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Farmacotécnica de Emulsões Françoise Carmignan Histórico • Mais antiga forma de aplicação tópica • Bálsamos e ungüentos como precursores (2000 a.C) • Galeno (150 d.C.) – inventor do cold cream • Incorporação do óleo de oliva, cera de abelhas, óleo de amêndoa doce e esparmacete de baleia – armazenamento em caixas de gelo – cold cream • Após Galeno – agentes emulsionantes (bórax) • Emulsões - melhor forma de apresentação para produtos cosméticos • Desenvolvimento nos últimos 50 anos • Contexto atual – variedade de matérias-primas que permitem a elaboração de produtos emulsionados Emulsões Sistemas bifásicos constituídos pelo menos por um líquido miscível, intimamente disperso no seio de outro líquido sob a forma de gotículas Fase dispersa ou interna ou descontínua Fase dispersante ou externa ou contínua Componente interfacial (tensoativo emulsionante) Emulsificação • Tensão superficial: força entre moléculas de um mesmo líquido que tendem a ficar unidas • Tensão interfacial: força entre moléculas de líquidos diferentes que tendem a ficar unidas Características gerais das emulsões • não irritante • estável • não sofrer degradação • ser compatível com princípios ativos e aditivos • ser facilmente absorvido pela pele Aplicações das emulsões Medicamentos • nutrição parenteral ou via injetável • formas farmacêuticas de uso oral • formas farmacêuticas de uso tópico Cosmetologia • emolientes • “hidratantes” • protetores solares • veículo da substâncias hidro e lipossolúveis Vantagens das emulsões • Diminuição do efeito irritante sobre a pele • Ação prolongada e efeito emoliente melhor do que em outras preparações • Administração de substâncias hidrossolúveis e lipossolúveis em uma única mistura • Penetração e absorção da substância ativa - facilmente controlada • Sensorial agradável ao usuário Classificação das emulsões Quanto à carga: • Iônicas - Catiônicas (+) - Aniônicas (-) • Não-iônicas - Sem carga + - Sem carga Apolar Polar Parte Hidrófoba Parte Hidrófila Classificação das emulsões Quanto ao tipo: • Emulsões óleo em água o/a • Emulsões água em óleo a/o • Emulsões múltiplas a/o/a ou o/a/o • Emulsões polimérica • Emulsões água em silicone • Microemulsões o/a a/o óleo água o/a/o a/o/a Classificação das emulsões Emulsões a/o −Cremes macios e raramente líquidos −Boa absorção pela pele −Permite incorporar maior teor de componentes oleosos (75 %) −Acentuada ação protetora da pele −Efeito gorduroso mais pronunciado -Teor de água limitado −Menos suscetível ao ataque microbiano Emulsões o/a −Consistência desde líquida a cremosa -Facilmente removível com água -Possibilidade de incorporar maior teor de água (até 90 %) -Permite aplicar película mais fina sobre a pele -Efeito sensorial excelente na pele -Maior possibilidade de formulações -Mais suscetível ao ataque microbiano Classificação das emulsões Baixa viscosidade Formulação para limpeza Leite Média viscosidade Emulsão fluida Formulação para áreas pilosa e intertriginosa Loção Alta viscosidade Emulsão “macia” Formulação para lesão úmida ou exsudativa Creme ConsistênciaEmulsão Composição das emulsões Fase Aquosa Água Umectantes Espessantes hidrofílicos Conservantes Quelantes Fase Oleosa Emulsionantes Emolientes Espessantes lipofílicos Antioxidantes Fase adicional Conservantes termolábeis Ativos termolábeis Fragrância Emulsão Formulação básica 0,1 – 