Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/6 Antimicrobianos e controle de microrganismos Os trabalhos com substâncias químicas que pudessem destruir organismos e que pudessem ser utilizados no organismo humano, sem trazer risco à saúde, foram iniciados por Paul Ehrlich, no início do século XX. Ele desenvolveu o conceito de toxicidade seletiva, ao observar que alguns corantes utilizados para corar bactérias não coravam tecido humano, sugerindo que isso ocorria por não haver constituintes celulares nas células humanas onde o corante pudesse ligar-se. Surgiu então o desejo do desenvolvimento de uma "bala mágica" que pudesse destruir seletivamente os microrganismos, sem afetar os tecidos humanos. Entretanto, somente alguns anos depois, em 1928, Alexander Fleming observou a inibição do crescimento de Staphylococcus aureus por colônias de fungos que haviam contaminado um meio de cultivo. O fungo foi identificado como Penicillium notatum e o componente ativo, isolado posteriormente recebeu o nome de penicilina. Logo, novos agentes químicos antimicrobianos foram descobertos e passaram a ser utilizados com o objetivo de controlar infecções. Atualmente diversos agentes antimicrobianos têm sido utilizados no tratamento de infecções no organismo vivo. Esses compostos revolucionaram o tratamento das doenças infecciosas. Os agentes antimicrobianos são denominados agentes quimioterápicos e devem apresentar toxicidade seletiva, ou seja, devem inibir o crescimento ou destruir microrganismos sem afetar os tecidos humanos. Cada agente possui um espectro de ação característico, ou seja, atua em determinado grupo de microrganismos. É fácil desenvolver agentes efetivos contra bactérias, pois estes seres são procariontes e conseqüentemente os agentes serão específicos à sua estrutura celular, sem afetar células humanas (eucariontes), já que esses dois tipos celulares diferem bastante. É mais complicado, entretanto, encontrar agentes para o controle de fungos, que assim como nossas células também são eucariontes, ou vírus, já que estes são parasitas intracelulares obrigatórios capazes de invadir as células humanas. Os agentes antimicrobianos podem ser microbicidas, quando provocam a morte do microrganismo (bactericida, fungicida, viricida) ou microbiostáticos, quando inibem o crescimento do microrganismo (bacteriostático, fungiostático). 01 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/6 A crescente resistência dos microrganismos aos agentes antimicrobianos surge quando estes são expostos por tempo suficiente à droga e corresponde a um grande problema. Como resultado é absolutamente necessário o desenvolvimento de campanhas educacionais para o uso correto desses fármacos a fim de se prolongar sua vida útil, do ponto de vista clínico. Novos agentes antimicrobianos devem ser desenvolvidos ou os agentes existentes devem ser modificados para estender seu espectro de atividade e impedir que as enzimas produzidas por bactérias o destruam. Controle de Bactérias Os principais alvos de ação dos agentes antimicrobianos são: 1. Ribossomos: inibindo a síntese de proteínas (já que ribossomos bacterianos são diferentes dos ribossomos eucariontes); 2. Parede Celular: impedindo a formação do peptidioglicano (já que esta substância é encontrada exclusivamente em bactérias); 3. Membrana plasmática: alterando a permeabilidade e provocando lise. 4. DNA: interferindo com a síntese do DNA. 5. Inibindo a Síntese de Metabólitos Essenciais: competindo com enzimas específicas e impedindo o metabolismo normal da bactéria. Um problema importante no controle bacteriano se refere à capacidade das bactérias de adquirirem resistência aos agentes quimioterápicos e ainda, algumas serem naturalmente resistentes. Existem diversas razões para uma bactéria ser resistente a um agente: 1. a bactéria pode ser desprovida da estrutura onde atua o agente quimioterápico (por exemplo: micoplasmas são desprovidas de parede celular, sendo, dessa maneira, resistentes à penicilina, já que este é um antibiótico que atua na parede celular); 2. a bactéria pode ser impermeável ao antibiótico (por exemplo, bactérias gram-negativas possuem a membrana externa que as torna impermeáveis à penicilina G); 3. a bactéria pode ser capaz de produzir enzimas que modificam a estrutura química do antibiótico, tornando-o inativo; 4. a bactéria pode se tornar resistente após transferências