Buscar

Saiba TUDO sobre Queixa Crime, conceito, elementos e como fazer!

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Saiba TUDO sobre Queixa Crime, conceito, elementos e como fazer!
								
					
					
					
					
					
						
						
																							
									
								
							
														
								Queixa Crime
 é o instrumento inicial da ação penal privada. É uma petição acusatória
 que deve ser ajuizada e distribuída no ambiente forense. A queixa crime
 é promovida pela parte ofendida ou, em caso de morte, por seus 
sucessores.
O autor da queixa crime é chamado de querelante.
O querelado é aquele que sofre a ação penal privada pelo querelante.
Sendo assim, querelante é aquele que move a ação privada por meio de uma queixa crime, contra o querelado - autor da infração penal.
A ação penal privada é iniciada sempre através da queixa, que não se confunde com a notitia criminis (notícia crime) realizada pela polícia e que as pessoas vulgarmente chamam de “queixa”.
Baixe o Mapa Mental GRÁTIS
Aumente o seu aprendizado e sua memorização com o Mapa Mental de Ação Penal. 
Digite seu email abaixo e receba o Mapa Mental, GRÁTIS:
Notícia Crime
A notícia crime é o conhecimento da existência de uma infração penal, levada à autoridade competente.
Qualquer
 pessoa que tiver conhecimento da existência de um fato criminoso, em 
que caiba ação penal pública, poderá, verbalmente ou por escrito, 
comunicá-la à autoridade policial.
A notícia crime pode ser materializada por meio de uma petição ou boletim de ocorrência.
Verificada
 a procedência das informações a autoridade policial mandará instaurar o
 inquérito policial, para apurar a infração penal e sua autoria.
Antes de continuarmos a estudar a queixa crime, falaremos sobre ação penal e suas espécies.
Ação Penal
O Direito Penal não possui aplicação imediata.
Nenhum indivíduo po ser punido pelo Direito Penal sem que sua responsabilidade seja reconhecida.
Ação Penal é um direito de se exigir do Estado a aplicação do direito penal ao caso concreto.
É
 o direito do Estado ou da pessoa ofendida de ingressar em juízo, 
pleiteando a responsabilização e condenação do autor da infração penal.
A
 ação penal é um desdobramento do devido processo legal, exigido para 
que o Estado-Juiz faça valer sua pretensão punitiva contra os 
infratores.
Constituição Federal
Art. 5˚ (...)
(...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
O direito de ação penal, é um direito que pertence à parte acusadora.
A parte acusadora, dependendo do tipo de ação penal será:
	Ministério Público (Constituição Federal - CF, Art.129, inciso I)
Art.129. São funções institucionais do Ministério Público:
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
	Ofendido/Representante do Ofendido (CF, Art.5˚, LIX e Código de Processo Penal - CPP, Art.30)
CPP. Art.30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada.
CF. Art.5˚(...)
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
	Ministro da Justiça (CPP, Art.24)
Art.
 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do 
Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição 
do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver
 qualidade para representá-lo.
A requisição do Ministro da 
Justiça é a exigência legal para que possa ser instaurado um Inquérito 
Policial ou para que seja promovida uma ação penal de interesse do 
Presidente da República, que figura como vítima.
Condições da Ação Penal
Para ser aceita, a ação penal deve observar as seguintes condições (condições da ação).
O
 art. 395, II, do Código de Processo Penal dispõe que a denúncia ou 
queixa será rejeitada quando faltar pressuposto processual ou 
condição para o exercício da ação penal.
As condições 
genéricas da ação devem estar presentes em qualquer ação penal, seja 
qual for a natureza (pública ou privada) ou norma penal infringida.
São pressupostos genéricos da ação penal:
	Possibilidade jurídica do pedido
	Legitimidade “ad causam” (Legitimidade ativa e passiva)
	Interesse de agir
Assim, não presente as condições da ação, ela será rejeitada.
Possibilidade Jurídica do Pedido
O conteúdo da ação penal deve ser juridicamente possível.
As
 dívidas decorrentes de jogos por exemplo, não obrigam o pagamento. 
Portanto, não é possível ajuizar uma ação penal para cobrar uma dívida 
de jogo.
Legitimidade Ativa
Quem pode ajuizar a ação penal?
Ministério Público? Ofendido?
