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Fisiologia Renal Aspectos gerais dos túbulos renais

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Fisiologia renal – Aspectos gerais dos segmentos renais
Reabsorção de solutos e água ao longo do nefro
Quantitativamente, a reabsorção de NaCl e água representa a função mais importante dos nefros (aproximadamente 25.000 mEq/dia de Na+ e 179 litros de água são reabsorvidos por dia.
Além disso, o transporte de muitos outros solutos importantes está ligado tanto direta quanto indiretamente á reabsorção de Na+. 
Túbulo Proximal
O túbulo proximal reabsorve aproximadamente 67% da água filtrada, Na+, Cl-, K+ e outros solutos.
Adicionalmente, o túbulo proximal absorve virtualmente toda a glicose e aminoácidos filtrados pelos glomérulos.
O elemento chave na reabsorção do túbulo-proximal é a Na+/K+ ATPase na membrana basolateral. 
A reabsorção de toda substância, incluindo água, está ligada de algum modo á operação da Na+/K+ ATPase. 
 Reabsorção de Na+
O Na+ é reabsorvido por mecanismos diferentes no começo (primeira metade) e fim (segunda metade) dos segmentos do túbulo proximal.
No segmento inicial, o Na+ é reabsorvido primariamente com HCO3- e várias moléculas orgânicas (glicose, aminoácidos e lactato, e.g.). 
Em contraste, na segunda metade do túbulo proximal, o Na+ é reabsorvido principalmente com Cl-. 
Essa diferença entre as absorções no segmento inicial e segmento final do TCP existe devido aos sistemas diferentes de transporte de Na+ presentes nem cada segmento, e devido a diferenças na composição do fluido tubular desses segmentos. 
No segmento inicial do túbulo proximal, a captação de Na+ pela célula é acoplada ou com H+ ou com solutos orgânicos.
A entrada de Na+ na célula através da membrana apical é mediada por co-transportes e contra-transportes, e não por difusão através de canais.
Por exemplo, a entrada de Na+ está ligada á saída de H+ pelo contra-transporte Na+-H+. 
A secreção de H+ resulta na reabsorção de NaHCO3. 
O Na+ também entra nas células proximais por muitos mecanismos de co-transporte, incluindo os co-transportadores Na+-glicose, Na+-aminoácido, Na+-Pi e Na+-lactato. 
A glicose (e outros solutos orgânicos) que entra nas células com Na+ deixa a célula através da membrana basolateral por mecanismos de transporte passivo. 
Qualquer Na+ que entra nas células através da membrana apical deixa a célula em direção ao sangue via a Na+/K+ ATPase.
Em resumo, no segmento inicial do túbulo proximal, a reabsorção de Na+ é acoplada áquela do HCO3- e de muitas moléculas orgânicas. A reabsorção de muitas moléculas orgânicas é tão ávida nesse segmento que elas são quase completamente removidas do fluido tubular. 
A reabsorção de NaHCO3 e Na+-solutos orgânicos através do túbulo proximal estabelece um gradiente osmótico transtubular que fornece a força movente para a reabsorção passiva de água por osmose. 
Como há maior reabsorção de água que de Cl- no segmento inicial do túbulo contorcido proximal, a concentração de Cl- no fluido tubular aumenta ao longo do comprimento do túbulo proximal.
Na segunda metade do túbulo proximal, o Na+ é primariamente reabsorvido com Cl- através tanto da via transcelular como da via paracelular.
O Na+ é reabsorvido tendo principalmente Cl- como ânion acompanhante (ao invés de HCO3- ou solutos orgânicos, como acontecia no segmento inicial do TCP). 
Isso ocorre porque as células que revestem a segunda metade do túbulo contorcido proximal têm mecanismos de transporte de Na+ diferentes daqueles da primeira metade do túbulo contorcido proximal. 
Além disso, o fluido tubular que entra na segunda metade do túbulo proximal contém muita pouca glicose e aminoácidos, mas tem uma alta concentração de Cl- (140mEq) em comparação com os 105mEq do fluido tubular da primeira metade do segmento do túbulo. 
O mecanismo de reabsorção de Na+ no final do túbulo proximal é o seguinte: o Na+ entra na célula através da membrana luminal pela ação paralela dos contra-transportadores Na+-H+ e um ou mais contra-transportes aniônicos envolvendo o Cl-. 
Como o H+ e o ânion secretados se combinam no fluido tubular e reentram na célula, a operação de Na+-H+ e contra-transportadores aniônicos envolvendo o Cl- é equivalente á captação de NaCl do fluido tubular para dentro da célula. 
O Na+ deixa a célula pela ação da Na+/K+ ATPase, e o Cl- deixa a célula pela ação de um co-transportador KCl, ambos presentes na membrana basolateral. (A presença de um co-transportador KCL na membrana basolateral é interessante: primeiro, possibilita a saída do cloreto graças ao gradiente do K+, que pela sua alta concentração intra-celular tende a sair da célula; segundo, a saída do K+ fornece substrato constante á Na+/K+ ATPase, que sempre com K+ do lado de fora pode sempre trocar esse K+ por Na+, possibilitando assim a perpétua retirada de sódio do interior da célula renal).
O NaCl é também reabsorvido na porção final do túbulo proximal por via paracelular. 
