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27/02/2013
Primeira Aula eu faltei
Ocorrência Policial – clonagem de cartão
Objeto da matéria: Processos de conhecimento. Procedimento comum (ordinário e sumário)
Material do Bodão:
Professor: Ricardo Rossi
RICARDO.ROSSI@UNICEUB.BR
Carrera Alvim – Revisar TGP
PROCESSO DE CONHECIMENTO
Serve para passar a conhecer algo desconhecido.
O juiz somente consegue prestar a jurisdição se conhecer o caso concreto.
Jurisdição: é o poder/dever do Estado de aplicar o ordenamento jurídico ao caso concreto
Declarar a existência de uma relação jurídica.
Visa resolver um problema especificamente: o problema de dúvida;
Tem natureza cognitiva.
Processo de conhecimento sincrético:
É a reunião de duas naturezas distintas em um mesmo processo, ou seja, no mesmo processo se tem a fase cognitiva (conhecimento) e a fase de cumprimento de sentença (execução).
Processo: relação jurídica entre os sujeitos processuais, composta de direitos e obrigações recíprocas.
Procedimento: é um conjunto organizado de atos processuais. É o meio pelo qual o processo se desenvolve. 
Autos: são os documentos que registram os atos processuais.
PROCESSO DE EXECUÇÃO
Se há um título de execução, não há necessidade do processo de conhecimento, o que leva a outro tipo de processo: processo de execução. Esse tipo de processo é cabível quando há falta de satisfatividade (falta do pagamento) de um título executivo.
Para ser executivo o título deve ser: líquido, certo e exigível.
Se o título não for executivo existe dúvida, se há dúvida, é processo de conhecimento
PROCESSO CAUTELAR: 
Visa resguardar bens para que ao final do processo principal, caso seja necessário, tenha bens para sanar a dívida (caráter preventivo). Garantir o resultado útil do processo de conhecimento, resguardando pessoas/bens.
Urgência;
Acessório, subsidiário dos outros processos;
Resguardar bens para que ao final do processo principal (processo de conhecimento) não haja degradação do patrimônio pleiteado;
Mero instrumento de garantia.
O CPC trata do procedimento ordinário a partir do art. 282, dividindo-o em quatro fases:
Postulatória – na qual o autor formula sua pretensão por meio da petição inicial e o réu apresenta sua resposta
Ordinatória – em que o juiz saneia o processo e aprecia os requerimentos de provas formulados pelas partes
Instrutória – em que são produzidas as provas necessárias ao convencimento do juiz
Decisória
Isso não significa que, em cada uma das fases, sejam praticados apenas atos processuais do tipo que lhes dá o nome. A classificação leva em conta apenas o tipo de ato predominante. Por exemplo, em qualquer uma das fases, não apenas na decisória, o juiz proferirá decisões interlocutórias.
01/03/2013
FASE POSTULATÓRIA
Essa fase presta-se a que ambos os litigantes – autor e réu – tenham oportunidade de manifestar-se, apresentar a sua versão dos fatos, e formular eventuais pretensões ao juízo.
PETIÇÃO INICIAL
Ato processual que dá início ao processo, ao procedimento e define os contornos objetivos e subjetivos da lide, dos quais o juiz não poderá desbordar. É por meio dela que será possível apurar os elementos identificadores da ação: as partes, o pedido e a causa de pedir.
NÚCLEO CENTRAL DA PETIÇÃO INICIAL (são os elementos da ação):
PARTES
PEDIDO
CAUSA DE PEDIR
Enquanto função, é instrumento do exercício do direito de ação.
Como conteúdo, tem de trazer os elementos da ação: pedido, causa de pedir e partes.
É exercido em função de uma lide. 
Tem como objetivo provocar a jurisdição
Considerações
	Ato processual – direto ação
Princípios quanto à forma: predeterminação da forma. A forma é predeterminada pela lei. Distinto do Direito material: liberdade das formas (a forma prescrita é exceção). No campo processual, prepondera o princípio da predeterminação da forma.
		Escrita/oral - 
REQUISITOS FORMAIS (arts. 282 e 283). Os primeiros (art. 282) indicam os requisitos intrínsecos, da própria petição inicial; o previsto no art. 283 diz respeito a eventuais documentos que devam necessariamente acompanhá-la. 
Art. 282. A petição inicial indicará:
I – o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
II – os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu;
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV – o pedido, com as suas especificações;
V – o valor da causa;
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
VII – o requerimento para a citação do réu.
I – Endereçamento – para cumprir o objetivo de provocar a jurisdição. Um eventual erro não ensejará o indeferimento da inicial, mas tão somente a remessa da inicial ao correto destinatário. 
i – o juiz ou tribunal, a que é dirigida;
	II – Partes – limites subjetivos da demanda.
ii – os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e do réu;
É a individualização do autor e do réu indispensável para a identificação dos sujeitos da relação processual e da lide.
Mitigação – (relativização) – nem sempre é possível conseguir todos os dados da parte contrária. Se fosse tão rígida, poderia impedir o direito de ação. O Judiciário permite então uma relativização. O autor pode pedir ao juiz que oficie algum órgão (ex: Detran) para se obter os dados da parte contrária.
Quando impossível a individualização do réu, por desconhecidos os dados apontados pela lei, a inicial fornecerá elementos esclarecedores que o distingam de qualquer outra pessoa e tornem certa a pessoa contra quem ou em relação a quem a ação é proposta.
Caso o juiz verifique que não há meios para a identificação do réu, a citação poderá ser feita por edital, na forma do art. 231, I. É o que ocorre, por exemplo, nas ações possessórias quando há grandes invasões de terra, em que nem sempre será possível identificar e qualificar os invasores.
Art. 231. Far‑se‑á a citação por edital:
I – quando desconhecido ou incerto o réu;
(...)
III – Lide – apresentar os fatos e fundamentos do pedido. Trata-se de requisito respeitante ao mérito da causa
iii – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
Na exposição do fato e dos fundamentos jurídicos do pedido, ou seja, na causa petendi , do que decorre o pedido, deverão transparecer as condições da ação: possibilidade jurídica do pedido, a legitimação para agir e o interesse para agir.
Esse é um dos requisitos de maior importância da petição inicial, sobretudo a descrição dos fatos, que, constituindo um dos elementos da ação, vincula o julgamento (teoria da substanciação). O juiz não pode se afastar dos fatos declinados na inicial, sob pena de a sentença ser extra petita. A causa de pedir e o pedido formulados darão os limites objetivos da lide, dentro dos quais deverá ser dado o provimento jurisdicional.
Por isso, os fatos devem ser descritos com clareza, e manter correspondência com a pretensão inicial. É causa de inépcia da petição inicial a falta de causa de pedir, ou de correspondência entre ela e o pedido (art. 295, §único). Além dos fatos, o autor deve indicar o direito aplicável ao caso posto à apreciação do juiz. Não é necessária a indicação do dispositivo legal, mas das regras gerais e abstratas das quais se pretende extrair a consequência jurídica postulada pelo autor. A indicação do direito não vincula o juiz, que conhece o direito (juria novit curia) e pode valer-se de regras diferentes daquelas apontadas na petição inicial. Por isso, pode haver alguma tolerância do juízo em relação a isso na inicial, mas não em relação aos fatos, que devem ser descritos com toda a precisão e clareza necessárias para que o juiz possa compreendê-los.
Causa de Pedir - não é necessário identificar os dispositivos legais (artigo). O que importa é a consequência jurídica. No direito pátrio anterior a 1939, para maior clareza do libelo, este deveria formalizar-se por artigos, contendo cada artigo uma afirmação. A inicial deveria ser articulada. Conforme o Código de Processo Civil, desapareceu essa exigência, bastando que o fato e osfundamentos jurídicos do pedido sejam expostos com clareza e precisão, de maneira que o réu possa preparar a defesa. A inicial, assim, tanto pode ser articulada como expositiva, conquanto se deva dar preferência àquela forma, principalmente quando exponha fatos que dependam de prova por depoimento da parte ou de testemunhas.
			Causa de Pedir Remota – (ou fática) – são os fatos
			Causa de pedir Próxima – (ou jurídica) – são os fundamentos
Fundamento jurídico do pedido não é a norma de direito em que este se apoia. A norma jurídica em que se tutela a pretensão poderá e mesmo convirá seja indicada, mas não se impõe ao autor a indicação. A exposição dos fatos é suficiente para deles o juiz extrair o direito aplicável: da mihi factum, dabo tivi ius; iura novit curia. 	
O nome da ação não é elemento essencial (ex: ação de cobrança). É até irrelevante. O que identifica a ação é a causa de pedir e o pedido (em especial este)
“Ação ordinária” é incorreto. “Ação” é o direito e “ordinário” é procedimento.
Melhor utilizar: “ação declaratória” “ação condenatória”, etc. 
		CUMULAÇÃO DE FUNDAMENTOS
Admite-se a cumulação de fundamentos, caso em que haverá duas ou mais causas de pedir. É possível, por exemplo, que o autor funde a sua pretensão a anular um contrato na incapacidade de um dos participantes e na existência de um vício de consentimento.