0,75Fragrância qsPrincípios ativos 0,05 – 1,0Conservantes FASE ADICIONAL (termolábeis) 0,05 – 0,10Antioxidante (lipossolúvel) 0,1 – 0,5Espessante de fase oleosa (ceras) 0,1 – 1,0Emulsificante secundário 1,0 – 3,0Emulsificante primário 2,0 – 10,0Emoliente (s) FASE OLEOSA 0,05 – 2,0Agente quelante 0,05 – 0,10Antioxidante (hidrossolúvel) 0,1 – 2,0Espessante de fase aquosa (gel) 0,5 – 1,5Emulsificante 0,05 – 1,0Preservante (hidrossolúvel) 2,0 - 5,0Umectante 60,0 – 85,0Água FASE AQUOSA Concentração usual (%)Componentes Tensoativos São substâncias que, em pequenas concentrações, reduzem de forma apreciável a tensão superficial da água ou a tensão interfacial entre dois líquidos imiscíveis Imiscibilidades das fases “Moléculas da fase A são atraídas para dentro da fase A e as da fase B para dentro da fase B e as fases A e B se repelem mutuamente” Tensoativos • Grupo polar ligado a uma cadeia carbônica • Carcterísticas lipófilas e hidrófilas • Posicionam-se na interface óleo/água: - Formação de camada ou filme - Diminuição da tensão interfacial • Devido a diferença de tensão interfacial: - Curva e formação de gotículas - Micelas • Iônicos ou não-iônicos • Emulsionantes, detergentes, umectantes, dispersante e solubilizantes Emulsionantes • Tensoativos capazes de reduzir a tensão superficial da água ou a tensão interfacial entre dois líquidos imiscíveis Emulsionantes Bancroft postulou: “Aquela fase em que o agente emulsivo for mais solúvel constituirá a fase contínua ou externa da emulsão.” Água Óleo Formação emulsão a/o Formação emulsão o/a Água Óleo Classificação dos Emulsionantes Primários: • Capazes de emulsionar água em óleo sem auxílio de outro emulsionante Secundários: • Dotados de fracas propriedades emulsionantes • Associados a um agente primário • Aumento da estabilidade do produto – aumento da viscosidade externa Classificação dos Emulsionantes • Iônicos Aniônicos: grupo polar constituído por ânions e o grupo apolar por cadeia alifática, ramificada ou linear. Catiônicos: grupo polar constituído por cátions e o grupo apolar por cadeia alifática, ramificada ou linear. • Anfotéricos: o poder tensoativo e emulsificante depende do pH do meio • Não-iônicos: possuem grupo polarizado, mas não ionizável. Classificação dos Emulsionantes • Iônicos - Aniônicos (-) - Catiônicos (+) • Não-iônicos • Anfóteros H2 H2 H2 H2 H2 H2 H2 H2 C C C C C C C C C C C C C C C C C H3 H2 H2 H2 H2 H2 H2 H2 H2 O C OH Apolar Polar Parte Hidrófoba Parte Hidrófila Hidrocarbonetos Alifáticos: -Lineares -Ramiicados Hidrocarbonetos Aromáticos Grupos ácidos: -COOH carboxilo -OSO3H monoéster sulfúrico -SO3H sulfônico Grupos básicos: -NH2 amina primária =NH amina secundária =N amina terciária =N+ amônio quartenário Emulsionantes Aniônicos • Do ponto de vista farmacêutico, liberam o ativo mais rapidamente do que os emulsionantes não-iônicos • Sais alcalinos de ácidos graxos: • Geralmente produzidos in situ • Estearato (e) palmitato de sódio, potássio, amônio e trietanolamina O O R – C + NaOH R - C OH O – Na- Emulsionantes Aniônicos • Alquil sulfatos de sódio: • Emulsionante primário o/a e irritante C12-14 – SO-4 Na+ • Lauril sulfato de sódio (Lanete WB) • Cetil estearil sulfato de sódio (Lanette E) C16-18 – SO-4 Na+ • Sais de ésteres fosfóricos: • Emulsionante primário o/a e menos irritante • Cetil fosfato de dietanolamina (Amphisol A) • Cetil fosfato de potássio (Amphisol K) O