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UNIDADE CURRICULAR: PROCESSO DO ENVELHECIMENTO Impacto Demográfico do Envelhecimento Populacional- Noções de Epidemiologia e Bioestatística Profas: Rosana Stopiglia; Teresa Braga; Rosalina Vale ENVELHECIMENTO O envelhecimento, aspiração de qualquer sociedade, só representará uma conquista social quando for traduzido por uma melhor qualidade de vida. No Brasil, na década de 40, a população idosa representava 4,1% da população total, em 2010, passou a representar aproximadamente 11%, de acordo com os Censos Demográficos de 1940 e 2010. DE ACORDO COM AS ESTATÍSTICAS... O Brasil está inserido no grupo de países que experimentou uma rápida e sensível transição demográfica . Dessa forma, o Brasil vive um período de intenso envelhecimento demográfico, resultando em importantes implicações para os indivíduos, famílias e à própria sociedade. De acordo com as projeções e estatísticas, o segmento populacional que mais aumenta na população brasileira é o de idosos, com taxas de crescimento de mais de 4% ao ano. Em 2000 a população com 60 anos ou mais representava - 14,2 milhões, Em 2010 este número passou para 19,6 milhões, Em 2030 - 41,5 milhões, devendo Em 2060 - atingir 73,5 milhões, UM POUCO DE HISTÓRIA... * Uma população torna-se mais idosa à medida que aumenta a proporção de indivíduos idosos e diminui a proporção de indivíduos mais jovens, ou seja, para que uma determinada população envelheça, é necessário haver também uma menor taxa de fecundidade. A transição demográfica originou-se na Europa e seu primeiro fenômeno foi a diminuição da fecundidade, observada na Revolução Industrial, fato este, anterior ao aparecimento da pílula anticoncepcional. O aumento na expectativa de vida ocorreu de modo insidioso e lento devido às melhores condições sociais e de saneamento, além do uso de antibióticos e vacinas. PREVALÊNCIA DE MULHERES IDOSAS... Fatores biológicos, sociais e culturais são responsáveis pela maior expectativa de vida das mulheres. No Brasil, elas vivem aproximadamente sete anos a mais que os homens. A feminização da velhice traz inúmeras implicações sociais, já que a maior parte das mulheres idosas é viúva, não tem experiência de trabalho no mercado formal, tem níveis mais baixos de escolaridade e renda muito menor. O processo de envelhecimento caracteriza-se por diminuição da reserva funcional, que somada a exposição de inúmeros fatores de risco, torna os idosos mais vulneráveis às doenças. TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA: Refere-se as modificações no perfil das doenças que acometem uma população. TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA: São as modificações, a longo prazo, dos padrões de morbidade, invalidez e morte que caracterizam uma população específica e que, em geral, ocorrem em conjunto com outras transformações demográficas, sociais e econômicas. Em vez de processos agudos que “se resolvem rapidamente” por meio da cura ou do óbito, as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) passam a predominar e, com elas, surgem incapacidades e maiores gastos com a saúde. TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA PRINCIPAIS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS Obesidade; Diabetes tipo 2; Alguns tipos de câncer; Doenças Cardiovasculares. IMPORTANTES DESAFIOS PARA O BRASIL TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E EPIDEMIOLÓGICA -Frágeis sistemas de saúde e previdenciário, entre eles: população envelhecendo rapidamente com aumento desproporcional das faixas etárias mais elevadas, predominância de mulheres (viúvas), diminuição do tamanho das famílias (menor número de filhos disponíveis para o cuidado de idosos), mulher no mercado de trabalho, aumento dos domicílios sob responsabilidade de idosos, seguridade social inadequada (menor número de pagantes e maior de beneficiários), aumento da prevalência das doenças crônicas, aumento do número de indivíduos de alta dependência, gerando maiores gastos com Saúde. ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DA DOENÇA interferir favoravelmente na história natural da doença; antecipar o surgimento de complicações; prevenir as complicações das doenças crônicas; aumentar o envolvimento do paciente no autocuidado; Portanto, um modelo de atenção à saúde do idoso que pretenda apresentar efetividade e eficiência precisa aplicar todos os níveis da prevenção e possuir um fluxo bem desenhado de ações de educação, promoção à saúde, prevenção de doenças evitáveis e favorecer a reabilitação de agravos. O ENFERMEIRO E A ATENÇÃO À SAÚDE DO IDOSO Competências Capacidade de estabelecer uma relação terapêutica com o idoso; Apreciação e respeito ao idoso como uma pessoa única; Competência clínica em práticas de enfermagem básica; Boa habilidade comunicacional; Conhecimento das alterações morfofuncionais e psicossociais que são normais e decorrentes do processo de envelhecimento; REVENDO A EPIDEMIOLOGIA... A análise da situação de saúde das populações encontra espaço privilegiado na Epidemiologia e em outras disciplinas afins contribuindo na definição das políticas públicas e na avaliação do impacto de intervenções. (Castellanos, 1997 – in Rouquayrol). Mortalidade e Morbidade são variáveis características de seres vivos e se referem ao conjunto de indivíduos que morreram ou adquiriram doenças em um intervalo de tempo. Fontes de dados: Atestados/certidões de óbito e nascimento Estatísticas ambulatoriais e hospitalares; Inquéritos epidemiológicos; Notificações compulsórias Dados laboratoriais Registros do Ministério e/ou Secretarias de Saúde ( DataSUS, IBGE) INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS Expressam a relação entre o subconjunto de doentes (ou óbitos por uma dada doença, ou sujeitos portadores de uma condição relacionada a saúde), e o conjunto de membros da população. MORTALIDADE E MORBIDADE MORTALIDADE: conjunto de indivíduos que morrem num dado período de tempo. É a razão entre frequências absolutas de óbitos e número de sujeitos expostos ao risco de morrer. MORBIDADE: conjunto de indivíduos que adquiriram doenças num dado intervalo de tempo ( sempre se refere a uma população predefinida, onde devem ficar claros os seguintes elementos: localização espacial, intervalo de tempo e abrangência do estudo). Frequentemente estudada segundo os seguintes indicadores básicos: Incidência, Prevalência e Taxa de Ataque. INCIDÊNCIA: Número de casos novos de uma doença que se iniciou no mesmo local e período. Para calcularmos a Taxa de Incidência de uma determinada doença, utilizamos a seguinte fórmula: *População local ACIMA de 50.000 habitantes podemos calcular Sobre 100.000 habitantes CI = número de casos novos de uma determinada doença x 10 n número da população local Exemplo: O município de Cruz Verde teve 145 casos de dengue no período de Janeiro a Junho de 2016, sendo a população de 30.000 habitantes , portanto, calcule o CI por 10.000 habitantes... 145 / 30.000 x 10.000= 48,3 casos para cada 10 mil habitantes PREVALÊNCIA Casos prevalentes são os que estão sendo tratados (casos antigos) + aqueles que foram descobertos ou diagnosticados (casos novos); portanto, é o número total de casos de uma doença, existentes num determinado local e período. O coeficiente de prevalência é mais utilizado para doenças crônicas de longa duração, como hanseníase, tuberculose, AIDS, diabetes. Indica a força com que subsiste a doença na população. *População local ACIMA de 50.000 habitantes podemos calcular obre 100.000 habitantes CP = número de casos novos + antigos de uma determinada doença x 10 n população local Exemplo: No município de Nuvem Branca, em 2015 eram conhecidos 30 casos de hanseníase que continuaram o tratamento em 2016. Durante o ano de 2016, 10 casos novos foram detectados e notificados. Qual é o coeficiente de prevalência, para 10.000 habitantes para o ano de 2016, sabendo que a população é de 400.000 habitantes? CALCULANDO.... Exemplo: No município de Nuvem Branca, em 2015 eram conhecidos 30 casos de hanseníase que continuaram o tratamento em 2016. Durante o ano de 2016, 10 casos novos foram detectados e notificados. Qual é o coeficiente de prevalência, para 10.000 habitantes para o ano de 2016, sabendo que a população é de 400.000 habitantes? CP = número de casos novos + antigos de uma determinada doença x 10 n população local CP = 10 (casos novos) + 30 (casos antigos) x 10.000 400.000 RESULTADO: CP = 1 caso de hanseníase para cada 10 mil habitantes na cidade de Nuvem Branca TAXA DE ATAQUE Expressa em percentagem, é uma forma especial de incidência, usada quando se investiga um surto de uma determinada doença em um local onde há uma população bem definida (ex: residência, creche, escola, quartel, colônia de férias, pessoas que participaram de um determinado evento, etc). T.A. = número de casos novos x 100 população exposta Ex: em uma festa, na creche “Cantinho Feliz”, haviam 125 pessoas e ocorreram 25 casos de diarreia (bolo com creme foi identificado como causador da doença). Qual a taxa de ataque? TA = 25 casos de diarreia x 100 = 20% das pessoas tiveram diarreia. 