Para que a ação penal possa ser recebida a parte acusadora deve possuir legitimidade ativa.
A parte acusadora deve ser a parte competente para o caso.
Legitimidade Passiva 
Contra quem poderá ser ajuizada a ação penal?
Para que a ação penal possa ser recebida a parte que é acusada deve possuir legitimidade passiva.
A parte que será acusada deverá poder ser acusada pela infração.
Interesse de Agir
Para que a ação penal possa ser recebida ela deverá ter um suporte probatório mínimo.
Ou seja, deve possuir elementos de informação que justifiquem seu recebimento.
A observância dessa condição evita a instauração de processos levianos e o abuso do direito de acusar.
Tipos de Ação Penal
Quanto à legitimidade, a ação penal pode ser pública ou privada.
Alguns
 doutrinadores criticam os termos "ação pública" e "ação privada", ao 
fundamento de que toda ação penal é pública, uma vez que objetiva 
incitar o Estado a exercer sua função de punir, que é pública.
Pública ou privada seria a iniciativa da ação (ação penal de inciativa pública e ação penal de iniciativa privada).
No entanto, as duas terminologias podem ser utilizadas.
Em regra, caberá ação pública incondicionada para todas as infrações penais.
No
 entanto, a ação penal, em casos expressos em lei, pode ser: 
condicionada à representação, condicionada à requisição do Ministro da 
Justiça, ou de iniciativa privada.
Temos então 4 tipos de Ação Penal:
	Ação Penal Pública Incondicionada
	Ação Penal Pública Condicionada à Representação
	Ação Penal Exclusivamente Privada
	Ação Penal Privada Subsidiária da Pública
Ação Pública Incondicionada
A ação pública incondicionada é de iniciativa exclusiva do Ministério Público, que não precisa de autorização de quem quer que seja para iniciá-la.
Tendo
 sido demonstrado a materialidade do fato e os indícios de autoria, o 
Ministério Público não precisará de mais nada para exercer a ação penal 
pública.
Basta a consumação do delito para que se possa dar início a ação penal.
Na ação penal pública o Ministério Público irá oferecer a denúncia como inicial acusatória.
Crime de homicídio se processa mediante ação penal pública incondicionada.
Ação Penal Pública Condicionada à Representação
A ação penal pública condicionada à representação, é também iniciada pelo Ministério Público.
No entanto, dependerá da representação do ofendido ou de seu representante.
Representação é a manifestação da vontade da vítima da infração penal, para que seu agressor possa ser condenado criminalmente.
A representação é o primeiro passo para que se forme o inquérito policial.
Essa manifestação de vontade (representação) autoriza o Ministério Público a ingressar com a ação - oferecer a denúncia.
O prazo para a representação é de 6 meses contados do conhecimento da autoria do crime.
Crime de ameaça se processa mediante ação penal pública condicionada à representação.
Ação Penal Privada
Na ação penal privada a pessoa ofendida tem direito privativo de decidir ou não promover a ação penal.
A ação penal privada é iniciada por meio da queixa crime.
O prazo para a queixa crime é de 6 meses contados do conhecimento da autoria do crime.
Crime de injúria simples se processa mediante ação penal privada.
Ação Penal Privada Subsidiária da Pública
CF. Art.5˚(...)
LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
Se
 o Ministério Público for omisso, ou seja, se não ingressar com a ação 
pública no prazo legal, qualquer pessoa poderá fazer uma queixa crime subsidiária.
Iremos aprofundar agora no estudo da ação penal privada e sua inicial acusatória: queixa crime.
Características da Ação Penal Privada
São características da ação penal privada:
	Exclusividade:
 o oferecimento ou não da queixa é de exclusivo foro íntimo do ofendido.
 Cabe à vítima, seu representante legal e sucessores decidir ou não a 
respeito da queixa.
	Disponibilidade: o querelante pode renunciar ou desistir da ação ou do recurso.
	Iniciativa de parte: os atos processuais são iniciados a requerimento da parte.
	Indivisibilidade:
 A ação penal contra um dos autores impõe a ação penal contra todos. O 
querelante não pode escolher contra qual agressor inicia a ação penal, 
quando há concurso de agentes.
	Personalíssima: apenas o ofendido, representante legal e sucessores podem ajuizar a ação penal privada.
