele é recompensado dentro da organização por sua competência, por meio de um plano de carreira. Previsibilidade do Funcionamento Todos os funcionários devem comportar-se de acordo com as normas e os regulamentos. Daí o caráter de previsibilidade do comportamento dos seus membros. A visão burocrática é de padronização, não havendo tratamento diferenciado. Competência Técnica A seleção para admissão do funcionário é baseado no mérito técnico, sem preferências pessoais. Figura 5 - Dimensões da Burocracia. Adaptado de: (Andrade & Amboni, 2011) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 65 Disfunções da Burocracia Uma das principais pegadinhas quando falamos de teoria da burocracia é a famosa confusão que as bancas tentam criar misturando as características da teoria da burocracia (seu ideal) com as disfunções da burocracia (no popular: os problemas que ocorrem na prática). Atualmente, chamar alguém de burocrata é quase como falar mal da mãe dele! É um termo pejorativo, que reflete o desgosto com os problemas que as organizações têm ao tratar com os seus clientes. e� PXLWR� FRPXP� RXYLUPRV� DOJR� DVVLP�� ³TXH� EXURFUDFLD� GRV� LQIHUQRV���QmR� DJXHQWR� PDLV� LVVR´�� ,Vto decorre das nossas experiências com os excessos da burocracia: o que deu de errado. Mas a burocracia foi um passo adiante em sua época, e as bancas de concurso adoram tentar pegar o candidato nestes tópicos. O que você deve levar para sua prova é o seguinte: a teoria EXURFUDFLD�p�XP�LGHDO��6HXV�SUREOHPDV�QmR�ID]HP�SDUWH�GR�³PRGHOR´��6y� se lembrem dos defeitos da burocracia quando a banca falar de suas disfunções, ok? E quais são as principais disfunções? A primeira delas é a desconfiança com que são tradados os funcionários e os clientes. A ideia é a de que os empregados devem ser controlados em detalhes: com isso, os regulamentos são inúmeros e específicos. Desenvolvem-se controles de processos e procedimentos para tentar evitar os desvios. As pessoas não têm poder de manobra, de liberdade de escolha da melhor estratégia para resolver um problema ou atender seus clientes! Devem seguir normas, ler manuais. Se tomarem uma decisão fora do ³SDGUmR´��VHUmR�UHVSRQVDELOL]DGRV��PHVPR�TXH�D�GHFLVmR�WHQKD�UHVXOWado em uma solução inovadora. Não é de se estranhar que o funcionário dentro deste modelo tenha medo de arriscar. Em pouco tempo, estará mais preocupado em seguir os regulamentos do que em atender bem aos seus clientes. Isto gera uma organização autorreferida, voltada para dentro. Naturalmente, este padrão de comportamento gera uma instituição rígida, sem flexibilidade para adaptar-se ao ambiente externo e aos novos desafios. A hierarquia excessiva também gera problemas. Com uma estrutura com muitos níveis hierárquicos, a tomada de decisão fica mais lenta. Isto acontece porque muitas pessoas devem ser envolvidas para que a informação chegue ao tomador de decisão (na cúpula). 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 65 A necessidade de formalizar todas as comunicações e manualizar os processos gera também um ambiente pouco inovador. As ideias fluem com GLILFXOGDGH�H�DV�UHVLVWrQFLDV�DR�³QRYR´�ILFDP�PXLWR�IRUWHV� Além disso, os gerentes de cada área acabam perdendo a noção do todo, dos interesses da instituição, e passam a buscar somente os interesses imediatos de cada setor. Desta maneira, as principais disfunções da Burocracia são: Figura 6 - disfunções da Burocracia Vamos praticar agora? (CESPE ± UNIPAMPA/ ADMINISTRADOR ± 2009) Ao valorizar a meritocracia como forma de promoção, o administrador estará se pautando na teoria da burocracia. Ótimo. Um dos princípios da Burocracia é exatamente a meritocracia. Normalmente só nos lembramos das disfunções da Burocracia, como o excesso de formalismo, a excessiva rigidez, o foco em procedimentos e não em resultados, etc. Mas é importante ter em mente estes princípios, pois são bastante cobrados. O gabarito é questão certa. Perda da Noção Global Lentidão na comunicação e processo decisório Formalização Excessiva Preocupação com as regras e não com resultado Rigidez e falta de inovação 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br16 de 65 Teoria das Relações Humanas Na década de 30 do século passado, as preocupações voltaram-se para os fatores humanos que levariam a um melhor desempenho e resultado das organizações. O aumento da importância dos estudos das ciências sociais, como a Psicologia, impulsionou diversos estudos que buscavam entender a dinâmica do indivíduo no ambiente de trabalho. A Administração Científica preocupava-se bastante com os esforços físicos dos trabalhadores, mas não tinha uma preocupação maior com outros aspectos, como necessidades psicológicas, de atenção, etc. 2�UHVXOWDGR�SUiWLFR�HUD�XP�DPELHQWH�GH�WUDEDOKR�³FDUUHJDGR´��FRP� um relacionamento difícil e conflituoso entre funcionários e supervisores. $V�FDUJDV�KRUiULDV�HUDP�³SHVDGDV´�SDUD�RV�HPSUHJDGRV�H�RV�DFLGHQWHV�GH� trabalho, constantes. A própria década de 1930 foi uma época difícil. A crise da Bolsa de Nova York gerou uma depressão mundial, com reflexos no mercado de trabalho e nas relações entre os empregadores (capital) e os empregados (trabalho). A percepção geral era a de que a Escola Clássica não tinha gerado os resultados esperados pela sociedade. Desta maneira, a Teoria das Relações Humanas buscou o aumento da produtividade através de uma atenção especial às pessoas. A noção básica era a de que os gestores deveriam entender melhor seus funcionários e adaptar