Se cada um dos fundamentos for, por si só, suficiente para o acolhimento do pedido, basta que um deles fique provado para que o juiz profira sentença de procedência. Mas para que julgue improcedente, é preciso que afaste todos os fundamentos invocados. Ou seja, quando houver cumulação de fundamentos, basta ao autor que demonstre um deles para que o pedido seja acolhido; mas, para que seja rejeitado, é preciso que todos sejam afastados.
	IV – Pedido (ou objeto). Pedido (arts. 286 a 294)
iV – o pedido, com as suas especificações;
Tendo-se exposto o fato e os fundamentos jurídicos do pedido, a causa petendi, formula-se o pedido que daí resulta. “O pedido deve ser concludente: estar de acordo com o que se expõe, com a causa de pedir” (Pontes de Miranda). 
É a pretensão que o autor leva à apreciação do juiz.
É preciso que o autor indique com clareza os pedidos:
IMEDIATO: tipo de tutela jurisdicional que se pede. É a provisão jurisdicional – sentença meramente declaratória, sentença constitutiva, sentença condenatória.
MEDIATO: pretensão do direito material. Aquilo que se quer alcançar com a tutela. É o bem da vida almejado. Ex: indenização por danos morais.
Assim, na inicial da ação reivindicatória, pede-se seja o réu condenado (sentença condenatória, pedido imediato) a entregar o imóvel (pedido mediato). 
Ambos vincularão o juiz, já que servem para identificar a ação. O julgador não poderá conceder nem um provimento jurisdicional, nem um bem da vida, distintos daqueles postulados na inicial.
Daí a necessidade de que seja indicado com clareza, e de que mantenha correlação lógica com a causa de pedir. A atividade judiciária é silogística: o juiz, ao proferir o julgamento, examinará a premissa maior (as regras gerais e abstratas do ordenamento jurídico, os fundamentos jurídicos) e a premissa menor (os fatos), para então extrair delas as consequências jurídicas (pedido). Por isso, é preciso que na petição inicial, o autor indique os fatos, o direito, e o pedido, que deve decorrer logicamente da aplicação do direito ao fato concreto levado ao seu conhecimento.
		PEDIDO CERTO E DETERMINADO:
Embora a redação fale em “pedido certo ou determinado”, na verdade deve ser “certo e determinado”.
Certo: permite a identificação do bem da vida pretendido (an)
Determinado: indica a quantidade postulada (quantum)
Art. 286. O pedido deve ser certo ou determinado. É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I – nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados; ver artigos 90 e 91 do CC. Exs: herança e patrimônio. Justifica-se o pedido genérico porque o autor pode não ter condições de individuar os bens que integram a universalidade.
II - quando não for possível determinar, de modo definitivo, as consequências do ato ou do fato ilícito; às vezes, no momento de propositura da demanda, não se sabe se a vítima de acidente de carro poderá se recuperar da lesão corporal ou se desta resultará incapacidade, nem se está será permanente ou temporária. 
III – quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. Ex: ação de prestação de contas. Só depois que o réu as prestar, se poderá verificar se há saldo em favor do autor.
Genérico Lícito: a petição de herança constitui exemplo de ação universal em que o autor, não podendo individuar os bens, pode formular pedido indeterminado. 
Pedido Genérico: certo, mas não determinado. O autor indica o bem da vida pretendido, mas não a quantidade. 
		PEDIDO IMPLÍCITO:
Os pedidos são, em regra, interpretados restritivamente; não se considera incluído aquilo que não tenha sido expressamente postulado.
Mas há alguns pedidos que se reputam implícitos. O art. 293 menciona os juros legais. Os juros de mora incluem-se na liquidação, ainda que tenha sido omisso o pedido e a condenação (Súmula 254 STF).
Art. 293. Os pedidos são interpretados restritivamente compreendendo‑se, entretanto, no principal os juros legais.
Súmula 254 STF. Incluem‑se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação.
Também reputa-se implícito o pedido de incidência de correção monetária, que não é acréscimo, mas atualização do valor nominal da moeda. O pedido de condenação do réu ao pagamento das custas, despesas e honorários advocatícios também (Súmula 256 STF). 
Súmula 256 STF. É dispensável pedido expresso para condenação do réu em honorários, com fundamento nos artigos 63 ou 64 do Código de Processo Civil.
Por fim, considerar-se-ão incluídas no pedido, independentemente de requerimento expresso, as prestações periódicas a que se refere o art. 290 do CPC, que abrange as que se vencerem até a sentença, e depois dela, até o término da obrigação. 
Art. 290. Quando a obrigação consistir em prestações periódicas, considerar‑se‑ao elas incluídas
no pedido, independentemente de declaração expressa do autor; se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá‑las ou de consigná‑las, a sentença as incluirá na condenação, enquanto durar a obrigação.
CUMULAÇÃO DE PEDIDOS: 
É possível a cumulação – em um único processo -, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
É a chamada cumulação objetiva, que distingue da subjetiva, em que há mais de um autor ou de um réu (litisconsórcio).
Há controvérsia doutrinária a respeito do cúmulo objetivo, que para uns implica verdadeira cumulação de ações em um único processo, e para outros constitui apenas cumulação de vários pedidos ou pretensões, em um única ação e processo.
Seja como for, não há controvérsia quanto ao fato de que o processo é único, e que única será a sentença, na qual todas as pretensões haverão de ser examinadas.
CUMULAÇÃO PRÓPRIA: 
Cumulativos simples - Ex: indenização por danos material e moral (são ndependentes). Ocorre quando os pedidos somente têm em comum as partes. Tais pedidos poderão ser formulados independentemente e o juiz poderá julgar todos procedentes ou improcedentes, ou apenas algum ou alguns procedentes. Há cumulação simples, por exemplo, quando “A” propõe ação contra “B” cobrando cumulativamente, duas dívidas, sendo uma oriunda de contrato de mútuo e a outra proveniente de contrato de compra e venda.
Distingue da cumulação sucessiva na medida em que os pedidos formulados não dependem uns dos outros, isto é, não há relação de prejudicialidade entre uns e outros, sendo possível que o juiz acolha alguns e não os demais.
É o previsto no art. 292.
Art. 292. É permitida a cumulação, num único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação:I - que os pedidos sejam compatíveis entre si; este requisito não se aplica à cumulação imprópria; Ex: pedir revisão do aluguel e o despejo do inquilino
II - que seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - que seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, admitir-se-á a cumulação, se o autor empregar o procedimento ordinário. 
Cabe ao juiz, de ofício, verificar os requisitos mencionados, salvo eventual incompetência relativa, que depende de exceção apresentada pelo réu. Não sendo possível a cumulação, o juiz verificará se é caso de indeferir a petição inicial, ou de reduzir os limites objetivos da lide, determinando o prosseguimento apenas de um ou de alguns dos pedidos formulados.
	
A fórmula empregada pelo art. 292, ao dispensar a conexão como requisito de admissibilidade, tem por escopo evitar a proliferação de demandas entre as mesmas partes, propiciando economia de tempo e de dinheiro e, dessa forma, colaborando para a realização do princípio de acesso à justiça.
Sucessivos – Ex: reconhecimento de paternidade e pensão alimentícia (pedido principal e acessório). O acolhimento do segundo depende do acolhimento do primeiro. O autor formula dois ou mais pedidos em relação ao mesmo réu, buscando êxito em todos. No entanto, o acolhimento de uns depende do acolhimento de outros, já que as pretensões guardam entre si relação de prejudicialidade. 
Na cumulação sucessiva, HÁ CONEXÃO ENTRE OS PEDIDOS, o que é dispensado na simples.
CUMULAÇÃO IMPRÓPRIA: a rigor, não há exatamente cumulação, porque o que se pede ao juiz é que acolha apenas um dos pedidos formulados. 
Alternativos – um exclui o outro. (obrigações alternativas). O autor formula mais de um pedido, mas pede ao juiz o acolhimento de apenas um, sem manifestar preferência por este ou aquele. 
Cumprirá ao juiz verificar, em caso de procedência, qual dos pedidos deve ser acolhido.
Art. 288. O pedido será alternativo, quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Isto quer dizer que, podendo o devedor cumprir sua obrigação de mais de um modo, o autor deve formular pedido que permita ao devedor escolher o modo pelo qual deseja cumpri-la.
Parágrafo Único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. 
Se, em virtude da natureza da obrigação, o devedor pode cumprir sua prestação de dois modos, pouco importa que o autor, que pretende ver cumprida a prestação, não tenha formulado pedido alternativo, conferindo ao réu a oportunidade de escolher o modo mais conveniente para cumprir a obrigação. Nesse caso, não tendo sido formulado pedido alternativo, deve o juiz assegurar ao réu a possibilidade de cumprir a prestação de um ou outro modo.
O pedido alternativo não decorre somente de uma obrigação alternativa. Pode haver cumulação alternativa ainda quando determinado litígio puder ser solucionado por mais de um modo. É possível, por exemplo, que, não tendo o fornecedor de serviços atuado a contendo, o consumidor postule o refazimento ou indenização. 