	Condicionada:
 o ofendido, representante legal e sucessores podem ajuizar a ação 
privada, desde que, nos casos de ação pública, o Ministério Público não 
ofereça denúncia no prazo legal.
Exercício do Direito de Queixa
A ação penal privada se exerce mediante a apresentação da queixa crime, que é uma petição.
Sua apresentação pura e simples não é suficiente.
Para
 ser recebida a queixa crime deve estar acompanhada de elementos 
probatórios suficientes para sustentar a acusação, como o inquérito ou 
outras peças de informação.
Exercício do Direito de Queixa pelo Ofendido
A pessoa ofendida poderá exercer o seu direito de queixa pessoalmente, desde que tenha capacidade postulatória (advogado).
Caso contrário, a queixa deve ser subscrita por advogado, ao qual deve ser outorgada procuração com poderes especiais para fazê-lo.
Na
 procuração devem constar o nome do querelante e a menção do fato 
criminoso, salvo se isso depender de diligências a serem requeridas ao 
juízo penal.
Se houver irregularidades na procuração poderão ser 
corrigidas se o querelante também assinar a 
queixa.      
A objetivo de a procuração conter o nome do querelado e a descrição do fato criminoso é fixar eventual responsabilidade por denunciação caluniosa no exercício do direito de queixa.
Denunciação caluniosa é
 crime contra a administração da justiça. Comete denunciação caluniosa 
quem faz surgir contra alguém, um inquérito ou processo, sabendo que a 
pessoa é inocente.
Exercício do Direito de Queixa pelo "CADI"
Se
 o ofendido falecer ou for declarado ausente por decisão judicial, o 
direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação já iniciada passa para o
 cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CADI).
Se
 comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa crime, terá 
preferência o cônjuge, e, em seguida o ascendente, descendente e por 
último o irmão.
Se o querelante desistir ou abandonar a ação, qualquer uma das partes poderá dar prosseguimento a ela.
Ministério Público
A queixa crime,
 ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser aditada
 pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos 
subseqüentes do processo (CPP, Art.45).
O Ministério Público 
poderá aditar a queixa crime para poder incluir circunstâncias que 
possam influir na caracterização do crime, em sua classificação, ou 
ainda na fixação da pena.
Exemplo: local do crime, dia e hora do 
crime, dados pessoais do acusado, meios empregados, motivação do crime, 
dentre outras circunstâncias.
O Ministério Público não poderá 
aditar a queixa para imputar aos acusados novos crimes, ou para nela 
incluir outros infratores além dos já existentes.
O Ministério Público deverá intervir em todos os termos do processo, sob pena de nulidade (art. 46, §2º e 564, III, d, CPP).
Elementos da Queixa Crime
A queixa crime deverá conter os seguintes elementos (CPP, Art.41):
	Exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias;
	Qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo;
	Classificação do crime;
	Rol das testemunhas, quando necessário;
	Nome do querelante.
Exposição do Fato Criminoso
A descrição/exposição do fato criminoso deverá apresentar precisão, para o perfeito conhecimento da imputação penal. 
Ou seja, não se admite uma descrição vaga e imprecisa do fato criminoso.
A descrição do fato deve ser clara para poder fazer valer o princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa.
Se houver mais de um agente infrator, a conduta de cada um deverá ser descrita individualmente. 
No entanto, os tribunais superiores têm admitido descrição genérica quando isso não for possível.
Qualificação do Acusado
A queixa crime deverá conter a qualificação do acusado, apontando as qualidades pelas quais se possa identificá-lo.
A
 qualificação do acusado pode ser dispensada caso seja possível obter a 
identidade física do acusado, por traços característicos ou outros 
meios.
Classificação Jurídica do Fato Criminoso
A queixa crime deverá conter a classificação jurídica do fato criminoso. 
A correta classificação jurídica do fato criminoso não é um requisito necessário, uma vez que não vincula o juiz.
O
 juiz poderá dar definição jurídica diversa daquela apontada na 
acusação, mas estará vinculado aos fatos descritos na peça acusatória.
O autor da queixa crime deverá indicar a norma legal referente ao fato criminoso, imputado ao acusado.
Rol de Testemunhas
O Código de Processo Penal dispõe que o arrolamento de testemunhas é opcional. No entanto, o momento para poder arrolar as testemunhas é na propositura da ação penal.
