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Farmacologia da Doença de Alzheimer DESCREVER OS MEDICAMENTOS UTILIZADOS PARA RETARDAR A PROGRESSÃO DA DOENÇA DE ALZHEIMER AUTOR(A): PROF. TATIANA CRISTINA FERREIRA ARAMINI AUTOR(A): PROF. VIVIANI MILAN FERREIRA RASTELLI O que é Doença de Alzheimer? Acho que todos nós já ouvimos falar de alguém (familiar próximo) ou conhecido, de idade avançada que começa a apresentar falhas significativas na memória recente! Este é o primeiro sinal da doença de alzheimer (DA). É a patologia neurodegenerativa mais frequente associada à idade, cujas manifestações cognitivas e neuropsiquiátricas resultam em deficiência progressiva e incapacitação. Afeta aproximadamente 10% dos indivíduos com idade superior a 65 anos e 40% acima de 80 anos. Levando em consideração o aumento da expectativa de vida da população, podemos observar e prever que, doenças associadas à idade como o Alzheimer terá um crescimento significativo em todo mundo. A maior ocorrência é nas mulheres, sendo de 2 a 3 vezes maior que nos homens. Descrita inicialmente pelo médico alemão Aloés Alzheimer (1864-1915) em 1907 sob o título de “Uma estranha doença do córtex cerebral”, no qual descrevia as características comuns a doença, como desorientação, distúrbios de linguagem, perda de memória, e presença de novelos neurofibrilares e placas senis em exame de necropsia cerebral. A região cerebral mais susceptível à disfunção neuronial e a à perda dos neurônios é o lobo temporal medial e hipocampo. Observa-se uma atrofia no córtex cerebral e perda de neurônios corticais. A primeira área afetada é o hipocampo (área relacionada a memória recente) e conforme a doença evolui, ocorre o acometimento do córtex cerebral (substância cinzenta), área relacionada a memória definitiva. 01 / 07 Os sinais e sintomas típicos dos estágios iniciais da doença de alzheimer são atribuídos à disfunção dessas estruturas, que causa perda transitória da memória anterógrada, sendo comum: perguntas repetitivas, perdas dos compromissos agendados e esquecimento dos detalhes cotidianos. Este início de perda de memória já é perceptível pelo paciente e pelos familiares, no entanto, não é grave a ponto de limitar as funções da vida diária. Já os estágios mais avançados da doença ocorre dependência crescente: o paciente terá dificuldade de falar o que precisa, de reconhecer as pessoas, de andar (até o estágio acamado) e dependente de fraldas. O paciente se esquecerá até mesmo de como deglutir e devido a possíveis consequencias de broncoaspiração, provavelmente precisará se alimentar por sonda nasogástrica (sonda que entra pelo nariz e chega no estômago) ou passar pelo procedimento de gastrostomia (fixação de sonda alimentar na altura do estômago). Sendo assim, o paciente permanecerá o restante da vida se alimentando por dieta enteral, tornando-se 100% dependente de seus cuidadores. A tristeza que acomete toda a família por ver um ente querido "virar novamente um bebê" faz a doença de alzheimer um grave problema de saúde que requer esforços no sentido de impedir a sua progressão. Atualmente, ainda não se fala em cura, mas em redução dos sintomas. Não é incomum presenciarmos cuidadores que passam a ter depressão mediante a esta rotina árdua de cuidados (requer que o cuidador pare de trabalhar, ou que tenham vários cuidadores em constante revezamento), já que o portador de DA precisa de cuidados 24 horas do dia. 02 / 07 FISIOPATOLOGIA Apesar da etiologia ainda não estar esclarecida, certos aspectos explicam as lesões e sintomas existentes na doença: Queda de acetilcolina (ACH) está ligada com a perda de memória, de atenção, controle motor e cognição; Redução também de noradrenalina, substância P; Alterações da apolipoproteina (ApoE) e emaranhados neurofibrilares com consequente inflamação e falência neuronal. Aumento das ações do glutamato que resulta na estimulação glutamatérgica excessiva, causando excitotoxicidade (entrada anormal de cálcio dentro dos neurônios). Fatores genéticos: histórico familiar, presença de síndrome de Down + fatores ambientais. O processo de diagnóstico é de difícil precisão, já que a doença é comumente associada às alterações cognitivas do próprio envelhecimento normal dos idosos. Atualmente o diagnóstico ocorre através da exclusão de outras patologias que causariam os mesmos sintomas, como complicações cerebrais e tumores. Nos dias de hoje estipulam-se três fases para a patologia que são: fase inicial, fase intermediaria e a fase final/terminal. Seu prognostico gira em torno de 8 anos após o diagnóstico inicial, porém isso depende de pessoa para pessoa; levando ao óbito em geral por infecções das vias urinárias ou pneumonia. 03 / 07 Legenda: ALTERAçõES QUE OCORREM NO PACIENTE COM DA ALTERAçõES NA DA TRATAMENTO DA DOENÇA DE ALZHEIMER A) Estratégia Colinérgica Os inibidores da colinesterase tem demonstrado grande eficácia no tratamento da patologia, apesar de não impedir sua progressão. A inibição da colinesterase diminui a degradação da Ach, aumentando a oferta da mesma na fenda sináptica. No Brasil, a ANVISA mantém licenciados 3 fármacos inibidores da colinesterase: Objeto disponível na plataforma Informação: Alterações na DA Foto de neurônios com emaranhados neurofibrilares que resultam na morte neuronal. 04 / 07 Rivastigmina Galantamina Donepezil O donepezil possui maior tempo de meia-vida o que possibilita uma única administração diária. A tacrina foi o primeiro fármaco aprovado para tratar a DA, porém seus efeitos colaterais de hepatotoxicidade, resultaram no desuso da mesma. Donepezil Rivastigmina Galantamina Bloqueio da acetilcolinesterase (ACHE) Não competitivo Não competitivo Competitivo Indicações DA branda a grave DA branda a moderada DA branda a moderada Reações adversas: Em geral são fármacos bem tolerados e os efeitos colaterias comuns são: desconforto gastrointestinal e cãimbras musculares. B) Estratégia glutamatérgica Na Doença de Alzheimer há uma estimulação excessiva dos receptores NMDA (receptor de glutamato) o que gera um influxo de cálcio indesejado, gerando uma serie de cascatas intracelulares, levando assim a morte neuronal. Memantina É um antagonista não competitivo de moderada afinidade de receptores tipo NMDA do glutamato, promovendo a redução da excitotoxicidade neuronal, induzido por NMDA e mediado pelo cálcio. É utilizada como fármaco coadjuvante ou alternativo aos inibidores da colinesterase. Reações adversas: cefaleias e tonturas (geralmente é brando e reversível). Excreção renal: requer monitoramento se o paciente tiver uma disfunção renal grave. 05 / 07 ANTIDEPRESSIVOS TRICíCLICOS É comum que o paciente idoso com DA tenha também prescrição de antidepressivos (considerando a polifarmácia e várias doenças associadas). Devemos nos atentar que normalmente os antidepressivos tricíclicos podem piorar os sintomas cognitivos. Isto ocorre devido a falta de seletividade desta classe. Como estes fármacos são antagonistas muscarínicos pode ocorrer um prejuízo no tratamento da DA. Lembre-se que na DA a acetilcolina esta reduzida e bloquear os receptores de acetilcolina não seria nada interessante! ATIVIDADE FINAL Na doença de alzheimer (DA), as alterações observadas à nível de neurotransmissores, são o excesso e a falta de, respectivamente: A. Serotonina e glutamato B. Glutamato e acetilcolina C. acetilcolina e glutamato D. noradrenalina e acetilcolina São fármacos não competitivos na inibição da enzima acetilcolinesterase: A. Donepezil e Galantamina B. Rivastigmina e Galantamina C. Donepezil e Rivastigmina D. Memantina e Galantamina 06 / 07 REFERÊNCIA FUCHS, F.D; WANNMACHER L. Farmacologia Clínica. 4º ed. Editora Guanabara Koogan. GOODMAN;GILMAN. As Bases Farmacológicas da Terapêutica. 11ª ed Editora MCGraw-Hill. RANG, H. P.; DALE, M. M.; RITTER, J. M. Farmacologia. 6º ed. Editora Guanabara Koogan. STAHL S. M. Psicofarmacologia. Bases neurocientíficas e aplicações práticas. 3º ed. Editora Guanabara Koogan. 07 / 07
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