Eventuais ou subsidiários: assemelham-se aos alternativos, porque o autor formula mais de um pedido, com a pretensão de que só um deles seja acolhido, mas distinguem-se, porque o autor manifesta a sua preferência, podendo-se dizer que há um pedido principal e um subsidiário, que só deverá ser examinado se o primeiro não puder ser acolhido. Se o juiz acolher o principal, o autor não poderá recorrer; mas se acolher o subsidiário, sim, pois terá sucumbido, uma vez que a pretensão preferencial não foi acolhida. 
	V – Valor da Causa
V – o valor da causa;
	Art. 258. A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato.
		Tal atribuição terá grande relevância para o processo, pois repercutirá sobre:
A competência, pois o valor da causa é critério para a fixação do juízo;
O procedimento, pois influi na adoção do sumário, para causas de valor até sessenta salários mínimos, bem como sobre o âmbito de atuação do juizado especial cível;
No calcula das custas e do preparo, que podem ter por base o valor da causa;
Nos recursos em execução fiscal, conforme Lei nº 6.830/80
Na possibilidade de o inventário ser substituído por arrolamento sumário (CPC, art. 1.036, caput).
Para determinar, por exemplo, a competência.
Obs: se ultrapassar o limite dos juizados especiais, é permitido ao autor abrir mão da parte que ultrapassar. 
Todas as demandas devem indicar o valor da causa, o que inclui a reconvenção, a oposição e os embargos do devedor.
Deve corresponder ao conteúdo econômico do que está sendo postulado, e não daquilo que é efetivamente devido. Com frequência, o réu impugna sob o argumento de que o valor pretendido é excessivo e que o autor não faz jus a tal montante. Mas o que cabe ao juiz avaliar, na impugnação, é o conteúdo econômico da pretensão formulada, sem qualquer juízo de valor a respeito de ela ser ou não devida. Do contrário, o juiz teria de antecipar o exame do mérito, decidindo-o nessa fase. 
O juiz poderá determinar a redução equitativa do valor da causa, caso verifique que, fixada em montante excessivo, pode prejudicar o exercício de alguma faculdade processual pelo réu, que depende do recolhimento de custas calculadas com base no valor da causa. (STJ)
O valor da causa não repercute sobre os limites objetivos da lide. Se o autor postula um montante, e atribui valor à causa menor, ainda que isso passe despercebido e o valor seja mantido, o juiz na sentença não ficará limitado a este, mas ao que foi pedido.
		Critérios para fixação: 
Em regra, deve corresponder ao conteúdo econômico da demanda. Naquelas que não têm conteúdo econômico, a fixação será feita por estimativa do autor.
			Art. 259. O valor da causa constará sempre da petição inicial e será:
i – na ação de cobrança de dívida, a soma do principal, da pena e dos juros vencidos até a propositura da ação;
ii – havendo cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;
iii – sendo alternativos os pedidos, o de maior valor;
iV – se houver também pedido subsidiário, o valor do pedido principal;
V – quando o litígio tiver por objeto a existência, validade, cumprimento, modificação ou rescisão de negócio jurídico, o valor do contrato;
Vi – na ação de alimentos, a soma de doze prestações mensais, pedidas pelo autor;
Vii – na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, a estimativa oficial para lançamento do imposto. 
Art. 260. Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, tomar‑se‑a em consideração o valor de umas e outras. O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado, ou por tempo superior a um ano; se, por tempo inferior, será igual à soma das prestações. 
		Impugnação ao valor da causa:
Art. 261. O réu poderá impugnar, no prazo da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor. A impugnação será autuada em apenso, ouvindo‑se o autor no prazo de cinco dias. Em seguida o juiz, sem suspender o processo, servindo‑se, quando necessário, do auxílio de perito, determinará, no prazo de dez dias, o valor da causa.
Parágrafo único. Não havendo impugnação, presume‑se aceito o valor atribuído à causa na petição inicial. 
O art. 261 autoriza o réu a impugnar o valor da causa, no prazo de resposta. O parágrafo único estabelece que, não havendo impugnação, presume-se aceito o valor atribuído à causa pelo autor, o que traz a impressão de que o juiz não poderia, de ofício, determinar a retificação. 
			Mas, em determinadas circunstâncias, ele poderá fazê-lo. São elas:
O autor ter desrespeitado algum dos critérios fixados em lei;
Ter atribuído valor à causa em montante incompatível com o conteúdo econômico da demanda, que possa repercutir sobre a competência ou oprocedimento a ser observado.
No caso em que, fixada em montante excessivo, pode prejudicar o exercício de alguma faculdade processual pelo réu (STJ).
	VI – Provas
Vi – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;
O autor tem o ônus de provar as suas afirmações. Cumpre-lhe, portanto, desde logo, comunicar ao juiz e ao réu de que meios de prova pretende valer-se para demonstrar a verdade de suas alegações. 
Não há necessidade, entretanto, de indicar a prova que se vai produzir in concreto, isto é, de individualizar-se a prova, bastando menção à espécie de prova – prova documental, testemunhal, depoimento pessoal, exames periciais etc (Pontes de Miranda).
Como na petição inicial, o autor ainda não tem condições de saber o que será controvertido pelo réu, há certa tolerância quanto a este requisito da inicial. Entende que a sua omissão não é razão para indeferi-la, nem impede que oportunamente sejam requeridas provas pelo autor.
		
		
≠283 – as provas a que se refere o 282, VI são direcionadas aos fatos, que são a causa de pedir. Não necessariamente devem ser juntadas. Basta que sejam mencionadas. Indicação, especificação e produção das provas. 
A prova documental, quando nela se fundamentar o pedido, deverá instruir a inicial. 
Art. 283. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
O 283 fala que deve juntar na petição inicial. Objeto: são documentos indispensáveis à propositura da ação (legitimidade, capacidade postulatória, capacidade de estar em juízo...). O artigo determina que se junte esses documentos à petição inicial.
		Ritos
			Ordinário
Sumário (rol de testemunhas/ quesitos/ assistência técnica) – além de indicar as provas, tem de individualizar. Isso é necessário para dar maior celeridade. 
Momentos da prova (veremos mais adiante): Indicação, especificação e produção. 
	VII – Citação do réu
Vii – o requerimento para a citação do réu.
Trata-se de requisito de menor importância, cuja ausência há de ser tolerada, já que o pedido de citação está implícito no ajuizamento da demanda. Não há razão para que se mande emendar a inicial, ou para que se a indefira, por falta desse requisito.
	VIII – Endereço do advogado do autor
Compete ao advogado declarar o endereço em que receberá as intimações. Se a inicial for omissa, o juiz mandará que a omissão seja cumprida no prazo de 48 horas, sob pena de indeferi-la. Havendo qualquer mudança de endereço, cumpre ao advogado comunicá-la em juízo, sob pena de reputarem-se válidas as intimações enviadas, em carta registrada, para endereço constante dos autos.
Art. 295. A petição inicial será indeferida:
(...) 
VI – quando não atendidas as prescrições do artigo 39, parágrafo único, primeira parte, e artigo 284.
Art. 39. Compete ao advogado, ou à parte quando postular em causa própria:
I – declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço em que receberá intimação;
II – comunicar ao escrivão do processo qualquer mudança de endereço.
Parágrafo único. Se o advogado não cumprir o disposto no nº I deste artigo, o juiz, antes de determinar a citação
do réu, mandará que se supra a omissão no prazo de quarenta e oito horas, sob pena de indeferimento da petição; se infringir o previsto no nº II , reputar‑se‑ao válidas as intimações enviadas, em carta registrada, para o endereço constante dos autos.
DOCUMENTOS PARA PROPOSITURA (art. 283) - Ler doutrina – comparar com o art. 282, VI
Art. 283. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
	Os documentos não indispensáveis podem ser juntados a qualquer tempo, na forma do art. 397 do CPC.
Art. 397. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados, ou para contrapo‑los aos que foram produzidos nos autos.
Por exemplo, em ação de separação judicial, é indispensável juntar a certidão de casamento; em ação reivindicatória de imóveis, a certidão de propriedade; em ação de alimentos de procedimento especial, a prova de paternidade ou parentesco; em ação de anulação de contrato escrito, o contrato.
Se o documento não estiver em poder do autor, caber-lhe-á requerer ao juiz que ordene ao réu ou ao terceiro a exibição (arts. 355 a 360). 
Com a inicial, o autor juntará ainda a procuração e o comprovante de recolhimento das custas judiciais, salvo eventual requerimento de justiça gratuita. 
06/03/2013
EMENDA (art. 284): causada pela falta de requisitos formais (arts. 282 e 283)
	Ao verificar que a inicial não preenche os requisitos dos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos ou irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, o juiz determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de dez dias. Não pode a indeferir, desde logo, se existe a possibilidade de o vício ou irregularidade serem sanados pelo autor. Daí a necessidade de que o juiz faça uma leitura atenta, antes de recebê-la, uma vez que depois da citação do réu é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu.
Art. 264. Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo‑se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei.
Parágrafo único. A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo. 
