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21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/5 Microbiota Normal O termo "microbiota normal" ou "flora normal" refere-se à população de microrganismos que habita a pele e as mucosas de indivíduos normais, sem doença. A pele e as mucosas sempre abrigaram uma variedade de microrganismos que podem ser classificados em dois grupos: Microbiota Residente, que constitui a microbiota normal do corpo, consistindo em tipos relativamente fixos de microrganismos encontrados com regularidade no organismo humano e que, quando perturbada, recompõe-se rapidamente. É capaz de impedir a colonização por outros microrganismos. Microbiota Transitória, que consiste em microrganismos não-patogênicos ou potencialmente patogênicos responsáveis por infecções nosocomiais. Microrganismos passageiros (transitórios), que permanecem na pele ou nas mucosas por algum tempo, se estabelecendo temporariamente na superfície, pois não estão aderidos a receptores específicos. Eventualmente podem perturbar a microbiota normal, colonizando e proliferando ocasionando a doença. Microbiota Residente Os microrganismos constantemente presentes nas superfícies corporais são comensais, estabelecem-se e reproduzem-se no organismo humano. A microbiota residente não é uniforme e seu estabelecimento em determinada área depende de fatores fisiológicos, como temperatura, umidade e presença de certos nutrientes e substâncias inibitórias. A formação da microbiota residente tem início no momento do nascimento e embora sua presença não seja essencial à vida, a microbiota de determinadas áreas desempenha um papel bem definido na manutenção da saúde e da função normal. As bactérias residentes do intestino, por exemplo, sintetizam vitamina K e ajudam na absorção de nutrientes. Nas mucosas e na pele, as bactérias residentes impedem a colonização por patógenos e o possível desenvolvimento de doenças. A ausência da microbiota residente em uma região cria um local parcialmente vazio que tende a ser preenchido por microrganismos provenientes do ambiente ou de outras partes do corpo; estes microrganismos podem comportar-se como oportunistas e eventualmente tornar-se patógenos. 01 / 04 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/5 Membros da microbiota residente desenvolvem atividades benéficas em sua localização normal no hospedeiro, mas podem provocar uma série de doenças importantes quando forem removidos do local onde residem e introduzidos na corrente sangüínea ou em outros tecidos, levando a quadros de infecções endógenas. As infecções endógenas são causadas pela maioria das bactérias residentes do corpo humano, consideradas oportunistas por expressar sua atividade patogênica somente quando o hospedeiro oferece condições apropriadas. Estas condições são associadas com o uso constante de drogas imunossupressoras, antibióticos e da internação de pacientes em UTI, doenças como câncer e diabete, uso de sondas e cateter. Dessa maneira, podemos citar como exemplo os Streptococcus viridans encontrados nas vias aéreas superiores. Uma vez na corrente sangüínea, pode instalar-se em valvas cardíacas, causando endocardite infecciosa. A Escherichia coli residente do intestino eventualmente pode ser transferida para a uretra, levando a doença infecciosa nesse local. Microbiota da Pele Por manter-se em contato direto com o meio ambiente, a pele mostra-se particularmente propensa a abrigar microrganismos transitórios. A microbiota cutânea se distribui por toda a extensão da pele, sendo mais concentrada, entretanto, nas áreas mais úmidas e quentes, como axilas e períneo, além de ser modificada em decorrência do uso de roupas ou proximidade de mucosas. Nem a sudorese nem a lavagem e o banho são suficientes para eliminar ou modificar significativamente a microbiota normal da pele. Predominam na pele as bactérias dos gêneros Staphylococcus, Corynebacterium e Propioniobacterium, além de Streptococcus encontrados em menor quantidade. Eventualmente, bactérias aeróbias e anaeróbias encontradas na pele unem-se e causam infecções sinérgicas (gangrena, fasciite necrosante, celulite) tanto na pele