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SEDUC PA PROFESSOR I HISTORIA

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Secretaria de Estado de Educação do Estado do Pará
SEDUC-PA
Professor Classe I - História
Edital Nº 01/2018 – SEAD, 19 de Março de 2018
MR111-2018
DADOS DA OBRA
Título da obra: Secretaria de Estado de Educação do Estado do Pará - SEDUC-PA
Cargo: Professor Classe I - História
(Baseado no Edital Nº 01/2018 – Sead, 19 de Março de 2018)
• Conhecimentos Específicos
Gestão de Conteúdos
Emanuela Amaral de Souza
Autora
Jaqueline Lima
Diagramação/ Editoração Eletrônica
Elaine Cristina
Igor de Oliveira
Camila Lopes
Thais Regis
Produção Editoral
Suelen Domenica Pereira
Julia Antoneli
Karoline Dourado
Capa
Joel Ferreira dos Santos
APRESENTAÇÃO
CURSO ONLINE
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Ex: FV054-18
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SUMÁRIO
Conhecimentos Específicos
Aspectos metodológicos do ensino da história. ......................................................................................................................................... 01
A história como conhecimento humano. ...................................................................................................................................................... 05
Formação do espaço social brasileiro a apropriação da terra, .............................................................................................................. 07
A apropriação da América pelos Europeus, .................................................................................................................................................. 10
Formação da sociedade brasileira,.................................................................................................................................................................... 14
A organização administrativa, ............................................................................................................................................................................ 19
A organização econômica e as formas de trabalho, .................................................................................................................................. 21
A sociedade colonial, .............................................................................................................................................................................................27
Expansão territorial e das descobertas das minas, ..................................................................................................................................... 30
Influência das ideologias literais na história do Brasil e movimentos político-sociais no Final do Século XVIII,............... 33
Transformações ocorridas na Europa no início do Séc. XIX e a vinda da Corte portuguesa para o Brasil. .......................... 35
Formação do espaço social brasileiro independente: ............................................................................................................................... 41
A colonização da América ....................................................................................................................................................................................46
Sistemas coloniais e mercantilismo, ................................................................................................................................................................. 50
Movimentos da independência, ........................................................................................................................................................................ 52
A organização do Estado Brasileiro .................................................................................................................................................................. 50
Movimentos populares e agitações político-sociais nas províncias, ................................................................................................... 56
Mudanças no panorama mundial e transformações socioeconômicas no Brasil. ......................................................................... 61
O Brasil no século XX, ............................................................................................................................................................................................62
A Segunda república e a crise mundial, uma experiência democrática no Brasil .......................................................................... 65
Deposição de Vargas e a era JK, ........................................................................................................................................................................ 66
O golpe de 1964 e a abertura democrática. ................................................................................................................................................. 75
O Estado nacional brasileiro na América Latina. ......................................................................................................................................... 80
O Estado brasileiro atual, ......................................................................................................................................................................................82
Os Estados Nacionais na América Latina (semelhanças e diferenças), ............................................................................................... 87
A formação dos Estados Nacionais liberais nos séculos XVIII e XIX nas Américas. ....................................................................... 89
A modernização dos Estados Republicanos na América Latina - Brasil, Argentina, México, Paraguai, Uruguai e Chile, 91
A crise dos Estados republicanos na América Latina e suas manifestações..................................................................................... 99
As novas relações econômicas e políticas ...................................................................................................................................................101
A Globalização e o Mercosul .............................................................................................................................................................................109
As manifestações culturais na América Latina - ontem e hoje. ...........................................................................................................112
A construção do Brasil contemporâneo na ordem internacional: ......................................................................................................118Transição do Feudalismo para o Capitalismo, ............................................................................................................................................122
Potências europeias e a disputa pelas regiões produtoras de matéria prima,..............................................................................124
Consolidação do Capitalismo monopolista nos EUA e a crise mundial do liberalismo, ............................................................126
Os conflitos entre as grandes potências e a Consolidação do Capitalismo monopolista no Brasil, ....................................129
Governos militares na América e o processo de redemocratização .................................................................................................133
Desenvolvimento brasileiro na atualidade, .................................................................................................................................................135
O Brasil no contexto do mundo atual. .........................................................................................................................................................140
Questões relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem. ..........................................................................................................147
Ética profissional. ...................................................................................................................................................................................................151
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Classe I - História
Aspectos metodológicos do ensino da história. ......................................................................................................................................... 01
A história como conhecimento humano. ...................................................................................................................................................... 05
Formação do espaço social brasileiro a apropriação da terra, .............................................................................................................. 07
A apropriação da América pelos Europeus, .................................................................................................................................................. 10
Formação da sociedade brasileira,.................................................................................................................................................................... 14
A organização administrativa, ............................................................................................................................................................................ 19
A organização econômica e as formas de trabalho, .................................................................................................................................. 21
A sociedade colonial, .............................................................................................................................................................................................27
Expansão territorial e das descobertas das minas, ..................................................................................................................................... 30
Influência das ideologias literais na história do Brasil e movimentos político-sociais no Final do Século XVIII,............... 33
Transformações ocorridas na Europa no início do Séc. XIX e a vinda da Corte portuguesa para o Brasil. .......................... 35
Formação do espaço social brasileiro independente: ............................................................................................................................... 41
A colonização da América ....................................................................................................................................................................................46
Sistemas coloniais e mercantilismo, ................................................................................................................................................................. 50
Movimentos da independência, ........................................................................................................................................................................ 52
A organização do Estado Brasileiro .................................................................................................................................................................. 50
Movimentos populares e agitações político-sociais nas províncias, ................................................................................................... 56
Mudanças no panorama mundial e transformações socioeconômicas no Brasil. ......................................................................... 61
O Brasil no século XX, ............................................................................................................................................................................................62
A Segunda república e a crise mundial, uma experiência democrática no Brasil .......................................................................... 65
Deposição de Vargas e a era JK, ........................................................................................................................................................................ 66
O golpe de 1964 e a abertura democrática. ................................................................................................................................................. 75
O Estado nacional brasileiro na América Latina. ......................................................................................................................................... 80
O Estado brasileiro atual, ......................................................................................................................................................................................82
Os Estados Nacionais na América Latina (semelhanças e diferenças), ............................................................................................... 87
A formação dos Estados Nacionais liberais nos séculos XVIII e XIX nas Américas. ....................................................................... 89
A modernização dos Estados Republicanos na América Latina - Brasil, Argentina, México, Paraguai, Uruguai e Chile, 91
A crise dos Estados republicanos na América Latina e suas manifestações..................................................................................... 99
As novas relações econômicas e políticas ...................................................................................................................................................101
A Globalização e o Mercosul .............................................................................................................................................................................109
As manifestações culturais na América Latina - ontem e hoje. ...........................................................................................................112
A construção do Brasil contemporâneo na ordem internacional: ......................................................................................................118
Transição do Feudalismo para o Capitalismo, ............................................................................................................................................122
Potências europeias e a disputa pelas regiões produtoras de matéria prima,..............................................................................124
Consolidação do Capitalismo monopolista nos EUA e a crise mundial do liberalismo, ............................................................126
Os conflitos entre as grandes potências e a Consolidação do Capitalismomonopolista no Brasil, ....................................129
Governos militares na América e o processo de redemocratização .................................................................................................133
Desenvolvimento brasileiro na atualidade, .................................................................................................................................................135
O Brasil no contexto do mundo atual. .........................................................................................................................................................140
Questões relacionadas ao processo de ensino-aprendizagem. ..........................................................................................................147
Ética profissional. ...................................................................................................................................................................................................151
1
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Classe I - História
ASPECTOS METODOLÓGICOS DO ENSINO DA 
HISTÓRIA
História é um componente curricular obrigatório no 
ensino fundamental, porém, nem sempre desenvolvido 
de modo adequado, considerando sua importância para 
a formação dos indivíduos e de modo que possibilitem a 
construção de conhecimentos significativos. Em sua traje-
tória histórica, esta disciplina foi negligenciada em alguns 
momentos como no período militar, quando as discipli-
nas História e Geografia foram substituídas por Estudos 
Sociais, esvaziando seus conteúdos e objetivos, e ainda 
hoje são desconsideradas ou desenvolvidas de maneira 
inadequada por muitos professores, principalmente nas 
séries iniciais do ensino fundamental.
Essa área do conhecimento tem muito a contribuir 
para a formação dos indivíduos, pois ela nos permite com-
preender as transformações socioeconômicas, políticas e 
culturais que estamos vivenciando, desenvolver valores e 
construir identidades. Vivemos em uma época de indivi-
dualismo, consumismo, intolerância e conflitos diversos e 
os conhecimentos da História nos instigam ao questiona-
mento e à reflexão sobre a realidade, reavaliando ações 
e projetando o futuro, e principalmente, nos propiciam 
o conhecimento de si e do outro, o que contribui para 
a construção de identidades, o respeito e a convivência 
mais solidária entre as pessoas.