A reabsorção paracelular do NaCL ocorre porque o aumento da [Cl-] no fluido tubular cria um gradiente de concentração de Cl – (140mEq no lúmen tubular e 105mEq no interstício). Esse gradiente de concentração favorece a difusão de Cl- do lúmen tubular, através das junções aderentes, para o espaço intercelular lateral. 
O movimento de Cl- carregado negativamente faz com que o fluido tubular se torne carregado positivamente em relação ao sangue.
Essa voltagem transepitelial positiva provoca o movimento do Na+ carregado positivamente para fora do fluido tubular através das junções aderentes para o sangue. 
Deste modo, na porção final do túbulo contorcido proximal, partes do Na+ e Cl- são reabsorvidas através das junções aderentes por difusão passiva.
 
A reabsorção do NaCl estabelece o gradiente osmótico transtubular que constitui a força movente para reabsorção passiva de água por osmose. 
Em resumo, a reabsorção do Na+ e Cl- no túbulo proximal ocorre através da via paracelular e através da via transcelular. 
Aproximadamente 17000 mEq dos 25200 mEq de NaCl filtrados todos os dias são reabsorvidos no túbulo proximal (67% da quantidade do filtrado).
Desses, dois terços (40%) são transportados através da via transcelular no túbulo contorcido proximal, enquanto o terço remanescente (30%) é transportado através da via paracelular no túbulo contorcido proximal.
Reabsorção de água
O túbulo proximal reabsorve 67% da água filtrada.
A força movente para a reabsorção de água é um gradiente osmótico transtubular estabelecido pela reabsorção de soluto (NaCl, Na+-glicose e assim por diante). 
A reabsorção de Na+ junto com os solutos orgânicos, HCO3- e Cl- do fluido tubular para os espaços intercelulares laterais reduz a osmolaridade do fluido tubular e aumenta a osmolaridade do espaço intercelular. 
Como o túbulo proximal é altamente permeável á água, a água flui por osmose através das junções aderentes entre as células do túbulo proximal. 
O acúmulo de fluido e solutos no espaço intercelular lateral a pressão hidrostática desse compartimento. Essa pressão hidrostática aumentada força o movimento de fluido e solutos para dentro dos capilares. 
Assim, a reabsorção de água é secundária á reabsorção de solutos no túbulo proximal.
 O fluido reabsorvido é levemente hiper-osmótico em relação ao plasma. 
Uma importante consequência do fluxo osmótico de água através do túbulo proximal é que alguns solutos, especialmente K+ e Ca2+, são levados juntos com o fluido reabsorvido e, consequentemente, são reabsorvidos no processo de arraste pelo solvente. 
A reabsorção de virtualmente todos os solutos orgânicos, Cl-, outros íons e água está acoplada á reabsorção de Na+. Portanto, mudanças na reabsorção de Na+ influenciam a reabsorção de água e outros solutos pelo túbulo proximal. 
Reabsorção de proteínas
Proteínas filtradas pelos glomérulos são também reabsorvidas no túbulo proximal.
Como mencionado anteriormente, hormônios peptídicos, pequenas proteínas e mesmo pequenas quantidades de proteínas maiores, tais como albumina, são filtradas pelos glomérulos. 
Os glomérulos filtram somente uma pequenaquantidade de proteínas (a concentração de proteínas no ultra-filtrado é somente de 40mg/litro). Contudo, a quantidade de proteínas filtradas por dia é significante, pois sendo a taxa de filtração glomerular (TFG) alta, a quantidade diária de proteínas filtradas chega a 7,2 gramas/dia. 
A reabsorção de proteínas no túbulo contorcido proximal começa quando as proteínas são degradadas parcialmente por enzimas na superfície das células do túbulo proximal.
Essas proteínas parcialmente degradadas são levadas para dentro das células por endocitose.
Uma vez dentro das células, enzimas digerem as proteínas e peptídeos em seus aminoácidos constituintes. Os aminoácidos saem da célula através da membrana baso-lateral e retornam para o sangue.
Normalmente, esse mecanismo reabsorve virtualmente todas as proteínas filtradas, e, em consequência, a urina é essencialmente livre de proteínas. 
Contudo, como o mecanismo é facilmente saturado, se a quantidade de proteína filtrada aumenta, irão aparecer proteínas na urina. O rompimento da barreira de filtração glomerular resulta em aumento da quantidade de proteínas filtradas, o que resultará em proteinúria ( o aparecimento de proteínas na urina).
 Proteinúria é frequentemente vista nas doenças renais.
Secreção de ânions e cátion orgânicos
Além de reabsorver solutos e água, as células do túbulo proximal secretam ânions e cátions orgânicos.
Muitos desses ânions e cátions orgânicos são produtos finais do metabolismo que circulam no plasma. 
O túbulo proximal também secreta vários compostos orgânicos exógenos, incluindo ácido p-amino-hipúrico (PAH), drogas tais como a penicilina, alguns agentes anti-inflamatórios não-esteróides (como ibuprofeno, indometacina e naproxeno), e a droga antiviral adefovir, que é efetiva no tratamento de pacientes infectados pelo vírus HIV. 
