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Assistência de Enfermagem Clinica e Cirúrgica ao Idoso Avaliação do risco nutricional, adesão medicamentosa, avaliação da mobilidade, genograma, ecomapa, mapa mínimo de relações, manobra de Osler, avaliação visual e auditiva. Professoras: Rosalina do Vale; Teresa Braga; Rosana Stopiglia. RISCO NUTRICIONAL Escalas de Avaliação Geriátrica Risco Nutricional ➢ água corporal; ➢ Distribuição da gordura corporal modificada: gordura subcutânea; gordura intra-abdominal; ➢ massa muscular e óssea. Alterações na pessoa idosa: Risco Nutricional Idoso Avaliação Nutricional ≥70 anos 60 a 69 anos Perfil epidemiológico semelhante aos adultos jovens com alta prevalência de sobrepeso. Alta prevalência de baixo peso. Risco Nutricional A avaliação é feita pelos seguintes itens: Análise dos fatores de risco Antropometria Mini avaliação nutricional Avaliação laboratorial Risco Nutricional Deve-se avaliar a presença de: • Desequilíbrio: necessidade de consumo x infecções; • Problemas sociais: isolamento, solidão, perda de status social, pobreza; • Patologias crônicas; • Uso de álcool; • Tabagismo. Análise dos fatores de risco ANTROPOMETRIA •Estatura: 1 a 1,5 cm/década •Peso: até 70 anos •IMC (kg/m2): 22 a 27 NUTRIÇÃO As alterações fisiológicas do envelhecimento que comprometem as necessidades nutricionais ou ingestão alimentar são: • Redução do olfato e paladar: • Redução do metabolismo basal: redução de 100 Kcal por década ( massa magra e da atividade física); • Aumento da necessidade protêica: síntese e ingestão • Redução da biodisponibilidade da vitamina D: redução da absorção intestinal de cálcio; • Deficiência da utilização da vitamina B6; • Redução da acidez gástrica: B12, Ferro, cálcio, ácido fólico e zinco • Insuficiência do mecanismos reguladores da sede, fome e saciedade; • Aumento da toxicidade de vitamina lipossolúveis: vitamina A, D, E, K • Maior dificuldade na obtenção, preparo e ingestão de alimentos; Risco Nutricional Representa as medidas das dimensões corporais usadas para avaliação do estado nutricional. Antropometria IMC Circunferência abdominal Pregas cutâneas Altura do joelho (idosos acamados) Risco Nutricional Mini avaliação nutricional Antropométrica Global Dietética Autoavaliação Risco Nutricional Mini avaliação nutricional Antropométrica Global Dietética Autoavaliação Risco Nutricional Avaliação laboratorial Albumina Transferrina Pré-albumina Linfócitos Colesterol Eletrólitos, vitaminas e minerais Função hepática Função renal Adesão Medicamentosa Adesão medicamentosa, segundo Stewort, é “a magnitude com que o comportamento de um indivíduo (como tomada de medicamentos, obediência a dietas ou mudanças de estilo de vida) coincide com o aconselhamento médico ou de saúde.” Adesão Medicamentosa • Muitas vezes, a pessoa idosa se submete a diferentes tratamentos, com diferentes profissionais, o que pode acarretar dificuldades para administrar todos os tratamentos medicamentosos. • Além de se considerar o efeito da idade na absorção, distribuição, metabolismo e eliminação das drogas, se faz necessário prestar assistência holística a pessoa idosa, encarando-a como um indivíduo que se encontra em uma fase que apresenta peculiaridades próprias do processo de envelhecimento. Adesão Medicamentosa Fatores que dificultam a adesão: •Apresentação da droga; •Dificuldade de deglutição; •Quantidade diária de medicamentos; •Sabor damedicação. Fatores Técnicos •Comprometimento da absorção, distribuição, metabolismo e excreção de medicamentos; •Manifestações tóxicas e idiossincrásticas.Fatores Biológicos •Depressão, negação ou medo; •Autoestima diminuída; •Relação médico-usuário.Fatores Psicológicos •Dificuldade econômica; •Suspensão de