C12-14 – O – P – O- - K- OH Emulsionantes Catiônicos • Tendem a formar emulsões de pH ácido (cremes rinses) • Propriedades antiestáticas (cremes rinses) • Emulsionantes irritantes para a pele • Sais de amônio quartenário: • Cloreto de cetil trimetil amônio • Cloreto de estearil dimetil benzil amônio CH3 R – CH2 – N+ - CH3 CH3 Emulsionantes Não-Iônicos •Substâncias não dissociáveis (apolares) • Compatíveis com a maioria dos ativos cosméticos e farmacêuticos • Não precipita com metais alcalinos terrosos ou de transição • Boa estabilidade em ampla faixa de pH (2 a 12) • Baixo poder detergente e espumógeno • Alto poder de redução da tensão superficial Emulsionantes Não-Iônicos 1- Emulsionantes etoxilados (óxido de etileno – 2 a 20 moles): • Álcoois graxos etoxilados (- O -) - Álcool laurílico etoxilado 2 OE (Deydol CD2) - Álcool oleíco 20 OE (Volpo 20) - Álcool cetoestearílico etoxilado 20 OE (Emulgin K68B/ Volpo CS20) • Álcoois graxos etoxilados e propoxilados - Álcool cetílico propoxilado (2 OP) etoxilado (9 OP) (Emulgin L) - Álcool cetílico propoxilado (5 OP) etoxilado (20 OP) (Procetyl AWS) • Ácidos graxos etoxilados (- COO -) - Ácido esteárico 8 OE (Myrj 45) - Ácido esteárico 40 Oe (Myrj 52) • Ésteres de sorbitano etoxilado ( - OH) - PEG-20 monolaurato de sorbitan (Tween 20) Emulsionantes Não-Iônicos 2- Emulsionates não etoxilados: • Ésteres de sorbitano - Monolaurato de sorbitano (Span 20) • Lecitinas - Lecitina hidrossolúvel (Lecitina S-75) • Ésteres de metilglicose - Dioleato de metilglicose (Glucate DO) - Sesquistearato de metilglicose (Glucate SS) • Glicosídeo cetoestearílico - Glicosídeo cetoestearílico da palha do trigo (Xyliance) - Glicosídeo cetoestearílico do farelo do trigo (Emuliance) • Óleos e gorduras vegetais modificados ou não etoxilados: - Óleo de rícino etoxilado 7 OE ou 40 OE - Óleo de amêndoa etoxilado Cálculo HLB ou EHL • Equilíbrio hidrófilo-lipóflilo (HLB ou EHL): necessário para evitar que o emulsionante seja totalmente adsorvido no interior de uma das fases da emulsão • Utilizado para emulsionantes não iônicos • Compêndios – forma rápida e prática • Fórmulas • Mistura de surfactantes • Não utilizar cálculo de HLB para bases auto emulsionantes Cálculo HLB ou EHL qsConservante 5%Propilenoglicol 65%Água 5 – 10%Emulsionante 5%Isohexadecano 2%Benzoato de álcool 2%Triglicerídeos cáprico-caprílico 5%Petrolato 1%Acetato de vitamina E 2%Dimeticona 3%Laurato de isosorbida 5%Álcool cetílico EMULSAO O/A 1- Determinação do HLB requerido para a fase oleosa da emulsão 2- Somar as porcentagens dos componentes da fase oleosa a ser emulsionada Total da fase oleosa = 25% Cálculo HLB ou EHL 3- Fator de contribuição: % individual de cada componente Peso total da fase oleosa 0,20 x 12,0 = 2,40Isohexadecano 0,08 x 13,0 = 1,04Benzoato de álcool 0,08 x 5,0 = 0,40Triglicerídeos cáprico- caprílico 0,20 x 7,5 = 1,50Petrolato 0,04 x 6,0 = 0,24Acetato de vitamina E 0,08 x 5,0 = 0,40Dimeticona 0,12 x 10,0 = 1,20Laurato de isosorbida 0,20 x 15,5 = 3,1Álcool cetílico 4- Fator de contribuição X HLB requerido de cada componente 5 / 25 = 0,20Isohexadecano 2 / 25 = 0,08Benzoato de álcool 2 / 25 = 0,08Triglicerídeos cáprico- caprílico 5 / 25 = 0,20Petrolato 1 / 25 = 0,04Acetato de vitamina E 2 / 25 = 0,08Dimeticona 3 / 25 = 0,12Laurato de isosorbida 5 / 25 = 0,20Álcool cetílico HLB requerido = 10,28 Cálculo HLB ou EHL 5- Considerando 5% do total da fórmula, a