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Pesquisas Acadêmica voltada ao Campo da Psicologia sobre Transtornos Alimentares na infância e na adolescência (psicanálise, anorexia e bulimia ) Docente: Jacinta Discente(s): Ângela Patrícia Christian e Silmara Centro Universitário – Estácio Fic Curso: Bacharelado em Psicologia Introdução Os transtornos alimentares constituem patologias graves e complexas, quer pela própria configuração do quadro clínico e suas conseqüências, quer pela incidência prevalente na adolescência, que pode comprometer o desenvolvimento biopsicossocial do indivíduo. O adolescente vive uma crise descrita por Knobel e Aberastury (1992) como uma ”síndrome da adolescência normal.” A adolescência marca justamente um período que tem por tarefa a assimilação das transformações corporais, sociais, psicológicas, comportamentais, entre outras, que envolve não só o jovem, mas todo seu entorno: pais, amigos e escola. De todas as transformações impostas ao adolescente, as corporais são as que maior implicação. Como descrevem Gonzaga e Weinberg (2003), ainda bastante infantil, vê seu corpo se modificar e se assusta frente não só às novas sensações que esse corpo lhe propicia, mas também ante o que o seu corpo possa vir a despertar no outro. Toda a construção da identidade se faz presente como pano de fundo nos transtornos alimentares. Vale ressaltar uma atitude presente no comportamento de pacientes com transtornos alimentares, que é a busca por um corpo perfeito. E, podemos mais uma vez, compreender essa obsessão como uma defesa aos lutos, pois as perdas sofridas promovem feridas narcísicas importantes. Infelizmente temos aqui a contribuição da sociedade enaltecendo o corpo descarnado das modelos e atrizes, criando uma cultura do corpo magro, em detrimento do corpo saudável. Ser magra não é suficiente, o que está em jogo é um corpo imaginário perfeito, assim, a tarefa de viver e superar a crise da adolescência normal é complicada por esses ideais estéticos que encobrem as dores narcísicas vividas nos lutos da infância. O perfil de uma pessoa com bulimia ou anorexia é a tendência ao perfeccionismo e a vontade de adaptar-se aos desejos e expectativas dos outros, passam a considerar a opinião dos outros como uma referência para sua vida. Segundo Bruch (1973), por meio de sua inteligência, vivacidade, obediência, obstinação e disciplina, a jovem com transtorno alimentar desenvolve uma aparente harmonia, que na verdade esconde um forte sentimento de ineficácia diante do mundo. As anoré-xicas sentem-se como objetos nas mãos dos outros e não fazem nada pelo próprio desejo. Como forma de defenderem-se desse sentimento, de dóceis e obedientes passam a ser rígidas e exigentes com a alimentação e com o corpo, que precisam ser perfeitos e ideais em detrimento de sua própria personalidade em formação. As adolescentes anoréxicas são sempre vistas como bem comportadas, competitivas e com tendências a marcar metas muito altas a serem cumpridas. Em contrapartida, as pacientes com bulimia apresentam um funcionamento mais caótico e baseado no “tudo ou nada”. Em comum notamos que tanto anoréxicas quanto bulímicas experimentam um profundo sentimento de abandono, desamparo, incapacidade de enfrentar as exigências da própria vida e de modelar o próprio destino. Diante deste panorama Scazufca (2002) resume a anorexia como uma forma de defesa contra tudo que é humano como sofrer, sentir dor, perder, amar e odiar, sendo o corpo vazio, oco, purificado de seus pecados. Por outro lado, a bulímica carrega a marca do pecado e a vergonha por tê-lo cometido diante de sua impulsividade. Os pais têm papel fundamental no desenvolvimento dos hábitos alimentares de seus filhos: o tipo de comida que oferecem, os modelos de alimentação que mostram e os conceitos alimentares que transmitem resultam no que a criança aprende sobre o comer e a alimentação, muitas vezes familiares podem trazer uma conduta de risco para o desenvolvimento de um transtorno alimentar. Minuchin e