as organizações aos seus empregados. Com isso, alcançariam maiores resultados23. O principal autor deste movimento foi Elton Mayo. Este professor de Harvard desenvolveu uma pesquisa que se tornou símbolo desta teoria: A experiência de Hawthorne. Esta era uma fábrica da empresa Western Electric, que foi objeto de um estudo sobre o impacto da iluminação sobre o desempenho. A expectativa do pesquisador era a de entender os efeitos de uma melhor iluminação nos resultados do trabalho. Ou seja, a preocupação era com o aspecto fisiológico dos empregados (no caso, a capacidade de ver). A surpresa da pesquisa foi a de que qualquer alteração (seja para aumentar a luminosidade ou diminuí-la) gerava um aumento no desempenho humano. O que ele percebeu foi que o que gerava motivação não era a iluminação, mas a atenção dos pesquisadores24. Aqueles funcionários estavam sentindo-se importantes: participantes de uma pesquisa de uma universidade conhecida. Assim, sentiram-se 23 (Certo & Certo, 2006) 24 (Daft, 2005) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 65 valorizados, tinham a percepção de que seu trabalho estava sendo considerado pela empresa. O maior esforço era uma consequência disso. Isto mostrou que o foco nos aspectos fisiológicos tinha de ser redirecionado para os aspectos psicológicos. O papel do gestor deveria ser mais ligado ao emocional, a motivação e a liderança de seus subordinados. Este foi o nascimento do conceito de homem social25, que seria condicionado pela interação entre os grupos, e impactado diretamente pelas relações entre os colegas de trabalho, o ambiente de trabalho e com as chefias. As principais conclusões da pesquisa de Hawthorne, que descrevem as bases da Teoria das Relações Humanas, foram26: Figura 7 - Características da Teoria das Relações Humanas 25 (Chiavenato, História da administração: entendendo a administração e sua poderosa influência no mundo moderno, 2009) 26 (Sobral & Peci, 2008) ?não é capacidade individual de cada funcionário o que define sua produtividade, e sim a sua capacidade social, sua integração no grupo A integração social afeta a produtividade ?os funcionários não agem isoladamente ou no vácuo, mas como membros de um grupo O comportamento é determinado pelas regras do grupo ?volta-se o foco para os grupos que existem de modo informal na empresa e que não são relacionados aos cargos e funções As organizações são formadas por grupos informais e formais ?o supervisor mais eficaz é aquele que têm habilidade e capacidade de motivar e liderar seus funcionários em torno dos objetivos da empresa A supervisão mais cooperativa aumenta produtividade ?O gerente deve ser capaz de interagir, motivar e comandar seus funcionários. Apenas ter conhecimento técnico dos métodos de produção não é mais visto como o bastante A autoridade do gerente deve se basear em competências sociais 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 65 Estas conclusões mudaram o foco do trabalho dos gestores: a necessidade de motivar e envolver os empregados passou a ser enfatizada. Um ambiente de trabalho mais ameno e um trabalho mais desafiador, mais gratificante, passou a ser demandado pelos funcionários27. Com isso, outros fatores deveriam ser utilizados na motivação do que apenas os incentivos financeiros. Vamos praticar agora? (CESPE ± MTE / ADMINISTRAÇÃO) Um marco na abordagem clássica da administração foi a experiência de Hawthorne, que buscou enfatizar a importância das condições do ambiente de trabalho para obter a maior eficiência e racionalização das tarefas. O estudo de Hawthorne não buscou obter uma maior racionalização das tarefas. Este foi um dos objetivos da Administração Científica de Taylor, não da Teoria das Relações Humanas (em que está inserida a experiência de Hawthorne). Os estudos de Hawthorne analisaram fatores que pudessem aumentar a produtividade dos trabalhadores28. Os autores concluíram que a produtividade era atrelada a um melhor tratamento dos funcionários, ao funcionamento dos grupos dentro das organizações e aos aspectos psicológicos dos trabalhadores. Desta forma, os aspectos psicológicos seriam mais importantes do que os fisiológicos. O gabarito é questão incorreta. Teoria Estruturalista A Teoria Estruturalista apareceu como uma crítica às demais teorias anteriores. A noção principal foi a de conceber uma análise mais abrangente e completa das organizações. O estruturalismo buscou não rejeitar as descobertas anteriores, mas sim sintetizá-las em uma só abordagem. O estudo da administração não poderia ficar restrito as pessoas (como a Teoria das Relações Humanas 27 (Robbins & Coulter, Administração, 1998) 28 (Daft, 2005) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 65 postulava) ou restrito as tarefas (como a Administração Científica enfatizava). Como decorrência desta ideia de integrar as visões anteriores, um fator importante foi a busca de uma análise tanto da organização formal, que era enfatizada na teoria clássica, quanto da organização informal, presente na Teoria das Relações Humanas29. De acordo com Kwasnicka30, ³$R� HVWXGDUPRV� D� RUJDQL]DomR� VRE� D� yWLFD� estruturalista, estamos necessariamente fazendo uma análise globalizante de todos os fatores que FRPS}HP�R�WRGR�RUJDQL]DFLRQDO´�� Desta maneira, o conceito principal do Estruturalismo buscou uma visão mais ampla da organização, tendo em consideração todos os fatores dentro de uma só estrutura. Assim, a teoria estaria integrando todas as teorias anteriores em apenas uma abordagem31. Um dos teóricos maisassociados a esta teoria foi Amitai Etzione32. Esta foi a primeira abordagem que trouxe o conceito de sistema DEHUWR� FRPR� R� ³PRGR� GH� RSHUDomR´� GDV� RUJDQL]Do}HV�� 'H� DFRUGR� FRP� Gouldner, existiriam dois modelos de organizações: o modelo racional e o modelo natural de organização33. 