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Estado, cultura e sociedade - Questionario 1

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Questão 1
Texto da questão: Se há uma estrutura pública e privada tão bem definida e funcional nos Estados Modernos, por que se faz necessária uma sociedade civil organizada?
A filósofa Marilena Chauí nos traz uma possível resposta a esta pergunta: Um dos traços que distingue o regime democrático de outras formas sociais e políticas é o reconhecimento da legitimidade do conflito. A democracia não só trabalha politicamente os conflitos de necessidade e de interesses, mas procura institui-los como direitos e, como tais, exige que sejam reconhecidos e respeitados. Mais do que isso. Na sociedade democrática, indivíduos e grupos organizam-se em associações, movimentos sociais e populares, classes se organizam em sindicatos e partidos, criando um contra poder social que, direta ou indiretamente, limita o poder do Estado. 
Baseado em: CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000. p. 560-561.
De acordo com Chauí, pode-se concluir que:
Escolha uma:
a. A sociedade civil é um mal necessário devido à falta de representatividade do governo, mesmo quando se diz democrático.
b. A sociedade civil é anterior à democracia e não se extingue com ela, ao contrário, tende a organizar-se cada vez mais.
c. As organizações sociais de caráter civil passam a intervir naquilo em que o Estado não atua ou atua de maneira insatisfatória a fim de defender seus interesses.
Questão 2
Texto da questão: A circulação de mercadorias é o ponto de partida do capital. A forma imediata da circulação de mercadorias é M — D — M, transformação da mercadoria em dinheiro e retransformação de dinheiro em mercadoria, vender para comprar. A par desta forma achamos, porém, uma segunda, especificamente diferenciada, a forma D — M — D, transformação de dinheiro em mercadoria e retransformação de mercadoria em dinheiro, comprar para vender. Dinheiro que descreve no seu movimento esta última circulação transforma-se em capital, torna-se capital e, segundo a sua determinação, é já capital.
(...)
O circuito M — D — M parte do extremo — uma mercadoria — e termina no extremo — uma outra mercadoria —, que sai da circulação e cai no consumo. Consumo, satisfação de necessidades, numa palavra, valor de uso é, pois, o seu fim último. O circuito D — M — D sai, pelo contrário, do extremo — dinheiro — e regressa, por fim, ao mesmo extremo. O seu motivo impulsor e fim determinante é, portanto, o próprio valor de troca.
A circulação simples de mercadorias — a venda para compra — serve de meio para um fim último que se encontra fora da circulação, a apropriação de valores de uso, a satisfação de necessidades. A circulação do dinheiro como capital é, pelo contrário, fim em si mesma, já que a valorização do valor só existe dentro deste movimento sempre renovado. O movimento do capital é, portanto, sem medida.
Como portador consciente deste movimento, o possuidor de dinheiro torna-se capitalista. A sua pessoa, ou antes, a sua algibeira, é o ponto de partida e o ponto de chegada do dinheiro. O conteúdo objetivo daquela circulação — a valorização do valor — é o seu fim subjetivo e apenas na medida em que a crescente apropriação da riqueza abstrata é o único motivo propulsor das suas operações ele funciona como capitalista ou como capital personificado, dotado de vontade e consciência. O valor de uso não é, portanto, nunca de tratar como fim imediato do capitalista. E também não o ganho singular, mas apenas o movimento incansável do ganhar.
O valor torna-se, pois, valor em processo, dinheiro em processo e, enquanto isso, capital. Ele provém da circulação, regressa a ela, conserva-se e multiplica-se nela, volta dela aumentado e começa o mesmo circuito sempre de novo. D — D', dinheiro que gera dinheiro — money which begets money —, assim soa a descrição do capital na boca dos seus primeiros intérpretes, os mercantilistas.