genéticas de plasmídios R. Drogas antimicrobianas sintéticas São compostos obtidos por manipulação química laboratorial, portanto, sintéticos que impedem o crescimento bacteriano. Drogas antimicrobianas naturais (Antibióticos) 02 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/6 São compostos químicos produzidos por microrganismos, como a penicilina, que inibem ou matam outros microrganismos; dessa maneira, correspondem a produtos naturais obtidos diretamente de microrganismos e não por manipulação química como os compostos sintéticos. Alguns antibióticos descobertos não apresentam efeito significativo sobre microrganismos, e desta maneira podem ser manipulados em laboratório para tornarem-se mais eficazes, passando a ser conhecidos como antibióticos semi-sintéticos. Um antibiótico que atue tanto em bactérias gram-positivas quanto em bactérias gram-negativas é denominado antibiótico de amplo espectro e geralmente apresenta maior uso medicinal do que um antibiótico de estreito espectro, que atua apenas em um grupo específico de microrganismos. Quando o patógeno não é conhecido, o agente de amplo espectro parece apresentar uma vantagem no tratamento de uma doença. Muitos antibióticos utilizados contra bactérias são desenvolvidos por outras bactérias, apresentando importantes aplicações clínicas. Antibiograma São testes realizados com o objetivo de orientar a quimioterapia, já que diferentes espécies microbianas apresentam maior ou menor sensibilidade a diferentes agentes quimioterápicos, e outras ainda adquirem a resistência durante o tratamento. Estes testes podem ser feitos de várias maneiras diferentes, mas sempre se referem a adicionar o agente a meios de cultivo e verificar o desenvolvimento do microrganismo, através da formação de uma zona de inibição de crescimento (em meios sólidos) ou presença/ ausência de crescimento (em meios líquidos). Antibiograma (método de difusão em ágar): diferentes discos de papel filtro impregnados com concentrações conhecidas de agentes são adicionados sobre meio de cultivo em contato com bactérias. Os agentes quimioterápicos difundem-se pelo meio de cultura. Se o agente é efetivo, forma-se uma zona de inibição de crescimento (halo) ao redor do disco. 03 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/6 Legenda: FIGURA 01 - ANTIBIOGRAMA | FONTE: WWW.FAM.BR (HTTP://WWW.FAM.BR) Controle de Vírus Agentes anti-virais freqüentemente afetam a célula hospedeira eucariótica, uma vez que vírus, sendo parasitas intracelulares obrigatórios, utilizam as vias reprodutivas e metabólicas das células hospedeiras, e dessa maneira o sucesso terapêutico alcançado não foi, ainda, tão grande. No entanto, em decorrência dos esforços empenhados na busca de medidas eficazes para o controle da AIDS, muitos dos agentes antivirais desenvolvidos são direcionados para o HIV, o que garante algumas conquistas importantes no controle de vírus com o uso de agentes químicos. Os agentes antivirais atuam no processo de replicação viral, seja na aderência, penetração, desnudação, síntese de DNA ou RNA, ou montagem de novos vírus, impedindo a formação de novos vírus. Controle de Fungos Os fungos também correspondem a um problema sério para umaquimioterapia bem sucedida, pois são eucariontes, como as células humanas. Dessa maneira, os agentes quimioterápicos que afetam as células dos fungos costumam afetar também as células humanas, resultando em compostos tóxicos. Por este motivo, diversos agentes anti-fúngicos devem ser utilizados apenas em aplicações tópicas (superficiais). Outros apresentam toxicidade seletiva para fungos e são importantes uma vez que as mico- ses se tornam cada vez mais freqüentes, como infecções oportunistas em indivíduos com AIDS. Alguns agentes antifúngicos afetam a membrana plasmática, atuando no ergosterol são seletivos para fungos e não afetam as células humanas, pois estas apresentam colesterol. Outro alvo importante, também, é a parede celular fúngica, já que esta contém componentes exclusivos desses organismos. 04 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/6 REFERÊNCIA Jawets, E. Microbiologia Médica. 22ª ed., Rio de Janeiro: McGraw-Hill, 2006. Madigan, M.T. Martinko, J.M., Parker, J. Microbiologia de Brock. 10ª ed., São Paulo: Pearson, 2004. Tortora, G.J. Microbiologia. 8ª ed., Porto Alegre: Artmed, 2005. 05 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/6
Compartilhar