2�SULPHLUR�VHULD�EDVHDGR�HP�XPD�YLVmR�³SDUD�GHQWUR´�� IRFDGD�QDV� operações internas, sem preocupar-se com as interações e interdependências entre setores e empresas diferentes. Seria o modelo racional, que teria uma visão de sistema fechado. O segundo seria o modelo natural. Existiria uma preocupação com o meio externo e com as diversas interdependências e incertezas decorrentes desta situação. Seria, portanto, uma visão que traz uma preocupação com os relacionamentos com o ambiente externo. Este modelo é um modelo de sistema aberto. Muitos autores classificam a teoria Estruturalista com a ideia do homem organizacional34. Esta noção deriva da percepção de que naqueles tempos o indivíduo teria múltiplos papéis diferentes na sociedade, de acordo com o tipo de organização em que estivesse se relacionando. 29 (Chiavenato, Introdução à teoria geral da administração, 2011) 30 (Kwasnicka, 1989) 31 (Lima, 2005) 32 (Etzione) apud (Lima, 2005) 33 (Gouldner) apud (Chiavenato, Introdução à teoria geral da administração, 2011) 34 (White Jr., 1966) apud (Chiavenato, Introdução à teoria geral da administração, 2011) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 65 De acordo com estes autores, a sociedade moderna seria uma sociedade de organizações. O homem dependeria destas organizações para WXGR�H�QHVWDV�FXPSULULD�XPD�VpULH�GH�³SDSpLV´�GLIHUHQWHV35. Teoria dos Sistemas A Teoria de Sistemas é uma abordagem moderna, derivada dos estudos da Biologia, que é muito utilizada atualmente nas empresas e no setor público. Seu precursor foi o biólogo Ludwig Von Bertalanffy36. A teoria se propõe a analisar as organizações sob a perspectiva do ambiente, das interações entre os sistemas (ou órgãos, empresas, etc.) e os conceitos de subsistemas (sistemas dentro de outros sistemas). A Teoria dos Sistemas engloba a noção de que as organizações são sistemas abertos, que estão em uma constante relação com o meio ambiente externo e que são impactadas positiva ou negativamente por ele. Para ter sucesso, um gestor deveria conhecer bem seus concorrentes, seus fornecedores, os hábitos de seus clientes, dentre outros fatores que impactam no resultado das organizações. A ideia predominante é a de que nenhuma organização vive no ³YiFXR´��7RGRV�GHSHQGHPRV�GH�GLYHUVRV�RXWURV�SDUFHLURV�H�RUJDQL]Do}Hs para termos sucesso. Ao mesmo tempo, um setor da instituição dependerá de outros setores desta mesma organização ± não existe ninguém que não dependa do trabalho dos outros para alguma coisa. Este seria o conceito de interdependência. Afinal, um sistema seria37, ³8P� FRQMXQWR� GH� XQLGDGHV� UHFLSURFDPHQWH� relacionadas para alcançar um propósito ou REMHWLYR´� O administrador deveria ter, assim, uma visão abrangente da organização e de seus relacionamentos. Deve ter o conhecimento de como as áreas da organização interagem e quais são as interdependências. 35 (Presthus, 1965) apud (Chiavenato, Introdução à teoria geral da administração, 2011) 36 (Chiavenato, História da administração: entendendo a administração e sua poderosa influência no mundo moderno, 2009) 37 (Bertalanffy, 1975) apud (Chiavenato, História da administração: entendendo a administração e sua poderosa influência no mundo moderno, 2009) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 65 Figura 8 - Características da Teoria dos Sistemas Os principais conceitos da teoria dos sistemas são: Organizações são sistemas abertos Organizações são sistemas "vivos" Organizações são sistemas complexos com partes inter-relacionadas e subsistemas Interdependência entre os sistemas e subsistemas Organização está em constante interação com meio ambiente 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 65 Figura 9 - Conceitos da Teoria dos Sistemas Vamos praticar agora? (CESPE ± MTE - ADMINISTRAÇÃO) Segundo a teoria de sistemas, as funções de um sistema independem de sua estrutura. Para a Teoria dos Sistemas, as funções de um sistema dependem de sua estrutura. Esta é uma das características básicas da Teoria dos Sistemas. Uma empresa gigante, com operações em diversos países, deve se organizar de modo diferente do que uma pequena empresa, não é verdade? O gabarito é questão incorreta. Ȉse relaciona com tudo o que o sistema recebe do ambiente externo para poder funcionar Entrada Ȉé o que o sistema produz.Saída ȈRetroalimentação, controle dos resultadosFeedback ȈO todo é maior do que a soma das partesSinergia ȈO sistema é um todo. Mudança em uma parte afeta as outras partes Holismo ȈO sistema busca o equilíbrioHomeostase Ȉobjetivos podem ser alcançados de várias maneiras, não existe um único modo Equifinalidade ȈTendência de qualquer sistema de se desintegrarEntropia Ȉ ��Dzdz�� ��ǡ� evitando a desintegração Entropia Negativa Ȉ� � ������Dzdz� não é facilmente acessível Caixa Preta 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 65 Teoria Contingencial A Teoria Contingencial, ou Teoria das Contingências, quebrou um paradigma. Para ela, não existe uma melhor maneira de administrar, uma solução universal que possa ser utilizada por organizações de diversos tamanhos e áreas de atuação. De acordo com Carlisle38, ³1mR�Ki�XPD�PDQHLUD�PHOKRU�SDUD�SOanejar, não há maneira melhor de liderar, não há melhor maneira de organizar um grupo, não há melhor maneira de controlar as atividades de uma organização. O melhor conceito e técnica a ser selecionada é aquela feita após conhecer as circunstâncias que esti�HQIUHQWDQGR´�� Assim, não devemos buscar uma solução única para os problemas organizacionais. Cada situação pede uma resposta diferente. Tudo depende. Assim, tudo é relativo. 