introdução a sericicultura

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Profa. Dra Darclet Malerbo-Souza 
DEFINIÇÃO 
 Sericicultura ou sericultura = é a parte da 
Zootecnia que trata do estudo e da criação do 
bicho-da-seda (Bombyx mori L.) 
 
Na fase intermediária do seu ciclo vital 
(crisálida), o bicho-da-seda produz um 
envoltório filamentoso (casulo), de cuja 
extração e processamento deriva a SEDA. 
 
DEFINIÇÃO 
A criação do bicho-da-seda tem como 
objetivo a produção de casulos e destes a 
obtenção dos fios de seda 
 
Cultivo da amoreira 
O sucesso da produção de casulos 
depende fundamentalmente da produção 
da amoreira 
Alimento das lagartas do 
bicho-da-seda 
Classificação botânica 
Família: Moraceae 
Gênero: Morus 
Espécies: Morus alba, Morus lhou Koidz, Morus 
bombycis Koidz e Morus nigra 
Morus nigra – amora negra (frutífera) 
SERICICULTURA 
 É a atividade agroindustrial mais antiga do 
mundo, sendo inicialmente a seda uma forma 
de se homenagear os imperadores. 
 
HISTÓRIAS E LENDAS 
Conta-se que na China, a 4.530 a.C., a 
Imperatriz Xi Ling-Shi avistou e tocou em uma 
pequena lagarta numa amoreira. 
 Percebeu que um finíssimo fio se destacou da 
lagarta e manteve-se preso no seu dedo 
 Ela enrolou o fio e quanto mais enrolava mais 
este se alongava. 
 Foi a primeira a criar o bicho-da-seda e 
aproveitar os fios para confeccionar tecidos 
 
LENDAS E HISTÓRIAS 
 Por outro lado, nos escritos da Dinastia 
Mahometana, foi a Índia que primeiro 
praticou a Sericicultura, 3.870 anos a.C. 
 
 Por muitos séculos, a exploração do bicho-
da-seda foi considerada sagrada 
 Tecidos de seda = “tecidos dos deuses” 
 O valor era exorbitante, chegando a se 
estimar o poder econômico de um país pela 
quantidade de tecidos de seda que este 
possuía. 
 
 
LENDAS E HISTÓRIAS 
 A exploração ficou restrita por 
milhares de anos 
 
 Para manter esse monopólio, os 
monarcas impunham pena de morte a 
quem permitisse a saída de materiais 
e técnicas de criação, bem como, a 
manufatura do fio de seda 
 
 
LENDAS E HISTÓRIAS 
 Fato histórico: na Grécia, no Império 
de Justiniano I, no ano de 550 d.C. 
 Dois monges gregos, em peregrinação 
pela Pérsia, levaram sementes de 
amoreira escondidas em suas vestes 
para ofertar ao Imperador 
 Este iniciou a propagação da amoreira 
 Dois anos depois ordenou aos monges 
para trazerem ovos de bichos-da-seda 
para dar início à exploração 
 
LENDAS E HISTÓRIAS 
 Alguns anos mais tarde, tornou-se 
uma das principais fontes de riquezas 
do império grego 
 
 Da Grécia => Sericicultura foi 
divulgada abertamente a outros 
países, que iniciaram a criação sem 
restrições 
HISTÓRICO NO BRASIL 
 O início da Sericicultura no Brasil 
aconteceu com a vinda das primeiras 
mudas de amoreira, trazidas por D. 
João VI (± 1822) 
 
 1848 = José Pereira Tavares, em 
Itaguaí (RJ), fundou a Imperial 
Companhia Seropédica Fluminense, 
tendo como maior acionista o 
Imperador D. Pedro II 
HISTÓRICO NO BRASIL 
 1850 = Francisco de Paula Oliveira 
Abreu, fundou uma fiação em Sorocaba 
(SP), mas sem apoio estatal 
 
 1912 = fundação pelo governo federal 
da Estação Experimental de 
Sericicultura de Barbacena (MG), que 
tinha por objetivo produzir mudas de 
amoreira e ovos do bicho-da-seda para 
distribuição aos interessados, além de 
prestar assistência técnica 
HISTÓRICO NO BRASIL 
 1921/1922 = Francisco Matarazzo 
fundou a Indústria de Seda Nacional 
S.A., em Campinas (SP), com apoio do 
governo, incluindo as regiões de 
Piracicaba, Cosmópolis e Cordeirópolis 
 
 Sericicultura paulista = grande 
concentração de japoneses e europeus 
que já conheciam a técnica de criação 
HISTÓRICO NO BRASIL 
 1935 = criou-se a 3ª. Seção de Sericicultura, 
em Campinas (SP), anexa ao Departamento de 
Indústria Animal da Secretaria da Agricultura. 
 