Tem-se admitido, mesmo depois da contestação, o aditamento da inicial, do qual não resulte alteração do pedido ou causa de pedir, mas que sirva apenas para o esclarecimento de alguma dúvida ou o afastamento de algum defeito, que dificultava a sua compreensão.
O prazo para emenda da inicial não é preclusivo: se o autor a emendar depois dos dez dias, o juiz receberá a emenda, salvo se tiver proferido a sentença de indeferimento. Se necessário, poderá determinar mais de uma vez a emenda da inicial, até que todos os esclarecimentos sejam prestados.
10 dias sob pena de indeferimento– juiz não fala qual o erro (apenas: “emende-se a inicial”)
	Falta de requisitos (arts. 282 e 283) – Defeito – Irregularidade
Art. 284. Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos artigos 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de dez dias.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.
Art. 295. A petição inicial será indeferida:
(...)
VI – quando não atendidas as prescrições do artigo 39, parágrafo único, primeira parte (endereço para intimação), e artigo 284. A parte final do artigo repete o prescrito no parágrafo único do artigo 284, de que a falta de emenda da inicial enseja seu indeferimento. 
(...)
	Se não regularizar -> indeferimento da inicial
Indeferimento da petição inicial – uma das causas de extinção do processo sem resolução de mérito
Art. 267. Extingue‑se o processo, sem resolução de mérito:
I – quando o juiz indeferir a petição inicial;
(...)
	
INDEFERIMENTO DA INICIAL:
	A primeira atuação do juiz no processo é o juízo de admissibilidade da petição inicial.
	Três consequências da análise da petição inicial:
Pode encontrá-la em termos, caso em que determinará o prosseguimento com a citação do réu (ou até com o julgamento imediato, na hipótese do 285-A);
Pode constatar a necessidade de algum esclarecimento, ou a solução de algum defeito ou omissão, caso em que concederá prazo ao autor para emendá-la;
Pode verificar que há um vício insanável, ou que não foi sanado pelo autor, no prazo que lhe foi concedido, caso em que proferirá sentença de indeferimento da inicial.
Só há análise da petição, isto é, dos aspectos puramente formais.
	Verifica-se o cumprimento dos requisitos do direito de ação.
No curso do processo, e a qualquer tempo, o juiz pode, constatada a existência de alguma das hipóteses do art. 267,extinguir o processo sem julgamento de mérito. Mas a expressão “indeferimento da petição inicial” deve ficar reservada à hipótese em que o juiz põe fim ao processo antes de determinar que o réu seja citado, no momento em que faz os primeiros exames de admissibilidade.
	
	Art. 267, I -> Art. 295
Inépcia -> § único
Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de mérito: (ver observação em relação à prescrição e decadência)
I – quando o juiz indeferir a petição inicial;
(...)
Art. 295. A petição inicial será indeferida:
I – quando for inepta; (ver parágrafo único abaixo)
II – quando a parte for manifestamente ilegítima; a ilegitimidade há de ser indubitável, podendo ser detectada prima facie no exame da inicial.
III – quando o autor carecer de interesse processual; essa hipótese, somada à anterior e a inépcia por impossibilidade jurídica, completa o quadro relacionado às condições da ação, cuja falta, se detectável desde logo, ensejará o indeferimento da inicial, e se constatada a posteriori levará à extinção sem julgamento de mérito.
Art. 267. Extingue‑se o processo, sem resolução de mérito:
(...)
VI – quando não concorrer qualquer das condições da ação, como a possibilidade jurídica, a legitimidade das partes
e o interesse processual;
(...)
IV – quando o juiz verificar, desde logo, a decadência ou a prescrição (artigo 219, § 5º ); é a hipótese em que o indeferimento da inicial implicará resolução de mérito (ver observação abaixo). Como ambas podem ser reconhecidas de ofício, o juiz poderá declará-las desde logo. Mas é sempre prudente e recomendável que, antes de o fazer, dê oportunidade ao autor de se manifestar sobre o assunto, pois pode ocorrer que ele acabe demonstrando que, por algum modo, os prazo prescricionais ou decadenciais acabaram não se consumando.
V – quando o tipo de procedimento, escolhido pelo autor, não corresponder à natureza da causa, ou ao valor da ação; caso em que só não será indeferida, se puder adaptar-se ao tipo de procedimento legal; é o erro na escolha do procedimento. Só levará à extinção do processo quando a inicial não puder se adaptar ao tipo de procedimento legal, ou, mais precisamente, quando o juiz, determinando ao autor que adapte a inicial no prazo, constate que ele não o fez.
VI – quando não atendidas às prescrições do artigo 39, parágrafo único, primeira parte, e artigo 284.
(...)
Dentre as hipóteses do art. 295, predominam aquelas em que, do indeferimento da inicial, resulta a extinção do processo sem julgamento de mérito (conforme previsto no caput do 267). Mas, havendo o reconhecimento ab initio da prescrição e decadência – que pode ser feito de ofício – o juiz porá fim ao processo com resolução de mérito. 
	Parágrafo único. Considera-se inepta a petição inicial quando:
I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;
III – o pedido for juridicamente impossível;
IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.
Inépcia: é a inaptidão da inicial para produzir os resultados almejados, seja por falta de pedidos seja por falta de fundamentação.
	
O ato judicial que indefere a petição inicial é a sentença, por força do que dispõe os arts. 267,I (ato que, embora não decidiu o mérito, extinguiu o processo) e 269, IV (única hipótese em que há resolução do mérito). Contra ela o recurso adequado será o de apelação, que tem uma peculiaridade, estabelecida no art. 296:
Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de quarenta e oito horas, reformar sua decisão.
Parágrafo único. Não sendo reformada a decisão, os autos serão imediatamente encaminhados ao tribunal competente. 
	Sentença: ato que decide o mérito ou extingue o processo. Não há, necessariamente, análise do mérito.
Trata-se de apelação com efeito regressivo (ou retratativo), em que o juiz tem a possibilidade de, ponderando os argumentos apresentados pelo autor no recurso, reconsiderar sua decisão e determinar a citação do réu. 
Se o juiz a reconsiderar, a sentença do indeferimento ficará sem efeito e será determinada a citação do réu; do contrário, mantida a sentença, serão remetidos os autos à segunda instancia, sem as contrarrazões do réu, que nem sequer havia sido citado. Caso o recurso seja provido, haverá a citação, e o réu terá oportunidade de manifestar-se. Nessa ocasião, poderá renovar a tese que o juiz havia acolhido para indeferir a inicial, rechaçada pelo tribunal, pois a apreciação da segunda instância não foi feita após o contraditório; e o réu poderá trazer novos argumentos que convençam os julgadores.
Há controvérsias sobre a aplicação desses procedimentos no caso de indeferimento da inicial em razão da prescrição ou decadência (considerando que houve resolução de mérito). Contudo, entende-se que deverá ser aplicado, tendo em vista que o art. 296 não faz nenhuma distinção entre o indeferimento da inicial do qual resulta a extinção sem ou com resolução do mérito. 
Obs: na apelação contra sentença de improcedência de plano (próximo item abaixo), o réu apresenta contrarrazões antes da análise da apelação pelo tribunal. Aqui, o réu só terá oportunidade de apresentar contrarrazão, se o tribunal acolher a apelação. Após as contrarrazões, o tribunal deverá analisar novamente os fatos (na segunda vez analisa as contrarrazões).
IMPROCEDÊNCIA DE PLANO (art. 285-A)
	Há análise do pedido (mérito). 
	Analisa-se o objeto da ação 
	É o “julgamento antecipadíssimo” da lide
Art. 285-A. Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada. “Poderá” -> o juiz escolhe
§ 1º Se o autor apelar, é facultado ao juiz decidir, no prazo de 5 (cinco) dias, não manter a sentença e determinar o prosseguimento da ação. 
§ 2º Caso seja mantida a sentença, será ordenada a citação do réu para responder ao recurso.
A autorização concedida ao juiz nesse dispositivo é inédita. É certo que, nos casos de prescrição e decadência, o juiz já podia proferir julgamento de mérito ab initio, sem a citação do réu. Mas era um falso julgamento de mérito, já que o pedido não era examinado. Na hipótese do art. 285-A, ele será julgado de plano, sem que o réu tenha sido citado, havendo resolução de mérito, com fulcro no art. 269, I.
Art. 269. Haverá resolução de mérito:
I – quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;
(...)
Requisitos:
Matéria unicamente de direito. Ex: ação para declarar inexigibilidade de um tributo, reputado inconstitucional. A questão de mérito é a constitucionalidade ou não do tributo, o que não envolve o exame de fatos.
Total improcedência em casos idênticos: embora a redação fale em sentença proferida no mesmo juízo (vara), não parece ser essa a melhor interpretação do dispositivo, cuja função evidente é assegurar uma maior rapidez e maior efetividade do processo. Ora, se o juiz proferir sentença fundada em paradigma que contraria a jurisprudência dominante, fatalmente haverá recurso, ao qual é quase certo que será dado provimento, com que o processo terá de prosseguir; ao passo que, se a sentença dada estiver em consonância com a jurisprudência dominante, o relator poderá indeferir de plano o recurso, na forma do art. 557. Assim, parece-nos que, apesar da redação da lei, os paradigmas utilizados devem estar em consonância com a jurisprudência dominante, não devendo o juiz utilizá-los se contrariarem o entendimento prevalecente sobre a questão jurídica posta em juízo. 