Paulino José Orso (2008) considera que o ensino de 
Língua Portuguesa e de Matemática vem assumindo o 
papel de primazia na educação brasileira, relegando ao 
ensino de História um papel secundário. Considera que 
segundo o senso comum ou o mundo das ideias o enten-
dimento é que o fato de saberem ler e escrever, por si só, 
já daria condições aos alunos de conhecerem a História. 
Na educação tradicional o ensino de História se apresen-
tava como uma sequência cronológica de fatos heroicos e 
destaques de personagens ilustres. Dessa forma, o ensino 
de História contribui para a manutenção da ordem social 
e do estado de exploração a que as camadas populares 
são submetidas pelo grande capital, e assim, o ensino de 
História perde seu potencial transformador na medida 
que a sociedade atual vive em um presente contínuo, e 
vivendo apenas o presente, ela tende a reproduzir a con-
dição atual.
Daí resulta a importância do ensino de História e do 
professor de História. O professor de História contribui 
para que a sociedade ao libertar seus alunos deste pre-
sente contínuo. Essa libertação se dá mostrando-lhes as 
mudanças, as contradições sociais e, dessa forma, fazen-
do compreender e expressar a realidade. Diante disso, os 
alunos poderão sentir-se responsáveis e como agentes 
de mudança da realidade social, ao compreender o ser 
humano como um ser histórico que se realiza no tempo 
ao produzir a sua existência. Nos últimos anos muito se 
discutiu sobre o ensino de História no Brasil. 
Os enfoques são variados e, em geral, abordam ques-
tões ligadas aos aspectos teóricometodológicos, à forma-
ção de professores, à história do ensino de História, ao livro 
didático de História e à História e cultura africana e afro-
descendente. O resultado dessas discussões, em grande 
medida, já pode ser sentido no cotidiano escolar, frente a 
implantação das propostas curriculares estaduais e muni-
cipais. No conjunto da produção no campo do ensino de 
História percebemos, em uma primeira análise, a preocu-
pação em estudar questões relacionadas ao “que ensinar” 
e ao “como ensinar”. São preocupações justificativas, pois 
os estudos históricos, ao longo dos anos, vêm se tornando 
cada vez mais complexos em que novos objetos de estu-
do se alargaram e novos métodos de abordagem histórica 
foram propostos. Atualmente, alguns consideram a Histó-
ria como uma ciência fragmentada, com um vasto campo 
de atuação, como a História Econômica, a História Social 
e a História das Mentalidades. Essas modificações foram 
vislumbradas, sobretudo após 1929, com a Escola dos An-
nales, precursora da História Nova, que, desde meados do 
século XX, vem disputando a hegemonia com outras con-
cepções na produção historiográfica.
 Os pesquisadores da Nova História não questionavam 
somente os objetos de estudo, mas também as fontes e os 
métodos de abordagem. Os documentos, antes unanimi-
dade na abordagem positivista, passaram a ser questiona-
dos e interrogados com a finalidade de testar sua veraci-
dade. O Paraná é uma das unidades da federação que se 
destaca em relação ao número de grupos de estudo de-
dicados à temática do ensino de História. O mesmo autor 
alerta para o fato de que muito do que é produzido acaba 
sendo diluído em periódicos e em eventos, ou são textos 
não publicados pela escassez de espaços de publicação.
No Brasil o ensino de História tem recebido influência 
dos debates acadêmicos acerca dos aspectos teórico-me-
todológicos. Como já mencionado, a discussão teórica so-
bre os métodos da pesquisa histórica pode ser considera-
da uma importante contribuição do ensino de História. As 
discussões sobre os pressupostos teórico-metodológicos 
da ciência histórica e, consequentemente, o seu ensino na 
Educação Básica, em geral, se direciona à análise de ques-
tões filosóficas e ou epistemológicas sobre a história, sobre 
o seu objeto e sobre o fazer científico do historiador. Per-
cebemos que, de modo geral, essas discussões tendem a 
opor “idealismo” e “materialismo”, “realismo” e “ceticismo”, 
“racionalismo” e “irracionalismo”, “objetivismo” e “subje-
tivismo”. Nesse item buscamos apresentar elementos so-
bre as principais correntes ou concepções historiográficas, 
buscando compreender as mudanças e as permanências na 
escrita da história. Apresenta-se alguns elementos sobre as 
três principais concepções da História: o marxismo, o posi-
tivismo e o presentismo. 
A concepção que é denominada como presentismo 
apresenta alguns elementos de uma concepção que outros 
autores costumam chamar de fenomenologia e, especifica-
mente na produção do conhecimento histórico, tem sido 
mais comumente conhecida como Nova História ou, de 
acordo com Ciro Flamarion Cardoso, “paradigma pós-mo-
derno”. Devido às diversas denominações para esta última 
2
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Classe I - História
concepção e levando em consideração a complexidade 
das discussões sobre as mesmas, adotamos, neste texto, 
a terminologia “Nova História”, pois tem sido a mais uti-
lizada nos estudos historiográficos. Nosso objetivo neste 
texto é apresentar elementos das principais concepções 
historiográficas, pois compreendemos que estas discus-
sões têm certa influência na história que é ensinada nas 
escolas da educação básica. O apresentam no primeiro 
momento alguns elementos das concepções positivista e 
marxistas. Em um segundo momento apresentamos ele-
mentos da Nova história.
POSITIVISMO E MATERIALISMOHISTÓRICO 
DIALÉTICO 
A Nova História e o marxismo buscam a superação 
dos pressupostos que caracterizam o positivismo, pois 
“Sua maior contribuição à história foi a introdução de 
conceitos, métodos e modelos das ciências naturais na in-
vestigação social, e a aplicação à história, conforme pare-
cessem adequadas, das descobertas nas ciências naturais. 
O positivismo pode ser considerado como uma res-
posta à filosofia estritamente idealista, como é o caso da 
de Kant e de Hegel. Percebemos que o positivismo se co-
loca oposto à especulação pura ao fundamentar seu ob-
jeto nos fatos e na experiência. Assim, nessa concepção, 
a experiência é a fonte e o critério de verdade, ou seja, 
nada pode ser considerado para além da experiência, dos 
fatos concretos. O objetivo do conhecimento científico é 
descobrir a regularidade dos fenômenos e como as leis 
se manifestam. Nessa concepção filosófica não há espaço 
para a subjetividade, ou seja, rejeita todo o conhecimen-
to metafísico e recomendava a neutralidade do professor 
pesquisador. Por isso as pesquisas positivistas são, em 
geral, quantitativas, ou seja, utilizam-se largamente da 
matemática para estabelecer quantificação, mensuração, 
inferência estatística e probabilidade. 
A temática do debate epistemológico da produção 
do conhecimento histórico pode ser abordada a partir 
de dois grupos: o paradigma iluminista ou moderno e 
o paradigma pós-moderno. No paradigma iluminista ou 
moderno estão inseridas as abordagens marxistas e as 
da Escola dos Annales, no período de 1929-1969, pois o 
autor considera que, após esse período, a revista sofreu 
modificações substanciais e passou a orientar-se para os 
enfoques do paradigma pós-moderno, abordagens que, 
durante décadas, se opuseram com bastante sucesso ao 
historicismo e ao método estritamente hermenêutico. Os 
integrantes desses grupos tiveram o domínio, mas não 
total, nos estudos históricos entre os anos de 1950 a 1968. 
A produção do conhecimento histórico dessas duas 
vertentes se caracterizava por serem racionais e cientí-
ficas, e são oriundas de tendências filosóficas do século 
XVIII e XIX. Trata-se de uma história analítica, estrutural e 
explicativa e apresenta-se como modelos macro-históri-
cos e teorizantes. Passamos, neste momento, a apresen-
tar alguns elementos do materialismo histórico-dialético 
e sua contribuição para o desenvolvimento da ciência e 
da história.
O pensamento dialético entende o mundo como um 
conjunto de transformações, um processo de gênese e de 
desaparecimento. Na concepção dialética não há espaço 
para o absoluto e o sagrado. Eterno é somente o processo 
de surgir e de perecer. Essa dialética é compreendida como 
a ciência das leis gerais do movimento do mundo material 
e do pensamento. A partir dessa concepção, o desenvolvi-
mento histórico acontece em espiral e em oposição à visão 
linear e mecânica do positivismo. Para a concepção dialéti-
ca, a história é marcada por saltos, catástrofes, revoluções, 
transformações quantitativas e qualitativas. 