medicação para uso de bebidas alcoólicas; •Baixa percepção do custo-benefício.Fatores Sociais •Esquecimento; •Desconhecimento da doença e do tratamento; •Nível educacional e cultural; •Automedicação. Fatores Mistos Adesão Medicamentosa O diagnóstico da não adesão nem sempre é imediato. ➢ Recursos: Questionamentos diretos; Contagem de comprimidos; Frequência de requisição de receitas. Adesão Medicamentosa Métodos para promoção da adesão medicamentosa: • Orientar sistemas de lembranças, como transcrições para esquemas com horários; • Painéis com desenho dos comprimidos para facilitar a identificação; • Colocar a medicação em local visível; • Associar o uso de medicamentos às rotinas diárias; • Orientar os familiares. Avaliação da mobilidade Através dos instrumentos de avaliação é possível identificar quem está mais propenso às quedas, a maior causa de perda funcional e independência nesta população. Avaliação da mobilidade Escala de Tinetti é uma escala de equilíbrio e mobilidade. Segundo Tinetti (1996), a mobilidade é a habilidade de se locomover num ambiente, sendo uma função complicada e, composta por múltiplas manobras. Estas manobras, por sua vez, dependem de uma integração de múltiplas características: físicas, cognitivas e psicológicas. Avaliação da mobilidade • Identificar componentes da mobilidade que podem afetar as AVDs; • Possíveis dificuldades; • Suscetibilidade a quedas; • Auxiliar na reabilitação e prevenção. Avaliação da mobilidade O Índice de Tinetti é compreendido por duas escalas: de equilíbrio e de marcha, 16 tarefas que são avaliadas por meio da observação do examinador. Avaliação da mobilidade Equilíbrio sentado Levantar da cadeira Tentativas de levantar Assim que levanta Equilíbrio em pé Teste dos 3 tempos Olhos fechados Girando 360◦ Sentando Escala de equilíbrio: Avaliação da mobilidade Início da marcha Comprimento dos passos Simetria dos passos Continuidade dos passos Direção Tronco Distância dos tornozelos Escala de marcha: Avaliação da mobilidade CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Normal 0 Adaptável 1 Anormal 2 A cada tarefa a resposta pode ser classificada como: < 19 pontos: risco alto para quedas; 20 a 24 pontos: risco moderado para quedas; ≥ 25 pontos: baixo risco para quedas. Avaliação da mobilidade Avaliação da mobilidade Avaliação da mobilidade Escala de equilíbrio de Berg Instrumento para avaliação funcional do equilíbrio estático e dinâmico. Escala de 14 tarefas, classificadas de 0 a 4 pontos. Avaliação da mobilidade Avaliação da mobilidade CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO Realiza a tarefa independente e sem auxílio das mãos 4 pontos Realiza a tarefa independente com o auxílio das mãos 3 pontos Realiza a tarefa com o auxílio das mãos após várias tentativas 2 pontos Necessita de ajuda mínima 1 ponto Necessita de ajuda moderada ou máxima 0 ponto Avaliação da mobilidade CLASSIFICAÇÃO PONTUAÇÃO 100% de risco de queda 0 a 36 pontos Locomoção segura, mas com recomendação de assistência 36 a 44 pontos Sem risco de queda 45 a 56 pontos Escore: Genograma Diagrama que detalha a estrutura e o histórico familiar. ➢ Fornece informações sobre os vários papéis de seus membros e suas diferentes gerações; ➢ Oferece bases para discussão e análise das interações familiares. Genograma Dicas para construir o genograma: ➢ O nome e a idade da pessoa devem ser anotados do lado de dentro do quadrado ou círculo; ➢ Do lado de fora do símbolo, dados significativos devem ser anotados (viaja muito, deprimido, alcoólatra, etc); ➢ Se um membro da família morreu, o ano de sua morte é indicado acima do quadrado ou do círculo;➢ Ao informar casamento (C) colocar também a data da união, a mesma coisa caso haja o divórcio(D) ; ➢ Marido sempre à esquerda e esposa à direita do genograma e os filhos, o mais velho sempre começando pelo lado esquerdo. Genograma Genograma Genograma Beatriz, 69 anos, viúva, mãe de dois filhos (um já faleceu), morava com sua filha "Neide". Relatou que possuía ligação próxima com seu irmão "Maurício" e sua cunhada "Lucília“. Genograma Ecomapa Diagrama que mostra as relações entre a família e a comunidade e ajuda a avaliar os apoios e suportes disponíveis e sua utilização pela família. Ecomapa A sra A. S. G., 61 anos, apresenta esquizofrenia há 20 anos e insuficiência renal crônica, diagnosticada há três meses. Seu marido, Sr Benedito, 65 anos, é lavrador aposentado. Eles têm uma única filha, Ana, 29 anos, empregada doméstica desempregada, casada com Alberto, 24 anos, entregador. Juntos, têm dois filhos: Bruno, sete anos e Alfredo, dois anos. Ecomapa Mapa Mínimo das Relações Instrumento gráfico para identifica a rede de suporte social do idoso, sistematizado em quatro quadrantes: • Família; • Amigos; • Comunidade; • Relação com os serviços de saúde / sociais. Mapa Mínimo das Relações Para o preenchimento dos quadrantes formulam-se as seguintes perguntas: 1) Quem o (a) visita? 2) Quem lhe faz companhia? 3) Se o senhor(a) precisar de auxilio para serviços domésticos, quem o(a) auxiliaria? 4) Se o senhor(a) precisar de auxilio para cuidados pessoais quem o(a) auxiliaria? 5) Se o senhor(a) precisar de auxilio financeiro, a quem o senhor(a) recorreria? Mapa Mínimo das Relações Anota-se o número da pergunta formulada e abreviações correspondentes conforme abaixo: • A primeira escolha significa relação próxima (círculo interno); • A segunda escolha significa relação intermediária; • A terceira escolha significa relação distante com o idoso (círculo externo). Amigos Familia Comunidade Rel. sistema de saúde Mapa Mínimo das Relações Mapa Mínimo das Relações Frequência do contato: • 1 vez por semana – círculo interno; • 1 vez por mês – círculo intermediário; • 1 vez por ano – círculo externo. Mapa Mínimo das Relações Mapa Mínimo das Relações Exemplo: Manobra de Osler Com a idade ocorre o aumento da rigidez dos vasos, com redução das fibras elásticas e aumento do colágeno, mas se este processo for mais acentuado, seja pela calcificação da camada média da artéria ou por aterosclerose, haverá dificuldade em comprimir esta artéria com a insuflação do manguito e a pressão verificada será maior do que a intra- arterial. Manobra de Osler Como suspeitar da presença da pseudo-hipertensão e como detectá-la? • Pacientes idosos; • Hipertensão de longa data sem lesões de órgãos-alvo; • Indivíduos com sintomas hipotensivos ao tentar-se; • Aqueles nos quais a manobra de Osler for positiva. Manobra de Osler A manobra consiste em insuflar o manguito utilizado para a medida da pressão acima da pressão sistólica, ou seja, quando não há mais possibilidade de identificar o pulso, tentando-se delimitar, à palpação, as artérias radial e/ou braquial. Se for possível identificá-las, existe rigidez aumentada do vaso e pode estar ocorrendo uma falsa estimativa da pressão para valores superiores aos reais. Manobra de Osler A manobra consiste em insuflar o manguito utilizado para a medida da pressão acima da pressão sistólica, ou seja, quando não há mais possibilidade de identificar o pulso, tentando-se delimitar, à palpação, as artérias radial e/ou braquial. Se for possível identificá-las, existe rigidez aumentada do vaso e pode estar ocorrendo uma falsa estimativa da pressão para valores superiores aos reais. Avaliação Visual e Auditiva A comunicação é essencial para o ser humano, possibilita ao indivíduo desenvolver-se e manter o senso de identidade, pois transmite e recebe informações que ajudam no auto cuidado. Vivendo em sociedade, o homem necessita da comunicação e quando aspectos importantes do desenvolvimento desse processo apresentam- se alterados, dificultando a sua interação social, a pessoa se apresenta fragilizada, insegura, isolada, dependente e "doente". Avaliação Visual e Auditiva Mais de 33% dos indivíduos com idade acima de 65 anos e 50% com mais de 85 anos tem alguma perda auditiva. Avaliação Visual e Auditiva A avaliação da acuidade auditiva deve ser procedida com auxílio de testes, como o teste do sussurro. Nesse teste, o examinador deve ficar fora do campo visual do idoso, a uma distância de mais ou menos 33 cm e “sussurrar” em cada ouvido uma questão curta, como perguntar qual é seu nome. Avaliação Visual e Auditiva A fala e a voz devem ser avaliadas rotineiramente, observando-se a: • Respiração (capacidade, controle e coordenação da produção sonora); • Fonação (intensidade e qualidade vocal); • Ressonância (grau de nasalidade); • Articulação (precisão articulatória e fonatória e coordenação motora); • Prosódia (ritmo e velocidade da fala espontânea). Avaliação Visual e Auditiva A fala e a voz devem ser avaliadas rotineiramente, observando-se a: • Respiração (capacidade, controle e coordenação da produção sonora); • Fonação (intensidade e qualidade vocal); • Ressonância (grau de nasalidade); • Articulação (precisão articulatória e fonatória e coordenação motora); • Prosódia (ritmo e velocidade da fala espontânea). Avaliação Visual e Auditiva A prevalência de catarata, degeneração macular relacionada à idade, glaucoma e necessidade de lentes corretivas aumenta com o avançar da idade. Problemas oftálmicos são comuns em idosos e devido à incapacidade da maioria dos consultórios de cuidados primários, exames periódicos são razoáveis para idosos, principalmente portadores de diabetes ou em alto risco de glaucoma. Avaliação Visual e Auditiva O idoso deve ser interrogado sobre suas atividades diárias, como: • Sente alguma dificuldade para ler, assistir televisão, dirigir, ou realizar alguma outra atividade? Cartão de Jaeger O cartão deve ser colocado a 35 cm de distância da pessoa, testando cada olho e, em seguida, ambos juntos. O limite considerado normal é 20/40. Escala Optométrica de Snellen Preparo do local: • Deve ser calmo, bem iluminado e sem ofuscamento. • A luz deve vir por trás ou dos lados da pessoa que vai ser submetida ao teste. • Deve-se evitar que a luz incida diretamente sobre a Escala de Sinais de Snellen; • A Escala de Sinais de Snellen deve ser colocada numa parede a uma distância de cinco metros da pessoa a ser examinada; Escala Optométrica de Snellen A pessoa apresenta visão normal quando, ao ser colocada, a uma distância de 5 (cinco) metros, em frente a uma Escala de Sinais de Snellen, consegue ler as menores letras que nela se encontram. Uma pessoa apresenta limitação da visão quando não enxerga uma ou mais letras da escala, demonstrando maior limitação quando não conseguir visualizar os símbolos de maior tamanho da escala. Escala Optométrica de Snellen Escala Optométrica de Snellen Pergunte se as hastes do “E” estão viradas para cima ou para baixo, para a direita ou para a esquerda. A presença de visão < 0,3 confirma a presença de déficit visual e a necessidade de avaliação oftalmológica específica. Referências • ROACH SS. Introdução à enfermagem gerontológica. São Paulo: Guanabara, 2003. • MORAES EN; MARINO MCA; SANTOS RR. Principais síndromes geriátricas. Revista Med Minas Gerais, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 54–66, jan./mar. 2010; • LIMA KNC. Manobra de Osler: método e significado. Rev Bras Hipertens, São Paulo, v. 9, n.2, p. 199–200, abr./jun. 2002
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