col. (1978) observam que o transtorno alimentar reflete a disfunção do sistema familiar, ou seja, seria um sintoma de seu funcionamento problemático, destacando que a anorexia nervosa desempenha um papel central no mecanismo de evitar problemas e na tentativa de manter o equilíbrio familiar, descrevendo essas famílias configuradas por algumas características como perfeccionismo, superproteção, aglutinação e preocupação com o peso e com dieta. Especialmente nas famílias das pacientes bulímicas evidencia-se uma excessiva preocupação pela gordura e dieta. CONCLUSÃO Podemos então perceber que a diversos fatores patológicos que podem influenciar o acontecimento futuro de um TA, que começa desde a infância com a responsabilidade da família e quando passa ao adolescente ter a própria autonomia. Os principais fatores de risco dos transtornos são a mídia e os ambientes sociais e familiares, por isso a grande importância da presença dos pais na vida da criança e do adolescente, o ensinamento dos bons costumes e de uma boa alimentação. Geralmente ocorre no adolescente, quando ele busca o padrão da magreza em excesso, quando se ver gordo(a) e não consegue se encaixar na sociedade por esse motivo. Isso podem levar a uma série de problemas graves para o jovem, problemas físicos e até a morte, a maioria luta com a angustia, a depressão, a baixa auto-estima e muitos outros. Quando se tem a presença de transtorno alimentar raramente ela se queixara disso, pois acredita que deve seguir o padrão da magreza. Psicanálise e anorexia Os sintomas de ordem alimentar presentes nos casos relatados por Freud se encontram invariavelmente articulados à sexualidade, ou mais propriamente às “força pulsionais de cunho sexual” (FREUD [1905] 1996,p. 154), que o autor localizava na etiologia das psiconeuroses. A anorexia permanece como um sintoma histérico ao longo de seus escritos e é por vezes relacionada à melancolia – como ocorre em seu rascunho G, onde aproxima a anorexia de uma “melancolia em que a sexualidade não se desenvolveu” (FREUD, [1895] 1996,p.247) e da histeria, considerada como “ anestesia sexual”. Para ele, a anorexia eclodiria durante a puberdade das meninas e traria à luz um conflito, em que a recusa aos alimentos viria a representar uma aversão à sexualidade. Freud afirma, em acréscimo, que a apreciação da manifestação anoréxica há que se dar em conexão com a fase oral da vida sexual, em que a atividade erógena se mantém ligada à nutrição, e a escolha de objeto toma a direção do primeiro objeto de prazer oral, ou seja, o seio e, consequentemente, a mãe. Em seu Além do princípio de prazer, Freud ([1920] 2013) inaugura outro conceito essencial à apreciação da manifestação anorexia: pulsão de morte, tendência conservadora cujo objetivo seria o retorno a uma condição primeira – ao inanimado. Lacan, por sua vez, nos ensina em seu seminário A relação de objeto ( [1956-1957] 1995) que a anorexia não consiste apenas numa recusa ao alimento, mas antes, num comer nada. Investido assim como objeto, o nada assume lugar prioritário na economia libidinal do sujeito anoréxico, que responder a um vínculo parasitário com o outro materno elegendo o nada como um atalho, na tentativa de salvar a si próprio da catástrofe de sua total alienação. O comer nada da anorexia surge, assim, como uma manobra do sujeito para tentar inverter a sua posição de impotência perante a mãe, tidapor ele como onipotente e caprichosa; não barrada em seu desejo e a quem nada falta. Dessa maneira, é buscando imputar uma falta no outro e, consequentemente, assegurar-se faltoso, que o sujeito anoréxico recusa o alimento e como nada, esforçando-se na tentativa de desassujeitamento, de separação desse outro, para se garantir igualmente desejante. Adolescência, um despertar... Em Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, Freud ([1905] 1996) assinala que a chegada da puberdade traz consigo investimentos objetais de épocas remotas, numa reedição do complexo de Édipo que se dá por ocasião da maturidade de