quantidade ideal de emulsionante primário e secundário, pode-se calcular a quantidade de cada emulsionante 6- Escolhendo como emulsionante: Span 80 HLB= 4,3 Tween 80 HLB= 15,0 %Tween 80= 100(10,28 – 4,3) 15,0 – 4,3 %Tween 80= 55,88 %Span 80= 100 – 55,88 %Span 80= 44,12 7- Calculando as % sobre 5% de emulsionate requerido: 5 x 55,88 / 100 = 2,80% Tween 80 5 x 44,12 / 100 = 2,20% Span 80 %A= 100 (X – HLBb) HLBa – HLBb %B= 100 - %A Faixa de HLB ou EHL 15 – 18Solubilizante 13 – 15Detergente 8 – 18Emulsionante o/a 7 – 9Agente molhante 3 – 6Emulsionante a/o Faixa de HLBAtividade do tensoativo Valor de HLB ou EHL 15,7Álcool cetílico etoxilado 20OE 12,4Álcool cetílico etoxilado 10OE 11,1Ácido esteárico 8OE 16,7Monolaurato de polioxietileno sorbitan (Tween 20) 15,0Monoleato de polioxietileno sorbitan (Tween 80) 4,3Monoleato de sorbitan (Span 80) Valor de HLBTensoativo Emolientes • Produtos oleosos que favorecem a espalhabilidade das emulsões sobre a pele, conferindo suavidade e proteção desejada. Influencia: • a estabilidade da emulsão – em função da polaridade • a viscosidade da emulsão • o sensorial da pele • a solubilização de ativos lipossolúveis Emolientes 1- Emolientes não polares: • Óleos minerais • Isododecano (Permethyl 99 A) 2- Emolientes polares (triglicerídeos e ésteres): Triglicerídeos: • Triglicerídeo de ácido capríco e caprílico • Óleos vegetais Ésteres de álcoois graxos: • Isonoato de cetoestearila • Adipato de diisopropila (Ceraphyl 230) • Adipato de diisobutila (Crodamol DIBA) Ésteres de ácidos graxos: • Miristato de isopropila (Cetiol IpM) • Estearato de octila (Cetiol 868) • Oleato de decila • Palmitato de isopropila 3- Silicones Emolientes Valores de dispersibilidade Mão1061Palmitato de isopropila Corpo1045Miristato de isopropila Facial com toque seco1014Adipato de dibutila Hidratante para uso diurno952Estearato de isopropila Dispersão alta 780Estearato de isooctila 725Oleato de decila 698Álcool oleílico 692Isonanoato de ceto estearila 5932-octil-dodecanol Facial 569Triglicerídeos ac caprico e caprílico Dispersão média Especiais195Óleo de amêndoas Área dos olhos e lábios50VaselinaDispersão baixa IndicaçãoValores (mm2) Produto Emolientes Caráter Oleoso e Solvente Adipato de butila Miristato de isopropila Pamitato/Estearato de isopropila Laurato de hexila Álcool oleico 2-octil-dodecanol Oleato de decila Trglicerídeos de ác. caprico e caprílico AUMENTO DO CARÁTER SOLVENTE Toque seco Maior penetração Menor permanência na superfície Bom espalhamento Oleato de oleíla AUMENTO DO CARATER OLEOSO Maior oleosidade Menor penetração Maior permanência na superfície Seleção do Emoliente • Estrutura química • Tipo de cadeia carbônica • Grau de espalhamento e o sensorial • Polaridade • Resistência à hidrólise química • Resistência à oxidação • Inocuidade dermatológica Umectantes • Substâncias higroscópicas • Mantém a água ligada por pontes de hidrogênio impedindo a sua evaporação e evitando a quebra da emulsão • Solubilizam conservantes e princípios ativos • Dificultam o crescimento de microorganismos • Hidratam Umectantes • Propilenoglicol • Dipropilenoglicol • Polietilenoglicol • Glicerina • Sorbitol • Lactato de amônio Seleção do Umectante • Grupo químico • Capacidade solubilizante • Influência na estabilidade da emulsão • Capacidade de retenção de água na pele • Inocuidade dermatológica Bases auto emulsionantes • Mistura de ingredientes