Se
 as testemunhas não forem arroladas na propositura da ação ocorrerá o 
que chamamos de preclusão - perda do direito de agir nos autos em 
decorrência da perda da oportunidade.
Observações:
	Na queixa crime deverá também constar o nome do querelante.
	O pedido de condenação não precisa estar expresso na queixa crime, basta que esteja implícito.
	O
 endereçamento equivocado da queixa crime não impede o seu recebimento. 
Trata-se de apenas uma irregularidade, que pode ser corrigida com a 
remessa dos autos ao juízo competente.
	A falta da assinatura não invalida a queixa crime, caso não exista dúvidas a respeito de sua autenticidade.
	A propositura da ação privada, pela queixa crime, é o momento mais adequado para especificar as provas.
Recebimento/Rejeição da Queixa
Oferecida a queixa crime, o juiz deverá proferir despacho recebendo-a ou rejeitando-a.
A queixa será rejeitada nas seguintes situações (CPP, Art.395):
	A queixa crime será rejeitada quando for manifestamente inepta, incompreensível para o réu.
	A
 queixa crime será rejeitada quando faltar requisitos essenciais para a 
existência ou validade da relação processual (ex: juiz incompetente - 
rejeitar).
	A queixa crime será rejeitada quando faltar condições
 para o exercício da ação penal (ex: se quem responde pela conduta não 
for o autor do crime - rejeitar).
	A queixa crime será rejeitada 
quando faltar justa causa para o exercício da ação penal (se o crime 
ocorreu em situação de legítima defesa - rejeitar, justo motivo).
Se o juiz rejeitar a queixa crime caberá recurso em sentido estrito - RESE.
Se o juiz receber a queixa crime não caberá recurso, mas poderá ser impetrado um habeas corpus processual, em caso de ilegalidade. 
O habeas corpus não é um recurso, mas uma ação de impugnação.
Se o juiz receber a queixa, ordenará a citação do acusado para poder responder a à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias.
Queixa Crime e Decadência
A decadência é a perda do direito de queixa pelo decurso do tempo (6 meses contados da data do conhecimento do autor da infração penal).
No
 caso da ação privada subsidiária da pública esse prazo de 6 meses é 
contado da data em que termina o prazo do Ministério Público.
A decadência do direito de queixa, no caso da ação penal exclusivamente privada, extingue e punibilidade.
O prazo
decadencial é interrompido quando há oferecimento da queixa ao juízo.
Queixa Crime e Renúncia
A renúncia é a manifestação de vontade do ofendido de não promover a ação penal. É a desistência da ação, antes do seu ajuizamento.
A renúncia é unilateral, não dependendo do consentimento do autor da infração.
A renúncia extingue a punibilidade.
A renúncia pode ser expressa por petição ou por declaração a ser apresentada à autoridade competente.
A renúncia pode ser tácita quando houver atitudes incompatíveis com a vontade de ajuizar a ação. Exemplo: reconciliação entre as partes.
Queixa Crime e Perdão
O perdão é a desistência da ação penal privada, já ajuizada.
O perdão é bilateral pois deve ser aceito pelo querelado (autor da infração).
Ou seja, o querelante (ofendido ou representantes) poderá desistir da ação (perdão), depois de ajuizada a ação penal. 
Mas o querelado (agressor) tem que concordar com essa desistência.
O
 querelado (agressor) pode não aceitar o perdão. O agressor pode ser 
inocente e querer continuar com o processo para provar a sua inocência.
Se o perdão for aceito, extingue-se a punibilidade do agente infrator.
Queixa Crime e Perempção
Perempção é a desídia (falta de atenção, desleixo...) do autor da ação privada, que demonstra desinteresse em continuar na demanda.
A perempção também extingue a punibilidade do agente infrator.
São hipóteses de perempção:
	Quando o querelante deixar de dar andamento ao processo por mais de 30 dias.
	Quando o querelante falecer e não houver um substituto em 60 dias.
	Quando o querelante se tornar incapaz e não houver um substituto em 60 dias.
	Quando o querelante deixar de comparecer a ato, em que sua presença é fundamental.
	Quando o querelante, pessoa jurídica, se extinguir sem deixar sucessor.
Vale mencionar que não haverá perempção em virtude de excesso de serviço forense ou inépcia de servidor público.