No marxismo pretende-se reunir, ao mesmo tempo, 
os enfoques genético e estrutural das sociedades, ou seja, 
ter uma visão da totalidade e da dinâmica da sociedade. 
Não se trata de ver a floresta e esquecer as árvores (como 
é constantemente acusada), pois, como demonstrou Marx 
no método da economia política, o real e o imediato fazem 
parte do mundo das aparências, e que a essência do objeto 
pode ser alcançada fazendo-se o dessecamento do objeto, 
pois este é o conjunto de múltiplos determinantes. Verifi-
camos nesta concepção, o enfoque na base material, ou 
seja, ao se produzir conhecimento deve-se considerar que 
a vida não é determinada pela consciência, e sim que a vida 
é que determina a consciência, tal como podemos observar 
na clássica de Marx e Engels, em “A ideologia Alémã”: Po-
de-se referir a consciência, a religião e tudo o que se quiser 
como distinção entre os homens e os animais; porém, esta 
distinção só começa a existir quando os homens iniciam a 
produção dos seus meios de vida, passo em frente que é 
consequência da sua organização corporal. Ao produzirem 
os seus meios de existência, os homens produzem indire-
tamente a sua própria vida material. 
Para compreender como os homens produzem sua exis-
tência é necessário compreender como transformam a natu-
reza por meio do trabalho e, a partir de então, compreender 
como se constituem as relações sociais, como, a partir produ-
ção material dos homens, acontecem mudanças na sua forma 
de pensar e na sua cultura. Como exprimem a sua vida, assim 
os indivíduos são. Aquilo que eles são coincide, portanto, com 
a sua produção, com o que produzem e também com o como 
produzem. Aquilo que os indivíduos são dependentes, por-
tanto, das condições materiais de sua produção.
Para nos entendermos como sujeitos históricos e sociais 
é necessário somarmos nossas experiências individuais com a 
dos outros em diferentes espaços e tempos. Isso se dá com as 
relações que estabelecemos com as ações dos homens em di-
versos tempos, seja no presente, no passado ou futuro. somos 
forçados a começar constatando que o primeiro pressuposto 
de toda a existência humana e, portanto, de toda a história, é 
que os homens devem estar em condições de viver para poder 
“fazer história”. Mas, para viver, é preciso antes de tudo comer, 
beber, ter habitação, vestir-se e algumas coisas mais. 
O primeiro ato histórico é, portanto, a produção dos 
meios que permitam a satisfação destas necessidades, a 
produção da própria vida material, e de fato este é um ato 
histórico, uma condição fundamental de toda a história, 
que ainda hoje, como há milhares de anos, deve ser cum-
prido todos os dias e todas as horas, simplesmente para 
manter os homens vivos.
3
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Classe I - História
No conhecimento baseado no MHD, a relação sujeito/
objeto é baseada num modelo diferente tanto daquele em 
que o sujeito do conhecimento se apresenta como passivo, 
limitado a refletir a realidade exterior, quanto do que limita 
ao sujeito o aspecto ativo no processo do conhecimento. 
Partindo desse pressuposto, entendemos que, no caso do 
ensino de História, o passado é visto como algo que não 
pode ser modificado, no entanto ocorrem transformações 
na forma como o entendemos, baseados nas condições 
dadas em determinado momento. Assim, a teoria marxista 
do conhecimento caracteriza uma vinculação epistemoló-
gica dialética entre o passado e o presente.
A NOVA HISTÓRIA 
Uma das concepções que, por ora, vem aglutinando 
muitos adeptos é a Nova História, considerada a concepção 
hegemônica do momento, influenciando inclusive na formu-
lação de currículos. Sua origem está ligada à fundação dos 
Annales d’histoire économique et sociale, pelos historiado-
res Marc Bloch e Lucien Febvre, em 1929. Em torno dessa 
revista se formou um movimento chamado de Escola dos 
Annales. A trajetória da revista geralmente é dividida em 
três gerações. Na primeira geração, a revista esteve sob o 
comando de Marc Bloch e de Lucien Febvre. Na segunda 
esteve sob o comando de Fernand Braudeul, autor do clás-
sico Mediterrâneo. Na terceira geração, um dos principais 
expoentes foi o medievalista Jacques Le Goff. Esta última é 
considerada a mais diversificada das gerações, e se identifica 
como a que mais se aproxima do paradigma pós-moderno. 
A Nova História é uma história à francesa, assim como 
a Nouvelle Cuisine (Nova Cozinha) ou a Nouvelle Vague(-
Nova Onda, Nova Moda), sendo um movimento que se 
consolidou na França e acabou influenciando pesquisado-
res de vários países, inclusive do Brasil. Muito se tem discu-
tido sobre esse movimento historiográfico, porém o que se 
tem de consenso é apenas a sua heterogeneidade. Desde 
as suas origens, as abordagens de temáticas e os objetivos 
variaram bastante. 
 Na primeirageração o principal objetivo era fazer a 
contraposição à historiografia tradicional, com críticas for-
tes à temática política. Com abordagens inclinadas para os 
temas econômicos e sociais, a primeira geração da Revista 
propunha a superação da história narrativa cronológica, 
aquela voltada para biografias e temas políticos. A inclina-
ção dos Annales pela temática econômica segue a tendên-
cia dos estudos nas ciências sociais, pois a década de 1920 
foi dominada por “temas econômicos”. 
Os historiadores, ao discutirem o conceito de história, 
definiram-na como a ciência dos homens no tempo. As-
sim, portanto, o bom historiador se parece com o ogro da 
lenda. Onde fareja carne humana, sabe que ali está a sua 
caça”. Além de ter a humanidade como objeto de estudo, a 
história nesta perspectiva tem a temporalidade como uma 
das principais categorias de análise. A segunda geração di-
recionou as pesquisas ao determinismo geográfico e eco-
nômico. Seus principais representantes foram acusados de 
tirar o povo da história, pois concentravam sua atenção nas 
estruturas geográficas e nas tendências econômicas. 
Outra marca dessa geração foi a preocupação com os 
níveis de temporalidade. O estabelecimento do conceito 
de níveis de temporalidade inaugurado pelos Annales foi 
uma das suas principais marcas, que permitiu, inclusive, a 
aproximação e o diálogo com as ciências sociais. Sinteti-
za-se assim as principais características das primeiras ge-
rações como: (I) a crença no caráter científico da história; 
(II) debate crítico com as ciências sociais, sem reconhecer 
fronteiras entre elas; (III) ambição de formular uma sínte-
se global do social; (IV) abandono da história centrada em 
fatos isolados e também abertura para aspectos coletivos; 
(V) ênfase menor nas fontes escritas; (VI) níveis de tempo-
ralidades; (VII) preocupação com o espaço; e (VIII) história 
vista como ciência do passado e do presente ao mesmo 
tempo. A terceira geração se baseia no discurso em oposi-
ção às teorias globais. Acreditam que determinadas teorias 
resolvem alguns problemas, mas que não podem resolver 
todos os males do mundo. 
Uma das preocupações desta geração são os procedi-
mentos da pesquisa histórica, ou seja, com a forma e não 
como o conteúdo do conhecimento produzido. Esse movi-
mento historiográfico é o resultado da trajetória individual 
de intelectuais da geração de 1968, que, desiludidos, aban-
donaram as esperanças da transformação social global e 
assumiram frentes de luta ou reivindicações (como movi-
mento gay, movimento feminista, movimento ambientalis-
ta, movimento negro e movimento indígena). Há um dese-
jo, na Nova História, de ser a porta-voz do homem comum, 
das ruas, das massas inarticuladas, e preferem enfocar as 
minorias discriminadas às maiorias exploradas. 
Para se entender o que é ciência não se deve olhar 
para as teorias ou as suas descobertas e nem para o que os 
seus apologistas dizem sobre elas, mas se deve ver o que 
os seus praticantes fazem. Consideramos que isso consti-
tua a valorização da forma sobre o conteúdo. Por isso, os 
historiadores adeptos da Nova História são acusados de 
desleixo quanto às questões teórico-metodológicas. Esse 
movimento está unido apenas naquilo a que se opõe, e cita 
seis características ou elementos da história positivista que 
sofre a oposição da Nova História: (I) oposição aos temas 
estritamente políticos; (II) narração dos acontecimentos; 
(III) história de personagens ilustres; (IV) história baseada 
apenas em documentos oficiais ou escritos; (V) a limitação 
dos questionamentos feitos às fontes; e (VI) a objetividade 
da história. Como podemos perceber, existem diferenças 
entre as primeiras gerações dos Annales e a terceira. Es-
sas diferenças podem ser mais facilmente visualizadas na 
discussão sobre a objetividade da história e no seu caráter 
cientifico. Enquanto nas primeiras gerações se tem a crença 
no caráter científico, a terceira geração prefere o relativis-
mo e o individualismo. Outro aspecto que pode ser levado 
em consideração é a preocupação das primeiras gerações 
em escrever uma história total e, na terceira, percebemos 
a valorização do microscópico, do fragmentário e do par-
ticular como expressão do seu ideal de história. É notó-
ria a diferença de postura entre as gerações dos Annales, 
verificando mais semelhanças das primeiras gerações com 
os pressupostos marxistas do que com a terceira geração. 
