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3 Obrigação de fazer com danos morais

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO 1º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL DA CAPITAL
 
 
 
NOME DO CLIENTE, brasileiro, solteiro, empresário, CI 0000000, SSP - UF, inscrito no CPF sob o número 00000000000, residente e domiciliado na cidade de CIDADE - UF, na Rua Empresário LUIZ Gomes, Barro mole, n° 14, CEP: 00000000, por seu advogado devidamente constituído pelo instrumento de mandato anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANO MORAL
em face da Construtora xxxxxx, pessoa jurídica de Direito Privado, inscrito no CNPJ nº 0000000000, com sede na rua  Prof. João Macedo, 32 - Bairro, CIDADE - UF, CEP: 0000000 pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: 
PRELIMINARMENTE
I. DA JUSTIÇA GRATUITA
A autora não possui condições de pagar as custas e despesas do processo sem prejuízo próprio ou de sua família, conforme consta da declaração de pobreza em anexo. Desse modo, a autora faz jus à concessão da gratuidade de Justiça. Insta ressaltar que entender de outra forma seria impedir os mais humildes de ter acesso à Justiça, garantia maior dos cidadãos no Estado Democrático de Direito.
I. DOS FATOS
O demandante celebrou um contrato de compra e venda junto com o demandado, no qual adquiriu um imóvel. 
Ocorre que o demandante recebeu a notícia que seria cobrada uma taxa atribuída à operação imobiliária, a qual não teve conhecimento da existência no momento da compra.
Ao entrar em contato com a demandada para procurar ter conhecimento acerca da referida taxa, esta reconheceu sua pequena negligência e garantiu ao demandante que deteria o ônus de pagar tais dívidas, posto que seriam cobradas mensalmente.
Passado algum tempo começaram a chegar cobranças na residência do demandante, que achou estranho, pois não havia nenhuma conta que deixara de pagar, foi logo que, numa rápida análise, veio a perceber que se tratava das supracitadas taxas.
Entrando em contato novamente com a demandada, esta se comprometeu em voltar a pagar em dia o débito, promessa essa que não foi cumprida. 
Foi nesse momento que essa pratica se tornou abusiva, posto deveras foram as vezes em que, não apenas chegaram cobranças, mas também cartas de negativação, sendo seu nome retirado dos cadastros de maus pagadores apenas quando a empresa tinha a boa vontade de cumprir o acordado.
Todos os meses que se seguiram, até a data atual, o demandante vem tendo dores de cabeça por causa dessas inadimplências da parte demandada.
Como se não bastasse, depois de tanto tempo e cartas recebidas, seja de cobrança ou notificações do SERASA, o demandante teve um financiamento de um carro negado pelo fato de seu nome ter sido negativado há pouco tempo, ou seja, percebeu que estava sendo prejudicado não somente enquanto seu nome estava inscrito no cadastro de restrição ao crédito, mas estava sendo lesado também simplesmente pelo fato de já ter constado seu nome no supracitado cadastro.
Em suma o demandado fez um acordo com o demandante, assumindo uma taxa que deveria ser paga por este. Com o decorrer do tempo houve atrasos no pagamento, o que gerou reiteradas cobranças e negativações, gerando até a perda na compra de um carro. 
Desrespeitos esses não mais suportados pelo demandante, posto que sofreu com momentos de agonia e estresse causados pela demandada, vivendo na incerteza de ter ou não o nome negativado, não encontrando outro caminho a não ser buscar o poder judiciário para ter seus direitos devidamente respeitados.
DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA:
O artigo 294 do novo Código de Processo Civil estabelece como requisito para a concessão da tutela antecipada a Verossimilhança da alegação e o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. 
A verossimilhança está nas alegações da requerida, devidamente demonstrada pelos documentos carreados aos autos, especialmente porque há prova de que realmente a taxa de obras estava sendo quitada pela construtora, conforme acordo firmado entre as partes.
Já quanto ao “periculum in mora” resta este evidenciado pelo prejuízo que terá o requerente em seu direito, haja vista está sendo cobrado pelo atraso no pagamento pela demandada, que se comprometeu a pagar as taxas de obras e vem atrasando os pagamentos, consequentemente fazendo com que o nome do demandante seja frequentemente negativado.
Destarte, por estarem preenchidos os requisitos para a concessão da tutela antecipada, consoante os requisitos estabelecidos no Código de Processo Civil, vem requer a Vossa Excelência a sua concessão, por ser de legítimo direito, que seja o demandado obrigado a arcar nos dias corretos com suas obrigações perante o demandante, evitando que este tenha novamente o nome negativado.
Outrossim, caso Vossa Excelência não entenda ser possível a concessão da tutela antecipada inaudita altera part, por cautela intime a empresa suplicada, a fim de que se pronuncie em relação ao fato, a fim de se formar melhor Juízo.
II - DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
O Código de Defesa do Consumidor prescreve, em seu art. 2º, ser consumidor: “toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”. O conceito de fornecedor, por sua vez, encontra-se previsto no art. 3º do mesmo diploma legal. 
No presente caso, é importante destacar que incide o Código de Defesa do Consumidor. Com efeito, dispõem os artigos 3º e 14 do CDC, in verbis: 
Art. 3° (...)
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
(...)
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Inexistem, por conseguinte, maiores dificuldades em se concluir pela aplicabilidade do referido Código, visto que promovente e promovido se adéquam perfeitamente aos conceitos de consumidor e fornecedor, respectivamente. 
Desse modo, são aplicáveis todas as regras e princípios previstos no diploma consumerista, sobretudo o art. 14, que estipula a responsabilidade objetiva do fornecedor de produtos e serviços pelos danos causados por defeitos relativos à prestação de serviços. 