um corpo que se torna, por isso ameaçador da realização do desejo. Na adolescência, o sujeito vai se confrontar com as mudança de sua imagem corpórea e o redespertar da pulsão, parcialmente adormecida pela latência, deparando-se ainda com um refluir da libido narcísica que torna esse período modelo de narcisismo por excelência. A adolescência é também um tempo em que o corpo assume de destaque. A partir da perda do corpo idealizado da infância, o adolescente deverá suportar as múltiplas transformações de sua imagem, em um transpor doloroso no qual o corpo, além de desconhecido, torna-se fonte de angústia e inquietação nesse (re)conhecer que traz o novo, o estranho. Na nova economia libidinal, tributária do desligamento dos primeiros objetos de amor, as questões corporais se intensificam. Tornado imigrante em sua própria casa, o corpo se torna centro da maior parte dos conflitos do adolescente,que revela sua inquietante estranheza na relação com esse novo corpo através de sintomas que chegam a ameaçar a vida do sujeito, como é o caso da anorexia, da bulimia, das automutilações, dos comportamentos de risco. Para a menina, a vivência da adolescência apresenta peculiaridades que podem contribuir para torná-la prevalentemente suscetível à ocorrência da anorexia, entre as quais se destaca a problemática do encontro do objeto. Freud ([1931] 1988) afirma que a mãe, que ceva e acolhe o lactente em seu desamparo, se constitui – tanto para o menino quanto para a menina – como o primeiro objeto de amor. Ao final do desenvolvimento da menina, entretanto, seu pai – um homem – torna-se seu novo objeto amoroso. Dito de outro modo, “[...] à mudança em seu próprio sexo deve corresponder uma mudança no sexo de seu objeto” (BIDAUD, 1998, p. 237). Para o autor é essa problemática passagem, o tempo da mudança de objeto, que parece figurar no núcleo do drama da anoréxica. Considerações acerca da relação mãe e filha na dinâmica anoréxica Analisando a relação entre a mãe e a filha na anorexia, Bidaud (1998) propõe que seja caracterizada pela criação de um espaço de domínio (Bemachtigung) entre elas, com o estabelecimento de uma aliança e interdependência intensa, e afirma que tal relação se destaca entre as demais relações objetais comuns à dinâmica anoréxica. A mãe, como um objeto, recusa a separação da filha, formando uma continuidade fusional em que não há ausência ou falta. Esse espaço não espaço mantido pelo seu conclui, institui o que Bidaud (1998) chama de uma falta de elaboração do vazio tamponado pela mãe, que mantém a filha como objeto exclusivo do seu desejo. Bidaud (1998) considera ainda que o alimento como objeto atentatório vindo da mãe, o objeto de um consumo incestuoso, induz, como contenção a um desmoronameno do eu, uma fetichização do corpo próprio. O eu triunfa e exulta, ergue-se na soberba do falo materno. Retomando Freud, Silva e Bastos (2006) destacam que esse estágio preliminar de ligação com a mãe é muito rico e pode deixar atrás de si muitas oportunidades para fixações e disposições. O medo de ser assassinado ou envenenado é frequente nos relatos analíticos dos pacientes de Freud, e ele define fantasias que se somam à fantasia de sedução; o papel do sedutor é dado à mãe. O temor de ser envenenado também está relacionado com o desmame e com a mudança no estatuto do alimento, que vai do signo de amor para aquele que faz adoecer. Esse intenso vínculo que se consolida entre mãe e filha no período pré- edipiano e que por vezes permanece intacto até a puberdade, constitui o ponto de enigma da feminilidade e se revela uma notável característica pertencente à dinâmica anoréxica, sendo apontada pela quase unanimidade dos estudiosos dessa sintomatologia. Articulando anorexia e adolescência As autoras retomam Lacan no que ele formula acerca da sexuação ao identificar, na obstinada recusa ao alimento, contornos de um sacrifício por intermédio do qual a anoréxica busca fundar uma universalidade no conjunto das mulheres – através da imago da mãe onipotente – e