Muitos desses compostos orgânicos podem estar ligados a proteínas plasmáticas e não são filtrados imediatamente. Portanto, a excreção por filtração elimina somente uma porção pequena dessas substâncias potencialmente tóxicas ao corpo. Tais substâncias são também secretadas dos capilares peri-tubulares para o fluido tubular. 
Esses mecanismos secretores (capilares peri-tubulares para fluido tubular) são muito poderosos e removem virtualmente todos os ânions e cátions orgânicos do plasma que entra nos rins. 
Consequentemente, essas substâncias são removidas do plasma tanto por filtração como por secreção.
 
Um exemplo de secreção de ânion orgânico é o transporte de PAH (ácido p-amino-hipúrico) através do túbulo proximal.
Essa via secretora tem taxa máxima de transporte, possui baixa especificidade (transporta uma variedade de ânions orgânicos) e é responsável pela secreção de uma série de ânions orgânicos (entre eles, cAMP, sais biliares e hipuratos, oxalato, prostaglandinas e urato). 
O PAH é transportado para o interior da célula através da membrana basolateral, contra seu gradiente químico, em troca de alfa-cetoglutarato (alfaCG), através de um contra-transporte. 
O alfa-cetoglutarato se acumula dentro das células por meio do metabolismo do glutamato e pela ação do co-transportador Na+-alfaCG também presente na membrana basolateral. 
Deste modo, a captação de PAH para dentro da célula contra seu gradiente eletroquímico está acoplada á saída da alfaCG a favor de seu gradiente químico. 
Essa atividade, em última instância, é decorrente do funcionamento do contra-transportador Na+-alfaCG e do metabolismo do glutamato. 
A elevada concentração intracelular do PAH (e de todos os ânions relacionados) resultante desses mecanismos fornece a força movente para a saída de PAH, através da membrana luminal, para dentro do fluido tubular por um contra-transportador PAH-ânion e possivelmente por um transportador de PAH dependente de voltagem.
Cátions orgânicos são transportados para o interior celular, através da membrana basolateral, por um mecanismo que envolve difusão facilitada. Esse mecanismo de transportador é movido pela magnitude da diferença de voltagem (potencial negativo) através da membrana basolateral.
O transporte de cátions orgânicos através da membrana luminal para o fluido tubular é mediado por um contra-transportador OC+-H+. 
Como o mecanismo de transporte para secreção de cátions orgânicos é inespecífico, muitos cátions competem pelas mesmas vias de transporte.
 
A P-glicoproteína e a proteína 2 (Mrp2) associada á resistência a múltiplas drogas (RMD) podem também ter um importante papel na excreção renal de compostos orgânicos.
A P-glicoproteína e a Mrp2 possuem atividade de ATPase, estão localizadas na membrana apical do túbulo proximal e transferem alguns compostos orgânicos do interior da célula para o fluido tubular.
Esses transportadores são chamados proteínas RMD por removerem as drogas citotóxicas do interior da célula. 
Outras ATPases transportadoras de drogas, incluindo Mrp1, estão localizadas na membrana basolateral e movem componentes orgânicos do sangue para dentro das células do túbulo proximal. 
A P-glicoproteína transporta agentes anti-cancerígenos, digoxina e agentes imunossupressores, tais como ciclosporina. 
O transportador Mrp2 transporta compostos aniônicos conjugados, tais como o leucotrieno c4 conjugado á glutationa e o glicuronide conjugado á bilirrubina.
Alça de Henle
A alça de Henle reabsorve aproximadamente 25% do NaCl e K+ filtrado. 
Ca2+ e HCO3- são também reabsorvidos na alça de Henle.
Essa reabsorção ocorre quase exclusivamente no segmento ascendente espesso. 
Comparativamente, o seguimento ascendente fino tem uma capacidade muito mais baixa de reabsorção, e o segmento descendente fino não reabsorve quantidades significativas de soluto. 
A alça de Henle reabsorve aproximadamente 15% da água filtrada. Reabsorção de água ocorre exclusivamente no segmento descendente fino da alça de Henle. 
O segmento ascendente (tanto o espesso quanto o fino) é impermeável á água.
O elemento chave na reabsorção de solutos pelo segmento ascendente é a Na+/K+ ATPase na membrana basolateral.
Como no túbulo proximal, a reabsorção de qualquer soluto no segmento espesso ascendente está de alguma maneira ligada á Na+/K+ ATPase. Essa bomba mantêm uma concentração intracelular de Na+ baixa.
A [Na+] no interior da célula fornece um gradiente químico favorável para o movimento de Na+ do fluido tubular para dentro da célula. 
O movimento de Na+ através da membrana apical para dentro da célula é mediado pelo co-transportador 1Na+/1K+/2Cl-, que acopla o movimento de 1 Na+ com 1K+ e 2Cl-. 
Usando a energia potencial liberada pelo movimento de Na+ e Cl- a favor do gradiente de concentração, este co-transporte promove o movimento de K+ contra o gradiente. 
Um contra-transporte Na+-H+ na membrana apical também medeia a reabsorção de Na+ assim como a secreção de H+ (reabsorção de HCO3-) no segmento espesso ascendente.
O Na+ deixa a célula através da membrana basolateral pela ação da Na+/K+ ATPase e os íons K+, Cl- deixam a célula através da membrana lateral por vias separadas, assim como o HCO3-.