Modelos de Queixa Crime
Modelo 1
AO JUÍZO DA ____ VARA DO JÚRI DA COMARCA ____.
Inquérito policial n. ___.
Carlos (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular
 da carteira de identidade Registro Geral n.____, inscrito no Cadastro 
de Pessoas Físicas sob o n.____, domiciliado em (cidade), onde reside 
(rua, número, bairro), por seu advogado,  vem, respeitosamente, à presença deste juízo, propor
QUEIXA-CRIME
contra
 André (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), 
titular da carteira de identidade Registro Geral n.____, inscrito no 
Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.____, domiciliado em (cidade), onde 
reside (rua, número, bairro) e Bruno (nome completo), (nacionalidade), 
(estado civil), (profissão), titular da carteira de identidade Registro 
Geral n.____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.____, 
domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro), com fundamento no art. 30 do Código de Processo Penal em combinação com o art. 145, caput, do Código Penal, baseado nas provas colhidas no inquérito policial que segue juntamente com esta, pelos seguintes motivos:
No
 dia ____, por volta das ____, em reunião realizada na sede da empresa 
____, situada na ____, nesta cidade, na presença de inúmeros diretores e
 gerentes, muitos dos quais constam do rol de testemunhas abaixo 
indicado, os querelados imputaram ao querelante a prática do crime 
descrito no art. 197, I, do Código Penal. Afirmaram, sabendo ser o 
proponente inocente, que os dados contábeis da empresa não se 
encontravam regulares, tendo em vista que o querelante, por ter sido 
preterido em promoção realizada no dia ____, para vingar-se da gerência 
que deixou de indicá-lo ao posto, teria constrangido o contador Daniel, 
mediante grave ameaça, a deixar de realizar sua atividade, durante certo
 período. A ameaça fundar-se-ia na expulsão do filho do contador da 
escola ____, onde atualmente cursa a 2.ª série do ensino fundamental, 
levando-se em conta que a esposa do querelante é a diretora-geral do 
referido estabelecimento de ensino.
2. A criativa história 
idealizada pelos querelados teve o fim de prejudicar o querelante, 
conspurcando sua reputação diante de terceiros, sendo certo saberem eles
 que nada foi feito contra Daniel. Apurou-se no incluso inquérito ter 
este negligenciado seus afazeres em virtude de problemas pessoais, razão
 pela qual os dados estavam, de fato, incompletos, porém, nada disso 
teve por origem qualquer conduta do querelante. Os querelados não 
somente sabiam ser inocente o querelante como também engendraram a 
versão apresentada na reunião mencionada com o objetivo de macular a sua
 imagem entre diretores e gerentes, justamente para afastá-lo da 
concorrência ao próximo cargo de gerência a ser disputado dentro de 
alguns meses, quando ocorrerá a aposentadoria do atual ocupante. Logo, 
segundo os depoimentos colhidos (fls. ____ do inquérito), observa-se 
que, na última promoção, estava o querelante impossibilitado de ser 
beneficiado, em razão da notória especialidade do posto, incompatível 
com sua habilitação. Portanto, maliciosamente, os querelados, 
concorrentes do querelante, buscaram vincular a negligência do contador 
da empresa a uma inexistente grave ameaça, associada a um desejo de 
vingança igualmente fictício.
3. Torna-se nítida, pois, a prática 
do delito de calúnia por parte dos querelados, sem perder de vista que 
foi o fato divulgado na presença de várias pessoas, além de possuir o 
querelante mais de sessenta anos, o que torna o delito mais grave.
Ante
 o exposto, requer a este juízo seja recebida a presente queixa-crime, 
após a realização do procedimento descrito no art. 520 do Código de 
Processo Penal, contra André e Bruno, 
incursos nas penas do art. 138, caput, c.c. art. 141, III e IV, do 
Código Penal, para que, citados e não sendo possível a aplicação dos 
benefícios da Lei 9.099/95, apresentando a defesa que tiverem, sejam colhidas as provas necessárias e, ao final, possam ser condenados.
Termos em que, ouvido o ilustre representante do Ministério Público, 
Requer deferimento.
Comarca, data.
_______________
Advogado
Rol de Testemunhas:
1.