2� JHVWRU� GHYH�� DQWHV� GH� VH� GHFLGLU� SRU� XP� ³FDPLQKR´�� DQDOLVDU� R� contexto de cada empresa, visualizar cada situação específica. Além disso, os fatores que afetam cada organização não são estáveis, muito pelo contrário. 2�SUySULR�QRPH�� FRQWLQJHQFLDO�� GHULYD� GR� WHUPR� ³FRQWLQJrQFLDV´�� (� quais são as contingências que devem ser analisadas? As principais são: tamanho, tarefas envolvidas, tecnologias e o ambiente (interno e externo). Figura 10 ʹ Contingências principais 38 (Carlisle) apud (Kwasnicka, 1989) Tamanho Tarefas Tecnologias Ambiente Externo e Interno 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão daPolícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 65 Desta maneira, a teoria considera que há uma relação funcional entre a organização (o sistema) e o ambiente. E as variáveis poderiam ser classificadas como dependentes e independentes. $V�YDULiYHLV� GHSHQGHQWHV� VHULDP�DTXHODV�TXH�H[LVWHP� ³GHQWUR´� GD� instituição. Já as variáveis independentes estariam situadas no ambiente externo. Os fatores internos da empresa seriam as variáveis dependentes do que viesse a ocorrer no ambiente externo, que seriam as variáveis independentes39. Figura 11 - Variáveis dependentes e independentes Outro conceito seria o de que existem diversas formas que podem ser utilizadas para que uma organização alcance seus objetivos ± não existe somente uma solução, um caminho. O administrador deve buscar o constante ajuste entre sua organização e seu meio, suas contingências40. 2�³SDQR�GH�IXQGR´�GD�WHRULa da contingência é a de que o mundo é complexo. Não devemos nos ater a soluções universais, mas sim entender que cada situação pode merecer uma solução diferente. Críticas à Teoria Contingencial $SHVDU� GLVVR�� GH� FHUWD� IRUPD� D� WHRULD� DFDERX� ³FDLQGR´� HP� um relativismo exagerado. Assim, para a Teoria da Contingência tudo depende! Não existem soluções gerais que possam ser utilizadas por todos. 39 (Rennó, 2013) 40 (Chiavenato, Introdução à teoria geral da administração, 2011) ? Ocorrem dentro da organização Variáveis dependentes ? Ocorrem fora da organizaçãoVariáveis independentes 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 65 Muitos críticos criticam este relativismo e sugerem que, por consequência, a teoria não teria assim utilização prática, pois as contingências que influenciam o contexto de uma empresa são inúmeras. Tendo como base esta teoria, o trabalho que um gestor teria para tomar a decisão sobre qual caminho deve ser seguido pode ser muito difícil e complexo. Figura 12 - Críticas à Teoria da Contingência Consequências no Mundo Atual Esta teoria abriu os olhos de muitos gestores e teóricos da Administração para a maior complexidade do ambiente de negócios atual. As sociedades modernas já não permitem XPD� YLVmR� ³PHFDQLFLVWD´� GDV� organizações. Desta forma, as organizações devem ser muito mais ágeis e flexíveis para que possam se adaptar a qualquer mudança neste ambiente, seja de ordem tecnológica, regulatória, ou de mercado. As organizações em rede são um exemplo das novas configurações que apareceram com base nestes conceitos. O ambiente seria uma rede formada por diversas organizações interligadas41. Nestas organizações em rede, as empresas ou órgãos públicos buscam parcerias com outros entes, ao invéV� GH� EXVFDU� ³ID]HU� WXGR� VR]LQKD´�� A relação deixa de ser hierárquica para tornar-se uma parceria de negócios. Troca-se comando por flexibilidade. Não temos mais o controle direto sobre a execução de uma atividade, por exemplo, mas podemos alterar nosso portfólio de produtos e serviços com uma velocidade muito maior do que antes. 41 (Motta & Vasconcelos, 2004) Relativismo exagerado do modelo Contingências são muitas e dificultariam a tomada de decisão 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 65 Se tivermos uma mudança nos hábitos dos nossos clientes, podemos contratar outro parceiro mais facilmente do que seria uma mudança em nossas fábricas, por exemplo. Clima e cultura organizacional. Cultura Organizacional A cultura organizacional está ligada aos valores e ao modo de resolver os conflitos e situações dentro da instituição. Ela condiciona o comportamento das pessoas dentro da organização e reflete os valores e significados que são compartilhados pelos seus membros. A cultura é um aspecto presente em todas as organizações e afeta seu desempenho e funcionamento. Ela engloba os símbolos, valores e práticas que existem e foram desenvolvidas desde sua criação. Para facilitar a compreensão do que seria a cultura organizacional, poderíamos pensar nela como a personalidade de uma organização, seu modo de pensar e de ver o mundo. De acordo com Schein42, cultura é: ³e� XP� PRGHOR� GH� SUHVVXSRVWRV� EiVLFRV�� TXH� determinado grupo tem inventado, descoberto ou desenvolvido no processo de aprendizagem para lidar com problemas de adaptação externa e integração interna. Uma vez que os pressupostos tenham funcionado bem o suficiente para serem considerados válidos, são ensinados aos demais membros como