Comprar para vender ou — de modo mais completo — comprar para vender mais caro, D — M — D', parece apenas uma forma que é própria de uma espécie de capital, do capital mercantil. Mas também o capital industrial é dinheiro que se transforma em mercadoria e, pela venda da mercadoria, se retransforma em mais dinheiro. Actos que se desenrolam porventura entre a compra e a venda, fora da esfera de circulação, em nada alteram esta forma de movimento. No capital que rende juro, por fim, a circulação D — M — D' manifesta-se abreviada no seu resultado sem a mediação, por assim dizer, em estilo lapidar, como D — D', dinheiro igual a mais dinheiro, valor que é maior do que si próprio.
D — M — D' é, de facto, a fórmula universal do capital, tal como aparece imediatamente na esfera da circulação.
(Trechos de O Capital, de Karl Marx)
https://www.marxists.org/portugues/marx/1867/capital/livro1/cap04/01.htm
Nesse contexto, analise as afirmativas a seguir:
O dinheiro é produzido para fazer com que uma mercadoria qualquer circule na sociedade.
CONSEQUENTEMENTE
A mercadoria somente será produzida se tiver valor de uso para alguém.
Assinale a alternativa correta:
Escolha uma:
a. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda não é consequência da primeira. 
b. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda é consequência da primeira.
c. A primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.
Questão 3
Texto da questão: Os indivíduos viviam isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos. Reinava o medo, sobretudo da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Mas isso não garantia nada: sempre podia surgir alguém mais forte que vencia o mais fraco e ocupava suas terras. Nesse ambiente, a vida não tinha garantias; a posse não era reconhecida e a única lei que vigorava era a lei do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar.
Baseado em: CHAUÍ, Marilena. Filosofia. Ed. Ática, São Paulo, ano 2000, pág. 220-223.
Essa descrição refere-se ao conceito de:
Escolha uma:
a. Estado de Cultura proposto por Maquiavel.
b. Estado de Natureza descrito por Tomas Hobbes
c. Sociedade Civil descrito por Max Weber.
Questão 4
Texto da questão: A expressão sociedade civil foi historicamente utilizada com diversos significados. Para Bobbio: “...Sociedade civil é representada como o terreno dos conflitos econômicos, ideológicos, sociais e religiosos que o Estado tem a seu cargo resolver, intervindo como mediador ou suprimindo-os; como a base da qual partem as solicitações às quais o sistema político está chamado a responder; como o campo das várias formas de mobilização, de associação e de organização das forças sociais que impelem à conquista do poder político.
BOBBIO, Norberto, Estado, governo e sociedade: para uma teoria geral da política págs. 40-41. 
Nesse contexto, analise as afirmativas a seguir:
A sociedade civil é uma entidade privada com atuação na esfera pública.
PORQUE
Nunca possuem fins lucrativos e não recebem verbas do Estado.
Assinale a alternativa correta:
Escolha uma:
a. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
b. As duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
c. A primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.
Questão 5
Texto da questão: No Estado de Natureza, há uma percepção do social como luta entre fracos e fortes, vigorando a lei da selva ou o poder da força. Para fazer cessar esse estado de vida ameaçador e ameaçado, os humanos decidem passar à sociedade civil, isto é, ao Estado Civil, criando o poder político e as leis. No Estado de Cultura, o indivíduo abre mão de parte de sua liberdade (inclusive daquela em que possa atentar contra a vida do outro) para pertencer a uma sociedade que possa garantir sua sobrevivência.
Como pode ser explicada a origem desse contrato social na visão de Hobbes?
Escolha uma:
a. O estado se impõe por meio da força física sobre a comunidade selvagem, como um Leviatã.
b. A propriedade privada deu origem ao Estado de Cultura e marca a passagem do Estado de natureza para a Sociedadecivil.
c. A virada para a criação do pacto se dá pelo surgimento de uma desigualdade econômica que coloca tudo em risco.
