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Aula: Introdução à neurofisiologia Disciplina: Fisiologia humana Professor: Msc Antenor Bonfim O SISTEMA NERVOSO As várias estruturas que compõem o sistema nervoso estão intimamente interconectadas; entretanto, por conveniência, são divididas em duas partes: (1) o sistema nervoso central (SNC), constituído pelo encéfalo e pela medula espinal;e (2) o sistema nervoso periférico (SNp), que consiste nos nervos que estabelecem a conexão entre o encéfalo ou a medula espinal e os músculos do corpo, as glândulas e os órgãos dos sentidos. O NEURÔNIO A unidade básica do sistema nervoso é a célula nervosa ou neurônio. Os neurônios atuam mediante a geração de sinais elétricos, que se deslocam de uma parte da célula para outra parte da mesma célula ou para células adjacentes. Na maioria dos neurônios, os sinais elétricos ocasionam a libe‐ ração de mensageiros químicos – os neurotransmissores – para comunicar‐se com outras células. Os neurônios atuam, em sua maioria, como integradores, visto que seus impulsos eferentes refletem o equilíbrio dos impulsos que recebem de centenas de milhares de outros neurônios. CLASSES FUNCIONAIS DOS NEURÔNIOS GLIA Astrócito Oligodendrocito Células de Schwann Microglia Células NG 2 Células ependimárias GLIA POTENCIAL DE MEMBRANA: Potencial de repouso POTENCIAL DE MEMBRANA POTENCIAL DE REPOUSO POTENCIAIS GRADUADOS E POTENCIAL DE AÇÃO Os sinais elétricos são produzidos por mudanças transitórias no potencial de membrana a partir de seu nível de repouso. Essas mudanças constituem a maneira mais importante pela qual os neurônios processam e transmitem a informação. Esses sinais ocorrem em duas formas: potenciais graduados e potenciais de ação. Os potenciais graduados são importantes na sinalização a curta distância, enquanto os potenciais de ação são os sinais de longa distância das membranas neuronais e musculares. POTENCIAL GRADUADO x POTENCIAL DE AÇÃO POTENCIAL DE AÇÃO PROPAGAÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO POTENCIAL DE AÇÃO SALTATÓRIO SINAPSES O potencial de membrana de um neurônio pós‐sináptico é trazido mais próximo do limiar (i. e., despolarizado) em uma sinapse excitatória, enquanto é levado mais longe do limiar (i. e., hiperpolarizado) ou estabilizado em seu potencial de repouso em uma sinapse inibitória Sinapses do sistema nervoso central A informação é transmitida para o sistema nervoso central em sua maior parte na forma de potenciais de ação, chamados simplesmente de “impulsos nervosos” que se propagam por sucessão de neurônios, um após o outro. Entretanto, além disso, cada impulso (1) pode ser bloqueado, na sua transmissão de um neurônio para o outro, (2) pode ser transformado de impulso único em impulsos repetitivos, ou (3) pode ainda ser integrado a impulsos vindos de outros neurônios, para gerar padrões de impulsos muito complexos em neurônios sucessivos. Todas essas funções podem ser classificadas como funções sinápticas dos neurônios. SINAPSES Centenas ou milhares de sinapses de muitas células pré‐sinápticas diferentes podem afetar uma única célula pós‐sináptica (convergência), enquanto uma única célula pré‐sináptica pode emitir ramificações para afetar muitas outras células pós‐sinápticas (divergência). A convergência permite que a atividade de uma célula seja influenciada por informações de muitas fontes; a divergência permite que uma fonte de informação afete múltiplas vias ANATOMIA FUNCIONAL DAS SINAPSES Existem dois tipos de sinapses: elétricas e químicas. Nas sinapses elétricas, as membranas plasmáticas das células pré‐sinápticas e pós‐sinápticas são unidas por junções comunicantes. Na sinapse química o axônio do neurônio pré‐sináptico termina em uma ligeira protuberância, o terminal axônico, onde se encontram as vesículas sinápticas que contêm o neurotransmissor. A membrana pós‐sináptica adjacente ao terminal axônico possui uma alta densidade de proteínas de membrana intrínsecas e extrínsecas, constituindo uma área especializada denominada densidade pós‐sináptica. O tipo de canal iônico aberto determinará se é induzido um potencial pós-sináptico inibitório (PPSI) ou excitatório (PPSE). Liberação do neurotransmissor A membrana do terminal pré‐sináptico é chamada membrana pré‐sináptica. Essa membrana tem grande número de canais de