Decisão: SENTENÇA (pois julga o mérito)
Recurso cabível: APELAÇÃO
Efeitos da apelação:
Devolutivo
Suspensivo
Retratativo – possibilidade de o juiz se retratar. Assim como ocorre na apelação contra sentença de indeferimento da petição inicial.
Normalmente, o juízo que proferiu a sentença apenas faz o juízo de admissibilidade e encaminha para o tribunal (a apelação não tem efeito retratativo).Mas na apelação do 285-A o juiz pode, no prazo de 5 dias, retratar-se.
		Efeitos:
Se o juiz se retratar (tem 5 dias para isso): dá-se prosseguimento ao processo, fazendo a citação do réu para que ofereça resposta.
Se não se retratar (mantém a sentença): deverá citar o réu, não para responder à ação, mas para apresentar contrarrazões ao recurso de apelação. O procedimento é diferente daquele do indeferimento da petição inicial, em que o recurso subirá sem a manifestação do réu. No presente caso, mantida a sentença, o réu será citado, não para apresentar contestação, mas para responder ao recurso. Já há, portanto, contraditório na fase recursal.
Com a subida do recurso, o Tribunal poderá:
Manter a sentença de total improcedência, quando verificar que o juiz tinha razão ao proferi-la. O acórdão condenará o autor ao pagamento de honorários advocatícios dos quais ele estaria dispensado se não tivesse recorrido, pois o réu nem sequer teria comparecido aos autos;
Verificar que não era hipótese de aplicação do 285-A, seja porque os casos anteriores não eram idênticos, seja porque a questão controvertida não era exclusivamente de direito, caso em que o Tribunal anulará a sentença e determinará o retorno dos autos à primeira instância, para que o réu tenha oportunidade de contestar, prosseguindo-se daí por diante.
Verificar que a questão é mesmo exclusivamente de direito, mas o caso não era de total improcedência, mas de total ou parcial procedência. Como o réu já terá sido citado, tendo sido respeitado, em relação a ele, o princípio do contraditório, o tribunal poderá acolher o recurso e já determinar a reforma. Como terá havido manifestação do autor e do réu sobre a questão de direito posta em juízo, o tribunal poderá reverter o julgamento, dando agora razão total ou parcial ao autor.
	
Se o autor não apelar, a sentença de total improcedência transitará em julgado, sem que o réu tenha sido, ao menos, citado. Por isso	, é importante que o juiz determine sua intimação, para que dela possa tomar conhecimento.
Não é permitido ao juízo reconhecer a PROCEDÊNCIA de plano, na medida em que não estaria garantido o direito de defesa.
É certo que não haverá contraditório, mas disso não resultará prejuízo.
		
ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA (art. 273)
	Visa alcançar a satisfatividade da pretensão de direito material
	Garante a proteção e a execução da tutela – vai além da cautelar.
Visa conceder aos sujeitos do processo meio capaz de afastar os danos materiais decorrentes da sua demora.
Seus limites são idênticos aos da sentença de mérito
Objetivamente, só pode ser antecipado aquilo que será, eventualmente, concedido pela sentença, ou seja, não será objeto de antecipação provisória provimento não pedido de forma definitiva. Sob o aspecto subjetivo, só pode sujeitar-se à antecipação de tutela aquel que futuramente será sujeito do processo (réu)
Não se confunde com a cautelar. 
Cautelar:
Apenas protege, isto é, garante o resultado útil do processo) – 
Requisitos: 
Fumus bonis juris - plausibilidade do direito material
Periculum in mora
		É apenas uma garantia para o processo.
		Não entrega direito material
		Não antecipa efeitos da sentença
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: 
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou 
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. 
§ 1o Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento. 
§ 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. 
§ 3o A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4o e 5o, e 461-A. 
§ 4o A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. 
§ 5o Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final julgamento. 
§ 6o A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso. 
§ 7o Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado. 
Requisitos obrigatórios:
Prova inequívoca da verossimilhança 
Inequívoca = robusta
Verossimilhança – se parece muito com a verdade
Reversibilidade
Requisitos alternativos: (basta um)
Fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação – assemelha-se ao periculum in mora
Abuso do direito de defesa
Incontrovérsia do pedido
Para alguns, esse requisito basta em si mesmo, pois se assemelha à revelia (preclusão). Isso porque a não controvérsia de parte do pedido enseja que estes sejam reputados verdadeiros (como ocorre na revelia). Ora, se a revelia já enseja o julgamento antecipado da lide, a incontrovérsia enseja tutela antecipada (quem pode mais pode menos)
A incontrovérsia gera reputação verdadeira dos fatos alegados
Providência de natureza cautelar (art 273, §7º - Fungibilidade)
Possibilita ao juiz a concessão de providência de natureza cautelar, em caráter incidental ao processo ajuizado, mesmo que tenha sido ela requerida a título de antecipação de tutela. É o reconhecimento do princípio da instrumentalidade das formas, pelo qual o processo deve guardar preocupação com a sua finalidade e não apenas com a roupagem que se apresenta em juízo.
Se no pedido de tutela antecipada, o juiz identificar que ficou comprovado os pressupostos da cautelar, o juiz poderá concedê-la (NÃO É CONSIDERADO DECISÃO ULTRA OU EXTRA PETITA)
Isso ocorre porque a cautelar pode, inclusive ser feita de ofício (art. 798 c/c 125)
Art. 798. Além dos procedimentos cautelares específicos, que este Código regula no Capítulo II deste Livro, poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação.
Art. 125. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, competindo-lhe:
I - assegurar às partes igualdade de tratamento;
II - velar pela rápida solução do litígio;
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça;
IV - tentar, a qualquer tempo, conciliar as partes. 
	
O contrário não pode ser feito – pedir cautelar e o juiz dar tutela antecipada. (SERÁ CONSIDERADO EXTRA PETITA).
Observação: se pedir tutela antecipada e colocar o nome de cautelar, o juiz pode dar a tutela antecipada. (pediu a tutela antecipada, fundamentou, etc, mas errou e colocou o nome de cautelar). SOMENTE NESTA HIPÓTESE.
08/03/2013
Professor comentou um pouco mais sobre o conteúdo da aula passada. As anotações foram feitas de forma a complementar os tópicos acima.
JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE (art. 330)
	Ausência da prática de determinados atos processuais, porque dispensáveis.
Art. 330. O juiz conhecerá diretamente do pedido, proferindo sentença: 
I - quando a questão de mérito for unicamente de direito, ou, sendo de direito e de fato, não houver necessidade de produzir prova em audiência; 
II - quando ocorrer a revelia (art. 319). 
Revelia (art. 330, II) 
Se não há controvérsia, os fatos são reputados verdadeiros. Como não há o que se provar -> julgamento antecipado. 
O julgamento antecipado é o efeito material da revelia.
Efeitos processuais:
Não haverá mais intimação (os prazos correrão)
Réu poderá intervir no processo a qualquer momento (pega no momento em que se encontra)
Pode resultar julgamento antecipado.
Obs: o juiz pode negar a pretensão do autor ainda que o réu seja revel
Matéria meramente de Direito (art. 330, I)
Direitoe de fato, mas sem necessidade de prova em audiência (a prova é documental e já está no processo).
O julgamento antecipado é feito por sentença. 
Dessa sentença, cabe apelação.
Observações: 
Essa apelação não tem efeito retratativo – apenas há na apelação contra a improcedência de plano e contra o indeferimento da petição inicial. 
Autor e réu podem apelar – na improcedência de plano apenas o autor pode, até porque o réu nem sabe da ação.
13/03/2013
RESPOSTA DO RÉU
Aperfeiçoamento da relação jurídica processual se dá com a citação do réu.
Após verificar a regularidade da petição inicial, o juiz determinará a citação do réu. 
O prazo de resposta depende do tipo de procedimento: comum (ordinário e sumário) ou especial (para ação possessória, para consignação em pagamento, para mandado de segurança, etc). 
Art. 213. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender.
De acordo com o art. 213, o réu é citado para se defender. Mas a lei processual prevê numerosas condutas, que podem ser consideradas formas de resposta. A apresentação de defesa é apenas uma delas.
PROCEDIMENTOS
COMUM
Ordinário (definido por exclusão. Se não é procedimento especial e nem comum sumário, será comum ordinário). 
Sumário: hipóteses: 
Art. 275. Observar-se-á o procedimento sumário: 
I - nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo; 
II - nas causas, qualquer que seja o valor (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 1995) 
a) de arrendamento rural e de parceria agrícola; (Redação dada pela Lei nº 9.245, de 1995) 
b) de cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio; 
c) de ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico; 
d) de ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre; 
e) de cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução; 
f) de cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; 
g) que versem sobre revogação de doação; 
h) nos demais casos previstos em lei. 
Parágrafo único. Este procedimento não será observado nas ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas. 
* Citação -> Prazo -> termo “a quo”
Depende do procedimento:
Ordinário: 15 dias
Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção. 
