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Insulinas e Antidiabéticos AQUI ABORDAREMOS OS TRATAMENTOS FARMACOLÓGICOS DO DIABETES MELLITUS AUTOR(A): PROF. TATIANA CRISTINA FERREIRA ARAMINI AUTOR(A): PROF. VIVIANI MILAN FERREIRA RASTELLI Fisiopatologia: Função da insulina: A liberação de insulina é estimulada pelo aumento da glicemia, uma vez na circulação, a insulina se ligará a seus receptores nos tecidos alvos (tecido muscular, adiposo e hepático) e facilitará a entrada de glicose na célula. Essa função é fundamental para manter a homeostase glicêmica. HOMEOSTASE GLICêMICA Diabetes Mellitus: Doença metabólica caracterizada pelo aumento crônico da glicemia, que é devido à diminuição ou ausência da secreção da insulina pelas células beta do pâncreas, diminuição da sensibilidade dos receptores periféricos de insulina ou ambos. Essa falta da resposta de insulina também altera o metabolismo de lipídeos e proteínas. Objeto disponível na plataforma Informação: Homeostase glicêmica Quando a glicemia sobe estimula o pâncreas a produzir insulina que tem como principal papel a diminuição da glicemia. Quando a glicemia abaixa o pâncreas produz glucagon que estimula o fígado a liberar glicose na circulação. Os dois hormônios juntos mantém a homeostase glicêmica. 01 / 13 Tipos de diabetes: TIPO 1 TIPO 2 IDADE DE INÍCIO Infância ou puberdade Geralmente acima dos 35 anos ESTADO NUTRICIONAL NO INÍCIO Geralmente subnutrido Geralmente obeso PREVALÊNCIA 5 - 10 % dos casos de diabetes 90 - 95 % dos casos de diabetes PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA Moderada Muito Forte DEFEITO OU DEFICIÊNCIA Destruição da células beta do pâncreas, não produz insulina Produção inadequada de insulina; Resistência à insulina Patogênese do diabetes: Dinâmica do tratamento do diabetes Diabetes tipo I: Insulinoterapia plena Diabetes tipo II: Dieta e exercícios Antidiabéticos orais monoterapia Antidiabéticos orais associados Antidiabéticos orais + insulina Tratamento do diabetes tipo I Insulinoterapia: Liberação de insulina: A insulina é liberada em duas fases distintas. A primeira fase é rápida e é estimulada pelo aumento da glicose, do glucagon e hormônios liberados pelo trato gastrointestinal. Nessa primeira fase é liberada a insulina estocada. A segunda fase é chamada de liberação lenta, nessa fase o principal estimulo é a concentração plasmática de glicose. Nessa segunda fase é liberada além da insulina estocada também a insulina recém-sintetizada. 02 / 13 Legenda: CURVA FISIOLóGICA DA LIBERAçãO DE INSULINA O objetivo do tratamento com insulina é chegar o mais próximo possível da liberação fisiológica de insulina, para isso temos vários tipos de insulinas que comentaremos de agora em diante. Tipos de insulinas: Insulina Tipo de Ação Perfil de Ação Início Pico Duração Efetiva Duração Máxima Aspart / Lispro Ultra-rápida 5 - 15 min 1 - 2 hs 3 - 4 hs 4 - 6 hs Regular Rápida (R) 30 - 60 min 2 - 4 hs 3 - 6 hs 6 - 10 hs NPH Intermediária 1 - 2 hs 4 - 8 hs 10 - 16 hs 14 - 18 hs Ultra lenta Prolongada 2 - 4 hs Não previsível 18 - 20 hs 20 - 24 hs Determir / Glargina Prolongada 1 - 3 hs 20 - 24 hs Insulina de ação ultra-rápida (Lispro) Insulina produzida por tecnologia DNA recombinante, que troca dois aminoácidos terminais de lugar, a prolina que na insulina natural ocupa a posição B28 é deslocada para a posição B29. A lisina que ocupa naturalmente a posição B29 é deslocada para a posição B28. 03 / 13 Essa alteração torna o tempo de absorção e ação dessa insulina, muito mais rápido que a insulina regular, permitindo assim sua utilização antes ou após as refeições. È indicada em situações emergenciais e após as refeições. Insulina de ação rápida (Regular) Insulina produzida por DNA recombinante, igual à insulina humana produzida pelas células beta do pâncreas. Tem a sua ação dentro de trinta minutos e por esse motivo é necessário que o paciente se alimente com carboidratos. É indicada nos casos de diabetes descompensada, choque e infecções. Obs: Não deve ser administradas juntamente com a refeição, mas uns 30 minutos antes. Insulina de ação intermediária (NPH): Essa insulina é conjugada com a protamina, o que retarda o início de ação. A protamina é conjugada na proporção de 6:1, ou seja, 6 moléculas de insulina e 1 de protamina. A protamina após administração subcutânea sofre ação das enzimas proteolíticas