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Síndrome febril na infância Na aferição da febre, a recomendação atual preconiza o uso do termômetro digital ao invés do tradicional termômetro de mercúrio. O último apresenta maior risco de quebrar e causar acidentes, além do risco de intoxicações (ex.: crianças podem “brincar” com o mercúrio). A febre geralmente vem acompanhada por outros sintomas e sinais como cefaleia, dor abdominal, vômitos, entre outros. No entanto, pode ocorrer da febre surgir sem nenhuma outra sintomatologia, o que é chamado em pediatria de FEBRE SEM FOCO. A causa da febre sem foco, na grande maioria dos casos, é devida a uma virose inespecífica autolimitada. No entanto, pode ser oriunda de casos potencialmente mais graves, como nas bacteremias ocultas. * Os principais germes que causavam essas bacteremias ocultas eram: pneumococos, Haemophilus influenzae tipo b (Hib) e meningococos. Com a vacinação ocorrendo em larga escala não se observa mais bacteremias ocultas com essas etiologias. ** Há um maior risco de infecção bacteriana grave quanto mais jovem for a criança. Condutas clínicas: I) Recém-nascidos (<29 dias de vida) – possuem maior chance de apresentarem uma infecção bacteriana oculta do que uma virose inespecífica, e consequentemente, de apresentarem um quadro mais grave do que as demais. CONDUTA: - Hospitalização; - Investigação apropriada ( hemograma completo, exame de urina (EAS), urinocultura, punção lombar e exame do líquor. - Inicia-se ATB empírica – ampicilina + ceftriaxone OU ampicilina + aminoglicosídeo. - Se os resultados dos exames forem positivos deve-se continuar o tratamento por mais 10 a 14 dias. >>> O estado geral da criança é um fator preponderante na definição de condutas. II) Febre + comprometimento do estado geral (independentemente da idade) – mesma conduta da realizada nos recém-nascidos. III) Febre + sem comprometimento do estado geral + idade (>30 dias e <90 dias) – atualmente, há um menor risco de bacteremias ocultas (vacinações). CONDUTA: - Deixa-se a criança em observação; - Investigação ( Hemograma, EAS e urinocultura; - Se os resultados dos exames apresentarem alterações, deve-se interná-la, iniciar ATB empírica e prosseguir na investigação para definição da causa; - Se não apresentarem alterações, deve-se instruir o responsável a continuar com a observação em âmbito domiciliar. IV) Febre + bom estado geral + idade (>90 dias – 3 meses) CONDUTA: - A criança deve ser mandada para casa (independentemente da temperatura) e os responsáveis devem ser instruídos para observarem qualquer alteração do quadro clínico. *** Ao mandar a criança para casa, a instrução do responsável deve ser feita de forma eficiente. Os pais (responsáveis) devem ficar atentos ao aparecimento de qualquer novo acometimento sintomático – como, por exemplo, o aparecimento de manchas no corpo, distensão abdominal, vômitos, ...; bem como, uma avaliação do estado geral da criança (sonolência incomum, irritabilidade, não conseguir se alimentar, choro persistente, agitação, entre outros). - Se a criança apresentar qualquer nova alteração deverá ser encaminhada para uma unidade de atendimento, para uma nova avaliação médica. ( Alguns fatores podem modificar a conduta inicialmente preconizada: - Risco social; - A presença de qualquer outra comorbidade (ex.: anemia falciforme, HIV positivas, entre outras); - Epidemiologia local e a sazonalidade (ex.: Dengue). RESUMO: Bruna Souza – 2010.2
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