Devemos alertar, no entanto, que essa é uma aproximação 
4
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Classe I - História
que deve ser feita com cautela, pois são grupos que, ape-
sar de terem algumas semelhanças, apresentam preocu-
pações distintas, e pode ser um risco reunir num mesmo 
grupo concepções historiográficas com objetos e objeti-
vos tão distantes.
Estas correntes teórico-metodológicas estão presen-
tes no cotidiano escolar do ensino da História. Não se-
ria novidade encontrar no processo de educativo formal 
modos de ensinar ancorados nas características positivis-
ta: objetividade, método e aproximação da metodologia 
das ciências naturais. A concepção dialética da História 
e modo de ensinar através da essência do materialismo 
histórico dialético também faz parte do cotidiano das es-
colas. Há professores que se preocupam com o modo 
de compreensão do estudante. Porque uma vez que não 
se pode modificar o passado, entretanto, pode-se mudar 
a forma de olhar e compreender ele. Portanto, a crítica 
ao modelo de sociedade construída em torno capital faz 
parte do método do ensino da História. 
Por fim, a Nova História também continua a deixar 
suas marcas no processo de ensino da História, pois não 
é difícil professores de História afirmarem e reafirmarem 
que os alunos precisam ser autônomos para compreen-
der o passado da humanidade, portanto conversas so-
bre fatos históricos sem rigor científico são comuns entre 
aqueles que adotam esse modelo como concepção para 
o ensino da História. Mesmo quando levamos em consi-
deração os nossos limites em relação ao domínio e à ma-
turidade nas discussões teóricas sobre a história e a his-
toriografia da educação, podemos apontar alguns indí-
cios do debate teórico-metodológico atual. Dessa forma, 
percebemos que o MHD, concepção teórica que embasa 
muitas propostas curriculares, como é o caso do currícu-
lo de Cascavel, historicamente pode ser compreendido 
como uma concepção contra hegemônica. Desde mea-
dos do século XIX essa perspectiva vem disputando he-
gemonia com outras perspectivas como os pensadores 
positivistas.
Esse período foi caracterizado pela crença no pro-
gresso, no desenvolvimento científico e nos valores libe-
rais. A partir de meados do século XX, na hegemonia do 
debate historiográfico podemos identificar o movimen-
to de renovação, e sua primazia pela forma, localização, 
fragmentação e especialização das pesquisas, denomina-
da de Nova História. No contexto das discussões teórico-
-metodológicas sobre o ensino de História, entendemos 
que elas são históricas, isto é, transformam-se de acor-
do com a realidade econômica, política e social dada em 
cada momento. Por exemplo, no século XIX, na Europa, 
com advento da massificação da escola pública, dos mo-
vimentos de laicização e de formação dos Estados nacio-
nais, a história nasce como disciplina autônoma nos cur-
rículos escolares, tendo como principal objeto o ideário 
de Estado-nação. No Brasil, o ensino de História foi um 
espaço privilegiado de embates entre o poder religioso 
e o conhecimento laico. Nesse período, coube ao ensino 
de História assegurar a formação dos cidadãos unidos 
por laços de identidade nacional com forte conotação 
positivista. 
A partir da década de 1960, a educação na chamada 
fase tecnicista. Segundo Cerri e Ferreira (2012), dentro 
dessa corrente pedagógica era perfeitamente possível 
formar um professorde história sem, no entanto, for-
mar um historiador. O professor deveria dominar algu-
mas técnicas de aprendizagem e utilizar instrumentos 
que tornariam as aulas mais prazerosas. Os objetivos a 
serem alcançados eram a memorização e a capacitação 
dos alunos para reconhecerem as respostas corretas. O 
ensino de História, nessa perspectiva, entendia o pas-
sado como algo pronto e acabado, não sendo passível 
de interpretação ou de contestação. O professor não 
necessitaria conhecer os métodos de pesquisa históri-
ca, nem conhecer os aspectos teórico-metodológicos 
da história. 
Desse modo, percebemos como o conhecimento 
histórico é essencial para a formação integral do indi-
víduo, pois como afirma Moreira aprender a ser sujei-
to da história, adquirir a consciência do mundo como 
o ser-estardo-homem-no-mundo e saber praticar esta 
consciência em prol da construção de um mundo cada 
vez mais humano, de modo que por meio de seus atos 
o homem o construa como um mundo cada vez mais 
para si mesmo, isso dá certo sobretudo quando se co-
meça desde pequeno. 
Aprender a ser sujeito da história e adquirir cons-
ciência de si e do mundo são princípios que devem nor-
tear a educação como um todo, mas que têm no estu-
do da História seus principais mecanismos. E é preciso 
que esses princípios orientem a educação em todos os 
níveis de ensino, ou seja, da educação infantil ao ensi-
no superior, e em especial nos cursos de formação de 
professores, pois os conhecimentos históricos e geo-
gráficos fundamentam sua identidade pessoal e pro-
fissional, que para muitos teóricos são indissociáveis, 
possibilitam a compreensão da realidade e contribuem 
para o desenvolvimento de valores e atitudes como o 
respeito às diferenças, que é um requisito indispensável 
ao fazer docente. 
O futuro professor precisa dominar os principais 
conceitos de História, compreender os fundamentos 
teórico-metodológicos de seu ensino e desenvolver ha-
bilidades relacionadas a essas áreas do conhecimento, 
buscando fundamentar uma ação pedagógica reflexiva 
e transformadora. Texto adaptado de SANTOS. C. A. D; 
SOUSA. M. P. D.
5
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Classe I - História
A HISTÓRIA COMO CONHECIMENTO 
HUMANO.
O conhecimento humano é uma das principais 
ferramentas que o homem utiliza para a obtenção de 
meios para sua sobrevivência e interação com o seus 
semelhantes, o homem ao longo da história foi evoluin-
do e desenvolvendo suas habilidades técnicas que foi 
sendo criada por meio da necessidade e por meio da 
duvida esses dois motivos principais fizeram o homem 
buscar soluções para seus problemas diários.
Começando com a utilização do pouco conhecimento 
de que possuía no inicio da pré-história um das conquistas 
que este animal racional obteve foi o domínio da técni-
ca de instrumentos para a caça logo descobriu meios para 
dominar o fogo, a criação da fala e o agrupamento desses 
em comunidades tribais e por fim a criação de grupos que 
formaram as primeiras civilizações que fez o homem evo-
luir mais rapidamente com suas técnicas e com o conheci-
mento acumulado por suas tentativas diárias.
Com o surgimento dessas civilizações o homem obtém o co-
nhecimento técnico através de duas principais premissas o desen-
volvimento de novas técnicas para a sobrevivência e para a conquista 
de povos com o constante aperfeiçoamento de armas para a guerra.
A ciência aparece não como a conhecemos, mas como 
algo intimamente ligada as necessidades de cada civiliza-
ção, com o fim da antiguidade. O homem volta-se para a 
ligação com o divino na era medieval, mas a busca para a 
canalização da vida faz com que os nobres busquem moti-
vos para a vida espiritual na conquista de Jerusalém, fazen-
do renascer uma nova concepção econômica para a Europa 
através desses e através dos que ficava a margem da so-
ciedade feudal surgindo ai a burguesia, o aparecimento do 
conhecimento econômico e do acumulo de riquezas.
Com o fim da idade medieval surge ai um movimento 
que permeia e influência no conhecimento técnico cientifi-
co que é o surgimento do renascimento em diversas áreas 
do saber humano, construindo uma nova concepção para a 
vida humana e para o conhecimento educacional.
A idade moderna trás consigo um avanço tecnológico 
nunca visto antes com o surgimento da revolução industrial do 
aumento da produtividade de bens materiais e de consumi-
dores e com o aumento de uma nova perspectiva de mundo
Por fim chegamos a um mundo que se encontra em 
um lato nível técnico, porém com a perda de sua mora-
lidade em vários setores da vida humana a velha tradicio-
nalidade foi vencida após a segunda guerra mundial onde 
as tecnologias e o aumento do capitalismo sem escrúpulo 
dominou as relações sociais, levando os jovens e crianças a 
receber um conhecimento pronto e acabado sem motivos 
suficientes para um avanço de novos conhecimentos.