estabelecer uma simetria entre os dois modos de subjetivação do desejo (homem e mulher) a partir da anulação do não-todo que específica o lado mulher. A anorexia se apresentaria, por tal via, como uma tentativa – frustrada por sua inviabilidade lógica e estrutural – de instituir a exceção para fazer existir o todo, o traço de pertinência que garantiria à menina sua feminilidade. Freud ([1895] 1996) enfatiza que a primeira experiência de satisfação deixa marcas no psiquismo e que, ao longo da vida, há uma tentativa de reencontrá-la. Mas nessa primeira experiência, mítica, algo foi perdido, algo que não pode ser representado, um resto, que se constitui como ponto de furo no psiquismo e induz no sujeito a busca por reencontrar o objeto perdido. Para Pena (2014), a ausência de um objeto específico e natural para a pulsão é o que nos possibilita dizer que há uma satisfação na recusa do alimento na anorexia. A anoréxica demonstra através de seu comer nada, sob a forma da recusa, que não é pelo alimento que a pulsão oral se satisfaz, mas antes, por fazer esse contorno ao vazio do objeto perdido desde a primeira experiência de satisfação. O nada da anorexia traz justamente à cena essa falta, central à noção de objeto em psicanálise. Conclusão A temática dos transtornos alimentares, na qual se imiscui a anorexia, é de longa data cara ao interesse tanto popular quanto científico, no que diz respeito quer à esfera biológica, quer em seu componente psíquico. Avançando na consideração da relação da anoréxica com o nada através da fantasia inconsciente, entendemos que o posicionamento de recusa do sujeito em relação ao Outro coloca em ato a presença do nada. Comer nada representa, portanto, a maneira encontrada pelo sujeito de barrar o Outro, introduzir um não diante da “papinha sufocante” (LACAN, [1958] 1998,p.634) que o Outro lhe oferece incessantemente, reduzindo a situação de onipotência em que o Outro se encontra a uma total impotência. Tal como se apresenta na estrutura histérica, esse sintoma pode, então, ser visto como o modo pelo qual o sujeito busca se nomear `mulher` através de seu corpo, buscando esgotar na imagem a pergunta sobre a feminilidade. E é entendimento que há de balizar reflexões futuras, empreendidas a partir deste trabalho, que contribuam ao aprimoramento da escuta das adolescentes que, se expondo anoréxicas, nos remetem por intermédio do corpo à importância do olhar do Outro e desvelam o inquestionável hiato que existe entre os processos fisiológicos e o corpo simbólico – objeto de sedução, submissão e até de sacrifício. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Gonzaga, A. P., Weinberg, C. Transtornos Alimentares: uma questão cultural?. Rev Latinoam Psicopat Fund. 2005; VIII, 1, V-VI; Lask, B. & Bryant- Waugh, R.- Anorexia Nervosa and Related Eating Disorders in Childhood and Adolescence. Psychology Press, 2ndedition, London, UK, 2000; Lawrence, M. Amando-os até a morte: a anoréxica e seus objetos. Livro Anual de Psicanálise. 2003, XVII, 175-186; Minuchin, S., Rosman, B., Baker, L. Psychosomatic families: anorexia nervosa in context. Boston: Harvard University Press, 1978; Ramalho, R. Uma melancolia tipicamente feminina. In: A clínica da melancolia e as depressões. Rev da Assoc.Psicanalítica de Porto Alegre. 2001, junho, nº20, 37-56; Scazufca, A. C. M., Berlinck, M. T. Sobre o tratamento psicoterapêutico da anorexia e da bulimia. Psicologia Clínica Pós-Gradua- ção e Pesquisa (PUC-RJ), Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 115-129, 2002. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BIDAUD,E.Anorexia mental, ascese, mística: uma abordagem psicanalítica. Rio de Janeiro: Campanhia de Freud, 1998. FREUD,S. Além do princípio de prazer.IN:_____, História de uma neurose infantil (“O homem dos lobos”), Além do princípio do prazer e outros textos (1917-1920). Tradução de Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2010 (Obras completas,14). FREUD, S. Rascunho G. Melancolia (1895). In:____. Publicações prés-psicanalíticas e esboços inéditos (1886- 1889). Direção-geral da tradução de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1985.p. 246-253. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, 1). FREUD,S.Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905). In:____.Um caso de histeria, três ensaios sobre a teoria da sexualidade e outros trabalhos (1901-1905). Direção-geral da tradução de Jayme Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1996.p. 128-229.(Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud,7). LACAN, J. O seminário, livro 4: a relação de objeto (1956-1957). Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller. Tradução de Dulce Duque Estrada; revisão de Angelina Harari. Rio de Janeiro: Zajar, 1995. (Campo Freudiano no Brasil). PENA, D.S.C. A anorexia e outro: o paradoxo na relação do sujeito com o desejo. 2014. 90 f. Dissertação (Mestrado em psicologia) – Universidade Federal de São João Del Rei, São João del Rei, 2014 SILVA, A. N.; BASTOS, A. Anorexia: uma pseudosseparação frente a impasses na alienação e na separação. Psicologia Clínica. Rio de Janeiro, v. 18p.97-107,2006. FATORES ESTRESSANTES NO TRABALHO Ao estudar a relação entre estresse e trabalho, Villalobos (2004) considera que os fatores psicossociais do trabalho representam um conjunto de percepções e experiências, ou seja, consistem em interações entre o trabalho, o ambiente laboral, as condições da organização e as características pessoais do trabalhador, suas necessidades, cultura, experiências, estilo de vida e sua percepção de mundo. Inclui, entre os principais fatores psicossociais do trabalho geradores de estresse, aspectos da organização, gestão e processo de trabalho e as relações humanas. O autor situa a organização em um contexto histórico, com o seu conjunto de problemas demográficos, econômicos e sociais, no qual interage; contempla, portanto, as variáveis do macrocontexto, sua interação com os elementos do ambiente organizacional, e o indivíduo, com sua multideterminação. Uma das principais causas de estresse no dia-a-dia, se da por conta do trabalho excessivo, diante da crise que estamos vivendo, a cada dia as pessoas pensam em trabalhar compulsivamente sem descanso, o que acaba acarretando problemas emocionais, psicológicos e até físicos, como o cansaço. Hoje é impossível viver sem estresse, o que acaba se acomodando a nossa rotina. A pressão por conta dos tempos de crise faz o trabalhador se tornar mais ainda exigido no meio de trabalho, que acaba se sentindo sobrecarregado por ter que fazer várias funções ou trabalhos ao mesmo tempo. O estresse excessivo acaba interferindo na produtividade, no esforço e na relação com as pessoas em seu meio. A partir do momento que o estresse no trabalho interfere na capacidade de realizar as tarefas com cautela, de gerenciar sua vida, e afeta na sua saúde, é hora de se cuidar. O grande problema da sociedade atualmente é não se preocupar em cuidar da sua saúde física e mental, quando suas necessidades não são atendidas você acaba se tornando mais fraco e exposto cada vez mais ao estresse. Os esgotamentos de suas energias fazem com que seus mecanismos se tornem frágeis e vulneráveis as diversas patologias. As principais causas de estresse no trabalho é o medo de ser despedido, aumento de horas extras, pressão no trabalho e grande insatisfação profissional. Para evitar esses diversos estresses, você tem que esta no controle da situação. Saber assumir as suas responsabilidades para melhorar o seu bem-estar, identificar os hábitos e as atitudes que fazem aumentar o estresse, melhorar a comunicação com os colegas de trabalho, ser sempre positivo e paciente. Não pense só que a sua vida gira em torno de trabalho. Procure ter uma vida social, aprenda a se divertir, movimente-se! Faça exercícios físicos, viaje com a família procure ter uma boa alimentação, tenha o descanso de sono necessário, priorize e organize suas responsabilidades. Todas essas dicas são importantes para saber lidar com o estresse do