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TEORIA DA NORMA JURÍDICA

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TEORIA DA NORMA JURÍDICA
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NORMAS JURÍDICAS
A vida em sociedade e a necessidade de regulamentação.
Importância das normas jurídicas ;
Conhecer o Direito é conhecer as normas jurídicas em seu encadeamento lógico e sistemático.
Kelsen – O Direito se resume exclusivamente a norma.
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Crítica – se definirmos a ciência jurídica como normativa, estaremos considerando apenas o seu objeto.
Ciência é discurso, teoria. A norma constitui a parte técnica, prática , aplicada da ciência do Direito e não o seu conteúdo.
O Direito é uma ciência social, com a singularidade de aplicar-se normativiamente.
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Norma – é tudo aquilo que define ou regulamenta o “ agir “ humano.
As normas sociais compreendem as normas técnicas, as normas lógicas e as normas éticas.
NORMAS TÉCNICAS – são regras que indicam a maneira de agir para alcançar um determinado fim.
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NORMAS LÓGICAS – dirigem-se ao “ pensar” humano, buscando orientar a atividade intelectual , os conceitos , os juízos e os raciocínios humanos.
NORMAS ÉTICAS – dizem respeito ao “ agir” humano. São aquelas que disciplinam o comportamento do homem, tanto de foro íntimo e subjetivo, quanto o de natureza exterior e social. Supõe juízos de 
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 valor com o objetivo de distinguir o lícito do ilícito na conduta humana.
As normas éticas compreendem as normas religiosas , as normas morais, as normas de trato social e as normas jurídicas.
NORMAS RELIGIOSAS – são as consideradas e qualificadas pelos fiéis de determinada confissão religiosa como oriundas da divindade.
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NORMA MORAL – “ É a norma de conduta desprovida de coerção , que só prescreve deveres”. 
					Dourado de Gusmão
A norma moral busca o “ bem”.
Suas principais características são: interioridade, unilateralidade, incoercibilidade, autonomia, visando ao bem social e particular , com sanções difusas. 
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NORMAS DE TRATO SOCIAL – “São padrões de conduta social, elaboradas pela sociedade e que, embora não resguardando os interesses de segurança do homem, visam a tornar o ambiente social mais ameno, sob pressão da própria sociedade.”
					Paulo Nader
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NORMAS JURÍDICAS – “ são regras de conduta , impostas ou reconhecidas pelo poder público , compostas de preceito e sanção.”
						Dourado de Gusmão
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Paulo Nader assim conceitua as normas jurídicas:
 “ Normas jurídicas são padrões de conduta social impostos pelo Estado, para que seja possível a convivência dos homens em sociedade. São fórmulas de agir, determinações que fixam as pautas do comportamento interindividual”.
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Já para Franco Montoro:
 “ A norma jurídica é a norma de conduta do homem com seus semelhantes, garantida pela eventual aplicação da força social , tendo em vista a realização da justiça.”
- As normas jurídicas se expressam pela lei e pelo Direito consuetudinário.
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A norma jurídica não tem existência autônoma. O que existem são “normas jurídicas” , compondo um corpo sistemático e harmônico, denominado “ ordenamento jurídico”. 
Não pode haver sempre e em todos os lugares a mesma regulamentação jurídica, mas ao contrário ela deve adaptar-se a situações concretas do povo, a seu grau de civilização e às necessidades da épóca.
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PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA
Bilateralidade: significa que a norma jurídica possui dois lados: um representado pelo direito subjetivo e outro pelo dever jurídico, de tal sorte que um não pode existir sem o outro;
Generalidade e abstração: a norma jurídica estabelece princípios gerais aplicáveis a uma infinidade de casos , e não serve para regular o caso singular, ou seja uma norma tem vários destinatários.
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Imperatividade: consiste em que a norma estabelece um comando, a ser observado compulsoriamente.
Coercibilidade: consiste em que ela contém sempre a possibilidade jurídica da coação. 
Exterioridade: a norma jurídica é exterior porque está voltada para a conduta externa que é o comportamento objetivamente considerado , o que se expressa por meio de uma ação ou omissão.
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Heteronomia: a norma jurídica se diz heterônoma porque submete o destinatário independente de sua vontade e, portanto, de qualquer ato seu ou de seu representante.
Visam ao bem social.
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DESTINATÁRIOS DAS NORMAS JURÍDICAS
A) são destinatários imediatos da norma jurídica todas as pessoas físicas ou jurídicas, capazes ou incapazes.
B) são destinatários mediatos os tribunais e órgãos estatais , quando provocados , ou quando a norma é transgredida.
C)são destinatários das normas os diferente
s órgãos do Estado ( Três Poderes); 
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CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS JURÍDICAS
Em função de seus conteúdos:
Segundo a extensão espacial de sua validade:
De direito comum – aplicáveis em todo o território nacional.
De direito local – emanada dos Estados-membros e municípios.
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Segundo a amplitude de seu conteúdo:
A) de direito geral – aquelas que regulamentam os fatos e atividades sociais ordinárias do dia-a-dia da sociedade. Ex: as normas do CC.
B) de direito especial – aplicáveis somente a um determinado e definido campo. Ex: Código Penal Militar.
De direito excepcional. Ex: redução de tributos...