A voltagem através do segmento espesso ascendente é importante na reabsorção de muitos cátions. 
O fluido tubular é carregado positivamente em relação ao sangue devido ás proteínas de transporte específicas presentes na membrana apical e basolateral. 
Dois pontos importantes:
O aumento da taxa de transporte de sal através do segmento espesso ascendente resulta em aumento da carga positiva do lúmen.
Essa voltagem é uma força movente para a reabsorção de muitos cátions, incluindo Na+, K+ e Ca2+ através da via paracelular.
Deste modo, a reabsorção de sal através do segmento ascendente espesso ocorre pelas vias transcelular e paracelular.
50% do soluto é transportado por via transcelular e 50% por via paracelular. 
Como o segmento ascendente espesso é impermeável á água, a reabsorção de NaCl e outros solutos reduz a osmolaridade do fluido tubular para menos que 150mOsm/Kg H20. (contra os 290 do sangue).
Túbulo distal e Ducto coletorO túbulo distal e o ducto coletor reabsorvem aproximadamente 7% do NaCl filtrado, secretam uma quantidade variável de K+ e H+, e reabsorvem quantidade variável de água (de 8% a 17%)
A reabsorção de água depende da concentração plasmática de ADH (hormônio anti-diurético).
O segmento inicial do túbulo distal (túbulo distal inicial) reabsorve Na+, Cl- e Ca2+, e é impermeável á água.
A entrada de NaCl na célula através da membrana apical é mediada pelo co-transportador Na+-Cl-. O Na+ deixa a célula através da ação da Na+/K+ ATPase, e o Cl- deixa a célula por difusão por canais. 
A reabsorção de NaCl é inibida pelos diuréticos tiazídicos, que inibem o co-transportador Na+/Cl-.
 Deste modo, a diluição do fluido tubular começa no segmento espesso ascendente e continua no túbulo distal inicial.
Os segmentos distais do túbulo distal (túbulo distal final) e o ducto coletor são compostos por dois tipos de células, células principais e células intercaladas.
As células principais reabsorvem Na+ e água e secretam K+.
As células intercaladas também secretam H+ (reabsorvendo HCO3-) ou secretam HCO3-, sendo, portanto, importantes na regulação do balanço ácido-base. As células intercaladas também reabsorvem K+. 
Tanto a reabsorção de Na+ quanto a secreção de K+ pelas células principais dependem da atividade da Na+/K+ ATPase na membrana basolateral.
Por manter uma baixa [Na+] celular, a bomba Na+/K+ ATPase fornece um gradiente químico favorável ao movimento de Na+ do fluido tubular para o interior da célula. 
Como o Na+ entra na célula por difusão através dos canais seletivos Na+ na membrana apical, a carga negativa dentro da célula facilita a entrada de Na+. 
O Na+ deixa a célula através da membrana lateral pela ação da Na+/K+ ATPAse.
As células do ducto coletor reabsorvem quantidades significativas de Cl-, provavelmente através da via para-celular. 
A reabsorção de Cl- é movida pela diferença de voltagem no túbulo distal e no ducto coletor. 
O K+ é secretado do sangue para o fluido tubular pelas células principais em dois passos.
Primeiro, ocorre a captação de K+ através da membrana basolateral pela ação da Na+K+ ATPase. 
Em um segundo passo, o K+ deixa as células por difusão. 
Como a [K+] dentro da células é alta (150mEq) e a [K+] no fluido tubular é baixa (10mEq), o K+ se difunde a favor do seu gradiente de concentração através da membrana celular apical para o fluido tubular. 
Embora o potencial negativo dentro das células tenda a reter o K+ dentro das células, o gradiente eletroquímico através da membrana apical favorece a secreção de K+ das células para o fluido tubular. 
O mecanismo de reabsorção de K+ por células intercaladas não é completamente entendido, mas parece ser mediado por uma H+/K+ ATPase localizada na membrana celular apical. 
 Regulação da reabsorção de NaCl e água
Muitos hormônios e fatores regulam a reabsorção de NaCl.
Angiotensina II, aldosterona, Peptídeo Atrial natriurético, urodilatina, adrenalina e noradrenalina (ambas produzidas pelos nervos simpáticos) são os hormônios mais importantes que regulam a reabsorção de NaCl (e, consequentemente, a excreção urinária de NaCl).
Contudo, outros hormônios (incluindo a dopamina e -), forças de Starling e o fenômeno do balanço glomérulo-tubular também influenciam a reabsorção do NaCl. 
O ADH é o único hormônio essencial que regula diretamente a quantidade de água excretada pelo rim.
Angiotensina II
O hormônio angiotensina II tem um potente efeito estimulante sobre a reabsorção de NaCl e água no túbulo proximal.
Uma diminuição no volume circulante efetivo ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona, e consequentemente aumenta a concentração plasmática de angiotensina II.
Aldosterona
A aldosterona é sintetizada por células glomerulosas do córtex adrenal.
Elas estimula a reabsorção de NaCl pelo segmento espesso ascendente da alça de Henle e e pelo túbulo distal e ducto coletor.
A aldosterona também estimula a secreção de K+ pelo túbulo distal e ducto coletor.