dia- a-dia, não só no trabalho, mas para diversos fatores que acarretam estresse. Nível de estresse e principais estressores do motorista de transporte coletivo Atualmente, o mercado de trabalho está com os olhos mais voltados na produtividade e na busca da satisfação do cliente, deixando algumas vezes, de preocupar-se com a saúde mental do trabalhador. Neste contexto, o estresse encontra-se presente e está relacionado às mudanças e à capacidade adaptativa da pessoa, através do modo de lidar e significar às vivências e estímulos que geram estresse (Faro & Pereira, 2013). Desta forma, deve-se buscar compreender os aspectos do trabalho e do processo de adoecimento psíquico do trabalhador, considerando a história pessoal e profissional e, sua situação atual, avaliar o histórico da pessoa para dimensionar o sofrimento (Borsoi, 2007). Ainda, nos últimos anos, com o aumento significativo do número de veículos em circulação, a atividade dos motoristas profissionais de dirigir, todo o dia se torna desgastante. Além das condições do trânsito e das vias, eles estão expostos a outras variáveis possíveis desencadeadoras do estresse, como: normas de fiscalização da empresa, condições do veículo, insegurança, entre outras. De acordo com uma pesquisa de análise do trânsito do ano de 2010, realizada com 2.068 motoristas de todas as categorias de habilitação, foi verificado que os entrevistados cometem pequenas imprudências no dia-a-dia e que se envolveram em acidentes por falta de atenção e sono. Em relação aos fatores que mais dificultam o trânsito, foi constatado: o congestionamento, a falta de educação, a imprudência do motorista, a falta de sinalização e fiscalização, o desrespeito à sinalização, a conservação das vias, a má formação do condutor, a falta de atenção do pedestre e as obras nas vias. Ainda foi verificado que a imprudência mais cometida é o uso do celular enquanto dirigem e o maior motivo de multas é o excesso de velocidade (Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul [Detran-RS], 2010). É perceptível o nível de estresse em diversas áreas de trabalho, principalmente nos Motoristas de ônibus, o estresse tem despertado consequências a saúde física e psicológica, tais como: condições das vias, condições climáticas, exposição à ruídos e poluição, entre outros.Os problemas fisiológicos, como dor de cabeça, que também podem ser originários dos ruídos, sendo que os movimentos físicos envolvidos ocorrem com o motorista sempre na mesma postura, ou seja sentado.Esta jornada durante toda hora sentado, dores nas articulações e demais membros do corpo, o risco de assalto e a preocupação com os passageiros é constante, pois é de dever de evitar tal risco, mantendo a segurança e satisfação na qualidade de vida do passageiro. Os engarrafamentos e outros veículos da via, são os que mais causam maior irritação aos motorista, os congestionamentos e o tempo perdido nos engarrafamentos. Portanto faz-se necessário uma reorganização nos sistemas de transporte coletivos, a atividade de dirigir é desgastante, causa fadiga e sua eficácia está relacionada principalmente a fatores ambientais do local de trabalho e à forma como os motoristas desenvolvem estratégias de enfrentamento para lidar com estes fatores. REFERÊNCIA Villalobos, J. O. (2004). Estrés y trabajo. Instituto Mexicano del Seguro Social. Recuperado em 21 de janeiro de 2004, da Medspain (Revista de Medicina y Salud): www.medspain.com/n3-feb99/stress.htm Belkie, K., & Schall, P. (1998). On a San Francisco public transportation line: burden and consequences upon the human operator. In K. Belkie & P. Schall (Org.), San Francisco bus drivers study (pp. 20-45). San Francisco: San Francisco Municipal Railway/Transport Workers Union/The City of San Francisco. [ Links ] DETRAN – Departamento Regional de Trânsito (s/d). Condições adversas do motorista. Acessado em 07 de janeiro de 2007, em: http://www.detran.pe.gov.br/condicoes_adv_motorista.shtml. [ Links ]
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