usados para preparar emulsões estáveis • Componentes: mistura de emulsionantes (20 a 50%), agentes de consistência e/ou emolientes (50 a 80%) • Vantagens: - menor número de matérias primas no estoque - redução da área do estoque - facilidade de compras - facilidade de produção do produto final - maior precisão na pesagem Bases auto emulsionantes Bases aniônicas: • Boa estabilidade com emulgentes sulfatados • Interação com ativos de carga positiva • Concentração: 1 a 20% • Exemplos: - Crodafos CES (Croda) - Chembase LN (Sarfam) - Lanette N e Lanette WB (Clariant) - Unibase (Chemyunion) Bases auto emulsionantes Bases catiônicas: • Propriedades condicionadoras • Interação com ativos de carga negativa • Concentração: 0,5 a 5% • Exemplos: - Linha Incroquat: Behenil 18-MEA, Behenil HE (Croda) - Uniox Quart C22 (Chemyunion) Bases auto emulsionantes Bases não-iônicas: • Não reagem com ativoscarregados (- ou +) • Concentração: 1 a 20% • Exemplos: - Crodabase CR2 ( álcool cetoestearílico, álcool cetoestearílico 20 OE, óleo mineral, petrolato, álcool de lanolina) - Xyliance (álcool cetoestearílico e glicosídeo cetoestearílico da palha do trigo) - Cosmowax FT (álcool cetoestearílico, polisorbato 60, estearato de PEG 20, estearato de glicerila e palmitato de cetila) Sugestão de formulação 0,1%EDTA ......................................................................... 5%Propilenoglicol ........................................................... 2%Isonoato de cetoestearila .......................................... 3%Álcool cetoestearílico ................................................ CREME NAO IÔNICO 0,4%Fenoxietanol/Parabenos ............................................ 2%Ciclometicone/Dimeticonol ........................................ Fase C (adicional) 100%Água qsp.................................................................... Fase B (aquosa) 4%Triglicerídeos caprico caprílico .................................. 6%Cosmowax FT............................................................ Fase A (oleosa) Espessantes • Modificam a reologia do sistema • Proporcionam viscosidade desejada • Melhoram a estabilidade em altas temperaturas • Suspensão de material particulado (pó insolúvel, microesfera) • Podem ser: oleosos e aquosos Espessantes de Fase Oleosa • Álcool graxos: cetílico, cetoestearílico, estearílico, berrênico • Ésteres de ác. graxos e ál. graxos: miristato de miristila, palmitato de cetila, palmitato de cetoestearila • Petrolatos: vaselina sólida, parafina • Ceras: cera de abelha, de carnaúba, de espermacete, de jojoba • Óleos naturais e modificados: óleo de soja hidrogenado, manteigas de karité, manteiga de cupuaçu Espessantes de Fase Aquosa • Espessantes inorgânicos: silicato coloidal de alumínio e magnésio (veegun), caulin • Gomas vegetais: goma guar (não-iônica), goma xantana (aniônica) • Escleroglucanas: Amigel • Polímeros sintéticos de alto peso molecular: álcool polivinílico, polivinilpirrolidona, Carbopol, Permulen TR1 e TR2 • Polímeros derivados de celulose: carboximetilcelulose (aniônica), hidroxietilcelulose (não-iônica) Sistema de Preservação 0,01 – 0,10%Propilparabeno (nipazol) 0,05 – 0,15%Metilparabeno (nipagin) 0,2 – 1%Mistura de fenoxietanol e parabenos Metabissulfito de sódio 0,5% - 1%Tocoferol BHA 0,05%BHT Antioxidantes 0,05 – 2,0%EDTA Quelantes 0,5 – 1%Fenoxietanol 0,1 – 0,5%Ácido benzóico Concentração usualPreservante