Os dois mais importantes estímulos para a secreção de aldosterona são:
Aumento na concentração de angiotensina II
Aumento na concentração de K+ no plasma.
Ao estimular a reabsorção de NaCl no ducto coletor, a aldosterona também aumenta a reabsorção de água através desse segmento do néfron.
Peptídeo Atrial Natriurético
O Peptídeo Atrial natriurético e a urodilatina são codificados pelo mesmo gene, tendo sequências de aminoácidos muito similares.
O Peptídeo Atrial Natriurético é um hormônio com 28 aminoácidos secretado pelo átrio cardíaco.
Sua secreção é estimulada por aumento na pressão sanguíneo e por aumento no volume circulante efetivo.
O Peptídeo Atrial Natriurético reduz a pressão sanguínea por meio da diminuição da resistência periférica total e pelo aumento da excreção urinária de NaCl e água.
O hormônio também inibe a reabsorção de NaCl na porção medular do ducto coletor, inibe a reabsorção de água estimulada pelo ADH no ducto coletor (antagonista do ADH), e reduz a secreção de ADH pela pituitária posterior.
Urodilatina
A urodilatina é um hormônio com 32 aminoácidos, diferindo do peptídeo atrial natriurético por aminoácidos na extremidade amino.
A urodilatina é secretada pelo túbulo distal e ducto coletor e não está presente no sistema circulatório; deste modo, a urodilatina influencia somente a função dos rins. 
A secreção de urodilatina é estimulada por aumento na pressão sanguínea e aumento no volume circulante efetivo
A urodilatina inibe a reabsorção do NaCl e água na porção medular do ducto coletor. 
A urodilatina é um hormônio natriurético e diurético mais potente que o peptídeo atrial natriurético porque este, ao entrar nos rins pela circulação sanguínea, é degradado por uma endopeptidase neutra que não tem efeito sobre a urodilatina.
Nervos simpáticos
As catecolaminas produzidas pelos nervos simpáticos (noradrenalina) e pela medula adrenal (adrenalina) estimulam a reabsorção de NaCl e água no túbulo proximal, no segmento espesso ascendente da alça de Henle, no túbulo distal e no ducto coletor. 
A ativação dos nervos simpáticos (e.g., após hemorragia ou diminuição do diminuição do volume circulante efetivo), assim, tem como efeito o aumento da reabsorção de NaCl em todos os segmentos do néfron permeáveis a solutos. (ducto descendente fino, assim, fica fora do alcance das catecolaminas, estando envolvido basicamente com a captação de água).
Dopamina
A dopamina é liberada pelos nervos dopaminérgicos nos rins e pode ser também sintetizada pelas células do túbulo proximal.
Embora também seja uma catecolamina (como a adrenalina e noradrenalina), a ação da dopamina é justamente oposta ás sinalizadoras do sistema nervoso simpático: a secreção de dopamina provoca uma inibição direta sobre a reabsorção de NaCl e água no túbulo proximal. 
A secreção da dopamina é estimulada por aumento do volume circulante efetivo.
Hormônio anti-diurético (ADH)
O hormônio anti-diurético é o mais importante hormônio que regula o balanço de água.
Esse hormônio é secretado pela pituitária posterior em resposta ao aumento da osmolaridade no plasma ou á diminuição do volume circulante efetivo. 
O ADH aumenta a permeabilidade do ducto coletor para á água, levando a um aumento da reabsorção (presença de um gradiente osmótico através da parede do ducto coletor).
O ADH tem um pequeno efeito sobre a excreção urinária de NaCl.
Forças de Starling
As forças de Starling regulam a reabsorção de NaCl e água através do túbulo proximal.
Como já descrito, Na+, Cl-, HCO3-, aminoácidos, glicose e água são transportados para dentro do espaço intercelular do túbulo proximal. 
As forças de Starling entre esses espaços e os capilares peri-tubulares facilitam o movimento de substâncias reabsorvidas para dentro dos capilares. 
As forças de Starling que favorecem esse movimento são a pressão oncótica capilar e a pressão hidrostática no espaço intercelular.
As forças de Starling que se opõem á reabsorçãosão a pressão oncótica intersticial e a pressão hidrostática capilar. 
Normalmente, a soma das forças de Starling favorece o movimento de solutos e água para dentro dos capilares. 
As forças de Starling não afetam o transporte através da alça de Henle, túbulo distal e ducto coletor, porque esses segmentos são menos permeáveis á água que o túbulo proximal.
A dilatação da arteríola eferente aumenta a pressão hidrostática nos capilares peri-tubulares, diminuindo a reabsorção de solutos e água.
A contração da arteríola eferente diminui a pressão hidrostática nos capilares peri-tubulares, aumentando a reabsorção de solutos e água.
Os efeitos na reabsorção se dão porque há uma parcela do total de substâncias que acaba voltando para a luz tubular pelas junções aderentes; quanto maior a pressão hidrostática no capilar, maior a intensidade do refluxo de substâncias de volta para a luz tubular.
A pressão oncótica no capilar peritubular é parcialmente determinada pela taxa de formação do ultra-filtrado glomerular.
A pressão oncótica está diretamente relacionada com a fração de filtração (Taxa de Filtração Glomerular/Fluxo Plasmático Renal = (TFG/FPR)). 