maneira correta para se proceder, se pensar e sentir-VH�HP�UHODomR�jTXHOHV�SUREOHPDV��´ A cultura é um fator que diferencia uma empresa da outra. Existem culturas inovadoras, que incentivam a tomada de riscos e de novas ideias. Também existem culturas conservadoras, que apreciam a segurança e o cuidado em mudar de direção. A cultura dá um senso de identidade aos membros da empresa. Muitas pessoas procuram trabalhar em organizações que valorizam as mesmas coisas do que elas. Uma empresa como o Google, por exemplo, atrai diversos estudantes que querem trabalhar em uma empresa que não exige que os funcionários 42 (Schein) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 65 venham de terno para o trabalho, e tenham liberdade para apresentar ideias inovadoras. Já outras pessoas desejam trabalhar em instituições do mercado financeiro, com seu ambiente competitivo, carga horária pesada e a busca intensa pela lucratividade. A cultura tem, normalmente, duas fontes: os valores dos seus fundadores (que implantam os valores nas normas da empresa) e os diversos funcionários que são contratados por ela durante os anos. A mudança dessa cultura não é algo fácil ou rápido. Assim, a cultura de uma organização pode ser alterada, mas demanda um esforço grande e um tempo razoável para que os novos valores sejam internalizados por todos os seus membros. Essa mudança normalmente ocorre de acordo com uma relação entre variáveis internas e externas, que criam espaço para essa mudança da cultura43. 43 (Rennó, 2013) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 65 Figura 13 - Características da Cultura Organizacional A cultura de uma organização pode ser descrita em relação a dez características principais. De acordo com Robbins elas são44: ¾ Identidade do membro ± O grau com que os empregados se identificam com a organização como um todo, e não com o seu tipo de trabalho ou especialidade profissional; ¾ Ênfase no grupo ± O grau com que as atividades de trabalho são organizadas em torno de grupos em vez de indivíduos; ¾ Foco nas pessoas ± O grau com que as decisões da administraçãolevam em consideração o efeito dos resultados em pessoas da organização; 44 (Robbins, Organizational Behavior, 2004) Influencia o comportamento dos membros e afeta o desempenho e estimula a estabilidade social na empresa Fornece um senso de identidade É a "personalidade" da organização Diferencia uma empresa da outra Se expressa na Gestão de Pessoas, nos estilos de liderança, nas tomadas de decisão, nas comunicações, etc. 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 65 ¾ Integração das unidades ± O grau com que as unidades da organização são estimuladas a operar de uma maneira coordenada ou interdependente; ¾ Controle ± O grau com que regras, regulamentos e supervisão direta são usados para inspecionar e controlar o comportamento dos empregados; ¾ Tolerância a risco ± O grau com que os empregados são incentivados a ser agressivos, inovadores e propensos ao risco; ¾ Critérios de recompensa ± O grau com que recompensas como aumentos de salário e promoções são distribuídos por critério de desempenho do empregado em contraste com o tempo de casa, favoritismo e outros fatores não-ligados ao desempenho; ¾ Tolerância a conflito ± O grau com que os empregados são estimulados a expressar conflitos e críticas abertamente; ¾ Orientação meios-fins ± O grau com que a administração enfatiza resultados ou efeitos em detrimento de técnicas e processos usados para alcançar aqueles resultados; ¾ Foco em sistemas abertos ± O grau com que a organização monitora e responde a mudanças no ambiente externo. Níveis da Cultura. A cultura apresenta vários níveis. Nem todos seus aspectos são visíveis. Muitas vezes, temos dificuldade de identificar certos fatores e também de alterá-los. A classificação mais utilizada em concursos destes níveis da cultura organizacional é descrita por Schein. De acordo com ele a cultura existe em três níveis: 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 65 Os artefatos são aqueles aspectos visíveis, que temos contato assim que entramos em uma organização. São os aspectos que são mais facilmente alterados. Já os pressupostos básicos são fatores tão arraigados que talvez nem sejam mais discutidos. Um exemplo seria a ideia da participação ou não da mulher no mercado de trabalho. Este conceito era polêmico nos anos 50, mas atualmente não é mais um fator discutido. Os pressupostos básicos são as fontes dos valores. No caso do exemplo que citei, a ideia de que as mulheres devem ter acesso ao mercado de trabalho (pressuposto básico) pode ser a fonte de um dos valores da empresa (igualdade de salário entre os gêneros). Artefatos ?É nível mais superficial. ?Relacionado com o que temos contato com uma organização. ?Ex: produtos, padrões comportamentais, o vestuário, o espaço físico, os símbolos, os logotipos, a linguagem, etc. Valores ?Conceitos vistos como certos ou errados dentro da empresa. ?Está em um nível consciente e são usados para balizar o comportamento dos seus membros. ?Ex: histórias, lendas, linguagem e símbolos. Pressupostos Básicos ?Verdades inquestionáveis. ?Muitos são tão arraigados que não mais são discutidos. ?As fontes originais dos valores. ?É o nível mais profundo e difícil de ser mudado. ?Ex: histórias, lendas, na linguagem e nos símbolos. 