 (nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular 
da carteira de identidade Registro Geral n.____, inscrito no Cadastro de
 Pessoas Físicas sob o n.____, domiciliado em (cidade), onde reside 
(rua, número, bairro);
2. (nome completo), (nacionalidade), 
(estado civil), (profissão), titular da carteira de identidade Registro 
Geral n.____, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas sob o n.____, 
domiciliado em (cidade), onde reside (rua, número, bairro);
3. 
(nome completo), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), titular 
da carteira de identidade Registro Geral n.____, inscrito no Cadastro de
 Pessoas Físicas sob o n.____, domiciliado em (cidade), onde reside 
(rua, número, bairro).
Modelo 2
AO JUÍZO DA _____ SECRETARIA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA _____
MÉVIO,
 brasileiro, solteiro, desempregado, portador da carteira de identidade 
n°_____, inscrito no CPF sob o n°_____, residência e domicílio, por seu 
advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, 
vem oferecer
QUEIXA-CRIME
com fundamento 
nos artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal, bem como no art. 
100, §2º do Código penal, contra CAIO, brasileiro, casado e empresário, 
portador da carteira de identidade n°____, inscrita no CPF sob o n°____,
 residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir 
expostos.
1. DOS FATOS
O Querelante adquiriu, no dia 
10.11.2011, uma televisão no valor de R$ 1.000,00 (mil) reais do 
Querelado, ficando acordado que o querelante iria depositar o valor da 
compra do bem n a conta deste último 30 dias após a venda. Ocorre que se
 passaram mais de 30 dias e o Querelante não teve condições de depositar
 o valor referido na conta do Querelado. Indignado com a situação, Caio 
não resolveu procurar as vias judiciais e no intuito de satisfazer
o seu
 direito pessoalmente, objetivando recuperar o objeto, entrou na 
residência de Mévio e pegou a televisão que tinha entregue a ele, fato 
este que foi presenciado pelos vizinhos do Querelado.
2. DO MÉRITO
Ora,
 douto julgador, da narração dos fatos acima elencados, percebe-se que o
 querelado, resolveu satisfazer com as próprias mãos uma pretensão que, 
embora fosse legítima, não foi solucionada pela via adequada, tendo em 
vista que o querelado não procurou as vias judiciais e pegou a televisão
 que tinha vendido.
Ocorre que a conduta do Querelado configura o 
crime exercício arbitrário das próprias razões, previsto no art. 345, 
caput, do Código Penal. Percebe-se que a ação do querelado foi a de 
fazer justiça pelas próprias mãos (o sujeito age por si mesmo, de acordo
 com a sua vontade, NÃO solicitando a intervenção do Estado, que é o 
verdadeiro responsável pela aplicação da Justiça no caso concreto), para
 satisfazer pretensão (o sujeito tem um direito que deveria ter sido 
exercido através do Poder Judiciário), embora legítima (o direito do 
sujeito está pautada na lei).
No caso concreto, deveria o 
Querelado ter procurado as vias judiciais para solucionar a sua 
pretensão, qual seja, receber a quantia de R$ 1.000,00 (mil) reais 
referente à compra de uma televisão realizada pelo Querelante, não 
estando autorizado, entretanto, a ingressar no domicílio objetivando 
pegar a referida televisão.
Desta forma, resta configurado, no caso concreto, todos os elementos do crime de exercício arbitrário das próprias razões.
3. DOS PEDIDOS
Ante
 o exposto, postula-se a este juízo que seja recebida a presente 
queixa-crime contra CAIO, estando este incurso nas penas do artigo 145, 
caput, do Código Penal, a fim de que seja instaurada contra ele a 
competente ação penal privada, requerendo desde já a sua citação e que 
sejam oportunamente intimadas e inquiridas as testemunhas do rol abaixo,
 para que ao final o querelado possa ser condenado.
Requer ainda 
seja fixado valor de reparação nos termos do artigo 387, IV, do Código 
de Processo Penal, bem como a condenação do Querelado às custas 
processuais e demais despesas do processo.
Termos em que, ouvido o ilustre representante do Ministério Público, pede deferimento.
Comarca, Data
Advogado
____________________________
Assinatura do Querelante
Rol de testemunhas:
1 -
2 -
3 -
Para aprender mais, acesse o Curso de Direito Penal ou visite a área de Cursos de Direito.
E você, sabe qual a diferença entre queixa crime e notícia crime? Participe, deixe um comentário abaixo!

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais