homem e sociedade

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Desde que nasceu Kaspar Hauser foi mantido enclausurado em um calabouço longe da sociedade , sobrevivendo só da comida que seu pai lhe trazia por pena pois foi ele que o trancou ali, ensinando o filho a falar somente a frase : “Quero ser cavalheiro como meu pai”. 
Esses anos em que foi criado no calabouço ele não aprendeu nada, não sabia comer, beber, tinha o corpo mole que não conseguia nem ficar sentado, muito menos a falar , pois não tinha contato com ninguém fazendo assim que ele não aprendesse com os outros os comportamentos que deveria ter para se considerar um homem “civilizado” uma das exigências da sociedade daquela época. 
Algum tempo depois, segundo relatos quando ele tinha uns 15 ou 16 anos , foi encontrado em uma praça de Nuremberg , ele se vê em um mundo completamente diferente do que ele vivia, tudo era novo: as pessoas que nunca viu, a paisagem onde tudo era escuridão para ele antes e principalmente o jeito que todos lhe olhavam despertando uma vontade de se pronunciar , mas como não sabia falar ficava cada vez mais assustado com tudo.
A forma que educa uma criança ,vai criando nela um processo de abstração, isso K. Hauser não vivenciou e iria vivenciar agora em Nuremberg. Aos poucos iniciou o seu processo de socialização, pois exatamente isso que precisava; o convívio com outros indivíduos que lhe deu a oportunidade de aprender a falar , mas não de compreender os significados das coisas, pois precisava desse processo que uma criança passa, por mais que as pessoas tentavam lhe explicar esses significados.
Somente depois de muito tempo ele conseguiu aprender com a sociedade a relação simbólica e que os signos e as coisas concretas representam. 
Hauser não passou por um processo de socialização , onde ele iria aprender a ter compreensão através da prática social , isso fazia com que ele tivesse uma percepção diferente dos outros da realidade principalmente por ter um pensamento atrasado e ser diferente dos demais em relação a tudo . Era considerado “selvagem” pela sociedades mas era dócil e amigável , um estranho no meio de todos.