Questão 6
Texto da questão: A discussão nacional sobre a resolução das complexas questões sociais presentes na estrutura brasileira e o seu desenvolvimento em bases sustentáveis tem destacado, dentre tantas, a noção de corresponsabilidade e de complementaridade entre as ações efetivadas pelos diversos setores e atores que atuam no campo social. A interação de ações e agentes que implementam políticas públicas propicia a troca de conhecimento sobre as distintas experiências, proporciona maior racionalidade, qualidade e eficácia às ações desenvolvidas e visa evitar superposições de recursos e competências, dentre outros.
(...)
A noção de corresponsabilidade tem impulsionado a constituição de parcerias, que implica reconhecer, entender e encontrar as formas de relacionamento entre agentes com lógicas distintas de atuação em torno de objetivos comuns, sem perda de identidade e desvio de suas missões institucionais. Neste sentido, as significativas diferenças e conflitos entre as lógicas de governo, de mercado e da sociedade civil organizada são dificuldades entendidas como incentivos à constituição de arranjos cooperativos entre as partes. Devido à natureza diversificada e às funções que desempenham, as instituições governamentais, as organizações do mercado e as da sociedade aglutinam competências bastante diferentes, mas cuja complementaridade é cada vez maior e necessária.
(...)
De uma forma geral, esses desafios moldam hoje o quadro de atuação das organizações da sociedade civil do terceiro setor.
BNDES. Terceiro Setor e Desenvolvimento Social. Relato Setorial nº 3 AS/GESET.  Disponível em: <http//www.bndes.gov.br> Acesso em: 23 fev. 2017
De acordo com o texto, pode-se afirmar que o terceiro setor:
Escolha uma:
a. Todas estão corretas.
b. Controla as demandas governamentais por serviços, de modo a garantir a participação do setor privado.
c. É responsável pelo desenvolvimento social das empresas.
Questão 7
Texto da questão: A constituição da esfera pública é parte integrante do processo de democratização da vida social, pela via do fortalecimento do Estado e da sociedade civil, de forma a inscrever os interesses das maiorias nos processos de decisão política. É um movimento que pretende conferir níveis crescentes de publicização no âmbito da sociedade política e da sociedade civil, no sentido da criação de uma nova ordem democrática valorizadora da universalização dos direitos de cidadania. [...] Os caminhos de formação dessa esfera comum são construídos pelo discurso e pela ação dos sujeitos sociais que, estabelecendo uma interlocução pública, possam deliberar em conjunto as questões que dizem respeito a um destino coletivo (RAICHELIS, 1998, p. 78).
Dentro desse conceito, uma esfera pública se estabelece nos fóruns coletivos, cujas deliberações definirão gradualmente sua instituição. Tais decisões resultam da interlocução entre segmentos da população local preocupados com as problemáticas sociais que dizem respeito às necessidades públicas.
(...)
Essa articulação deve promover um modelo de organização de segmentos participativos da sociedade que implique uma nova configuração das políticas sociais, capaz de produzir estratégias amplas de enfrentamento da exclusão social, de forma a inscrever os interesses das maiorias nos processos de decisão política. Ocorre que, no movimento contemporâneo de ampliação da esfera pública, proliferam presenças diversificadas de agentes políticos, culturais, econômicos e sociais, com ações ou discursos nem sempre convergentes na criação de modelos dinâmicos de organização. Assim, o estabelecimento da interlocução pública nem sempre se direciona para possibilidades de deliberação em conjunto das questões que dizem respeito a um destino coletivo.
LOPES, José Rogério. Terceiro setor: a organização das políticas sociais e a nova esfera pública. São Paulo Perspec.,  São Paulo ,  v. 18, n. 3, p. 57-66,  Sept.  2004 . 
Segundo este autor, pode-se inferir que:
Escolha uma:
a. A esfera pública remete à definição de interesses comuns levantados por uma sociedade instaurada em um Estado democrático.
b. A presença de diversos atores com interesses divergentes no cenário democrático contemporâneo dificulta a tomada de deliberações em prol da coletividade.
c. A sociedade civil organizada constitui uma entidade privada com atuação na esfera pública.
