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Microbiologia AULA Gonococos

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Neisseria
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Aspectos gerais
Classificação científica:
Domínio: Bactéria
Filo: Proteobacterias
Classe: ß-proteobacterias
Ordem: Neisseriales
Família: Neisseriaceae
Gênero: Neisseria
Neisseria gonorrhoeae, 
 mediante técnica de imunofluorescência direta. 
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Neisseria
Geralmente habitam as mucosas
Contêm mais de 10 espécies
Somente duas são patogênicas:
	- N. gonorrhoeae: 
	infecta mucosa genital, anal e orofaringe
	-N.meningitidis : infecta a nasofaringe e meninges
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Neisseria meningitidis 
micrografia eletrônica de varredura 
Neisseria gonorrhoeae 
micrografia eletrônica de varredura 
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Diplococos
Gram negativos
Imóveis e não formadores de esporos
Aeróbios
Parasitas intracelulares facultativos
Catalase positivo
Neisseria
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 Cultura:
 - Agar- chocolate ( meio com sangue aquecido)
 - Thayer-Martin e o Martin-Lewis (contêm uma mistura de antibióticos)
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Neisseria gonorrhoeae
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Introdução
A gonorréia é uma doença infecciosa do trato urogenital, causada por Neisseria gonorrhoeae, transmitida quase que exclusivamente por contato sexual ou perinatal. 
Acomete primariamente as membranas mucosas do trato genital inferior e menos freqüentemente aquelas do reto, orofaringe e conjuntiva. 
Neisser em 1879 descreveu o organismo e Leistikow e Loeffler o cultivaram em 1982, quando recebeu a denominação de Neisseria gonorrhoea.
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Características Gerais
 Conhecidos como gonococcos;
 São pequenos;
 Gram-negativos;
 Diplococcos;
 Aeróbio e anaeróbio facultativo;
 Encapsulados;
 Sem flagelos;
Sensíveis a condições ambientais adversas;
Sem formas esporuladas;
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Epidemiologia
Para muitos países a incidência é desconhecida e quando descrita é subestimada;
No Brasil, o Programa Nacional de DSTs e AIDS do Ministério da Saúde estimou para 1994, 860.265 casos de gonorréia, equivalendo a 56% do total de doenças sexualmente transmissíveis registradas e 1.315 casos de oftalmia gonocócica neonatal;
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Epidemiologia
Afeta, mais frequentemente grupos etários de 20-24 anos de idade, com significativo aumento de incidência em adolescentes;
 O risco de infecção em mulheres depois de uma única exposição a um homem infectado é de 50%, enquanto em homens esse risco cae para 20%; 
 Esta enfermidade é mais comum em homens homossexuais e bissexuais;
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Manifestações clínicas - homens
95% dos casos apresentam sintomas agudos;
Infecção geniturinário: Restrita primariamente à uretra: corrimento uretral purulento e disúria.
Epididimites agudas(10%), edema peniano, balanopostite, cowperite, litrite, prostatite e orquite são mais raros.
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Manifestações clínicas - homens
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Manifestações clínicas - mulheres
 O local mais comum da infecção em mulheres é o endocérvice (80-90%), seguido pela uretra (80%), reto (40%), e faringe (10-20%);
Cerca de 90% das mulheres permanecem assintomáticas ou com sintomatologia leve;
Os sintomas predominantes incluem a cervicite, às vezes uretrite, corrimento vaginal, disúria e sangramento intermenstrual;
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Manifestações clínicas - mulheres
Dor abominal ou pélvica geralmente se associa à salpingite;
Alterações tubárias podem ocorrer como complicação da infecção pelo gonococo, levando aproximadamente a 10% dos casos de obstrução tubária e infertilidade. 
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Manifestações clínicas comuns a ambos os sexos
 Gonorréia anorretal;
 Faringite gonocócica; Infecção ocular;
 Perihepatite aguda (síndrome de Fitz-Hugh e Curtis);
 IGD (infecção gonocóccica disseminada).
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Diagnóstico
O isolamento por cultura representa o método diagnóstico padrão; 
 Uma simples cultura em meio seletivo mostra sensibilidade de 95% ou mais para amostras uretrais de homens com uretrite sintomática e 80-90% para infecção endocervical nas mulheres.
 Quando a obtenção do material uretral não for possível, os primeiros 20-30ml de urina podem ser centrifugados e o sedimento cultivado.
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Tratamento
 Historicamente, a penicilina tem sido o tratamento de escolha. Contudo tem-se observado que tem havido necessidade de doses cada vez mais elevadas para atingir o mesmo efeito. Isso se deve, principalmente, à produção de beta-lactamase (enzima responsável pela hidrólise do anel beta-lactâmico), por essas bactérias.
