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DIREITO INTERNACIONAL RESUMO HISTÓRICO DO DIREITO INTERNACIONAL Direito Internacional Prof. Virgílio Andrade • Direito das Gentes - diferente do “ius gentium” romano, constante de dispositivos sobre os tratados e declarações de guerra e a convivência entre o romano (cidadão) e os estrangeiros (bárbaros). Era sobretudo um direito interno. • Direito dos Povos • Direito Internacional Público Histórico do Direito Internacional Público • Na Antigüidade Pré-Clássica as relações entre os povos eram ligadas aos conflitos oriundos da guerra e da paz. As exceções eram as relações de comércio, especialmente as que existiam entre os povos babilônicos. • As relações entre os Estados somente irão surgir após a criação das cidades-estado gregas. É na Antigüidade grega que surgem os primeiros institutos do Direito Internacional: o asilo, os representantes diplomáticos negociadores etc. Histórico do Direito Internacional Público • Em Roma, na fase áurea do Império, todas essa ideias de ralações entre os povos foram incorporadas às estruturas do Direito e, mais tarde, difundidas através do Cristianismo,. – Essa difusão, associada aos princípios do Direito Natural, marcou toda a Idade Média. • Na Grécia e em Roma o estrangeiro não tinha direitos, pois estes derivavam exclusivamente da religião, da qual o alienígena era excluído. Histórico do Direito Internacional Público • A chamada Paz de Vestfália (ou Paz de Westfália), também conhecida como os Tratados de Münster e Osnabrück(ambas as cidades atualmente na Alemanha), designa uma série de tratados que encerrou a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) e também reconheceu oficialmente as Províncias Unidas e a Confederação Suíça. • O Tratado Hispano-Holandês, que pôs fim à Guerra dos Oitenta Anos, foi assinado no dia 30 de janeiro de 1648 (em Münster). • Já o tratado assinado em 24 de outubro de 1648, em Osnabrück, entre Fernando III, Sacro Imperador Romano-Germânico, os demais príncipes alemães,França e Suécia, pôs fim ao conflito entre estas duas últimas potências e o Sacro Império. • O Tratado dos Pirinéus (1659), que encerrou a guerra entre França e Espanha, também costuma ser considerado parte da Paz de Vestfália. Guerra dos Trinta Anos é a denominação genérica de uma série de guerras que diversas nações europeias travaram entre si a partir de 1618, especialmente na Alemanha, por motivos variados: rivalidades religiosas, dinásticas, territoriais e comerciais. Guerra dos Trinta Anos • Este conjunto de diplomas inaugurou o moderno Sistema Internacional, ao acatar consensualmente noções e princípios como o de soberania estatal e o de Estado nação. • Embora o imperativo da paz tenha surgido em decorrência de uma longa série de conflitos generalizados, surgiu com eles a noção embrionária de que uma paz duradoura derivava de um equilíbrio de poder, noção essa que se aprofundou com o Congresso de Viena (1815) e com o Tratado de Versalhes(1919) um tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. • Por essa razão, a Paz de Vestfália costuma ser o marco inicial nos currículos dos estudos de Relações Internacionais. A clara noção de Estado, semelhante à que temos hoje, surgiu em meados do séculos XVII, após os Tratados de Westphalia. Estes foram pautados pelas reflexões de Hugo Grossius: a) Os Estados são responsáveis pelos acordos que assinam; b) Cada Estado pode agir de qualquer forma desde que não lese outro; c) Soluções pacíficas de controvérsias internacionais através de laudos arbitrais; d) Convivência pacífica entre os Estados, respeitando a soberania de cada um; e) Respeito à religião e às casas dinásticas de cada Estado. Esses princípios irão fundar o próprio Direito Internacional e permanecem até hoje. Tratados de Westphalia(VESTFÁLIA) Os dois séculos guardam grandes diferenças do ponto de vista do Direito Internacional: a) Multiplicidade de Estados. b) Soberania Limitada - limitação de direito e deveres dos Estados. c) Positivação das Normas do Direito Internacional. d) Proliferação das Organizações Internacionais - decorrente da vontade soberana dos Estados. Realidade Internacional - Séculos XIX e XX 1º Período: DA ANTIGUIDADE ATÉ O CONGRESSO DE VESTFÁLIA • Até a Idade Média, não existiam os Estados. • Realidades históricas: 3 Poderes que se opunham: Roma e seu Império (Advento do Cristianismo ); Hegemonia Papal (Reforma); Fim do Feudalismo (processo unificador do reino, concentração do poder no Rei). • Desenvolvimento do Comércio Marítimo e Leis e Costumes Marítimos (Novas regras do D.I.): 1º)- As Leis de Rhodes séc- VII 2º)- Consolato del Mare –Elaborado em Barcelona- meados do séc. XIV 3º)- Liga das Cidades Comerciais para a proteção do Comércio e dos cidadãos – Liga Hanseática. Divisão dos Períodos Históricos (HILDEBRANDO ACCIOLLY) CONGRESSO E RESPECTIVO TRATADO DE VESTFÁLIA DE 24 DE OUTUBRO DE 1648 – Pôs fim à guerra dos 30 anos ( 1618-1648 ). • Hugo Grócio participou do Congresso representando o rei da Suécia. Consequências: 1)- Princípio do Equilíbrio Europeu ( Pela primeira vez, os Estados europeus reuniram-se para deliberar ) 2)- Princípio da Igualdade Jurídica dos Estados “ Artigo 2, inciso 1 da CONU, diz: “A Organização é baseada no princípio da igualdade soberana de todos os seus membros.” 