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 65 Figura 14 - Níveis da Cultura Vamos praticar agora? (CESPE ± MIN. ESPORTE - ADMINISTRADOR) As práticas e rituais, por constituírem a camada mais profunda da cultura organizacional, são aspectos cuja mudança requer mais tempo, planejamento e cuidados. Negativo! As práticas e rituais são artefatos, que estão no nível mais superficial da cultura. Já os pressupostos básicos é que estão no nível mais profundo da cultura organizacional. Estes últimos são realmente os mais difíceis de serem alterados. O gabarito da banca é mesmo questão errada. Cultura Dominante e Subculturas. Quando uma empresa ou órgão público cresce muito, pode passar a conter um número de subculturas, dentro de uma cultura dominante. Uma subcultura é um conjunto de valores que não são compartilhados por todos os membros, mas apenas alguns. Artefatos Valores Pressuposto Básico 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 65 Ou seja, podem existir RXWUDV� FXOWXUDV� ³GHQWUR´� GD� PHVPD� organização. Muitas empresas possuem uma cultura dominante e algumas subculturas espalhadas por suas diversas divisões e setores. De acordo com Robbins45, ³Uma cultura dominante expressa os valores principais que são compartilhados pela maioria dos seus membros. Quando falamos da cultura de uma RUJDQL]DomR��QRV�UHIHULPRV�j�FXOWXUD�GRPLQDQWH��´ E como ocorre este processo? Nestas grandes organizações, as pessoas ficam distribuídas e concentradas em seus órgãos. Com isso, conversam todos os dias com os PHVPRV�FROHJDV�GH�WUDEDOKR�H�SDVVDP�D�WHU�XP�PHVPR�³GLVFXUVR´��D�YHU� os problemas pela mesma ótica. Um funcionário de uma empresa que trabalhe na área de crédito de uma financeira, por exemplo, terá um convívio com pessoas que estão preocupadas com a possibilidade de conceder dinheiro a pessoas que não pagarão suas contas, não é mesmo? A preocupação deles é ser cauteloso. Já outros funcionários da mesma empresa que trabalhem no setor de Marketing, por exemplo, teriam um convívio com pessoas que desejam criar novas campanhas, novos produtos que tenham impacto no crescimento da empresa, na imagem do cliente em relação à companhia como um todo. Naturalmente, estas pessoas buscarão correr mais riscos, não é verdade? Assim, as subculturas são geradas e desenvolvidas para lidar com problemas e contextos distintos que os membros dos seus grupos encontram. 45 (Robbins, Organizational Behavior, 2004) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 65 Figura 15 - Cultura dominante e subcultura $�SUHVHQoD�GH�GLYHUVDV�³FXOWXUDV´�GHQWUR�GH�XPD�PHVPD�RUJDQL]DomR� pode gerar choques culturais e conflitos. Isso decorre do fato de que existem diversas posturas das empresas em relação às diferentes maneiras de se trabalhar, se comportar e de pensar. Essas posturas podem ser: etnocêntricas, policêntricas e geocêntricas. Postura etnocêntrica Empresas com essa postura acreditam que o modo como ela trabalha em seu país de origem, é superior aos dos demais. Com isso, ela adota geralmente uma postura que ignora ou releva as diferenças culturais. Postura policêntrica Instituições com essa postura partem do princípio de que que o paísque hospeda a organização tende a conhecer melhor os métodos mais adequados ao seu próprio ambiente. Ou seja, são empresas que buscam se adaptar à cultura local. Postura geocêntrica Empresas com essa postura não ignoram a influência das diferenças culturais sobre os estilos de gestão. 'HVVH� PRGR�� H[LVWHP� XP� ³PHLR- ?São os valores compartilhados pela maioria dos membros da organização Cultura Dominante ?Refletem os desafios, problemas, experiências e desafios de cada setor. ?São compartilhados apenas por um grupo da organização Subculturas 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 65 WHUPR´�� (ODV� Fostumam manter seus princípios e valores básicos, mas também buscam adaptar-se às diferenças nacionais. Cultura Forte e Cultura Fraca. Apesar de a cultura organizacional ser um fator presente em todas as empresas, não é sempre que esta cultura é forte. Isto ocorre quando os valores desta cultura são realmente seguidos e compartilhados por todos os seus membros. Naturalmente, isto nem sempre acontece. Muitas empresas são novas ou apresentam uma cultura que não é vista como adequada por seus funcionários. &RP� LVVR�� PXLWRV� IXQFLRQiULRV� ³UHMHLWDP´� DVSHFWRV� GHVVD� cultura e buscam até mesmo outros empregos. Assim sendo, quanto mais os funcionários de uma empresa seguem e compartilham os valores inseridos em sua cultura, mais forte sua cultura é! E para que serve isso? Uma empresa com uma cultura forte consegue reter seus funcionários com mais facilidade (já que eles compartilham dos mesmos valores). Além disso, estes funcionários demonstram maior lealdade e compromisso com os objetivos e metas da organização. Além disso, uma cultura forte reduz a necessidade de um controle mais rígido e de regras e regulamentos para coibir certos comportamentos. Passa a existir uma maior harmonia entre seus membros e aqueles indivíduos que não aceitam sua cultura acabam deixando a empresa. Existem diversas pesquisas que indicam que uma cultura forte acaba gerando um desempenho maior para as empresas. Isto seria derivado do poder de influência que essa cultura forte teria sobre o comportamento das pessoas. Dentre os fatores que DIHWDP�QD�³IRUoD´�GH�XPD�FXOWXUD��WHUtDPRV�R� seu tamanho, a rotatividade de seus membros e o tempo de funcionamento da organização46. Vamos praticar agora? 