Daí a importância de estudarmos a história: por meio 
da investigação e da interpretação dos acontecimentos 
históricos somos capazes de compreender as experiências 
dos povos que viveram antes do nosso tempo e espaço 
históricos.
“Mas, afinal, para que serve a História?“ Esta pergunta, 
tantas vezes ouvida, lida e escrita por muitos de nós, não 
encerra nenhum enigma, ou mistério, mas remete-nos para 
uma, mais do que necessária, explicação.
Muitos confundem História com Cronologia, outros 
deambulam à volta do tempo e do passado e poucos se con-
centram na sua verdadeira dimensão social e humana. Sim, 
porque a verdadeira essência da ciência histórica é o social 
e o humano, interligados, evidentemente. Senão vejamos! 
Para haver ciência e a História é uma ciência tem que haver 
alguém que faça esse estudo, o cientista. Ora este é um Ho-
mem, um ser humano. Até aqui tudo bem, portanto!
O seu objeto de estudo é os homens em sociedade, 
não apenas o homem, pois assim outras ciências se afirma-
riam como detentoras exclusivas desse desiderato, dessa 
grande aspiração. A Medicina estuda algo de Humano, a 
Psicologia também e qualquer outra ciência social tem o 
Homem debaixo do seu campo de estudo.
Falta, portanto, à História a dimensão temporal. A di-
mensão tempo surge-nos, assim, associada à ciência que o 
estuda, a Cronologia. Ciência dos Homens no Tempo, para 
simplificar. Mas será assim tão simples?
A História, ou melhor, o seu conceito provém da língua 
grega antiga e quer dizer Inquérito, Investigação. E o que é 
o Historiador senão um Investigador? Do passado, do pas-
sado do Homem, das sociedades humanas!
Surge-nos então outra abordagem para explicar para 
que sirva a História. E, desta vez, teremos que dizer que 
ela serve para nos conhecermos. A História serve para o 
Autoconhecimento Humano. Como assim? É que se não 
tivéssemos conhecimento do passado, do que passou há 
pouco tempo ou do que aconteceu há muito, muito tempo, 
não seria possível entender lá muito bem o presente, isto 
é, os tempos atuais. Isto porque se o Presente é o que é, se 
o Presente é o que vivemos nos nossos dias, então pode-
mos dizer que o que tornou possível esse tipo de Presente 
que hoje temos é porque o passado assim o determinou. 
Por outra palavra o Passado (o que já passou) permitiu o 
Presente que hoje temos. O Presente que é o Presente que 
temos e vivemos surge-nos, pois, como a continuação de 
um Passado. E um Passado diferente do que foi levaria, ne-
cessariamente, a um Presente diferente.
6
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Classe I - História
Vamos dar um exemplo muito fácil de entender: a 
nossa existência, a nossa vida. Ela só é possível porque 
algo no passado permitiu que assim fosse. Se o teu pai 
não tivesse conhecido a tua mãe, e vice-versa, tu não 
estarias cá. Aquele que é o teu pai e aquela que á a tua 
mãe, se não se tivessem conhecido, tornaria impossível 
a tua existência. O Presente é construídopor vários e 
múltiplos intérpretes e suas ações. Se esses intérpretes 
não se cruzassem, por várias e múltiplas razões, o Pre-
sente seria diferente daquele que é. O Passado Humano 
e o Presente Humano, podemos dizer, são novelos de 
qualquer fio. E isso implica continuidade.
Então, temos que a História se faz com alguém (o His-
toriador, o investigador do passado) que estuda outro al-
guém (os Homens do Passado) pondo assim em evidência 
a dimensão humana da ciência histórica. Mas é o passado 
que interessa e não tanto o presente (embora este nunca 
possa ser ignorado pelo historiador) e a respetiva liga-
ção e articulação entre ambos. Mas tudo isto não ficaria 
concluído se ignorássemos a importância das fontes his-
tóricas, isto é, das provas materiais e não materiais, dos 
vestígios e dos testemunhos do passado. Daquilo a que o 
historiador tem que se agarrar. E para quê? Para conhecer 
e compreender o Passado humano e a conexão que este 
tem com o Presente. Tudo o que nos fale dos homens 
do passado interessa ao historiador: os monumentos, os 
objetos de uso diário dos nossos antepassados, as obras 
de arte, as cartas, os contos e os provérbios que passaram 
de geração em geração.
O conhecimento histórico é registrado, como vimos 
anteriormente, pelo historiador. O trabalho do historia-
dor é interpretar os fatos históricos ou as experiências 
humanas com a ajuda dos registros e vestígios que fo-
ram deixados por um povo em um determinado local e 
tempo.
Em história, há tempos de curta, média e longa du-
ração. Um acontecimento de curta duração é aquele que 
chega imediatamente ao conhecimento das pessoas, por 
exemplo, um jogo de futebol, o lançamento de um livro, 
uma greve, a inauguração de uma obra pública.
Um acontecimento de média duração não é normal-
mente percebido de imediato, mas é possível ser reconheci-
do pelos contemporâneos, isto é, pelas pessoas que viveram 
na mesma época. Por exemplo, hoje é comum ouvirmos 
falar da moda dos anos 80, da crise do Oriente Médio ou 
das últimas décadas.
Já um acontecimento de longa duração só é reve-
lado por meio do estudo histórico, por que não pode 
ser percebido pelos contemporâneos. Por exemplo: fatos 
ocorridos na Grécia Antiga ou no Antigo Egito.
Reflexões sobre a História nas civilizações antigas
No mundo ocidental europeu, a História como disci-
plina do conhecimento humano desenvolveu-se desde os 
primeiros momentos da formação da civilização grega. Os 
poemas atribuídos a Homero, a Ilíada e a Odisseia, são 
expressões de uma perspectiva histórica dos povos 
gregos.
Posteriormente, surgiram formas mais elaboradas 
de escrever a História do povo grego, principalmente 
com Tucídides e Heródoto. Essa perspectiva histórica foi 
também adotada pelos romanos para entender o pro-
cesso de formação histórica de sua própria civilização.
Diversos historiadores consideram ainda que o ju-
daísmo, o cristianismo e o islamismo são religiões 
eminentemente históricas, pois fundaram seus 
preceitos a partir de diversos fatos do passado e 
na passagem do tempo, além da relação do homem 
com o seu deus nesse processo.
Perspectiva histórica do mundo ocidental
Ainda na perspectiva histórica do mundo oci-
dental, formulada principalmente pelos europeus, a 
História foi dividida em algumas partes, tendo como 
marcos divisórios fatos históricos ocorridos nesse 
continente ou a ele muito proximamente relaciona-
dos. Nesse sentido, a principal divisão ocorre entre 
a Pré-História e a História.
A Pré-História define-se como o período da histó-
ria da humanidade em que ainda não havia o conhe-
cimento da escrita, sendo a História o período a partir 
do qual o homem desenvolveu a capacidade de se ex-
pressar também nessa forma. Tal perspectiva carrega 
uma forma de entender o mundo a partir das próprias 
concepções de um povo ou de povos que comparti-
lham traços sociais comuns.
Essa perspectiva é denominada de etnocentris-
mo e seria ela que levaria a considerar a transmis-
são oral dos conhecimentos históricos como um 
estágio de desenvolvimento das civilizações ante-
rior ao estágio em que se desenvolveu a capacida-
de de se comunicar através da escrita.
Divisões da História
Dentro do que é considerado como História, há 
ainda outras divisões, e se as seguimos no Brasil, isso 
se deve ao fato de termos como um dos componentes 
de nossa formação social os europeus. As divisões da 
História são: Idade Antiga, ou Antiguidade; Idade Mé-
dia; Idade Moderna; e Idade Contemporânea.
Buscando acompanhar essa forma de divisão da 
História da humanidade (e algumas outras), o site Bra-
sil Escola criou um espaço dedicado à História Geral, 
onde é oferecido a estudantes e demais leitores tex-
tos que possibilitam o conhecimento dessa disciplina 
do conhecimento humano.
Outros espaços foram criados para que um apro-
fundamento histórico mais específico fosse realizado. 
São os casos das disciplinas de História do Brasil e 
de História da América, buscando contemplar a ne-
cessidade de se conhecer melhor o país e o conti-
nente nos quais estamos inseridos. Texto adaptado de 
FERREIRA. B.
