7 Resumo II Berne Sistema somato sensorial

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O sistema somato-sensorial
Resumo II – Fisiologia do Sistema Nervoso
Berne
Os neurônios sensoriais têm seus corpos celulares nos gânglios dos nervos sensoriais. Eles conectam-se perifericamente a um receptor sensorial e centralmente a um neurônio de segunda ordem. Neurônios de ordens superiores estão no tálamo contra-lateral e córtex.
A pele contém mecano-receptores, termo-receptores e noci-receptores. Os termo-receptores podem ser de adaptação rápida ou lenta. Os termo-receptores incluem receptores para calor e frio. Os noci-receptores A/delta e C podem ser sensibilizados por substâncias químicas liberadas de células lesadas. 
A liberação periférica de substâncias, como os peptídeos, pelos noci-receptores, pode contribuir para a inflamação. Músculos, articulações e vísceras possuem mecano-receptores e noci-receptores.
As fibras aferentes primárias grandes penetram no funículo dorsal através da raiz dorsal medial; fibras colaterais fazem sinapse no corno dorsal profundo, zona intermediária e corno ventral. As fibras aferentes primárias pequenas penetram no fascículo dorso-lateral través da raiz dorsal lateral; as fibras colaterais fazem sinapse no corno dorsal.
As fibras aferentes primárias trigeminais suprem a face, as cavidades oral e nasal e a dura-máter. Os corpos celulares estão no gânglio trigeminal ou, no caso da sensibilidade proprioceptiva, no núcleo mesencefálico.
Os ramos ascendentes das grandes fibras aferentes primárias fazem sinapse com neurônios de segunda ordem nos núcleos da coluna dorsal, que se projetam, através do lemnisco medial, para o tálamo contra-lateral e fazem sinapse com neurônios de terceira ordem no núcleo ventral póstero-lateral (VPL).
A via trigeminal equivalente faz sinapse no núcleo sensorial principal e no núcleo ventral póstero-medial (VPM) contra-lateral..
O trato espino-cervical, a via da coluna dorsal pós-sináptica e parte do trato espino-cerebelar dorsal que fazem sinapse no núcleo, atuam em paralelo com a via da coluna dorsal-lemnisco medial.
As vias da medula espinhal dorsal sinalizam as sensações de tremulação/vibração, tato/pressão e propriocepção. Elas contribuem também para a sensação visceral, incluindo a dor visceral.
O trato espino-talâmico inclui neurônios nociceptivos, termoceptivos e táteis; suas células se originam, em sua maioria, no corno dorsal e os axônios cruzam, ascendem no funículo ventro-lateral e fazem sinapse no núcleo ventral póstero-lateral e no núcleo intra-laminar do tálamo.
A via trigeminal equivalente faz sinapse no núcleo espinhal e projeta-se para os núcleos ventral póstero-medial e intra-laminar contra-laterais.
A sinapse do trato espino-talâmico no VPL colabora nos aspectos discriminativos-sensoriais da dor. Vias nociceptivas paralelas no funículo ventro-lateral são os tratos espino-reticular e o espino-mesencefálico; estes e a projeção espino-talâmica para o tálamo medial contribuem para os aspectos afetivo-motivacionais da dor.
A dor referida é explicada pelas aferências convergentes do corpo e das vísceras para as células do trato espino-talâmico.
A lesão de um nervo periférico ou de uma via nociceptiva central pode resultar em dor neuropática, como a causalgia, dor do membro fantasma ou dor talâmica.
Os núcleos ventral póstero-lateral (VPL) e ventral póstero-medial (VPM) são organizados somatotopicamente e contêm circuitos inibitórios. O córtex somato-sensorial inclui as regiões SI e SII; estas também estão organizadas somatotopicamente.
O córtex SI contém colunas de neurônios com campos receptivos e propriedades de resposta semelhantes. Alguns neurônios SI estão envolvidos na origem da característica. O córtex associativo do lobo parietal está relacionado com o espaço extra-pessoa.
A transmissão nas vias somato-sensoriais é regulada pelo sistema de controle descendente. O sistema endógeno de analgesia regula a transmissão nociceptiva e utiliza transmissores como os peptídeos opioides endógenos, noradrenalina e serotonina.