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Tratamento
 Atualmente, o medicamento de escolha tem sido a Ceftriaxona;
Geralmente este medicamento vem associado à Tetraciclina (para o tratamento concomitante da Clamídia);
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Neisseria gonorrhoeae
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Neisseria gonorrhoeae
Bactéria gram-negativa;
Diplococos;
5 tipos de colônias distintas morfologicamente (T1 a T5), segundo cor, tamanho e virulência.
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Fatores de virulência
Fímbrias (tipo 4: adesão inicial dos gonococos às céls epiteliais);
proteína 1;
proteína 2;
proteína 3;
cápsula;
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Fatores de virulência
LOS (lipooligosacarídeo)
Iron-binding protein;
IgA protease
Beta-lactamase
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Gonococos atacam céls da mucosa;
Céls que não possuem fímbrias não são virulentas como as colônias T3 e T5;
IgG3 é a principal IgG que responde à infecção por gonococos;
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IgG e IgA atuam diretamente contra a proteína 3.
Anticorpos para LOS pode ativar o sistema complemento atraindo neutrófilos para o local.
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Patogênese
Adesão inicial dos gonococos às células epiteliais mediada pela fímbria tipo 4; Adesão íntima secundária dos gonococos mediada por proteínas de membrana externa. Endocitose direcionada pelos gonococos nas células epiteliais; Transcitose dos gonococos para a camada subepitelial e disseminação para sítios distantes da infecção inicial.
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Neisseria gonorrhoeae
Pode mudar os fatores antigênicos de suas fímbrias durante o processo infeccioso (fase de variação). Estágio inicial da infecção: aderência ao epitélio de céls do cérvix ou da uretra é mediada pelas fímbrias (fase de variação).Podem ocorrer mudanças tb nas proteínas da membrana externa.O controle da expressão final dos genes para as fímbrias e proteínas de superfície muda o tipo de aderência para diferentes céls do hospedeiro, aumentando a resistência a proteases, a fagocitose e ao sistema imune, indispensável para o sucesso da infecção.
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Neisseria Meningitis
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Etiologia da Neisseria Meningitis
Parte da flora normal nasofaríngea
Imunização natural – bactérias intestinais com polissacarídeos de cápsula semelhantes aos antígenos da N. meningidis
Diplococo gram-negativo
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Etiologia da Neisseria Meningitis
Catalase e oxidase positivos
Espécies saprófitas colonizam a oro e a nasofaringe
Aeróbio restrito, imóvel, não esporulado
Presença de cápsula polissacarídica com atividade anti-fagocitária
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 Doença meningocócica
Formas clínicas da doença: meningite e meningococcemia
Infecção bacteriana aguda, rapidamente fatal
Acometimento mais comum das vias aéreas superiores oligossintomático
Manifestações menos freqüentes: conjuntivite, faringite, miocardite, pericardite, pneumonia e artrite 
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Transmissão 
O ser humano é o único hospedeiro natural da N. meningitidis
Portadores assintomáticos (orofaringe)
Forma de transmissão: gotículas de saliva, espirro, tosse 
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Distribuição geográfica e riscos
Distribuição global
Surtos ocasionais e epidemias em qualquer país do mundo
Epidemias mais freqüentes durante o inverno nas regiões temperadas e nas estações secas em regiões tropicais
No Brasil – endemia com casos esporádicos (inverno)
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Distribuição geográfica e riscos
África: região
com maior número de casos do mundo (região Sub-Saariana - “cinturão da meningite” )
Ocorrência em qualquer faixa etária
Comum em crianças até cinco anos e mais rara em idosos
 
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Sorogrupos
Há 13 sorogrupos identificados, os que mais causam doença são o A, B, C, Y, X e W135
Os sorogrupos A e C : maior taxa de ataque
Cerca de 90% dos casos – sorogrupos A, B e C
Sorogrupo C – jovens e adultos
Sorogrupo B – crianças
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Distribuição Mundial
Distribuição Mundial
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Etapas da aquisição 
de meningococci
Invasão da barreira mucosa das vias aéreas superiores
Epitélio atacado
Diminuição local da superfície epitelial
Microcolonização
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A bactéria pode ser fagocitada ou pode invadir o epitélio danificado
Corrente sanguínea invadida: doença meningocócica
Estruturas atingidas: 
SNC: meningite 
Inflamação, lesões trombóticas em órgãos e tecidos
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Condições favoráveis à infecção 
Esplenectomia
Disfunção do baço (asplenia funcional da anemia falciforme, da talassemia)
Deficiências de imunoglobulinas e do complemento.
