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PCC 2

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PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR – PCC
 Turma 2014: PCC - 2º SEMESTRE
Rejane Carla Martins Rezende
RA 1441131
Análise de um micro conto
 
Dalton Trevisan “Ah, é?” 
Ah, é? 
Mal a pobre se queixa:
 - Ai, que vida infeliz. 
Ele a cobre de soco e pontapé: 
- E agora? Está se divertindo? 
Apanha ela (grávida de três meses) e apanham as cinco pestinhas. 
Uma das menores fica de joelhos e mão posta:
 - Sai sangue, pai. Não com o facão, paizinho. Com o facão, dói.
Este microconto contém os seguintes personagens: uma mulher grávida refém de seus próprios medos.
Um marido cruel e malfeitor. 
Cinco crianças indefesas. 
Percebe-se logo que o tema em discussão trata-se de violência doméstica, agressão familiar.
Figuras de linguagens, nota-se uma certa ironia por parte do agressor (marido):
 ‘’E agora? Está se divertindo?’’.
 A narrativa deste conto encontra-se na 3° pessoa 
Conflito social seria: casal sem planejamento familiar e uma família desestruturada.
O microconto sempre trabalha com narrações inteiras subentendidas em pequenos contextos e ações que dependem da superinterpretação do leitor. Apesar de ser um conto bastante reduzido em palavras, há uma imensidão de significados que ficam à mercê do próprio leitor, ou seja, é uma narração que depende da interpretação do leitor.
De acordo com a matéria Ciências Sociais, este conto é um texto narrativo sem muitos argumentos, mas deixa explícito um contexto social. É intencional, pois o mesmo levanta uma questão social vivida por muitas famílias nos dias de hoje, deixando assim o leitor impressionado com muita pontuação e dialogo, o miniconto apresenta um panorama, de uma família com problemas sociológicos e psicológicos um homem cruel e carrasco, que pune de uma maneira psicopata a mulher e suas filhas, onde predominam as agressões físicas e morais. A violência é tão grande contra aqueles que deveria amar e cuidar, fica difícil imaginar o porquê de tanto descontrole desse homem, talvez seja uma resposta a um estímulo que recebeu quando criança de seus pais ou por situações financeiras, também por puro complexo de superioridade e machismo que leve um homem a cometer atos de crueldade.
Na Psicologia e Desenvolvimento, o conceito ou o significado do mundo-modo de compreender o mundo deve associar-se ao significante, que é a maneira de expressá-lo. Sobre este conceito, quando a mulher diz:’’-Ai que vida infeliz.’’, entende-se perfeitamente a visão de mundo que ela tem: que não deve gritar por socorro, que deve ser submissa ao marido, enfim, que deve ser omissa à tudo que acontece ali, para não dificultar
ainda mais a situação, pois imagina ela que padeceria juntamente com as crianças se não tivesse um marido.
A narrativa não mostra se ela trabalhava para lhe ajudar, creio que por falta de ter com quem deixar as crianças, pois há falta de creches, fosse impedimento para que trabalhasse fora. Essa tem sido a queixa das mulheres atualmente. Aquela mulher vivia cheia de medo, infeliz, amargurada.
Queria outra vida para ela e seus filhos, mas se sentia uma fraca, acuada. Se era ruim com aquele homem, pior sem ele, como manteria seus filhos? Ela sabia que todos corriam risco de vida, porém, o medo faz com que a pessoa fique paralisada e não tome a decisão de denunciar a violência.

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