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Segundo a aplicabilidade de seu conteúdo:
A) Auto-aplicáveis – não dependem de regulamentação por outra norma. Ex: a que garante a igualdade de todos perante a lei.
B) dependentes de regulamentação . Ex: quando a lei ressalta “ nos termos fixados em lei”.
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Segundo o interesse que tutelam , as normas podem ser:
A) de direito público – quando predomina o interesse público. Ex: normas de direito Constitucional.
B) de direito privado – em que predomina o interesse privado. Ex: Direito Empresarial...
C) de direito misto – Ex: Direito do Trabalho...
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Em função de seu grau de imperatividade ,as normas se classificam:
1) em relação ao particular:
A) Taxativas ( cogentes, coercitivas ou impositivas) . Ex: CC : “ não podem casar os ascendentes com os descendentes”.
Dispositivas ou Supletivas – são as normas alteráveis pela vontade das partes. Ex: contratos.
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Em função de sua qualidade, podem as normas jurídicas serem:
1) Enunciativas – quando meramente enunciam algo. Ex; alguns artigos da CF.
2) Positivas ou Permissivas – quando permitem a ação ou omissão.
3) negativas ou proibitivas – quando proíbem a ação ou omissão.
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Em função da temporalidade de sua validez , a norma pode ser: 1) de vigência determinada e 2) de vigência indeterminada.
Em função da fonte, as normas podem ser:
1) Legislativas – são as normas escritas, sob a forma de leis,...
2) Consuetudinárias – normas não escritas.
3) Jurisprudenciais – são as normas criadas pelos tribunais.
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VALIDADE DA NORMA JURÍDICA
 Validade é uma qualidade da norma que designa sua pertinência ao ordenamento, por terem sido obedecidas as condições formais e materiais de sua produção e consequente integração no sistema.
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HIPÓTESES DE INVALIDADE DAS NORMAS:
A sua inconstitucionalidade ( fere a Constituição Federal);
A sua revogação, tendo em vista a elaboração de posterior norma;
A nulidade da norma.
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VIGÊNCIA DA NORMA JURÍDICA
Vigência – período de tempo durante o qual alguma coisa vigora ou atua. Uma norma está em vigor se preenchida uma série de requisitos para o seu surgimento. 
A vigência implica que a norma jurídica seja obrigatória, e isso só se dá com a publicação oficial. 
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EFICÁCIA DA NORMA JURÍDICA
Eficácia – significa que a norma produziu os efeitos sociais planejados, sendo observada socialmente. Eficácia pressupõe , assim, efetividade.
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A norma jurídica somente alcança a sua plenitude quando presentes os três elementos : vigência, validade e eficácia.
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O desuso das leis e as leis anacrônicas:
Lei em desuso: é ineficaz desde o nascedouro. Ex. : caso de uma lei injusta, irrazoável , que afronta o senso comum que predomina na sociedade.
Lei Anacrônica: é aquela que durante um determinado períodoaté teve aplicação na sociedade, mas que sofreu um enfraquecimento de sua normatividade com o passar dos anos.
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TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO
Ordenamento jurídico é como se chama à disposição hierárquica das normas jurídicas dentro de um sistema normativo. Por esse sistema , pode-se compreender que cada dispositivo possui uma norma da qual deriva e à qual está subordinada, cumprindo à Constituição , o papel de preponderância. 
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A Constituição encontra-se no ápice, ao qual todas as demais leis devem ser compatíveis material e formalmente.
Unidade de um ordenamento complexo – Teoria da construção escalonada de Kelsen;
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Existência de normas superiores e normas inferiores, sendo que as inferiores dependem das superiores. Subindo-se das normas inferiores às superiores , chega-se a uma norma suprema. Essa norma suprema é a norma fundamental.
Cada ordenamento tem uma norma fundamental. Essa norma dá unidade e
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validade a todas as outras normas .
Assim, a unidade de um ordenamento complexo ocorre porque , apesar das variadas fontes , todas remontam-se a uma única fonte.
A norma fundamental não é expressa, mas nós a pressupomos para fundar o sistema normativo.
 
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Uma norma existe como norma jurídica, ou e juridicamente válida, enquanto pertence a um ordenamento jurídico. A validade da norma é importante porque se ela for válida é obrigatório conformar-se a ela sob pena de sanção. 
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UNIDADE, COERÊNCIA E COMPLETUDE:
O ordenamento jurídico além de representar uma unidade constitui também um sistema , não podendo coexistir nele normas incompatíveis, devendo ocorrer uma coerência.
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E por completude , entende-se a propriedade pela qual um ordenamento jurídico tem uma norma para regular qualquer caso.
Completude significa “ falta de lacunas”. 
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REGRAS DA COMPLETUDE NO BRASIL
Arts. 126 e 127 do CPC: 
Art. 126 – O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lei caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo , recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito.
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Art. 127 – O juiz só decidirá por equidade nos casos previstos em lei.
Art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB):
Quando a lei for omissa , o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia , os costumes e os princípios gerais de direito.

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