A responsabilidade objetiva apresenta-se como a obrigação de reparar determinados danos causados a outrem, independente de qualquer atuação dolosa ou culposa do responsável, sendo necessário apenas que tenham acontecido durante atividades realizadas no interesse ou sob o controle do fornecedor. 
No mais, da simples leitura do Código do Consumidor, verifica-se, sem muito esforço, ter o legislador conferido ao magistrado a incumbência de, presentes os requisitos da verossimilhança das alegações ou quando o consumidor for hipossuficiente, poder inverter o ônus da prova. É o que diz o diploma, in verbis:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
(...) 
VIII- A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência. (Grifamos)
A verossimilhança das alegações não se discute, pois, de acordo com a narrativa dos fatos e os documentos anexos a esta exordial, percebe-se que houve falha na prestação de serviços pela empresa-ré. 
A hipossuficiência, por sua vez, tem seu alcance magistralmente comentado por Nelson Nery Júnior, “in” “PRINCÍPIOS”, n.º 8, pág. 42: 
O processo civil tradicional permite a convenção sobre o ônus da prova, de sorte que as partes podem estipular a inversão em relação ao critério da lei (CPC, 333, parágrafo único, a 'contrario sensu'). O CDC permite a inversão do ônus da prova em favor dos consumidores sempre que for hipossuficiente ou verossímil sua alegação. Trata-sede aplicação do princípio constitucional da isonomia, pois o consumidor, como parte reconhecidamente mais fraca e vulnerável na relação de consumo (CDC, art. 4º, I), tem de ser tratado de forma diferente, a fim de que seja alcançada a igualdade real entre os partícipes da relação de consumo. O inciso comentado amolda-se perfeitamente ao princípio constitucional da isonomia, na medida em que trata desigualmente os desiguais, desigualdade essa reconhecida pela própria lei.
Fica demonstrado, assim, que a ré é quem tem a obrigação de provar que não existiram os fatos e o dano sofrido pela parte autora.
VI – DOS DANOS MORAIS
Dano significa ofensa ou diminuição do patrimônio moral ou material de uma pessoa. Segundo Cloves Beviláqua, dano, em sentido amplo, é toda diminuição dos bens jurídicos da pessoa. 
Neste diapasão prevê o código civil de 2002 em seus artigos 186 e 927:
Art.186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art.927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
No caso em tela é fácil perceber os danos sofridos pelo autor, posto que teve seu nome negativado diversas vezes por uma dívida na qual a demandada se comprometeu em pagar, conforme documentos anexados.
Não se pode deixar de mencionar que a Constituição assegura, a título de garantia constitucional, a inviolabilidade da honra, e, por conseguinte, da Dignidade Humana, enquanto princípio constitucional maior, acentuando a necessidade da devida reparação pelos danos morais causados à vítima, conforme asseverado no art 5º,V da CF/88:
Art.5°, V. É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por danos material, moral ou à imagem.
O dano moral fica caracterizado pelo abalo psicológico que sofreu o autor ao ter seu nome inscrito nos cadastros de restrição ao crédito por culpa meramente da demandada. Além disso, este abalo emocional foi prolongado e intensificado ante o descaso para com a solução do problema causado pelas incansáveis tentativas de solucionar o problema administrativamente.
	Em matéria conceitual, o dano moral configura-se através de lesões sofridas por pessoas físicas ou jurídicas, em certos aspectos de sua personalidade e afetividade, caracterizados, no entanto, por via reflexiva, por ação ou omissão. São atos lesivos que atingem substancialmente o ser humano em sua moralidade, causando-lhe vexames, dores e sensações negativas.
No caso em tela, por tratar-se de relação de consumo a responsabilidade é do tipo objetiva (art. 14 do CDC), isto é, para que a ré seja condenada a indenizar o autor é suficiente a demonstração do fato lesivo, do dano e do nexo de causalidade, independentemente da demonstração de culpa. Os elementos necessários à obrigação de indenizar, quais sejam: fato lesivo, dano e nexo de causalidade, já foram demonstrados nesta petição inicial, logo resta evidenciado o direito do autor em ser indenizado pelo dano moral sofrido.
Por fim, se invoca a tutela jurisdicional, para que esta substitua a vontade das partes, por uma decisão respaldada em nosso ordenamento jurídico, para só assim, alcançarmos o que seria justo diante dos fatos.
IV - DOS PEDIDOS
Pelo exposto, requer:
a) A concessão do benefício da assistência judiciária gratuita, uma vez que o autor é pobre, no sentido legal, e não pode arcar com eventuais despesas processuais da presente demanda, sem prejuízo do seu próprio sustento e de sua família;
c) a citação da ré, através de seus representantes legais, nos termos e prazos legais, para que apresente sua resposta, sob pena de revelia e ainda a confissão da matéria de fato;
d) que seja concedia a tutela antecipada, para que a demandada cumpra com o acordado, pagando a taxa de obra no dia correto, evitando a negativação do nome do demandante, sob pena de multa diária de atraso de R$1.000,00 (mil reais);
d) A condenação definitiva do demandado à obrigação de pagar as taxas no dia correto, evitando assim que o nome do demandante seja negativado, sob pena de multa diária no valor de R$1.000,00 (mil reais);
e) A condenação da ré ao pagamento de indenização pelos danos morais suportados pelo autor, no valor de R$10.000,00(dez mil reais);
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos e pede a condenação da ré, nas hipóteses de recurso ou litigância de má-fé, em custas processuais e honorários advocatícios no percentual fixado pelo Estatuto Processual Civil.
Dá-se à causa o valor de R$10.000,00 (dez mil reais).
Nestes termos,
pede deferimento.
CIDADE-UF, 01 de agosto de 2016
ADVOGADO
OAB

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