e vai então liberando lentamente a insulina para ser absorvida. Não é indicada nos casos de emergências, pois seu inicio de ação é demorado. Deve ser administrada pela manhã e também a noite. Insulina de ação longa: Insulina Ultra-lenta (Determir): Insulina conjugada com zinco, que retarda bastante a absorção e o tempo de ação da insulina. Insulina Ultra-lenta (Glargina): São adicionados resíduos de arginina na extremidade carboxil da cadeia beta da insulina Essa alteração leva a precipitação da glargina no local da injeção (tecido subcutâneo) que serão liberados lentamente na corrente sanguínea prolongando sua ação. O efeito hipoglicêmico é prolongado, porém sem pico. Insulina pré-mistura (Bifásica): Existem no mercado preparações de insulinas com a associação de insulinas de ação rápida e ação intermediaria. Essas preparações facilitam a administração em indivíduos que necessitam dos dois tipos de insulinas. A mistura mais utilizada é 30% insulina de ação rápida e 70% insulina de ação intermediária. Essa mistura mimetiza a liberação endógena de insulina. 04 / 13 Tratamento do diabetes tipo II: Hipoglicemiantes de uso oral: Sulfoniulreias: São fármacos que estimulam a célula beta a produzirem insulina e são divididas em duas gerações que se diferenciam pela potencia e capacidade de causar hipoglicemia e tempo de ação. Primeira geração: Clorpropamida Tolbutamida Tolazamida Segunda geração: Glibenclamida Glipizida Gliclazida Glimepirida A glicose entra na célula beta pelos GLUT e será metabolizada gerando ATP, esse aumento de ATP bloqueia os canais de potássio levando a despolarização da célula. Essa despolarização abre canais de cálcio e o aumento do cálcio intracelular estimula a secreção de insulina. A sulfonilureia atua bloqueando os canais de potássio, gerando a despolarização da célula e liberação de insulina. 2 05 / 13 Legenda: MECANISMO DE AçãO DAS SULFONIULREIAS Principais efeitos adversos: Primeira Geração: 06 / 13 Hipoglicemia Hepatotoxicidade (Clorpropamida) Reação Dissulfiram Reações dermatológicas Reações alérgicas Segunda Geração: Hipoglicemia Principais interações medicamentosas: Aumenta a metabolização da digoxina Beta-bloqueadores diminuem a liberação de insulina Reação dissulfiram na presença de alcool Aumento da hipoglicemia na presença de AINEs, cimetidina, inibidores da MAO e sulfonamidas Cetoconazol e Miconazol diminuem a biotransformação das sulfonilureias, aumentando a chance de hipoglicemia Fenobarbital aumenta a biotransformação da sulfoniulreias aumentando a chance de hiperglicemia Biguanidas: Metformina Tem basicamente 3 mecanismos de ação: Diminui a gliconeogênese hepática Aumenta a utilização da glicose pelo metabolismo anaeróbio Diminui a absorção intestinal de glicose. Diminui o apetite Esses efeitos são em resposta a ativação da enzima AMPK nos diferentes tecidos. Em virtude desses efeitos a metformina além de tratar o diabetes tipo II também é utilizada na redução de peso. 07 / 13 Contraindicação: Insuficiência renal Gravidez Doença hepática Alcoolismo Derivados do ácido Benzoico (Glinidas): Meglitinida Nateglinida Repaglinida O mecanismo de ação das glinidas é muito semelhante ao das sulfoniulreias,elas também estimulam a células beta do pâncreas a produzirem insulina. Elas também bloqueiam os canais de potássio, gerando a despolarização da célula e liberação de insulina, porém o sítio de ligação das glinidas é diferentes ao das sulfonilureias. Podem ser associadas com a metformina, para melhor controle glicêmico. Outra diferença entre as glinidas e as sulfonilureias é o tempo de ação, as glinidas tem um tempo de meia vida bem menor que o tempo de meia vida das sulfonilureias. As glinidas apresentam efeitos colaterais semelhantes aos das sulfonilureias, porém com menor risco de hipoglicemia. Tiazolidinadionas (Glitazonas): Rosiglitazona Pioglitazona Os PPARg é um fator de transcrição que ativa genes que regulam o metabolismo lipidico nos adipócitos estimulado pela insulina. Esse fator de transcrição é ativado pela insulina e pelas glitazonas. Farmacodinâmica das glitazonas: 08 / 13 É importante lembrar que as glitazonas necessitam da insulina para exercer seu efeito. Reduz a gliconeogênese, a oferta de glicose e a produção de triglicerídeos pelo fígado. Aumenta a sensibilidade do tecido muscular esquelético e adiposo para insulina. Podem ser associadas