46 (Sobral & Peci, 2008) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 65 (CESPE ± ABIN - OFICIAL TÉCNICO) Define-se cultura organizacional fraca como aquela em que os valores compartilhados exercem alto impacto no comportamento dos funcionários. É exatamente o contrário! Uma cultura organizacional forte é que condiciona fortemente o comportamento dos seus membros. Em uma cultura fraca, muitos membros nem compartilham dos valores e pressupostos básicos da organização. O gabarito é questão errada. Elementos da Cultura. Os artefatos são alguns instrumentos utilizados pela organização para transmitir e consolidar sua cultura. Basicamente, são três tipos: verbais, comportamentais e físicos47. Os artefatos verbais, como o próprio nome indica, são transmitidos na própria comunicação interna. São compostos por estórias contadas de maneira repetida sobre seus integrantes e fundadores, por exemplos de ³KHUyLV´� RX� HPSUHJDGRV� ³PRGHOR´� TXH� EXVFDP� YDORUL]DU� DVSHFWRV� GD� organização, dentre outros aspectos. Estes artefatos verbais buscam reforçar comportamentos e valores que são esperados dos novos membros. Com eles, a organização faz um WLSR�GH�³SUHJDomR´��FRP�HQVLQDPHQWRV�VREUH�R�TXH é valorizado naquela empresa. Abaixo, podemos ver alguns exemplos dos artefatos verbais: 47 (Rocha, Nascimento, Pereira, & Machado, 2010) 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 65 Figura 16 - Artefatos verbais. Fonte: (Rennó, 2013) Já os artefatos comportamentais são relacionados com as diversas atividades costumeiras que reforçam os valores da organização. Dentre os principais, teríamos as festas, os rituais e as cerimônias. Uma empresa que tenha uma cerimônia de despedida para funcionários com muitos anos de casa, onde este funcionário é exaltado e ganha um presente (uma caneta de ouro, por exemplo) está buscando incutir o valor da lealdade em sua cultura organizacional, não é mesmo? Os rituais de iniciação de um novo funcionário também buscam SDVVDU�RV�YDORUHV�GD�RUJDQL]DomR��4XHP�DVVLVWLX�DR�ILOPH�³7URSD�GH�(OLWH´� se lembrará do treinamento inicial dos recrutas no Bope, em que eles são imersos nos valores que aquela instituição valoriza, como disciplina, abnegação, dentre outros. Finalmente, os artefatos físicos são os mais visíveis em uma organização. Eles englobam os símbolos e as normas, principalmente. Os primeiros normalmente são objetos, ações ou eventos. A existência de paredes dividindo os escritórios, por exemplo, pode estar indicando que aquela empresa valoriza a hierarquia. Já uma empresa que mistura o refeitório dos empregados mais humildes com os altos executivos pode estar buscando reforçar exatamente o contrário, não é mesmo? Assim sendo, os móveis da empresa, o tipo de roupas que as pessoas usam, o layout dos escritórios são exemplos dos símbolos organizacionais. Outro fator seriam as normas e regulamentos da organização. Estes documentos delimitam o campo de atuação de seus funcionários e Artefatos Verbais Tabús proibições que buscam orientar o comportamento. Ex: tatuagem Mitos estórias fictícias que reforçam os valores Ex: imagem de "grande família" Heróis pessoas influentes que trazem lições e incentivam. Ex: servidores exemplares Estórias narrativas apoiadas em fatos reais. Ex: grande feitos passados 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 65 influenciam no seu comportamento. Abaixo, temos alguns exemplos destes artefatos físicos: Figura 17 ʹ Artefatos Físicos. Fonte: (Rennó, 2013) Disfunções da Cultura. Uma cultura pode trazer muitos benefícios para uma empresa, mas também pode gerar muitos problemas e dificuldades. Dentre as vantagens e benefícios de uma cultura, teríamos: uma maior estabilidade em seu ³VLVWHPD�VRFLDO´��SRLV�DV�SHVVRDV�VDEHP�R�TXH�p�HVSHUDGR�GHODV��XP�VHQWLGR� de identidade para seus membros; um desempenho superior e um maior comprometimento de seus funcionários48. Apesar disso, a cultura também pode gerar uma dificuldade da empresa em se adaptar aos novos desafios que possam aparecer. De certa forma, pode gerar uma rigidez que deixe a organização avessa às mudanças. De acordo com Robbins, as principais barreiras que podem ser criadas seriam49: 48 (Robbins, Organizational Behavior, 2004) 49 (Robbins & Coulter, Administração, 1998) ArtefatosFísicos Símbolos aspectos tangíveis que ajudam a ver, ouvir, sentir e incorporar a cultura. Ex: marca, slogans, bandeiras e imagens Normas documentos que dizem o que é esperado dos membros. Ex: códigos de ética e de conduta 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 65 Ritos nas Organizações Os ritos são expressões culturais que são planejadas e que têm consequências práticas para a organização. De acordo com Beyer e Harrison os ritos são seis50: de passagem, de degradação, de confirmação, de reprodução, de redução de conflitos e de integração. Tabela 1 - Tipos de Ritos. Adaptado de: http://comunicandoculturaorganizacional.blogspot.com.br/2013/03/tipologia-de- ritos-e-rituais.html Ritos Características Ritos de Passagem Facilitam a transição de indivíduos para novos papéis e status; são utilizados em processos de admissão, mudança de funções, promoção na carreira profissional. 50 (Beyer & Harrison, 1986) apud (Ribas & Salim, 2013) Barreiras às mudanças ?Quando há um ambiente dinâmico, a cultura pode impedir que a organização se adapte aos novos desafios. ?A consistência no comportamento não é positiva em ambientes dinâmicos, apenas nos estáveis Barreiras às diversidades ?Culturas fortes põem pressão nos integrantes ƉĂƌĂ�ƐĞ� ?ĞŶĐĂŝdžĂƌĞŵ ?