quanto em tecidos moles. Microbiota da Boca e Vias Respiratórias Superiores As mucosas oral e da faringe freqüentemente são estéreis ao nascimento, mas podem ser contaminadas durante o parto através da passagem pelo canal vaginal. A microbiota da cavidade oral é bastante diversificada. Calcula-se que a saliva contém 108 bactérias/mL e as placas dentais 1011. Diversos gêneros bacterianos fazem parte da microbiota da cavidade oral, tais como Staphylococcus, Streptococcus, Neisseria, Bacteroides, Actinomyces, Treponema, Mycoplasma, entre outros. Algumas horas após o nascimento, Streptococcus viridans estabelecem-se como membros mais proeminentes da microbiota residente e assim permanecem por toda a vida. Provavelmente, originam-se das vias respiratórias dos pais e dos atendentes. Na faringe e na traquéia observa-se o estabelecimento de microbiota semelhante, enquanto poucas bactérias são encontradas nos brônquios normais. Bronquíolos e alvéolos são normalmente estéreis. 02 / 04 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/5 Microbiota do Intestino Por ocasião do nascimento, o intestino é estéril, mas os microrganismos são rapidamente introduzidos juntamente com alimentos. A alimentação exerce acentuada influência sobre a composição da microbiota intestinal e fecal. Em lactentes amamentados com leite materno, o intestino contém grande número de estreptococos e lactobacilos produtores de ácido lático. Em lactentes alimentados com mamadeiras, existe uma microbiota intestinal mais diversificada e os lactobacilos são menos proeminentes. À medida que os hábitos alimentares mudam, a microbiota intestinal modifica-se. No adulto normal, o esôfago contém alguns microrganismos transportados pela saliva e pelos alimentos. O estômago tende a conter um número mínimo de microrganismos, mas logo após as refeições contém um número variável de bactérias. O pH ácido do estômago mantém o número de microrganismos em nível mínimo, protegendo acentuadamente o indivíduo contra infecções por alguns patógenos entéricos. No duodeno e jejuno do adulto, existem cerca de 103 a 106 bactérias por grama de conteúdo. Nos cólons são encontrados cerca de 108 a 1010 bactérias por grama de conteúdo intestinal, sendo de varias espécies. No cólon sigmóide e no reto existem cerca de 1011 bactérias por grama de conteúdo. A microbiota intestinal é a principal microbiota do corpo humano e desempenha importante papel na defesa do organismo contra certos patógenos, além de as bactérias intestinais serem importantes na síntese de vitamina K, na conversão de pigmentos e ácidos biliares e na absorção de nutrientes. Microbiota da Uretra A uretra anterior de ambos os sexos contém um pequeno número de microrganismos pertencentes aos gêneros Staphylococcus, Corynebacterium, Streptococcus faecalis e às vezes Escherichia coli, que aparecem regularmente eliminados na urina normal. Microbiota da Vagina A microbiota vaginal varia com a idade, pH e secreção hormonal. Pouco após o nascimento aparecem Lactobacillus aeróbicos na vagina, que persistem enquanto o pH permanecer ácido, durante o início da vida e posteriormente entre a puberdade e a menopausa. Estes Lactobacillus são conhecidos como bacilos de Döderlein e contribuem para a manutenção do pH ácido com a produção de ácidos. Quando o pH torna-se neutro, após o primeiro mês de vida e a puberdade e também durante a menopausa, verifica-se a presença de uma microbiota mista de cocos e bacilos. Trata-se de um mecanismo importante para evitar o estabelecimento de outros microrganismos possivelmente prejudiciaisna vagina. 03 / 04 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/5 REFERÊNCIA Jawets, E. Microbiologia Médica. 22. ed., Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2006. Madigan, M.T. Martinko, J.M., Parker, J. Microbiologia de Brock. 10. ed., São Paulo: Pearson, 2004. Tortora, G.J. Microbiologia. 8. ed., Porto Alegre: Artmed, 2005. Trabulsi, L.R., Alterthum, F., Gompertz, O. F., Candeias, J.A.N. Microbiologia, 3. ed., São Paulo: Atheneu, 1998. 04 / 04 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/5
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