Uma queda na fração de filtração, devido a uma menor filtração glomerular, diminui a pressão oncótica no capilar peritubular (a menor filtração glomerular faz o plasma no capilar continuar cheio de água, diminuindo a pressão oncótica desse capilar)
A diminuição da pressão oncótica aumento o refluxo de NaCl e água do espaço intercelular lateral para dentro do fluido tubular, diminuindo a reabsorção de solutos e água através do túbulo proximal (segmento onde as forças de Starling são significantes)
A importância das forças de Starling na regulação da reabsorção de solutos e água no túbulo proximal é evidenciada pelo fenômeno do balanço glomérulo-tubular. 
Mudanças espontâneas na TFG alteram acentuadamente a carga filtrada de Na+ (carga filtrada: TFG X [Na+]). Sem um ajuste rápido na reabsorção de Na+ para contrabalancear essas mudanças, a excreção urinária de Na+ iria oscilar amplamente e alterar o balanço de Na+ em todo o corpo. Essa mudança é evitada pelo balanço glomérulo-tubular.
O balanço glomérulo-tubular refere-se ao aumento simultâneo na reabsorção de Na+ e água como aumento na TFG e na carga filtrada de Na+. Deste modo, uma fração constante de Na+ e água filtrados é reabsorvida no túbulo proximal, apesar das variações da TFG.
Dois mecanismos são responsáveis pelo balanço glomérulo-tubular.
O primeiro está relacionado com a pressão oncótica e pressão hidrostática entre os capilares peri-tubulares e o espaço intercelular lateral. Um aumento na TFG (com FPR constante) aumenta a concentração de proteínas plasmáticas no capilar glomerular a valores acima do normal. Esse plasma rico em proteínas segue pelos capilares glomerulares, flui através da arteríola eferente, e entra nos capilares peri-tubulares. A elevação da pressão oncótica nos capilares peri-tubulares aumenta o movimento de solutos e fluido do espaço intercelular lateral para o interior dos capilares peri-tubulares. Isso aumento a reabsorção resultante de solutos e água pelo túbulo proximal.
O segundo mecanismo responsável pelo balanço glomérulo-tubular é iniciado pelo aumento na carga filtrada de glicose e aminoácidos. A reabsorção de Na+ no começo do túbulo proximal é acoplada á reabsorção de glicose e aminoácidos. A taxa de reabsorção de Na+ consequentemente depende em parte da carga filtrada de glicose e aminoácidos. Á medida que a TFG e a carga filtrada de glicose e aminoácidos aumentam, a reabsorção de Na+ e água também aumentam.
Adicionalmente ao balanço glomérulo-tubular, outros mecanismos minimizam as mudanças na carga filtrada de Na+.
Um aumento na TFG também ativa o mecanismo de feedback túbulo-glomerular, levando a TFG e carga filtrada de Na+ de volta aos valores normais. 
Assim, mudanças espontâneas na TFG aumentam a quantidade filtrada de Na+ apenas por poucos minutos. Mesmo assim, até que haja retorno da TFG aos valores normais, os mecanismos responsáveis pelo balanço glomérulo-tubular (alteração das forças de Starling nos capilares favorecendo a reabsorção, e aumento da quantidade filtrada de glicose e aminoácidos também favorecendo a reabsorção) mantêm a excreção de Na+ constante, e, assim, mantêm a homeostase do Na+.
Mudanças espontâneas na TFG são causadas, por exemplo, por mudanças na postura e pressão sanguíneas.
Relembrando
Pra quem gosta de ler
Regulação do fluxo sanguíneo renal e taxa de filtração glomerular
Muitos hormônios e diversos fatores têm efeito marcante no fluxo sanguíneo renal (FSR) e na taxa de filtração glomerular (TFG).
O mecanismo miogênico e o feedback túbulo-glomerular exercem papéis essenciais na manutenção do fluxo sanguíneo renal e na taxa de filtração glomerular.
Entre os fatores que influenciam a FSR e a TFG, estão:
Nervos simpáticos
Angiotensina II
Prostaglandinas
NO
Endotelina
Bradicinina
Adenosina
Nervos simpáticos
As arteríolas aferentes e eferentes são inervadas por neurônios simpáticos.
Contudo, o tônus simpático é mínimo quando o volume sanguíneo circulante é normal. 
A noradrenalina é liberada pelos nervos simpáticos, e a adrenalina circulante é secretada pela medula adrenal.
Essas substâncias causam vasoconstrição por se ligarem a alfa1-adrenorreceptores que estão localizados principalmente na arteríola aferente. 
A ativação dos alfa1-adrenorreceptores pelas catecolaminas do sistema nervoso simpático diminui o fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular.
A redução do volume circulante efetivo ou forte estímulo emocional, tal como medo e dor, ativam os nervos simpáticos e, em última análise, diminuem a quantidade excretada de urina.
Angiotensina II
A angiotensina II é produzida sistemicamente e nos rins.
Ela contrai as arteríolas aferentes e eferentes e diminui o fluxo sanguíneo renal e a taxa de filtração glomerular. 
Em uma hemorragia, por exemplo, a diminuição no FSR e na TFG contam com atuação conjunta da noradrenalina, adrenalina e angiotensina II.