125 COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL (CMG): mede o risco de morte por todas as causas em uma população de um dado local e período. CMG = Número total de óbitos x 1.000 população local Ex: A cidade de Patos no ano de 2016 possuía uma população de 2.998.058 pessoas, registrando um total de óbitos nesse ano de 15.248 pessoas, qual coeficiente de mortalidade geral? CMG = 15.248 x 1.000 2.998.058 CMG = 5,085 óbitos para cada mil habitantes da cidade de Patos COEFICIENTE DE MORTALIDADE POR CAUSA (CMC) mede o risco de morte por determinada causa, num dado local e período CMC = número de óbitos por determinada causa x 100.000 população local Considerando que a população de Patos é de 2.998.058 hab e que 3.684 óbitos foram por neoplasias, calcule o CMC... CMC = 3684 x 100.000 2.998.058 CMC = 122,87 óbitos por neoplasia para cada 100.000 habitantes. COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL (CMI) mede o risco de morte para crianças menores de um ano de um dado local e período. Estima o risco de morte dos nascidos vivos durante o seu primeiro ano de vida. As taxas de mortalidade infantil são geralmente classificadas em altas (50 por mil ou mais), médias (20-49) e baixas (menos de 20). CMI = número de óbitos em menores de 1 ano de vida x 1.000 número de nascidos vivos No ano de 2016, no município de Pedra Bela, nasceram vivas 2264 crianças, sendo que, 52 crianças menores de 1 ano morreram, nesse mesmo ano. CMI = 52 x 1.000 2.264 CMI = 22,96 óbitos em menores de 1 ano para cada mil nascidos vivos. TAXA DE LETALIDADE Nº de óbitos pela doença em Taxa de letalidade = um dado local e período x100 Nº total de pessoas com a doença no mesmo local e período ÍNDICE DE SWAROOP-UEMURA É a mortalidade proporcional de 50 anos ou mais, ou seja, a proporção de óbitos ocorridos em indivíduos de 50 anos ou mais. ISU= nº óbitos de pessoas de 50 anos e mais anos,residentes em certa área e ano X 100 nº de óbitos totais na população residente na área e anos considerados Óbitos abaixo de 50 anos são considerados evitáveis (grosseiramente); dessa forma, quanto maior a proporção de óbitos de adultos maduros e idosos, melhor é a condição de vida e saúde da população. Valores iguais ou superiores a 75% indicam boas condições de vida INDICADORES DE TENDÊNCIA CENTRAL - MEDIA Chama-se Média de um conjunto de dados numéricos ao número que se obtém dividindo a soma dos valores de todos os dados pelo número de dados. X = ∑xi/n Ex: A Márcia, Tatiana e Fátima são três aluna de Enfermagem e obtiveram as seguintes notas em Bioestatística, qual das alunas obteve maior média. A notas foram as seguintes: Márcia 7 8 3 10 7 Fátima 5 5 0 4 4 Tatiana 9 8 10 5 8 PARA CALCULAR A MEDIA: Media Márcia : 7+8+3+10+ 7 = 7 5 Media Fátima : 5 +5+0+4+4 = 3,6 5 Media Tatiana: 9+8+10+5+8 = 8 5 MODA Dado um sequencia de valores, a Moda é o valor que aparece mais vezes. Seja x : 10,4,5,4,2,3,5,5,8,5 Logo Mo : 5 , pois aparece 4 vezes. Obs: quando todos os elementos apresentam a mesma frequência, dizemos que a serie é amodal. MEDIANA Primeiro dispor os valores em ordem crescente. A Mediana é o elemento que ocupa a posição central da distribuição de valores . Quantidade Impar de elementos: a Mediana terá o valor aquele que está na posição central . Quantidade Par de elementos: A mediana será a média aritmética entre os dois termos centrais. EXERCÍCIOS 1- Calcule a media moda e mediana das seguintes distribuições: I) 2,3,5,5,6,6,6,7 II) 3,4,8,9,7,10,5 OBRIGADA!! REFERENCIAS: Brasil. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Perfil dos idosos responsáveis pelos domicílios no Brasil. Brasil, 2002. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 Mar 2016. Brasil. Lei n º.10.741, de 1º. de Outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências. Ministério da Saúde. 1. ed. 2. reimp. Brasília, 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br. Acesso em 01 Ago 2016. Freitas EV, Py L. Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Ervatti LR, Borges GM, Jardim AP. Organizadores. IBGE. Mudança Demográfica no Brasil no Início do Século XXI Subsídios para as projeções da população. 2015. Disponível em http://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca- catalogo?id=293322&view=detalhes. Acesso em 05 Ago 2016. Rouquayrol, MZ; Almeida F.L. Introdução à Epidemiologia. -4.ed., rev. e ampliada. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. - Waldman, E.A.; Rosa, T.E. C. A dinâmica das doenças infecciosas. Vigilância em saúde pública. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 1998. - Pereira, M.G. Mortalidade. In: Epidemiologia: teoria e prática.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995. p.126 - Disponível em:http://www.uff.br/epidemiologia2/blog/wp-content/uploads/2012/10/Aula-5-Indicadores-de-saude- e-Estatisticas-Vitais-I-v.2.3.pdf. Acesso em 10 fev 2017.
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