7
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Classe I - História
FORMAÇÃO DO ESPAÇO SOCIAL BRASILEIRO 
A APROPRIAÇÃO DA TERRA, 
A relação do homem com a natureza é tão antiga que 
dificilmente conseguiríamos delimitá-la temporalmente 
com fiel exatidão. O que se sabe é que no início desse pro-
cesso o homem tinha uma relação de dependência com a 
natureza. Vivia em determinadas áreas, onde pescava, ca-
çava e coletava frutos até a sua escassez, quando procurava 
outros ambientes onde pudesse se estabelecer novamente. 
Viviam em grupos nômades. Tudo isso permaneceu até a 
chamada Revolução Neolítica, momento em que o homem 
começa a trabalhar a terra, sedentarizando-se e, a partir 
de então, inverter a lógica de outrora, isto é, o homem já 
não era determinado pela natureza, mas começava a reu-
nir instrumentos capazes de propiciarem a interferência na 
natureza, adaptando-a a suas necessidades. 
O início da sujeição da terra pela sociedade marca o 
princípio do primeiro processo civilizatório, desencadeado 
a 10 mil anos, a princípio na Mesopotâmia e Egito. Esse 
processo se intensificou a medida que o trabalho humano 
foi sendo subsidiado pela modernização da técnica, que 
potencializou a capacidade da sociedade de produzir es-
paço. Ressalta-se que o espaço pode ser compreendido de 
diversas formas, a depender do contexto no qual se insere 
o indivíduo que empreende o esforço para conceituá-lo. 
Mas nele não se pode deixar de introduzir a ação huma-
na mediada pelo trabalho, quando o chamamos de espa-
ço geográfico. Dessa forma, é de grande relevância que a 
apropriação conceitual do espaço considere a sua locali-
zação espaço-temporal, pois não podemos compreendê-
-lo enquanto totalidade em movimento desconsiderando 
a dimensão espaço-tempo. Nesse sentido, o espaço que 
aqui consideramos é o espaço geográfico, é um fator da 
evolução social, sendo, dessa forma, também o espaço so-
cial, pois é produto da história humana. 
Nesse entendimento, o espaço vincula-se à dinâmica 
social, englobando em seu seio o espaço de todos os tem-
pos, enquanto categoria permanente, e o espaço de nossos 
tempos, enquanto categoria histórica. Assim, o espaço de 
todos os tempos é o espaço total, e o espaço de nossos 
tempos é o agora, que está inserido no primeiro. Enquanto 
produto, o espaço também é responsável pela sua própria 
produção. Produz-se e reproduz-se no decorrer do pro-
cesso histórico, se constituindo em uma realidade objeti-
va. Para expressá-lo [o espaço] em termos mais concretos, 
sempre que a sociedade (a totalidade social) sofre uma mu-
dança, as formas ou objetos geográficos (tanto os novos 
como os velhos) assumem novas funções; a totalidade da 
mutação cria uma nova organização espacial.Essa reflexão 
nos permite observar que as abordagens que tomam como 
objeto o campo, muitas vezes, negligenciam as interações 
sociais, o cotidiano, etc. em nome do aspecto produtivo. 
Essa questão aconteceu no passado com o fornecimento 
de matéria prima para a consolidação da agroindústria e 
acontece hoje, haja vista que a produção advinda do cam-
po ainda é responsável pelos saldos positivos na balança 
comercial do Brasil. É nessa ótica que se percebe as trans-
formações ocorridas no campo brasileiro, onde as deman-
das sociais determinaram a construção e transformação do 
espaço rural em urbano, isto é, a influência da cidade no 
campo, propiciada, sobretudo, pelo modo de produção ca-
pitalista, se intensifica de forma progressiva. 
Esse processo justifica o crescente interesse da geogra-
fia em produzir análises referentes à tendência da assimila-
ção do espaço rural pelo urbano no Brasil. Na verdade, as 
modificações ocorridas nos países centrais são percebidas 
hoje no espaço rural brasileiro, que tem sido estudado à luz 
dessas transformações. Nessa perspectiva, esse trabalho 
pretendeu, através de um estudo de cunho bibliográfico, 
explicitar de que objetivou analisar a apropriação do es-
paço pela sociedade e como essa apropriação gera trans-
formações no espaço rural brasileiro, já que ela a apropria-
ção se apresenta em uma perspectiva homogeneizadora e 
imposta pela penetração do capitalismo no campo e sua 
crescente necessidade de qualificação profissional, pois a 
introdução de novas tecnologias no ambiente rural impõe 
uma especialização de mão de obra. 
A relevância do trabalho está na emergencial neces-
sidade de produções reflexivas, versando sobre a atual 
caracterização do campo brasileiro, considerando as inte-
rações sócias espaciais que se concretizam no bojo das es-
pecificidades das relações de produção, que hora se apre-
sentam nas imbricações entre o rural e o urbano no Brasil. 
Essas reflexões potencializarão estudos mais abrangentes 
sobre as repercussões de processos globais na conjuntura 
produtiva brasileira.
A APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO 
O espaço é construído a partir das demandas da so-
ciedade no decorrer de sua própria história, sendo, dessa 
forma, uma construção social. A forma como cada socie-
dade se apropria do espaço é determinada pelo modo de 
produção que a caracteriza, sendo, assim, um produto his-
tórico. O espaço é a natureza mais a sociedade, sendo que 
a natureza é composta pelas coisas, objetos geográficos, 
naturais e artificiais. Nessa ótica, as formas espaciais são 
caracterizadas como processos sociais e estes se configu-
ram no espaço. 
Assim, a produção e reprodução do espaço são ele-
mentos indissociáveis, à medida que, mediante o trabalho, 
a sociedade produz e reproduz o espaço. Por isso, ele é di-
nâmico, se consubstanciando na sobreposição dos tempos 
e espaços históricos. Nenhuma produção, por mais simples 
que seja, pode ser feita sem que se disponha de meios de 
trabalho. A partir dessa primeira organização social, o ho-
mem se ver obrigado para todo o sempre a prosseguir uma 
vida em comum, uma existência organizada e “planificada”. 
A partir dessa ótica, a produção passa a delinear os ritmos 
e as formas das atividades humanas. Essa produção foi po-
tencializada pelo aprofundamento da técnica e propiciou a 
aceleração da apropriação do meio natural, introduzindo 
neste a mecanização. Entende-se que “nenhuma socieda-
8
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Classe I - História
de agrícola é capaz de assegurar uma total transformação 
do espaço em um espaço agrícola radicalmente distinto do 
espaço natural. 
Essa transformação centrada no trabalho em articu-
lação com a técnica, partiu de tecnologias mais simples 
como o arado e a enxada até as sofisticadas colheitadeiras 
existentes atualmente. A partir do século XV, com o surgi-
mento dos pilares fundamentais do capitalismo, se define 
uma nova forma de apropriação do espaço pautada no 
aumento da produtividade, no consumo e em uma nova 
forma de delineamento do trabalho, que ficou denominada 
como divisão internacional do trabalho. A partir de então 
o homem, cada vez mais monetizado, se transformou em 
apenas instrumento enquanto mão de obra para viabilizar 
uma apropriação espacial mais intensa. Assim, a relação 
sociedade e natureza centraram-se numa visão mecani-
cista do mundo, conferindo à natureza o status de fonte 
de recursos e meio de favorecimento do lucro. Essa visão 
economicista se concretiza no modo de produção capita-
lista, que capitaliza todos os setores de produção, trans-
formando-os em fornecedores de capitais para alimentar 
o sistema e produzir mais valia. Assim, o desenvolvimento 
das nações pauta-se, nessa ótica, na construção de uma 
sociedade excludente e injusta, onde impera a ideologia da 
liberdade e da igualdade.
AS MUDANÇAS NO CAMPO 
Sabemos que a grande dimensão territorial do Brasil 
sempre fez da produção agrária um potencial vetor para 
ala 6 qualificada para o trabalho na indústria. O declínio 
desse ciclo propiciou maior diversificação na base da eco-
nomia e principalmente na produção agropecuária. No 
entanto, o café continuou sendo o principal produto de 
exportação brasileira, atraindo, dessa forma, maior atenção 
do governo em relação a injeção de recursos. Fator esse 
potencializado devido ao poder de influência que as elites 
cafeeiras detinham junto ao governo da época. Prova disso 
foi o estabelecimento do Convênio de Taubaté em 1906.
A crise mundial de 1929 encontrou a economia bra-
sileira bastante fragilizada devido à grande dependência 
e vulnerabilidade externa. Com isso, ocorre o rompimento 
do modelo primário-exportador, que era a base da eco-
nomia até então e que tinha a agropecuária como setor 
dinâmico. Assim, as reduções nas exportações brasileiras, já 
que o café era o principal produto e este entrou em crise, 
e as necessidades internas do país, favoreceram o desen-
volvimento da industrialização. O primeiro momento desse 
processo de transformação em uma economia urbano-in-
dustrial foi denominado de substituição de importações. 