Contato próximo com pessoas infectadas
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Medidas profiláticas
Quimioprofilaxia – eliminar bactéria da nasofaringe dos contactantes
O tratamento deve ser precoce – chance de evoluir com doença invasiva é maior nos primeiros cinco dias após a infecção
A eficácia da quimioprofilaxia, quando feita adequadamente, é de 90 – 95%.
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Vacinas 
Com antígenos polissacarídeos da cápsula da bactéria
Proteção por tempo limitado (cerca de três anos)
Exclusiva para sorogrupos contidos na vacina
Reduzida eficácia em crianças de baixa idade (particularmente abaixo de 2 anos)
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Vacinas
Vacinas mais empregadas – bivalente (A+C), a tetravalente (A+C+Y+W135) e monovalente A para menores de 2 anos
Sem vacina eficaz para a meningite meningocócica B 
Vacina conjugada para meningite meningocócica C- boa resposta em menores de um ano 
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Patologia da meningite
Febre elevada
Vômitos (crianças)
Cefaléias
Rigidez da nuca (adultos)
Petéquias (lesão vascular difusa)
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Patologia da meningococcemia
Forma mais grave – evolução rápida 
Manifestações iniciais semelhantes a da meningite, exceto pela rigidez na nuca
Envolvimento multiorgânico
Choque séptico
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Patologia da meningococcemia
Sem tratamento rápido: evolução com confusão mental e coma
15 a 20% dos casos: meningococcemia sem meningite, que tem letalidade próxima de 70% em países em desenvolvimento.
Risco de óbito em menos de 24: hipovolemia, hemorragia e disfunção miocárdica
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Diagnóstico
Clínica
Hemocultura
Cultura do líquor (punção lombar)
Cultura do tecido lesado
Coloração pela técnica do Gram 
Leucocitose, PCR+
TAC-CE, se possível
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Tratamento
Imediato à suspeita de infecção
Antibióticos: combater proliferação bacteriana
Transfusão sanguínea e vasopressores
Anticoagulantes , inotrópicos
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Tratamento 
 Antibióticos por via endovenosa e medidas de suporte (como hidratação)
Cerca de 5 a 10% dos indivíduos evoluem para óbito apesar do tratamento
Dos sobreviventes, 9 a 11% ficam com alguma seqüela permanente (surdez, paralisias, convulsões, amputação de extremidades)
 
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Fatores de Virulência
Auxiliam na aderência, invasão e colonização:
Cápsula
OMP - Outer Membrane Protein
LOS - Lipooligossacarídeo
IgA Protease
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Cápsula
Ajuda na transmissão e colonização:
Protege contra dessecação
Anti-fagocitose
Evita adesão
Evita opsonização
Protege contra lise mediada por sistema complemento
Expressão variada 
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Expressão de OMP
Pili
Mediador da adesão inicial
Movimento por superfícies epiteliais
Transferência de material genético (resistência)
Opa e Opc
Importantes na adesão
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Expressão de OMP
Porinas
PorB – alvo de anticorpos bactericidas
PorA – inibição do sistema complemento
Proteínas de aquisição de Ferro
Regulam a expressão das OMP
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Lipooligossacarídeo
Características:
Pequenas cadeias polissacarídicas
Endotoxina
Mediador chave de patogêneses de septicemia e meningite fulminantes
Presente em bactérias inteiras, desintegradas ou em vesículas de membrana externa 
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Lipooligossacarídeo
Ações:
Medeia a maioria das manifestações clínicas
Pró-inflamatório
Reconhecido do sistema complemento
Ativa cascata de coagulação
Mimetização
Supressão do leucotrieno B4
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Sistema Complemento
Participa da defesa inata do organismo
Ativado por anticorpos
Auxilia a fagocitose de patógenos
Induz resposta inflamatória
Reconhece lipídeo A, ácido lipoteicóico e bactérias ligadas a IgG e IgM
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Suscetibilidade do hospedeiro
Falta de anticorpo natural
Integridade do epitélio respiratório
Presença de IgG e IgM 
Deficiência do complemento
C3 e C4
MAC (membrane attack complex)
Properdina
MBL
fH aumentado
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Escape do sistema complemento
Cápsula 
Evita a lise
Presença de ácido siálico
LOS
Cadeia alfa - antígeno idêntico a humano
Secreção de vesículas de membrana externa
Ativação da regulação negativa
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Ativação da regulação negativa
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