cálcio dependentes de voltagem. (Potencial de ação) A quantidade de substância transmissora que é então liberada na fenda sináptica é diretamente proporcional ao número de íons cálcio que entram AÇÃO DA SUBSTÂNCIA TRANSMISSORA SOBRE O NEURÔNIO PÓS-SINÁPTICO As moléculas desses receptores têm dois componentes importantes: (1) o componente de ligação, que se exterioriza da membrana na fenda sináptica — local onde se liga o neurotransmissor, vindo do terminal pré‐sináptico — e (2) o componente ionóforo, que atravessa toda a membrana pós‐ sináptica até alcançar o interior do neurônio pós‐sináptico O componente ionóforo por sua vez pode ser de dos dois tipos: (1) canal iônico que permite a passagem de tipos específicos de íons, através da membrana ou (2) ativador de “segundo mensageiro” que não é canal iônico e sim molécula que, projetando‐se para o citoplasma da célula, ativa uma ou mais substâncias localizadas no interior do neurônio pós‐sináptico Sistema de “Segundos Mensageiros" no Neurônio Pós-sináptico Proteínas G A proteína G, por sua vez, é formada por três componentes distintos: o componente alfa (a), que é a porção ativadora da proteína G, e os componentes beta ((3) e gama (y), que estão ligados ao componente alfa e também à parte interna da membrana celular, adjacente à proteína receptora 1) Abertura de canais iônicos específicos na membrana da célula pós‐sináptica 2) Ativação do monofosfato de adenosina cíclico (AMPc) ou monofosfato de guanosina cíclico (GMPc) 3) Ativação de uma ou mais enzimas intracelulares. 4) Ativação da transcrição gênica AÇÕES FARMACOLÓGICAS FORÇA SINÁPTICA e NEUROTRANSMISSORES ESTRUTURA DO SISTEMA NERVOSO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: ENCÉFALO Durante o desenvolvimento, o sistema nervoso central forma‐se a partir de um longo tubo. À medida que a parte an‐ terior do tubo, que irá formar o encéfalo, se dobra durante a sua formação contínua, quatro regiões diferentes tornam‐se aparentes. Essas regiões irão formar as quatro subdivisões do encéfalo: o cérebro, o diencéfalo, o tronco encefálico e o cerebelo SUBSTANCIA BRANCA E CINZENTA SISTEMA NERVOSO CENTRAL: MEDULA ESPINAL A medula espinal localiza‐se dentro da coluna vertebral. Trata‐se de um cilindro delgado delgado de tecido mole, aproximadamente do tamanho do dedo mínimo. A área central em forma de borboleta (em corte transversal) de substância cinzenta é composta de interneurônios, corpos celulares e dendritos de neurônios eferentes, axônios que provêm de neurônios aferentes e células gliais. As regiões de substância cinzenta que se projetam para a parte posterior do corpo são denominadas cornos dorsais, enquanto aquelas orientadas anteriormente são os cornos ventrais. Os grupos de fibras aferentes que entram na medula es‐ pinal a partir dos nervos periféricos penetram no lado dorsal da medula por meio das raízes dorsais. Pequenas protuberâncias nas raízes dorsais, denominadas gânglios da raiz dorsal, contêm os corpos celulares des‐ ses neurônios aferentes. Os axônios dos neurônios eferentes deixam a medula espinalno lado ventral por meio das raízes ventrais. SISTEMA NERVOSO CENTRAL: MEDULA ESPINAL SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Os neurônios no sistema nervoso periférico transmitem sinais entre o sistema nervoso central e receptores e efetores distribuídos em todas as partes do corpo. Conforme assinalado anteriormente, os axônios são agrupados em feixes, denominados nervos. O sistema nervoso periférico possui 43 pares de nervos: 12 pares de nervos cranianos e 31 pares de nervos espinais que se conectam com a medula espinal. Os 31 pares de nervos espinais são designados pelos níveis vertebrais dos quais saem: cervicais, torácicos, lombares, sacrais e coccígeos. Os oito pares de nervos cervicais controlam os músculos e as glândulas e recebem impulsos sensoriais do pescoço, dos ombros, dos braços e das mãos. Os 12 pares de nervos torácicos estão associados ao tórax e parte superior do abdome. Os cinco pares de nervos lombares estão associados à parte inferior do abdome, quadris e pernas; e os cinco pares de nervos sacrais estão associados aos geni‐ tais e ao trato digestório inferior. Um único par de nervos coccígeos associado ao cóccix completa o total de 31 pares.
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