Prostaglandinas
As prostaglandinas podem não regular o FSR ou a TFG em pessoas saudáveis e em repouso.
Em condições patológicas (como hemorragias), contudo, as prostaglandinas (PGI2 e PGE2) são produzidas localmente nos rins e aumentam o FSR sem mudar a TFG.
As prostaglandinas aumentam o fluxo sanguíneo renal por neutralizar os efeitos vasoconstritores dos nervos simpáticos e da angiotensina II. 
Esse efeito de inibição da vasoconstrição e aumento do fluxo sanguíneo renal causado pelas prostaglandinas I2 e E2 previne vasoconstrições severas e potencialmente nocivas, impedindo assim a isquemia renal.
A síntese de prostaglandina é estimulada pela diminuição do volume circulante efetivo, por estresse (cirurgia, anestesia), por angiotensina II e pela ativação de nervos simpáticos.
Óxido nítrico
O óxido nítrico (NO), um fator relaxante do endotélio, exerce um importante papel vasodilatador em condições normais, e contrabalança a vasoconstrição produzida pela angiotensina II e catecolaminas.
Um aumento na distensão das células endoteliais das arteríolas, assim como alguns hormônios (incluindo acetil-colina, histamina, bradicinina e ATP) elevam a produção de NO.
Esse aumento na produção de NO causa vasodilatação das arteríolas aferentes e eferentes nos rins. 
Adicionalmente, o NO diminui a resistência periférica total. 
Endotelina
A endotelina é um potente vasoconstritor secretado pelas células endoteliais dos vasos renais, células mesangiais, e células tubulares distais.
A endotelina é secretada em resposta á angiotensina II, bradicinina, adrenalina e distensão das células endoteliais.
A endotelina causa profunda vasoconstrição das arteríolas aferente e eferente e diminui a TFG e o FSR. 
Embora esse potente vasoconstritor possa não influenciar a TFG e o FSR em indivíduos normais em repouso, a produção de endotelina está elevada em doenças glomerulares, como na doença renalassociada á diabetes mellitus.
Bradicinina
A calicreína é uma enzima proteolítica produzida nos rins.
A calicreína quebra o cininogênio circulante em bradicinina, um vasodilatador que age estimulando a produção de NO e de prostaglandinas. 
A bradicinina aumenta a TFG e o FSR.
Adenosina
A adenosina é produzida nos rins e causa vasoconstrição da arteríola aferente, consequentemente reduzindo a FSR e TFG.
Como previamente mencionado, a adenosina exerce um importante papel no feedback túbulo-glomerular.
Peptídeo natriurético atrial
O peptídeo atrial natriurético é secretado nas situações em que há estiramento cardíaco com hipertensão e expansão do volume do fluido extracelular.
O peptídeo atrial natriurético causa vasodilatação da arteríola aferente e vasoconstrição da arteríola eferente.
Portanto, a atuação do peptídeo atrial natriurético reduz um modesto aumento na TFG com pequena mudança no FSR.
ATP
Várias células liberam ATP para o fluido intersticial renal.
O ATP em efeito duplo na TFG e no FSR.
Em certas condições, o ATP contrai a arteríola aferente, reduz o FSR e a TFG, e pode exercer um papel no feedback túbulo-glomerular. 
Por outro lado, em outras situações, o ATP pode estimular a produção de NO e aumentar a TFG e o FSR. 
Glico-corticóides
A administração de doses terapêuticas de glico-corticóides aumenta a TFG e o FSR.
Histamina
A produção local de histamina pode desempenhar um papel na modulação do FSR em estado normal, e durante inflamação e injúria.
A histamina aumenta o FSR sem elevar a TFG, sendo seu mecanismo de ação a diminuição da resistência das arteríolas aferente e eferente.
Dopamina
O túbulo proximal produz o hormônio vasodilatador dopamina.
A dopamina têm muitas ações dentro dos rins,tais como o aumento do FSR e a inibição da secreção de renina.
As células endoteliais são importantes na regulação da resistência das arteríolas aferente e eferente por meio da produção de vários agentes parácrinos, incluindo NO, PGI2, endotelina e angiotensina II.
Esses hormônios regulam a contração e o relaxamento das células musculares lisas nas arteríolas aferente e eferente e nas células mesangiais.
Estiramento, acetil-colina, histamina, bradicinina e ATP estimulam a produção de NO, que aumenta a TFG e o FSR.
A enzima conversora de angiotensina (ECA, encontrada primariamente na superfície das células endoteliais na arteríola aferente e nos capilares glomerulares) converte a angiotensina I em angiotensina II, a qual diminui a TFG e a FSR. 
A angiotensina II também pode ser produzida nas células justa-glomerulares e em células de túbulos proximais. 
A secreção de PGI2 e PGE2 pelas células endoteliais, estimuladas pela atividade dos nervos simpáticos ou por angiotensina II, aumenta a TFG e o FSR, de maneira a contrabalancear a própria atuação desses nervos simpáticos e angiotensina II.
Finalmente, a endotelina produzida pelas células endoteliais diminui a TFG e o FSR.