a metformina ou sulfonilureia. Efeitos Adversos: Retenção hídrica, edema e anemia leve. Ganho de peso dose-dependente. Não produzem acidose-láctica Inibidor da alfa-glicosidase: Acarbose Na borda de escova no intestino delgado existem enzimas alfa-glicosidase que quebram oligossacarídeos e dissacarídeos em monossacarídeos para facilitar a absorção. Essas enzimas se concentram principalmente na primeira metade do intestino delgado. A inibição dessa enzima pela acarbose retarda a absorção de carboidratos, pois só ocorrerá nas porções mais distais do intestino delgado e no colón. Efeitos adversos: Gastrointestinais: Desconforto abdominal Flatulência Diarreia Não existem efeitos sistêmicos indesejáveis e não são relatadas interações medicamentosas. Opção terapêutica segura para idosos. A ação desses fármacos depende da integridade das células beta do pâncreas, são indicados para o tratamento do diabetes tipo II. 09 / 13 Novas opções para o tratamento do Diabetes tipo II: Incretinas: As incretinas são hormônios intestinais liberados quando chega alimento no trato gastrointestinal. Existem dois tipos de incretinas a GIP e GLP1, uma vez na corrente sanguínea essas incretinas vão agir no pâncreas estimulando a secreção de insulina e inibindo a secreção de glucagon. Também atuam no SNC diminuindo o apetite e no trato gastrointestinal diminuem o esvaziamento gástrico. As incretinas são rapidamente metabolizadas pela enzima DPP4. Legenda: PAPEL FISIOLóGICO DAS INCRETINAS. Agonistas das incretinas: 10 / 13 São fármacos que simulam as ações das incretinas endógenas, e são mais resistentes a ação da DPP-4. Exanatida Liraglutida Inibidores da DPP-4: São fármacos que aumentam a o tempo de atividade das incretinas endógenas, aumentando assim a liberação de insulina pelas células beta e inibindo a liberação de glucagon pelas células alfa do pâncreas. Sitagliptina Vildagliptina Dapagliflozina: Inibidor do co-transporte tubular renal de sódio-glicose. Inibe a reabsorção tubular proximal de glicose e sódio, por mecanismo independente de insulina, Promove um aumento de glicosúria Melhora do controle glicêmico, Leva à perda de peso Reduz da pressão arterial. Contraindicação: Não deve ser usado em pacientes com disfunção renal moderada a grave. Efeitos Colaterais: Infecção genital Infecção urinária Poliúria 11 / 13 ATIVIDADE O mecanismo hipoglicemiante da metformina é: A. Inibe a absorção de carboidratos pelo intestino e aumenta a sensibilidade dos receptores de insulina. B. Aumenta a secreção de insulina e a sensibilidade dos receptores de insulina. C. Análogo do GLP-1 aumenta a secreção de insulina e diminui a secreção de glucagon. D. Inibe a alfa-glicosidase aumentando o tempo de meia vida das incretinas. ATIVIDADE Para o tratamento do diabetes tipo I são utilizadas diferentes tipos de insulina. . A. Insulina NPH principalmente por via endovenosa, para o efeito mais rápido. B. Insulina Glargina após as principais refeições, para diminuir a glicemia pós-prandial C. Associação da insulina Regular pela manhã e noite com a Glargina após as refeições para mimetizar a secreção fisiológica de insulina D. Insulina NPH de manhã, Regular após as refeições e NPH ao deitar. 12 / 13 ATIVIDADE O mecanismo hipoglicemiante da vildagliptina é: A. Inibe a absorção de carboidratos pelo intestino e aumenta a sensibilidade dos receptores de insulina. B. Inibe a DPP-4 aumentando o tempo de meia vida das incretinas C. Análogo do GLP-1 aumenta a secreção de insulina e diminui a secreção de glucagon D. Aumenta a secreção de insulina e a sensibilidade dos receptores de insulina. REFERÊNCIA BRUTON, L. L. et al. Goodman e Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11ª ed., Rio de Janeiro: MacGralHill, 2007. RANG, H. P.; DALE, M. M. Farmacologia. 6ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. FUCHS, F.D; Wannmacher, L.;Ferreira, M.B.C. Farmacologia clinica : fundamentos da terapêutica racional. 3ª ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. KATZUNG, B.G. (Ed.). Farmacologia: básica & clínica. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. ZANINI, A. C.; OGA, S. Farmacologia Aplicada. 5ª ed., São Paulo: Atheneu. 1994. GOLAN, David E. e col. Princípios de Farmacologia. A Base Fisiopatológica da Farmacoterapia. Guanabara Koogan, 3ª edição, 2014 13 / 13
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