Modificadores das características organolépticas Sensorial: • Veegun: dispersível em água; reduz toque desagradável • Nitreto de boro: melhora deslizamento na pele Aspecto: • Corantes: hidrossolúveis; podem ser fator de irritação da pele • Pigmentos: hidro ou lipodispersíveis Odor: • Fragrâncias: hidrossolúveis ou hidrodispersíveis • Óleos essenciais: lipossolúveis Processos de Fabricação • Processo à quente-quente • Processo à quente-quente/frio • Processo indireto ou processo de inversão de fase por temperatura (PIT) • Processo à frio Processos de Fabricação 1- Processo à quente-quente (tradicional): • Aquecimento das fases aquosas e oleosas separadamente • Temperatura adequada (10-20 °C acima da temperatura de fusão) • Emulsificação e homogeinização • Resfriamento • Envazamento Processos de Fabricação Processos de Fabricação 2 - Processo à quente-quente/frio: • Redução de custos • Redução em até 50% da quantidade de água a ser aquecida • A água restante é adicionada em temperatura ambiente, ajudando no resfriamento • Aumento da viscosidade da emulsão Processos de Fabricação Processos de Fabricação 3- Processo à frio: • Componentes da emulsão: líquidos à temperatura ambiente • O aumento da vicosidade deve ser feito por espessantes poliméricos • Economia de energia e tempo • Não agressividade a ativos sensíveis a alta temperatura Processos de Fabricação 4- Processo indireto ou processo de inversão de fase por temperatura (PIT): • Alguns tensoativos não-iônicos o/a alteram sua solubilidade em água em função da temperatura – a/o • Temperatura de emulsificação: mínimo 10 °C acima do ponto de inversão • Fase oleosa: inferior a 20% p/p • Energia mecânica suficiente durante o ponto de inversão • Formação de micelas menores • Emulsão com maior estabilidade e brilho Variáveis de processo • Temperatura de aquecimento das fases • Ordem de adição das fases • Ocorrência de inversão de fase (PIT) - composição dos emulsionantes e temperaturas utilizadas • Velocidade de adição de uma fase na outra (principalmente em emulsão a/o e microemulsão) • Tipo de agitador utilizado • Velocidade de agitação utilizada • Tempo de homogeinização das fases • Tempo de resfriamento da emulsão Instabilidade da emulsão floculação cremeação coalescência Instabilidade da emulsão Cremeação: “ As partículas de gotículas das emulsões tendem a se separar do corpo da emulsão, sedimentando ou emergindo” • Reversível • Métodos para minimizar: - Aumento da viscosidade da fase externa aquosa - Redução do tamanho dos glóbulos com um homogeneizador - Igualar as densidades da fase externa e interna – eliminando tendência de uma fase separar-se da outra Instabilidade da emulsão Floculação: “ Adesão reversível das gotículas, com manutenção do filme interfacial e da individualidade, formando rede bidimensional, sem coalescência” Instabilidade da emulsão Coalescência: “ Processo de crescimento durante o qual as gotículas emulsificadas se juntam, formando gotículas maiores que se separarão completamente da fase externa” • Irreversível • Pode ser provocada: - quantidade insuficiente de emulsionante - decomposição do emulsionante - variação brusca de temperatura - presença de elementos instabilizadores (eletrólitos, álcool) - incompatibilidade físico-química (aniônico x catiônico) - processo inadequado de fabricação (tamanho da partícula) - cálculo incorreto do HLB - baixa viscosidade