No contexto da “Revolução Verde”, se desenvolveu no Bra-
sil a indústria metalúrgica com vistas à produção de máqui-
nas e equipamentos e a indústria química para a produção 
de agrotóxicos . 
Outro fator foi que, através da implementação do cré-
dito rural, foi estabelecida uma política com o objetivo de 
modernizar o campo brasileiro. Dessa forma, foi a partir da 
década de 70 do século XX que o campo brasileiro, efetiva-
mente, passou por um processo de modernização. Assim, 
a inserção da tecnociência no campo serviu para ampliar a 
produção do país e colocá-lo determinantemente no mer-
cado agroexportador, tornando o campo mais dinâmico e 
transformando suas relações de produção. Toda essa mu-
dança de cenário corroborou para a formação dos com-
plexos agroindustriais (CAI) e do início da luta pela terra 
no Brasil, quando surge o Movimento dos Trabalhadores 
Rurais Sem Terra (MST). O CAI era um “conjunto dos pro-
cessos tecno-econômicos sócio-políticos que envolvem a 
produção agrícola, o beneficiamento e sua transformação, 
a produção de bens industriais para a agricultura e os ser-
viços financeiros e comerciais correspondentes.
 Percebe-se também que a relação campo cidade, no 
âmbito dessas questões, sempre foi de complementarida-
de, haja vista que no caso da formação do modelo agroex-
portador, era a cidade quem formava os técnicos para esse 
novo contexto e foi na cidade que se deram as reivindica-
ções populares do MST. É importante frisar que os egressos 
do campo na década de 70 deram origem aos trabalhado-
res denominados de bóias-frias. 
Nessa ótica, o processo de urbanização ultrapassou 
a dimensão espacial das cidades. Potencializada pela glo-
balização, a urbanização penetrou no campo, mudando 
ocotidiano e possibilitando uma vivência similar à da ci-
dade em relação ao consumo que se evidencia, tanto de 
forma simbólica, como também não-simbólica. Podemos, 
pois, vislumbrar o rural como “um continnum do urbano 
do ponto de vista espacial. Foi o urbano que transbordou 
e o rural que se industrializou. O rural e o urbano podem 
ser vistos, dessa forma, como um espaço homogêneo, sem 
distinção entre essas duas categorias, mas com modifica-
ções advindas das necessidades de abastecimento de um 
mercado consumidor amplo e exigente. Esse processo se 
intensificou derivando “da necessidade de expansão de 
mercado e da qualificação exigida pelo mercado externo, o 
maior consumidor dos produtos agrícolas brasileiros”. To-
das essas transformações ocorridas no campo não podem 
ser reduzidas apenas aos aspectos técnicos e econômicos, 
pois abarcam também profundas modificações na estru-
tura social do campo. Estas últimas podem ser justificadas 
pelo que chama de renda monopolista, pois não é a terra 
que é comercializada, mas a mercadoria ou serviço advindo 
de sua produção que ganha fundamental importância, pois 
o processo de industrialização em sua acepção moderna 
pressupõe, além da disseminação da técnica, também o 
aumento da produção e concentração de capital. 
A terra-matéria perde lugar para a terra-capital, pois 
não basta mais apenas a propriedade da terra, mas tam-
bém torna-se necessário considerar um montante de bens 
de capital. No bojo dessas transformações, o Estado as-
sumiu um papel de agente que possibilita a sustentação 
e a expansão da capitalização da agricultura que se indus-
trializa . Na capacidade de mudança de forma de capital 
total em capital em geral garantida pelo Estado e posta em 
prática pelas grandes organizações que operam na agri-
cultura, e, nestas condições, na capacidade de acumulação 
de capitais e de riquezas patrimoniais na agricultura, penso 
que reside o mecanismo básico que permite compreender 
a atual forma da agricultura e sua estrutura de classes e 
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Professor Classe I - História
frações sociais. Por conseguinte, a agricultura é entendida 
como um espaço da dinâmica do capital industrial e finan-
ceiro, visível no processo de industrialização do campo. 
Observa-se, nesse sentido, que o modo de produção 
capitalista (MPC) tendencia a atingir todos os setores da 
produção em seu processo de desenvolvimento, seja no 
campo ou na cidade. No campo o capitalismo enfrenta o 
obstáculo da propriedade fundiária como principal ele-
mento que se coloca como limitador de sua propagação, 
pois a terra, não é capital, haja vista que apenas o trabalho 
produz capital. Assim, a terra constitui mais um instrumen-
to para a produção do capital, ao mesmo tempo em que 
presencia a formação de dois elementos antagônicos: o 
capitalista e o proprietário de terra. Assim, a produção de 
capital sob o ponto de vista do modo de produção capi-
talista se expressa através do aprofundamento do trabalho 
assalariado e pelo processo de generalização progressiva 
por todos os ramos e setores da produção. 
No processo de expansão do capitalismo, o trabalha-
dor se torna um indivíduo livre, inclusive de qualquer pro-
priedade, a não ser a sua própria força de trabalho. Então, 
a relação se dará entre dois indivíduos livres: o trabalhador 
e o capitalista que lhe compra a força de trabalho e lhe 
paga um salário por isso. “É uma relação de expropriação 
baseada numa ilusão a ilusão de não há exploração algu-
ma. Dentro do exposto, se percebe que o campo brasilei-
ro apresenta uma das maiores concentrações de terras do 
mundo, ao mesmo tempo em que, contraditoriamente, 
existe uma grande quantidade de terras devolutas 9 que 
poderiam amenizar as tensões existentes no país no que 
tange á distribuição de terras, se estas fossem incorporadas 
ao processo de reforma agrária. Essa constatação também 
foi feita por Germani (2006), quando fez uma retrospec-
tiva histórica, onde relatou as condições históricas sociais 
responsáveis pela ocupação e regulamentação do espaço 
agrário brasileiro, desde o “descobrimento” até o período 
republicano. As terras, onde habitavam os índios eram des-
tituídas de posse, eram, assim, terras livres nas quais era 
respeitado o regime comunal de propriedade. A ocupação 
efetiva ocorreu a partir de 1530, com o Regime das Sesma-
rias semente do direito agrário brasileiro e a implementa-
ção das capitanias hereditárias. Aí já se observou o caráter 
discriminatório para a doação de terras, haja vista que os 
menos abastados não tinham direito às doações, estes de-
veriam ocupar terras livres ou se dirigirem a outras frentes.
 Desde esse período, o latifúndio se apresentou como 
tônica do campo no país. O latifúndio no Brasil nasceu e se 
desenvolveu ‘sob o signo da violência contra as populações 
nativas. A escravidão do índio e depois, dos negros vindos 
da África, foram a base da estrutura de produção, sendo 
que os africanos foram “a força de trabalho responsável 
pela implantação de todo o sistema: primeiro os engenhos, 
depois nas minas de ouro e mais tarde nas fazendas de 
algodão e café”. A partir de 1822 se disseminou no Brasil 
a ocupação das terras desocupadas, que acabava se des-
dobrando na posse, respaldada, inclusive, pela constituição 
do Império brasileiro. Essa situação se extinguiu com a Lei 
de Terras em 1850, que proibia a aquisição de terras de 
outra forma que não fosse pela compra. A terra se transfor-
mou, dessa forma, em uma mercadoria que não estava ao 
acesso de todos igualitariamente. Na república, onde cada 
estado brasileiro ficou responsável de regularizar a pos-
se de suas terras, permaneceu o favorecimento dos mais 
abastados, aumentando a concentração de terras e dando 
origem a uma gama de movimentos sociais de lutas pela 
terra em todo o país. 
A colonização do Brasil juntamente com os períodos 
do Império e da República foram consolidando a organiza-
ção da produção e da sociedade, ao mesmo tempo em que 
em que consolidou a ocupação do território. O fato é que 
o campo brasileiro, tem sofrido profundamente uma gene-
ralização das relações de produção típicas do capitalismo, 
mediante a diferenciação interna e pela modernização dos 
latifúndios, que, através da implantação de novas tecnolo-
gias, tornam-se empresas rurais que absorvem os campo-
neses pobres como trabalhadores assalariados a serviço do 
capital. Outra questão é a inocuidade das políticas no que 
tange ao tratamento do agricultor familiar, haja vista que 
o sistema agropecuário brasileiro é composto por cerca de 
85% de estabelecimento familiares, ou seja, as proposições 
políticas nessa direção acabam favorecendo âmbitos mais 
complexos mediante a propositura de chamadas de editais 
destoantes da realidade camponesa. 