Auto-regulação: Mecanismos de regulação do fluxo sanguíneo renal
Como a arteríola aferente, a arteríola eferente e artéria inter-lobular são os vasos de maior resistência nos rins, eles determinam a resistência vascular renal.
Os rins, como a maioria dos órgãos, regulam seu fluxo sanguíneo através do ajuste na resistência vascular em resposta a mudanças na pressão arterial.
Esses ajustes são tão precisos que conseguem manter o fluxo sanguíneo renal relativamente constante enquanto a pressão sanguínea arterial varia entre 90 e 180 mmHg.
A auto-regulação para manutenção relativamente constante da FSR e do TFG se dá principalmente nas arteríolas aferentes dos corpúsculos renais.
 
Dois mecanismos são responsáveis pela auto-regulação do FSR e da TFG:
Um mecanismo que responde a mudanças na pressão arterial;
Outro mecanismo que responde a mudanças na concentração de NaCl do fluido tubular.
 
O mecanismo sensível á pressão (mecanismo miogênico) está relacionado a uma propriedade intrínseca da musculatura lisa vascular: a tendência de se contrair quando é estirada. Assim, quando a pressão arterial se eleva e a arteríola aferente renal é estirada, sua musculatura lisa se contrai. 
O aumento da resistência da arteríola compensa o aumento da pressão, fazendo o FSR e a TFG permanecerem constantes. (FSR: (variação de pressão)/resistência)
O segundo mecanismo responsável pela auto-regulação da TFG e do FSR é o mecanismo dependente da concentração de NaCl no fluido tubular, conhecido como feedback túbulo-glomerular.
Esse mecanismo envolve um feedback no qual a concentração de NaCl do fluido tubular (ou alguns outros fatores, tais como mudanças na composição citosólica das células da mácula densa, mudanças na composição do fluido intersticial em volta das células da mácula densa, ou mudanças no metabolismo celular) é percebida pela mácula densa do aparelho justa-glomerular. 
O aparelho justa-glomerular manda um sinal que afeta a resistência da arteríola aferente, e do mesmo modo a TFG. 
Quando a taxa de filtração glomerular aumenta (TFG aumentada), causando o aumento da concentração de NaCl no fluido tubular da mácula densa, o aparelho justa-glomerular manda um sinal que causa vasoconstrição para que o FSR e a TFG retornem ao nível normal. 
Em contraste, quando a TFG e a concentração de NaCl da mácula densa diminuem, o aparelho justa-glomerular envia um sinal que causa elevação do FSR e da TFG de volta aos níveis normais.
O sinal enviado pelo aparelho justa-glomerular afeta o FSR e a TFG principalmente por mudanças na resistência da arteríola aferente, mas o mediador para esse efeito na resistência da arteríola aferente não está esclarecido.
Também podem ter papel na TFG (embora não sejam essenciais) óxido nítrico (NO) e angiotensina II. 
O ATP também pode ter participação, seletivamente induzindo vasoconstrição na arteríola aferente.
A mácula densa pode liberar tanto vasoconstritores quanto vasodilatores (e.g., NO)
Três pontos relacionados com a auto-regulação devem ser ressaltados:
A auto-regulação está ausente quando a pressão arterial é menor que 90mmHg
A auto-regulação não é perfeita; o FSR e a TFG variam discretamente quando a pressão sanguínea arterial varia.
Apesar da auto-regulação, a TFG e o FSR podem ser mudados em certas condições por muitos hormônios.
 Aparelho Justa-glomerular
As estruturas do aparelho justa-glomerular incluem:
Mácula densa do segmento espesso ascendente
Células mesangiais extra-glomerulares
Células granulares produtoras de renina da arteríola aferente.
As células da mácula densa representam uma região morfologicamente distinta do segmento espesso ascendente. Essa região justapõe-se ao ângulo formado pelas arteríolas aferente e eferente do mesmo néfron.
As células da mácula densa entram em contato com as células mesangiais extra-glomerulares e com as células granulares produtoras de renina da arteríola aferente.
As células granulares da arteríola aferente são células musculares lisas modificadas que sintetizam, armazenam e liberam renina. 
A renina está envolvida na formação de angiotensina II, e, em última instância, na secreção de aldosterona. 
A aparelho justa-glomerular é um componente de um importante mecanismo de feedback (mecanismo de retro-alimentação túbulo-glomerular) que está envolvido na auto-regulação do fluxo sanguíneo renal e da taxa de filtração glomerular. ]
 
O mesângio é formado pelas células mesangiais e pela matriz mesangial.
As células mesangiais têm estrutura semelhante a monócitos. Elas envolvem os capilares glomerulares, servem de suporte estrutural para eles, secretam a matriz extra-celular, exibem atividade fagocítica e secretam prostaglandinas e citocinas. 
Como elas também se contraem e são adjacentes aos capilares glomerulares, as células mesangiais podem influenciar na taxa de filtração glomerular (TFG) por regularem o fluxo sanguíneo através dos capilares ou por alterarem a área da superfície capilar. 
As células mesangiais localizadasfora dos glomérulos (entre as arteríolas aferente e eferente) são chamadas células mesangiais extra-glomerulares (ou células lacis ou células Goormaghtigh). As células Goormaghtigh (células mesangiais extra-glomerulares) exibem atividade fagocítica.

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