� em um perfil de comportamento considerado adequado. ?A contratação de pessoas de cor, raça, idade, sexos ou outras diferenças pode colidir ĐŽŵ�ĞƐƐĂ� ?ǀŝƐĆŽ ?�ĚŽ� que é aceitável na organização. ?Esta cultura pode então dificultar a assimilação de pessoas diferentes, que são necessárias para que a organização tenha qualidades e características que somente pessoas diferentes trazem a uma organização Barreiras às aquisições e fusões ?a maior dificuldade que duas organizações costumam encontrar ao ocorrer uma fusão ou aquisição é como conciliar duas culturas diferentes (principalmente quando elas são grandes!). ?Normalmente só eram considerados os fatores financeiros ou quais os produtos envolvidos, mas atualmente os fatores culturais passaram a ser considerados 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 65 Exemplo: o treinamento inicial de um recruta no exército Ritos de Degradação Dissolvem identidades sociais e seu poder. São utilizados em casos de demissões, para denunciar falhas, violação de normas, afastamento de altos dirigentes. Exemplo: o processo de demissão e substituição de um gerente. Ritos de Confirmação ou de Reforço Fortalecem identidades sociais e seu poder; são utilizados para reconhecer publicamente "feitos heroicos", conquistas profissionais, superação de metas. Exemplo: seminários para reforçar o espírito de coesão interna dos funcionários. Ritos de Reprodução ou Renovação Renovam estruturas sociais e melhoram o seu funcionamento; como adoção de novas formas gerências, programas de treinamento organizacional. Exemplo: atividades de desenvolvimento organizacional Ritos para Redução de Conflitos Reduzem conflitos e agressões e restabelecem o equilíbrio das relações. Exemplo: Processos de negociação coletiva. Ritos de Integração Encorajam e revivem sentimentos comuns que agregam os indivíduos e os mantêm em um sistema social. Esses ritos recebem denominações específicas e que variam de organização para organização. Exemplo: festas de aniversário da organização, datas festivas (Natal, Páscoa, Dia das Mães, entre outras), encontros das "sextas-feiras", reuniões para comemoração de aniversários. Clima Organizacional O clima organizacional é a percepção que os funcionários têm do ambiente de trabalho. De certo modo, podemos dizer que é a reação à cultura organizacional. Poderíamos, portanto, conceituar o clima organizacional como o conjunto de percepções, opiniões e 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 65 sentimentos que se expressam no comportamento de um grupo ou uma organização, em um determinado momento ou situação. Assim sendo, o clima organizacional é importante, pois influencia o desempenho dos indivíduos e das organizações. Existem diversos elementos do ambiente organizacional que influenciam no clima organizacional. Dentre eles, temos: a forma como a comunicação funciona na empresa, pois pode ser mais formal ou mais informal; a integração entre as diferentes áreas funcionais; o estilo de gerência ou liderança das chefias; as políticas de recursos humanos (principalmente salários, benefícios e carreira); o modelo de gestão adotado pela organização; a natureza do trabalho que é executado; o relacionamento interpessoal; o grau de identificação com a organização e a clareza de objetivos. Portanto, o clima organizacional reflete a satisfação material e emocional das pessoas com o trabalho. De acordo com Coda51, ³O clima organizacional é o indicador do grau de satisfação dos membros de uma empresa, em relação a diferentes aspectos da cultura ou realidade aparente da organização, tais como: política de RH, modelo de gestão, missão da empresa, processo de comunicação, valorização profissional e identificação FRP�D�HPSUHVD´� Já para Payne e Mansfield, o clima organizacional é considerado como o elo conceitual de ligação entre o nível individual e o nível organizacional, no sentido de expressar a compatibilidade ou congruência das expectativas, valores e interesses individuais com as necessidades, valores e diretrizes formais52. Métodos e técnicas de pesquisa organizacional. A pesquisa de clima organizacional é um método que busca mapear o ambiente interno da empresa. É a forma pela qual os gestores poderão conhecer melhor os efeitos de suas políticas no ambiente de trabalho. Tendo este conhecimento, poderíamos trabalhar os principais fatores problemáticos e, assim, melhorar o clima organizacional.53 51 (Coda, 1997) apud (Bento & Dias) 52 (Payne e Mansfield, 1973) apud (Bento & Dias) 53 www.fundacaohantipoff.mg.gov.br/pdf/pesquisaclima/o_que_e.pdf Clima: é a percepção que os membros têm do ambiente de trabalho. 64727677342 64727677342 - César Davi Enrico Ribeiro Noções de Administração p/ Escrivão da Polícia Federal Teoria e exercícios comentados Prof. Rodrigo Rennó ± Aula 14 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 65 Portanto, a pesquisa de clima organizacional analisa o ambiente interno buscando apurar seus pontos fortes, fracos e expectativas dos trabalhadores. Ao trabalhar estes pontos que são negativos e melhorar o clima da organização, busca-se aumentar a motivação do trabalhador e aumentar sua produtividade. O clima organizacional deve ser baseado no planejamento estratégico da organização, ou seja, não existe um tipo de pesquisa que sirva para todas as organizações. Cada organização deve moldar o clima às suas características. O fundamental é que exista uma credibilidade no processo, sigilo e confiança por parte dos funcionários.54 Desse
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