Sumário: No mínimo 10 dias
Prazos começam a contar (dies a quo) da juntada da citação devidamente cumprida. Começa a contar do primeiro dia após a juntada. 
Art. 241. Começa a correr o prazo:
i – quando a citação ou intimação for pelo correio, da data de juntada aos autos do aviso de recebimento;
ii – quando a citação ou intimação for por oficial de justiça, da data de juntada aos autos do mandado cumprido;
iii – quando houver vários réus, da data de juntada aos autos do último aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido;
iV – quando o ato se realizar em cumprimento de carta de ordem, precatória ou rogatória, da data de sua juntada aos autos devidamente cumprida;
V – quando a citação for por edital, finda a dilação assinada pelo juiz.
Se tem mais de um réu (litisconsórcio passivo):
	* Advogado for o mesmo: nada muda
	* Se procuradores diferente: prazo em dobro
Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.
	Havendo mais de um réu, o prazo para todos só correrá a partir da juntada aos altos do último aviso de recebimento ou mandado cumprido.
Fazenda pública e Ministério Público: quádruplo para contestar e dobro para recorrer
Art. 188. Computar‑se‑á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público
É também dobrado, se o réu for defendido por órgão público de assistência judiciária, como a Defensoria Pública ou a Procuradoria do Estado
Lei 1.060/50, Art. 5º (...)
§ 5º Nos Estados onde a Assistência Judiciária seja organizada e por eles mantida, o Defensor Público, ou quem exerça cargo equivalente, será intimado pessoalmente de todos os atos do processo, em ambas as instâncias, contando‑se‑lhes em dobro todos os prazos.
Esses prazos são peremptórios (perdeu, acabou)
Sumário: antecedência mínima de 10 dias
Prazo do sumário é dilatório.
ESPÉCIES DE RESPOSTA:
Contestação 
Reconvenção
Exceções
Art. 297. O réu poderá oferecer, no prazo de 15 (quinze) dias, em petição escrita, dirigida ao juiz da causa, contestação, exceção e reconvenção.
O réu pode apenas defender-se das alegações e das pretensões contidas na petição inicial. A peça de defesa por excelência é a contestação. Mas pode não se limitar a defender-se, e contra-atacar, por meio de uma ação incidente autônoma, em que dirige pretensões contra o autor, denominada reconvenção. Pode ainda postular que o juiz se pronuncie, em caráter definitivo, sobre alguma questão prejudicial tornada controvertida, em ação declaratória incidental. Ou ainda provocar a intervenção de terceiros, por denunciação da lide, chamamento ao processo ou nomeação à autoria.
Pode também suscitar incidentes, denominados exceções rituais, para discutir 	a competência do juízo ou imparcialidade do juiz. Pode, por fim, impugnar o valor da causa. 
Há ainda quem inclua entre as espécies de respostas a declaração incidental e a impugnação ao valor da causa.
2.1. CONTESTAÇÃO
É um instrumento de impugnação.
Serve para impugnar/contrapor as razões (fatos e fundamentos) do autor.
Nela, o réu concentrará todos os argumentos de resistência à pretensão formulada pelo autor, salvo aqueles que devem ser objeto de incidente próprio.
Se a petição inicial é a peça que veicula o direito de ação, a contestação é a que se contrapõe àquela, ao apresentar a resistência, a defesa do réu. Ao apresentá-la ele formula a pretensão de ver o pedido inicial desacolhido, no todo ou em parte, apresentando os argumentos e fundamentos que servirão para convencer o juiz. Dai que a pretensão contida na contestação é sempre declaratória negativa, de que o juiz declare que o autor não tem razão, desacolhendo o pedido.
OBJETIVO: Trazer litigiosidade para a demanda (pois a não contestação induz a revelia). Expor a controvérsia. Tornar os fatos controvertidos. Resistir à pretensão.
OBJETO: (espécies de defesa que poderão ser apresentadas)
DIREITO PROCESSUAL (art. 301 – Dilatórias/peremptórias). São as preliminares. Devem ser analisadas antes da análise do mérito. Podem ser de duas espécies: cujo acolhimento implique a extinção do processo; ou resulte apenas em sua dilação.
Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar: rol não é taxativo. Há outras defesas processuais não mencionadas neste artigo, como a falta de recolhimento de custas e o descumprimento do art. 268.
I - inexistência ou nulidade da citação; 
II - incompetência absoluta; 
III - inépcia da petição inicial; 
IV - perempção; 
V - litispendência; 
Vl - coisa julgada; 
VII - conexão; 
Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; 
IX - convenção de arbitragem; 
X - carência de ação; 
Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar. 
§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. 
§ 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.
§ 3º Há litispendência, quando se repete ação, que está em curso; há coisa julgada, quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não caiba recurso. 
§ 4º Com exceção do compromisso arbitral, o juiz conhecerá de ofício da matéria enumerada neste artigo. 
DIREITO MATERIAL (art. 300 – Direta/indireta) 
Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito,com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
DEFESAS:
DIREITA – FATOS DO AUTOR: impugna as alegações do autor. Nega os fatos que o autor descreve na inicial, ou os efeitos que deles pretende retirar.
INDIRETA – FATO NOVO: não se impugna os fatos trazidos pelo autor, porém existe outro fato. Aquela em que o réu, embora não negando os fatos da inicial, apresenta outros que modifiquem, extingam ou impeçam os efeitos postulados pelo autor.
Fato extintivo, modificativo ou impeditivo. Ex: A cobra o pagamento que B não teria efetuado. B reconhece todo o negócio jurídico, mas apresenta recibo de quitação do valor alegado. 
Ex: em ação de indenização por acidente de transito, haverá defesa direta se o réu negar que houve o acidente, ou que ele ocorreu na forma descrita na petição inicial; haverá defesa indireta se o réu reconhecer que houve o fato na forma narrada, mas alegar que já pagou, que houve prescrição da pretensão indenizatória, ou que as partes já transigiram sobre a questão. 
Obs: a alegação de prescrição e decadência constitui defesa substancial indireta, cujo exame deve preceder ao das demais defesas substanciais, pois, se acolhida, implicará a extinção do processo com julgamento de mérito, sem necessidade de apreciação das demais alegações. Por isso, há quem as denomine “preliminares de mérito”.
* Ônus probatórios: Cabe a quem trouxe o fato. (se o réu trouxe o fato novo – extintivo, modificativo ou impeditivo, caberá a ele provar). 
Art. 333. O ônus da prova incumbe:
I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;
II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. 
PRINCÍPIOS
IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA (art. 302): réu tem de impugnar TUDO. Tem de trazer toda a matéria de direito (fatos e fundamentos). Se não impugnar, ocorrerá a preclusão consumativa (ele já entregou a contestação e se omitiu sobre determinados fatos). 
Art. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial. Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo:
* Salvo: I, II, III: 
I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão;
II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato; Ex: escritura pública
III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. 
Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público.
EVENTUALIDADE (também chamado de princípio da concentração de defesas) – toda a matéria tem de ser tratada aqui, só pode fazer depois, nas hipóteses abaixo.
Art. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.
Cumpre ao réu apresentar todas as razões que possam levar ao desacolhimento do pedido, ainda que não sejam compatíveis entre si. Pode, por exemplo, apresentar vários fundamentos de defesa, em ordem sucessiva para, caso o juízo eventualmente não acolha os primeiros, possa aceitar os últimos. Todas as razões de defesa devem, em suma, estar concentradas na contestação, uma vez que o réu não terá outra oportunidade de alegá-las. 
SALVO: art. 303, I, II, III
Art. 303. Depois da contestação, só é lícito deduzir novas alegações quando:
I - relativas a direito superveniente;
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; matéria de ordem pública
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e juízo.
A contestação não amplia os limites objetivos da lide. Tampouco o que ela contém serve para identificar a ação, pois tanto o pedido quanto a causa de pedir são definidos e determinados na petição inicial. Somente os fundamentos de fato e de direito que embasam o pedido inicial constituem a causa de pedir, não os fundamentos da defesa, o que é de grande relevância para a identificação das ações, e terá importantes consequências em relação aos fenômenos da litispendência e da coisa julgada.
Mas a contestação amplia a cognição do juiz, uma vez que, na sentença, ele deverá examinar não apenas os fundamentos da pretensão inicial, mas os de defesa.
A regra é de que na contestação o réu não possa formular pedidos contra o autor, exceto o de que as pretensões dele sejam desacolhidas. Se quiser apresentar pedidos de outra natureza, terá de valer-se da reconvenção. Mas há ações – denominadas dúplices – em que o réu pode valer-se de contestação não só para defender-se, mas também para formular pretensões em face do autor, sem que haja necessidade da reconvenção. 
15/03/2013
2.2. RECONVENÇÃO: dois pedidos (duas lides)
Distingue-se da contestação e da exceção por não constituir um mecanismo de defesa, mas de contra-ataque.
NÃO HÁ INVERSÃO DOS PÓLOS DA DEMANDA (não muda a primeira ação/pedido). Haverá dois processos – o conjunto de direitos e obrigações são distintos. Há duas relações jurídicas processuais. 