da fase externa Dimensões dos glóbulos • Fatores determinantes: • Processo de fabricação • Intensidade da agitação • Tipo e quantidade de emulsificante utilizado Transparente (microemulsão)0,05 mícron Cinza semi-transparente0,1 – 0,05 mícron Azulada1 – 0,1 mícron Leitosa-branca1 mícron Duas fasesMacroglóbulo Visualização da emulsãoDimensões Principais problemas e correções • Alteração no aspecto: • Incorporação de ar • Formação de grumos • Cristalização de ativos • Redução da viscosidade • Redução da opacidade • Alteração de cor e odor: • Reações de oxi-redução pela ação do oxigênio do ar • Envazamento não adequado • Ineficácia ou falta de conservante, antioxidante, sequestrante • Traços de metais Principais problemas e correções • Viscosidade inicial baixa: • Excesso do emulsionante primário • Insuficiência do co-emulsionate • Insuficiência de espessante • Insuficiência de fase oleosa ou composição inadequada • Viscosidade inicial alta: • Insuficiência do emulsionante primário • Excesso de co-emulsionante • Excesso de espessante • Excesso de fase oleosa ou composição inadequada • Evaporação excessiva de água no processo de fabricação Principais problemas e correções • Viscosidade baixa no envelhecimento: • Co-emulsionante baseado exclusivamente em ésteres glicólicos • Hidrólise microbiana dos derivados de celulose • Despolimerização de polímeros acrílicos • Incompatibilidade com embalagem • Viscosidade alta no envelhecimento: • Co-emulsionante baseado exclusivamente em álcoois graxos • Evaporação de água durante o armazenamento Principaisproblemas e correções • Separação e sedimentação de fases: • Perda de viscosidade • Sensação aquosa excessiva: • Insuficiência de fase oleosa • Uso exclusivo de espessantes poliméricos • Viscosidade muito baixa • Perda de atividade do ativo: • Não adequação da base por seu pH • Cargas iônicas opostas • Ausência de sistema preservante Controle de qualidade para emulsões • RDC 214 de 12 de dezembro de 2006 • Análise organoléptica: cor, odor e aspecto do produto • pH a 25 °C: garante solubilidade, transparência e estabilidade tanto do princípio ativo quanto do veículo • Viscosidade a 25 °C: avalia a aplicabilidade do produto e garante a estabilidade das emulsões • Densidade a 25 °C: avalia a incorporação excessiva de ar, podendo causar problemas de envasamento, estabilidade e quebra da emulsão • Centrifugação a 25 °C: avalia a estabilidade e resistência contra separação de fases • Controle microbiológico: contaminação microbiana e ausência de patogênicos Testes de estabillidade para emulsões 1. Prateleira: shelf-life 2. Acelerados: a) Centrifugação 40 oC/20-30’ Amostra Não separar fases 5000-6000rmp Testes de estabillidade para emulsões c) Variações de temperatura Amostra Amostra Amostra 24h/ambiente 24h/-5 oC 24h/45 oC ou ou 8-30 dias 8-30 dias d) Vibração Ex.: BM com agitação tipo teste bacteriológico 3. Microbiológicos 4. Teste de campo: aplicação de questionário (muito subjetivo) Principais tendências • Emulsão não-iônica • Emulsão múltipla • Cristais líquidos • Microemulsão • Emulsão de silicone • Creme-gel Emulsões múltiplas o/a/o ou a/o/a • Prepara-se uma emulsão a/o ou o/a estável (emulsionante estável com baixo valor de EHL) que é dispersa numa emulsão o/a ou a/o (emulsionante de alto EHL) óleo água o/a/o a/o/a Emulsões múltiplas Processo de fabricação Processo de duas fases: • Preparação de uma emulsão