3)- Primeiros Ensaios de uma Regulamentação Internacional positiva. 4)- O Tratado acolheu muitos dos ensinamentos de Hugo Grócio, surgindo daí o DIREITO INTERNACIONAL tal como se conhece hoje. Divisão dos Períodos Históricos (HILDEBRANDO ACCIOLLY) 2º Período: DO CONGRESSO DE VESTFÁLIA AO CONGRESSO DE VIENA • Século XV e XVI: Os Descobrimentos ( Portugal e Espanha ) Já havia na Europa alguns Estados independentes. Os “pais” do D.I: • FRANCISCO DE VITÓRIA ( 1480-1456 ) - Fundador da Ciência do DI. Professor de teologia em Salamanca ( 3ª universidade da Europa em antiguidade ) Há o “Jus inter gentes”: é regido por um direito natural acima da vontade individual dos Estados independentes. • Outros: Domingo Soto, Fernando Vazques Menchaca, Baltazar de Ayala. FRANCISCO SUÁREZ ( Jesuíta de Granada ) – Lecionou em Coimbra ( 1549-1617 ) – Conceito de uma Comunidade Universal supra-Estadual. Divisão dos Períodos Históricos (HILDEBRANDO ACCIOLLY) CONGRESSO DE VIENA ( 1815 ) Não se limitou apenas a consagrar a queda de Napoleão e estabelecer uma nova ordem política na Europa. Teve um espírito conservador Consequências: 1)- Princípio da Proibição do Tráfico de Escravos 2)- Princípio da Liberdade de Navegação em certos rios internacionais ( Reno, Mosa, Escalda, etc. ) 3)- Neutralidade Perpétua da Suíça 4)- Surgimento da Doutrina Monroe Divisão dos Períodos Históricos (HILDEBRANDO ACCIOLLY) Doutrina Monroe – James Monroe enviou uma mensagem em 02/12/1823 ao Congresso dos EUA. 1º)- O Continente Americano não pode ser sujeito no futuro a ocupação por parte de nenhuma potência européia; 2ª)- É inadmissível a intervenção de potências européias nos negócios internos ou externos de qualquer país americano. 3º)- os EUA não intervirá nos negócios pertinentes a qualquer país europeu. Síntese: A AMÉRICA PARA OS AMERICANOS! Divisão dos Períodos Históricos (HILDEBRANDO ACCIOLLY) 3º Período: DO CONGRESSO DE VIENA À PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL Meados do Século XIX, fatos favoráveis ao progresso do DIP: CONGRESSO DE PARIS DE 1856 Normas relativas à Guerra no Mar – Aboliu o corso; 1ª CONVENÇÃO DA CRUZ VERMELHA ( 1864 ) - Decidiu sobre a sorte dos militares feridos e doentes na guerra terrestre. (Hoje COMITÊ INTERNACIONAL DA CRUZ VERMELHA: CICV ) Divisão dos Períodos Históricos (HILDEBRANDO ACCIOLLY) DECLARAÇÃO DE GENEBRA DE 1868 contra o uso deprojéteis explosivos e inflamáveis e contra o uso de drogas asfixiantes. 1ª Conferência Internacional dos Países Americanos ( Washington, outubro de 1889 a abril de 1890 ). 1ª Conferência de Paz de Haia em 1899 - Criação da “ Corte Permanente de Arbitragem de Haia, ainda hoje existente. Não é propriamente uma Corte. visando a solução pacífica dos Litígios Internacionais. Seus julgados foram citados pela CPJI E CIJ. Divisão dos Períodos Históricos (HILDEBRANDO ACCIOLLY) PRINCÍPIOS Direito Internacional Prof. Virgílio Andrade a) Os Estados são responsáveis pelos acordos que assinam. b) Cada Estado pode agir de qualquer forma desde que não lese outro.. c) Soluções pacíficas de controvérsias internacionais através de laudos arbitrais. d) Convivência pacífica entre os Estados, respeitando a soberania de cada um. e) Respeito à religião e às casas dinásticas de cada Estado. Na visão de Hugo Grossius os princípios fundadores do Direito Internacional a)- Pluralidade de Estados soberanos Regula as relações entre Estados com autodeterminação b)- Comércio Internacional A existência de relações de comércio provoca imediatamente o aparecimento de normas para regulá- las. c)- Princípios Jurídicos Coincidentes Se não existissem valores comuns não poderia haver o DIP PRESSUPOSTOS PARA A EXISTÊNCIA DO DIP: Quanto ao objeto: Direito da Paz e da Guerra - clássica Hoje em dia, a guerra não é vista como algo inevitável e também não é vista como normalidade. A paz é a regra, a guerra a exceção. Quanto à abrangência: Direito Internacional Público Geral Direito Internacional Particular. DIVISÕES DO DIREITO INTERNACIONAL RAMOS OU SUB-RAMOS DO D.I.P. Ramos Antigos: Direito da Guerra e da Neutralidade; Direito do Mar; Direito Aéreo; Direito Diplomático e Consular; Direito dos Tratados Ramos Novos: Direito I. do Espaço Extra-Atmosférico; Direito I. da Proteção dos Direitos do Homem; Direito Internacional da Economia e do Desenvolvimento; Direito Administrativo Internacional; Direito das Organizações Internacionais; Direito da Cooperação Científica e Técnica; Direito Internacional do Meio Ambiente; Direito Comercial ( ou do Comércio ) Internacional DIVISÕES DO DIREITO INTERNACIONAL • Referências: • ACCIOLY, Hildebrando. Manual de direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2010. • BOSON, Gerson de Britto Mello. Direito internacional público: o Estado em direito das gentes. Belo Horizonte: Del Rey, 2000. • REZEK, José Francisco. Direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2008.
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