Diante dessa conjuntura, se observa que o campo 
evidencia o aprofundamento da utilização da técnica ma-
ximizada pelo processo da globalização e a utilização de 
indivíduos cada vez mais qualificados. Sabemos que a eta-
pa final do processo produtivo no campo (aquela que é 
responsável pelo emprego de maior contingente da força 
de trabalho) permanece em domínios alheios ao agricultor. 
O processo produtivo foi fracionado em função da neces-
sidade tecnológica da indústria. Esse cenário contribui ine-
gavelmente para o aumento da produção, mas, por outro 
lado, intensifica a exploração da mão de obra, veta direito 
e alimenta a emergência de movimentos sociais de reivin-
dicação pela posse da terra.
O espaço pode ser percebido como o palco onde as 
manifestações históricas se apresentam, sendo que esta his-
toricidade possui especificidades a depender de que forma 
os elementos simbólicos materiais e imateriais são conside-
rados. O homem se “libertou da natureza” e passou a adap-
tá-la às suas necessidades produtivas. Mediante seu traba-
lho, o meio naturalé modificado e assume outro significado 
perante a sociedade: o de meio e não de fim, como outrora.
As transformações oriundas da globalização engen-
dradas a partir da expansão das fronteiras do comércio no 
início do século XVI, mas consolidadas com a revolução 
técnico-científica, possibilita uma nova concepção de vida, 
onde a informação torna o planeta uma “aldeia global”, 
onde a idéia de concepção do espaço-tempo assume ou-
tros paradigmas. O espaço torna-se indispensável para o 
prosseguimento da história, pois neste emerge os elemen-
tos produtivos e não produtivos necessários para explicar e 
justificar a lógica de expansão do modo de produção capi-
talista. Assim, a divisão internacional do trabalho determi-
nou a divisão do mundo em produtores de matéria prima 
e produtores de produtos industrializados, sob a lógica do 
pacto colonial.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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 É nessa conjuntura que se localiza o Brasil. Com 
grande extensão territorial e um considerável teor de 
riquezas naturais, o país se insere no cenário interna-
cional como grande fornecedor de matéria prima e 
consumidor de produtos industrializados. Até a dé-
cada de 30, tudo de moderno existente no país tinha 
origem nas importações. Já no século XX, o Brasil se 
constituía em um país emergente com uma indústria 
competitiva no contexto global. Claro que estas carac-
terísticas também causaram mudanças sociais, econô-
micas e políticas no campo brasileiro, evidenciando a 
forma como o modo de produção capitalista (MPC) 
em sua fase monopolista, que apresenta traços típicos 
como os grandes complexos industriais integrados à 
produção agropecuária, penetra no campo e sujeita a 
renda da terra ao capital. É importante perceber que 
no capitalismo brasileiro, o Estado se modificou con-
forme se modificaram os interesses das classes do-
minantes, pois, independente do governo ou regime, 
no MPC o Estado se adéqua à acumulação do capital. 
As mudanças no campo, possibilitadas pela in-
dustrialização, que funcionou como mola propulsora, 
abarcam também a estrutura social, com a diminuição 
de trabalhadores autônomos e o aumento de assala-
riados. Este último, composto por camponeses pobres 
que vendem seu trabalho nos complexos agroindus-
triais. O que se percebe é que o espaço rural brasi-
leiro vincula-se ás necessidades de uma minoria de 
latifundiários, que detém a posse da terra e ditam as 
regras do jogo. Quando se observa, por exemplo, a 
incorporação da região Centro-Oeste ao espaço agrá-
rio brasileiro se vê que, na verdade, o Brasil precisava 
produzir capitais para equilibrar as contas do gover-
no através das exportações, e não pela necessidade 
de implementação de alguma política de desenvol-
vimento. Outra questão interessante é como setores 
mais tradicionais como a mecânica, a química e ra-
ções, por dependerem diretamente de políticas cre-
ditícias, operam como grupos de pressão favoráveis à 
modernização do campo brasileiro. 
Enquanto isso, os agricultores familiares carecem 
de atenção política para atender às suas reais necessi-
dades, relegando-os apenas a uma produção de sub-
sistência ou, no máximo, a uma produção marginal no 
cenário nacional. Em meio a tudo isso, os movimentos 
de luta pela terra avançam sua atuação, no sentido de 
pressionar o Estado e tem conseguido dinamizar as 
políticas concernentes ao tema, bem como ampliar as 
discussões sobre a reforma agrária no país. Resolver 
o problema da concentração fundiária no Brasil de-
manda ainda muitos embates, pois os obstáculos que 
ora se impõem se fundamentam no poder das classes 
mais favorecidas e nos ditames do MPC. Texto adap-
tado de SILVA. E. B. D.
A APROPRIAÇÃO DA AMÉRICA PELOS 
EUROPEUS,
, 
O processo de colonização da América Espanhola está 
imbricado ao novo momento econômico que forja o pe-
ríodo moderno. Instigados pela avidez do acúmulo de ca-
pital e favorecidos pelo avanço de determinadas técnicas 
de navegação, os europeus lançam-se aos mares em busca 
de terras, título e ouro. O cenário de instalação da socie-
dade colonial incide sobre a América Indígena. O objetivo 
deste artigo, portanto, é abordar os mecanismos e com-
portamentos desenvolvidos e empreendidos pelo coloni-
zador espanhol no desenrolar dos processos de conquista 
e colonização da América que constituíram a busca pela 
realização de seus intentos e, por consequência, a base de 
sua ação colonial. Por fim, será analisado os limites de ação 
da conquista e colonização espanhola, numa tentativa de 
compreender como as sociedades indígenas se posiciona-
ram durante este processo histórico. 
Falar em conquista e colonização não é uma tarefa sim-
ples. Requer cuidado, uma vez que a relação entre o euro-
peu e o indígena neste processo proporcionou um choque 
cultural entre sociedades estruturadas e organizadas, de 
valores e perspectivas diferentes. Uma relação pautada por 
encontros e desencontros. A tarefa de historicizar este fato 
torna-se mais árdua na medida em que se percebem os 
equívocos historiográficos que reproduziram o discurso e a 
visão dos espanhóis, construções que tiveram por finalida-
de justificar uma dominação e acabaram por desconsiderar 
a ótica de outrem. 
Nos tempos atuais, no entanto, alguns historiado-
res têm fixado como ponto de partida em seus estudos a 
desconstrução de alguns mitos e buscado entender o pro-
cesso de conquista a partir do olhar do outro o indígena. 
Diversas narrativas têm se desenvolvido numa perspectiva 
que tende a valorizar os índios como sujeitos ativos deste 
processo histórico, visto que a linha de demarcação que 
foi imposta pela hegemonia da história dos brancos está 
sendo transposta. Por esta razão nos propomos a anali-
sar os mecanismos e dispositivos utilizados pelos europeus 
no processo de conquista e colonização da América. En-
tretanto, queremos também apresentar os limites da ação 
colonial, ressaltando aspectos da resistência indígena em 
diversos âmbitos.
A expansão européia e a ocupação da América 
Do além-mar, vieram os europeus. Para se pensar acer-
ca dos homens do período do século XVI que aportaram 
na América para ocupá-la e colonizá-la, é preciso com-
preender a Europa no âmbito das transformações que dão 
luz à época Moderna. Uma série de acontecimentos são 
orquestrados na lógica deste período, como o Iluminismo 
relacionado às novas idéias e apreciação da razão, o Renas-
cimento ligado às questões culturais, a Reforma da Igreja 
arrolada aos aspectos religiosos, e o Mercantilismo movi-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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mento unido às questões econômicas/metalismo, baseado 
na centralização daquilo que é mais precioso no território, 
através de relações intercontinentais. Estes eventos indubi-
tavelmente têm sua repercussão nas colônias americanas. 
Os homens que adentraram as caravelas revelam suas po-
sições ocupadas na Europa e sua sede de status e riquezas. 
A conquista da América é de fato uma tentativa priva-
da de banqueiros, mercadores e conquistadores, salvos os 
casos de Colombo e Magalhães, cujas empreitadas foram 
custeadas pelo Estado. A Igreja, nesse sentido, esteve pre-
sente conjugando interesses comuns aos da Coroa. Em seu 
diário de bordo, Colombo afirma: “do ouro se faz tesouro, 
e quem o tem faz o que quiser no mundo e até leva as 
almas para o Paraíso”. Além de em sua fala estar presente 
a propagação da fé discurso recorrente é fundamental con-
siderar o discurso presente no século XVI, na qual o metal 
justifica a existência da América para os europeus e reforça 
a engrenagem do Mercantilismo e de suas práticas. Num 
contexto extremamente distinto do da Europa, habitavam 
sociedades indígenas providas de uma complexa organiza-
ção política, social, econômica e cultural: a América territó-
rio que sequer era chamado deste modo

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