Há, contudo, apenas um procedimento.
Alexandre Freitas Câmara (Lições de Direito Processual Civil):
Pode-se definir a reconvenção como a ação proposta pelo réu em face do autor, aproveitando-se do mesmo processo. Sendo a reconvenção uma demanda autônoma, o réu é de ser tratado aqui, como demandante (réu-reconvinte), e o autor como demandado (autor-reconvindo).
Embora seja uma demanda autônoma, não faz nascer um novo processo. O processo é único, e nele se contêm a demanda original e a demanda reconvencional. Tal processo terá, assim, seu objeto alargado, eis que uma nova pretensão terá sido manifestada por aquele que originariamente ocupava a posição de réu, mas agora terá assumido uma posição ativa, como reconvinte.
Processos simultâneos.
O que haverá é julgamento simultâneo, por uma só sentença. A instrução e o julgamento da ação originária e da reconvenção serão feitas em conjunto.
Pretensão: vontade de que o interesse do outro se submeta ao meu.
Amplia os limites objetivos da lide: o juiz terá de decidir não apenas os pedidos do autor, mas também os apresentados pelo réu, na reconvenção. Não cabe reconvenção, portanto, apenas para que o réu postule a improcedência do pedido inicial, uma vez que isso não exige ação autônoma, bastando a contestação. A reconvenção pressupõe que o réu queira algo mais do autor, que não se satisfaça com a mera improcedência, e queira formular pretensões em face dele.
A reconvenção é própria do processo de conhecimento: não cabe em processos de execução, nem cautelares. Dentre os de conhecimento, só nos de jurisdição contenciosa; nos de jurisdição voluntária, não. 
TAMBÉM NÃO É ADMITIDO NOS DE PROCEDIMENTO SUMÁRIO. 
Juizado especial também não é admitido (somente admite pedido contraposto – Art. 31 da Le 9.099/95)
OBJETIVO: réu objetiva fazer um pedido material contra o autor.
* OBJETO: o que justifica a reconvenção é a economia e maior eficiência do processo, pois as pretensões de ambos os litigantes serão julgadas de uma só vez. Mas também, e sobretudo, a possibilidade de se afastar o risco de decisões conflitantes.
ECONOMIA PROCESSUAL
CONEXÃO: AÇÃO/FUNDAMENTO DEFESA – a pretensão formulada pelo réu tem de ser conexa com a do autor ou com os fundamentos de defesa.
COMPETÊNCIA/ PROCEDIMENTO
Deve preencher os requisitos do art. 282. O juiz fará um exame de admissibilidade. Se indeferi-la de plano, poderá o reconvinte interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO (para essa doutrina só há um processo. O indeferimento, assim, seria por meio de uma decisão interlocutória, e não sentença, sendo, portanto, cabível recurso de agravo).
Como a reconvenção sempre correrá pelo procedimento ordinário, o juiz mandará intimar o autor a, querendo, oferecer resposta no prazo de quinze dias. A intimação é feita na pessoa do advogado do autor, por meio de publicação no Diário Oficial: sua natureza é de verdadeira citação, uma vez que a reconvençãotem natureza de ação, e serve para veicular uma nova pretensão, do réu em face do autor. Por isso, ela produz efeitos de citação, como interromper eventual prazo de prescrição, constituir o devedor em mora, induzir litispendência e fazer litigiosa a coisa.
O reconvindo, além de contestar a reconvenção, poderá oferecer nova reconvenção. Tem-se admitido a possibilidade de reconvenções sucessivas. Ex: A ajuíza ação de cobrança em face de B. O réu contesta, alegando compensação entre aquela dívida e uma outra, decorrente de contrato celebrado entre eles, e reconvém, cobrando diferenças em seu favor, decorrente da compensação. O autor pode oferecer, então, uma segunda reconvenção, postulando a anulação do contrato, gerador do débito em que se funda a primeira reconvenção.
A falta de contestação à reconvenção pode ou não gerar os efeitos da revelia. É preciso distinguir: se o que foi alegado na reconvenção é incompatível com os fundamentos de fato e de direito da petição inicial, não haverá presunção de veracidade. Mas se o pedido reconvencional for conexo, por exemplo, com os fundamentos da defesa, e estes não forem rebatidos pelo autor, nem em réplica, nem em contestação à reconvenção, haverá presunção. 
DEMANDA DE DIREITO MATERIAL CONTRA O AUTOR
PRAZO: depende do procedimento. É o prazo para resposta.
Hoje a jurisprudência admite que a contestação e a reconvenção podem ser apresentadas em datas distintas, desde que ainda no prazo para a resposta. Ou seja, não corre a preclusão consumativa. (há entendimentos diversos, no sentido de que a não apresentação das duas peças juntas enseja a preclusão consumativa).
Art. 299. A contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas; a exceção será processada em apenso aos autos principais.
Hoje o simultaneamente é interpretado no sentido de ”no mesmo momento”, ou seja, no prazo para resposta. Não precisa necessariamente ser praticado no mesmo dia. 
OBS: não se admite emenda da contestação. Não se podem apresentar duas contestações, pois o ato “contestação” já está consumado (preclusão consumativa). O que se admite é a prática de dois atos (contestação e reconvenção) em datas diferentes, desde que dentro do prazo da resposta. 
É possível a reconvenção sem que o réu conteste. Se o réu não contestar, não será revel, porque terá comparecido ao processo, e se manifestado. Portanto, deverá ser intimado de todos os atos processuais subsequentes. Mas serão presumidos os fatos narrados na petição inicial?	 Depende. Se, ao reconvir, o réu apresentou fundamentos incompatíveis com os do pedido inicial, estes não se presumirão verdadeiros. Mas naquilo em que não houver tal incompatibilidade, haverá a presunção.
REQUISITOS: como nova ação que é, exige o preenchimento das condições comuns a todas elas. E os pressupostos processuais que seriam exigidos se a reconvenção assumisse a forma de ação e de processo autônomos deverão ser observados por quem a apresenta. Há também requisitos específicos.
Art. 315. O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.
Parágrafo único. Não pode o réu, em seu próprio nome, reconvir ao autor, quando este demandar em nome de outrem.
CONTRA O AUTOR: desde que este não seja legitimado extraordinário (parágrafo único do 315). Se o autor é legitimado extraordinário, estará em nome próprio, mas postulando direito alheio. Portanto, o direito que o autor invoca não é de sua titularidade, mas de terceiro. Ora, a reconvenção consiste em um contra-ataque do réu contra o autor. Se este é substituto processual, o réu estaria contra-atacando não o eventual titular do direito discutido em juízo, mas o seu substituto.
COMPETÊNCIA: é preciso que o mesmo juízo tenha competência para julgar o pedido principal e o reconvencional. Não será admitida se o juízo for incompetente para o julgamento da reconvenção, desde que a incompetência seja absoluta. A relativa não autoriza o indeferimento da reconvenção, que pressupõe a conexidade, causa de modificação da competência. Por força da conexidade, o juiz poderá julgar a ação principal e a reconvencional.
PROCEDIMENTO (RITO): procedimentos compatíveis. Não cabe reconvenção em procedimento sumário, nem em procedimento especial, a menos que este siga pelo ordinário, com a resposta. Assim, só caberá reconvenção se ela também seguir o procedimento ordinário, ou o procedimento que possa converter-se nele. Nada obsta, por exemplo, que o réu reconvenha pelo procedimento ordinário, abrindo mão do sumário a que teria direito, para que haja compatibilidade.
CONEXÃO: 
AÇÃO (CAUSA DE PEDIR ou PEDIDO)
Quando o pedido ou causa de pedir estiver relacionado com o da ação principal. Ex: um dos cônjuges pode pedir a separação judicial por culpa do outro, e este reconvir, postulando a separação por culpa do primeiro. Cabe reconvenção porque o pedido nela formulado é também o de separação, como o da ação principal.
FUNDAMENTO DEFESA (ARGUMENTO CONTESTAÇÃO) – a fundamentação (causa de pedir) ou tem uma ligação com a contestação ou com a ação proposta pelo autor. 
Descumprimento do contrato -> rescisão – ex: não há entrega do bem e não há pagamento – defesa indireta – contestação) aproveitando se pede a rescisão (reconvenção).
Se o pedido ou causa de pedir estiverem relacionados com os fundamentos da contestação, com razões de fato e de direito expostas pelo réu, para justificar que o pedido inicial seja desacolhido. Ex: se o réu, em contestação, alegar que o valor já tinha sido pago, e que a nova cobrança era indevida, poderá reconvir, pedindo a condenação do autor a pagar em dobro o que cobrou, na forma do art. 940, do CC. Tanto a defesa quanto o pedido de condenação estarão fundamentos na cobrança indevida daquilo que foi pago.
 			
2.3. EXCEÇÕES
Toda a defesa, em regra, deve ser apresentada na contestação. Mas há algumas matérias que devem ser alegadas por meio de um incidente, autuado em apenso, cuja apresentação tem o condão de suspender o processo, até que seja solucionado.
A esse incidente dá-se o nome de exceção ritual, e as matérias que devem ser por ele alegadas são apenas três:
Incompetência relativa do juízo;
Impedimento do juiz; e
Suspeição do juiz. 