simples (a/o ou o/a) • Adicionar à uma fase aquosa contendo agentes hidrofílicos (a/o/a) ou lipofílicos (o/a/o) • Agitação constante • Resfriamento • Envazamento Cristais líquidos • Emulsão não-iônica composta de um emulsionante etoxilado e álcool cetoestearílico como agente de consistência - estrutura líquido cristalinas, representada por fases: • Fase gel hidrofílica – água ligada • Água livre (bulk) – sensação de frescor devido evaporação da água. Posteriormente, a água hidrofílica é liberada lentamente • Fase gel lipofílica – óleo que está ligado às micelas • Fase lipofílica dispersa – óleos que a fase gel lipofílica não retém, ocorrendo liberação lenta das substâncias oleosas Cristais líquidos Substâncias formadoras ChemyunionÉsteres de ácidos graxos de sacarose, álcoois graxos e derivados de polióis Uniox cristal GalenaÁcido batílico, lecitina de soja refinada, ácido esteárico e triglicerídeos cáprico e caprílico Nikkolipid 81S GalenaPoligliceril 8 pentaestearato álcool behênico e sódio estearoilactilato Nikkomulese 41 BeracaÁlcool estearílico 21 OEBrij 721 BeracaÁlcool estearílico 2 OEBrij 72 FornecedorDescrição químicaProduto Cristais líquidos Vantagens • Simulação da barreira natural hidratante da pele • Aumento da performance hidratante pelo prolongamento do tempo de manutenção da água emulsionada em contato com a pele • Aumento da estabilidade da emulsão – estruturas lamelares – suposta proteção ao redor dos glóbulos – prevenindo coalescência • Proteção frente à foto e termodegradação dos ativos • Liberação prolongada de ativos Emulsões de água em silicone • Mistura de emulsionante de dimeticona copoliol e ciclometicona, disperso em ciclometicona • Apresenta-se como gel transparente • Sensorial não oleoso • Absorção rápida • Fácil espalhamento no pele Microemulsão • Sistema termodinamicamente estável que apresenta um alto grau de dispersão, onde as partículas atingem um tamanho tão pequeno que a emulsão torna-se transparente • Grande quantidade de emulsionantes (tensoativos não-iônicos etoxilados) • Alto custo • Potencial irritante para a pele • Fornece grandes quantidades de óleo (toque não pegajoso); fácil eliminação (lavagem de cabelos) • Direcionada para o mercado étnico Creme-gel Emulsão à frio = polímero + emulsionante + dispersante Características intermediárias entre creme e gel Microemulsão de silicone + gel base Polímeros doadores de consistência com emoliente e emulsionante ou cera auto emulsionante Polímeros doadores de consistência e emulsionante Referências Bibliográficas • ALLEN, L. V. The art science and technology of pharmaceutical compounding. Washington: American Pharmaceutical Association, 1998 • ALLEN, L. V., POPOVICH, N. G., ANSEL, H. C. Fomas farmacêuticas e sistemas de liberacao de fármacos, 8°ed. Porto Alegre: Artmed, 2007 • AUTON, M. E. The Science of Dsage Form Design, 2° ed. Londres: Churchill Livingstone, 2002 • CORREA, M. Preparacoes emulsionadas: Apostila do curso de cosmetologia, UNESP, 1999, Araraquara • RIBEIRO, C. Emulsoes: Apostila do programa intensivo de farmacotécnica para farmacêuticos, Racine, 2003, Sao Paulo • SAMPAIO, A. C. Preparacoes emulsionadas: Apostila de curso de manipulacao avancada, Consulcon, 2001, Sao Paulo • SAMPAIO, A. C. Cosméticos em veículos emulsionados: Apostila do curso de cosmetologia, Consulcon, 2002, Curitiba
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