Questão 8
Texto da questão: Alguns filósofos do Renascimento, período de grandes transformações culturais, procuraram encontrar a origem da organização social em torno do Estado, no que se chamou de Estado de Natureza.
Assinale a alternativa que melhor representa a concepção de Estado de Natureza proposta por Jean-Jacques Rousseau:
Escolha uma:
a. Os indivíduos viviam isolados nas florestas, sobrevivendo com o que a natureza lhes dava e desconheciam as lutas.
b. Os indivíduos viviam isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou “o homem lobo do homem”.
c. Não existia propriedade privada nem laços familiares. O soberano decidia quem poderia ter filhos e preparava física e intelectualmente a juventude, reservando o governo para os filósofos.
Questão 9
Texto da questão: É uma forma de qualificação das entidades para que possam absorver atividades dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde, até então desempenhadas diretamente pelo Poder Público.
Esta definição pode ser aplicada a que tipo de entidades/organizações?
Escolha uma:
a. Trata-se da definição de Organização Social.
b. Refere-se ao conceito de Entidade Beneficente de Assistência Social.
c. Essa definição aplica-se ao Terceiro Setor como um todo.
Questão 10
Texto da questão: As tipologias clássicas das formas de governo são três: a de Aristóteles, a de Maquiavel e a de Montesquieu. Remonta à Política de Aristóteles, em particular aos livros III e IV, a extraordinária fortuna da classificação das constituições com base no número dos governantes, em monarquia ou governo de um, aristocracia ou governo de poucos e democracia ou governo de muitos, com a anexa duplicação das formas corruptas, pelas quais a monarquia degenera em tirania, a aristocracia em oligarquia, a politeia (que é o nome que Aristóteles dá a forma boa do governo de muitos) em democracia. No Príncipe, Maquiavel as reduz a duas, monarquia e república, compreendendo no gênero das repúblicas tanto as aristocráticas quanto as democráticas, com base na consideração de que a diferença essencial passa entre o governo de um só, de uma pessoa física, e o governo de uma assembleia, de um corpo coletivo, sendo a diferença entre uma assembleia de otimates e uma assembleia popular menos relevante, porque ambas, à diferença da monarquia onde a vontade de um só é lei, devem adotar algumas regras, como a do princípio da maioria, para alcançar a formação da vontade coletiva. Montesquieu retorna a tricotomia, diversa porém da aristotélica: monarquia, república, despotismo. Diversas no sentido de que combina a distinção analítica de Maquiavel com a distinção axiológica tradicional, na medida em que define o despotismo como o governo de um só, mas “sem lei nem freios”, em outras palavras como a forma degenerada de monarquia. Além do mais, Montesquieu acrescenta um novo critério de distinção, o critério com base nos “princípios”, isto é, com base nas diversas molas (ressorts) que induzem os sujeitos a obedecer: a honra nas monarquias, a virtú nas repúblicas, o medo no despotismo. (...) A novidade da tipologia de Montesquieu com respeito às duas precedentes depende da introdução da categoria do despotismo, tornada necessária pela exigência de dar mais espaço ao mundo oriental, para o qual a categoria despotismo havia sido forjada pelos antigos.
Trecho extraído de: BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade: para uma teoria geral da política.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2012.
De acordo com Bobbio, sobre a classificação tradicional das formas de governo é correto afirmar que:
Escolha uma:
a. A única classificação que sobreviveu ao tempo, é a de Maquiavel, dividindo os governos em repúblicas ou monarquias.
b. As formas de governo foram tradicionalmente classificadas com base no número de governantes, na determinação de quem estabelece as leis ou, ainda no critério daquilo que leva os cidadãos a obedecer ao governo estabelecido.
c. A classificação aristotélica é idêntica à de Montesquieu.

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