Art. 304. É lícito a qualquer das partes arguir, por meio de exceção, a incompetência (artigo 112), o impedimento (artigo 134) ou a suspeição (artigo 135).
DEFESA “LATO SENSU” -> ÓRGÃO JURISDICIONAL – todas as exceções constituem defesas processuais indiretas: o objetivo não é levar à extinção do processo sem julgamento de mérito, mas à correção de um vício, relacionado à incompetência do juiz ou à parcialidade do juiz.
Incompetência (relativa) – réu tem de arguir.
A competência absoluta deve ser arguida já nas preliminares, ou pode ser em qualquer outro momento (ordem pública – objeção). Não se sujeita à preclusão e pode ser conhecida de ofício e a qualquer tempo. 
Prorrogação da competência
Competência = fração da jurisdição
Art. 112. Argui‑se, por meio de exceção, a incompetência relativa.
Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu.
Impedimento (art. 134)
Natureza absoluta -> presunção absoluta. Em regra são de natureza objetiva. 
São muito mais graves dos que as causas de suspeição.
Art. 134. É defeso ao juiz exercer as suas funções no processo contencioso ou voluntário:
I - de que for parte;
II - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como órgão do Ministério Público, ou prestou depoimento como testemunha;
III - que conheceu em primeiro grau de jurisdição, tendo-lhe proferido sentença ou decisão;
IV - quando nele estiver postulando, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau;
V - quando cônjuge, parente, consangüíneo ou afim,de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau;
VI - quando for órgão de direção ou de administração de pessoa jurídica, parte na causa.
Parágrafo único. No caso do no IV, o impedimento só se verifica quando o advogado já estava exercendo o patrocínio da causa; é, porém, vedado ao advogado pleitear no processo, a fim de criar o impedimento do juiz.
Suspeição (art. 135)
Natureza subjetiva -> parte deve provar – a presunção é relativa
Art. 135. Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando:
I - amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
II - alguma das partes for credora ou devedora do juiz, de seu cônjuge ou de parentes destes, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;
III - herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;
IV - receber dádivas antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa, ou subministrar meios para atender às despesas do litígio;
V - interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes.
Parágrafo único. Poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo.
A incompetência relativa só poderá ser alegada pelo réu, mas o impedimento e a suspeição do juiz podem ser alegados por qualquer dos litigantes, mesmo pelo autor.
Como foi o autor que escolheu o foro onde propor a ação, não pode arguir a incompetência relativa. 
PROCEDIMENTO: é uma questão incidente. A exceção ritual é um incidente autuado em apenso, não um novo processo. Por isso, a petição não precisa preencher os requisitos do art. 282. Basta que o suscitante indique as razões pela quais entende que o juízo é incompetente, ou o juiz impedido ou suspeito. 
Art. 299. A contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas; a exceção será processada em apenso aos autos principais.
JUIZ RECEBE PETIÇÃO:
DECLARA-SE -> se o juiz concorda, REMETE AO SUBSTITUTO (se for impedimento ou suspeição) ou ao COMPETENTE (se for incompetente).
No caso de declaração de impedimento e suspeição, a exceção não será remetida à apreciação da instância superior. Da decisão do juiz que se reconheceu impedido ou suspeito não cabe recurso.
RESPONDE (10 dias) -> se o juiz discorda, REMETE AO TRIBUNAL. 
O juiz julga a exceção DE COMPETÊNCIA por meio de uma decisão interlocutória, contra a qual a parte inconformada poderá interpor agravo, não apelação. (Contra a decisão caberá agravo de instrumento e não retido, porque a questão da competência tem de ser resolvida logo, e não remetida para exame somente após a sentença)
A incompetência relativa diz respeito ao juízo, não ao juiz. Por isso, será julgada por ele mesmo; já o impedimento e a suspeição não poderão ser julgados pelo próprio juiz, porque diz respeito a ele. Quando suscitadas, o juiz pode reconhecer-se impedido ou suspeito, e transferir a condução do processo ao seu substituto automático; se não, deverá remeter o incidente à segunda instância, a quem competirá julgá-lo.
No caso de impedimento ou suspeição, o juiz está limitado a se declarar ou não. NÃO É ELE QUEM DECIDE. Se ele não se declarar, apresentará suas razões no prazo de 10 dias, instruindo sua manifestação com eventuais documentos e rol de testemunhas.
Incompetência:
A incompetência relativa deve ser alegada pelo réu, por via de exceção, no prazo de resposta sob pena de preclusão. (ver tópico “Prazo” abaixo)
	STJ, Súmula 33. A incompetência relativa não pode ser declarada de ofício. 
Na petição, que deverá vir fundamentada e instruída, e que será autuada em apenso, o excipiente indicará o juízo para o qual declina a competência. Eventual equívoco não o prejudicará, cabendo ao juízo que acolher a exceção, remeter os autos para o juízo competente, ainda que não o indicado.
Quando verificar, desde logo, que a exceção é inadmissível, está fora do prazo, ou é manifestamente descabida, o juiz a indeferirá de plano.
Se a receber, mandará intimar o autor excepto a manifestar-se em dez dias, decidindo em igual prazo. Se necessário, marcará audiência de instrução, para colheita de prova oral. Ex: se o réu alegar que seu domicílio não é aquele indicado pelo autor, e a prova do alegado exigir a ouvida de testemunhas. Após a audiência o juiz decidirá em dez dias.
A decisão do juiz que acolhe a exceção não vincula aquele para o qual os autos são remetidos que, se não concordar com a decisão, suscitará conflito negativo de competência.
Impedimento e Suspeição
Ambas podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz, mas somente o impedimento gerará nulidade absoluta, capaz de ensejar posterior ajuizamento de ação rescisória. 
A suspeição soluciona-se no curso do processo: ou a parte a alega, por via de exceção, no prazo previsto em lei, ou haverá preclusão. 
O impedimento não preclui nem para as partes, nem para o juiz, podendo ser alegado a qualquer tempo; já a suspeição, se não alegada no prazo, preclui para as partes, mas não para o juiz, que de ofício e a qualquer tempo, poderá reconhecê-la.
É preciso distinguir: o impedimento pode ser alegado a qualquer tempo. Mas a exceção de impedimento deve ser apresentada no prazo de 15 dias a contar da ciência da sua causa. Isso significa que, ultrapassado esse prazo, o impedimento ainda pode ser alegado, mas não por meio de exceção ritual, que constitui incidente em separado, com o condão de suspender o processo.
A petição será dirigida ao juiz da causa, e deverá ser fundamentada, com a indicação das razões pelas quais a parte entende que o juiz não é imparcial. Ela poderá ser instruída com documentos e conter rol de testemunhas. Deve indicar com clareza qual o juiz impedido ou suspeito, uma vez que a parcialidade não é do juízo, mas de determinado juiz.
O excepto é o próprio juiz da causa. A parte contrária nem sequer se manifesta.
LEGITIMIDADE/INTERESSE
Incompetência: 
O suscitante (excipiente) será sempre o réu (já que foi o autor que escolheu o foro onde propor a ação). O suscitado (excepto) será o autor.
		
Apresentado o incidente, o juiz ouvirá o autor e julgará. 
			
O MP, enquanto fiscal da lei, não pode opor exceção de incompetência relativa, porque não esta não é matéria de ordem pública: alegá-la ou não fica na esfera de conveniência do réu, que pode preferir que o processo permaneça onde está. Pela mesma razão, o incidente não pode ser suscitado pelo assistente simples, que não é o titular da relação jurídica discutida no processo. Mas pode pelo assistente litisconsorcial, que tem os mesmos poderes que as partes.
Impedimento e suspeição:
O suscitante pode ser qualquer das partes (autor ou réu), porque o autor não escolhe o juiz para o qual a causa é dirigida. O suscitado será o próprio juiz.
Se reconhecer o alegado pelo suscitante, transferirá a condução do processo ao substituto automático; se não, remeterá o incidente à superior instância. 
 As exceções rituais de impedimento e suspeição poderão ser alegadas pelo MP fiscal da lei, e pelos assistentes em geral, já que tais matérias podem ser conhecidas de ofício pelo juiz.
PRAZO
Art. 305. Este direito pode ser exercido em qualquer tempo, ou grau de jurisdição, cabendo à parte oferecer exceção, no prazo de quinze dias, contado do fato que ocasionou a incompetência, o impedimento ou a suspeição.
Parágrafo único. Na exceção de incompetência (art. 112 desta Lei), a petição pode ser protocolizada no juízo de domicílio do réu, com requerimento de sua imediata remessa ao juízo que determinou a citação.
Incompetência: 
A incompetência existe desde o momento da propositura da demanda, e o réu terá ciência disso desde o momento em que foi citado. Por isso, o prazo para exceção de incompetência é o da contestação: se o réu contestar sem apresentá-la, terá renunciado ao direito. Portanto, o prazo não será necessariamente de quinze dias, mas o de resposta. Se o procedimento for sumário, até a data da audiência inicial; se for especial, até o fim do prazo de contestação. 
Mas a exceção não

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