 II Guerra Mundial = por envolvimento dos 
países produtores de seda (asiáticos e 
europeus) na guerra e pela necessidade de fios 
de seda para a confecção de tecidos e cordas 
de paraquedas => grande procura, 
ocasionando aumento significativo da 
Sericicultura, principalmente, a paulista 
HISTÓRICO NO BRASIL 
 1943/1944 = foram produzidos e 
distribuídos pelo Serviço de 
Sericicultura, 1.852 kg de ovos, 
surgindo os institutos particulares de 
produção de ovos e fiações de seda 
 São Paulo = 25 institutos particulares 
 
 1945/46 = 4.018 kg de ovos aos 
sericicultores 
HISTÓRICO NO BRASIL 
 1946 (período pós-guerra): 
- devido à reabertura dos portos dos países 
produtores 
- com o escoamento do estoque de produção 
- e com o aparecimento de fios sintéticos 
(grande novidade) => Houve QUEDA 
DRÁSTICA NO PREÇO DO FIO DA SEDA, 
acarretando GRANDE CRISE => falência da 
maioria das fiações e institutos particulares 
HISTÓRICO NO BRASIL 
 1951 = devido a persistência de alguns 
sericicultores, a sericicultura continuou 
crescendo 
 1969 = a distribuição de ovos foi ao redor de 
1.500 kg 
 1970 = Secção de Sericicultura da Divisão de 
Zootecnia Diversificada do Instituto de 
Zootecnia de Nova Odessa, com Posto 
Experimental em Gália (SP), hoje transformado 
em Centro de Pesquisa Aplicada à Sericicultura 
do estado de São Paulo (CEPAS) 
Resumindo: 
Safras: 
 1943/44: 1.852 kg de ovos 
 1945/46: 4.018 kg de ovos 
 1969/70: 1.500 kg de ovos 
Histórico 
1970: Instituto de Zootecnia de Nova 
Odessa 
Atualmente: CEPAS (Gália, SP) 
Produção mundial de casulos verdes 
 50 países = produção estimada 940.000 
toneladas de casulos verdes 
 A China é a maior produtora (responde por 
cerca de 80% da produção mundial) 
 Brasil está na 6ª. posição na produção de 
casulos verdes, representando 0,86% da 
produção mundial 
 
 Seda de alto padrão: Brasil, Japão, Itália e 
França 
 
 
Produção mundial de casulos verdes 
Produção mundial de fios 
 110 mil t de seda 
 
Países produtores: 
 China: 69% 
 Índia: 14,5% 
 Coreia do Norte: 4,5% 
 Turcumenistão: 4,5% 
 Brasil: 2% 
Mercado mundial de fios 
Exportação: 
China: 45% 
Hong Kong: 3,2% 
Coreia do Norte: 2,8% 
Importação: 
 Itália: 15,3% 
 Japão: 11,7% 
 Índia: 8,8% 
Coreia do Sul: 7,0% 
 
Sericicultura no Brasil 
 Principais estados na produção do 
casulos 
 Paraná: 80% 
 São Paulo: 13% 
 Mato Grosso do Sul: 3% 
 
 Regime de produção 
 Integração : parceria entre empresa e 
produtores 
 
Sericicultura no Brasil 
 Empresa 
 Distribuição de mudas de amoreira 
 Produção e distribuição de lagartas 
 Assistência técnica 
 Compra da produção de casulos 
 
 Produtores 
 Compra de lagartas de empresas 
 Processo de produção do bicho-da-seda 
 Venda de sua produção de casulos 
Produção nacional 
 Paraná = maior produtor de bicho-da-
seda do Brasil (mais de 9 mil 
toneladas ao ano) - 90% da produção 
nacional 
 
Produção nacional e do 
Paraná 
Nova Esperança - PR 
 850 famílias 
 15% da produção paranaense 
 1,4 mil toneladas de casulos 
verdes/ano 
 
 
Número de sericicultores 
Número de municípios 
Área de amoreiras 
Produção de casulos verdes 
Produtividade de casulos 
verdes 
Vantagens da Sericicultura 
- Criação alternativa 
- Produto de exportação 
- Fixação do homem no meio rural 
 
 
Importância socioeconômica 
 Pode ser utilizada a mão-de-obra 
familiar (menor custo) 
 Baixo custo de insumos 
 Retorno rápido do capital empregado 
 
Importância socioeconômica 
 Maneira de diversificar a produção 
rural 
 Cultura de pequenorisco 
 Necessita pequena área para 
produção 
Importância socioeconômica 
 Baixo investimento em instalações e 
na cultura da amoreira 
 Assistência técnica gratuita 
Aspectos positivos da 
Sericicultura 
Ciclo curto 
 O período desde a eclosão das larvas 
até a produção de casulos é de 32 a 
35 dias 
 Entretanto, o produtor recebe as 
larvas no início do 3º. ínstar, esse 
período diminui para 25 a 28 dias. 
 Ano sericícola = setembro a junho 
(9 meses) 
Aspectos positivos da 
Sericicultura 
Pouca dependência climática 
 
 A amoreira é uma planta perene 
bastante rústica e de raízes profundas, 
depende relativamente pouco das 
precipitações pluviométricas 
 
 É adaptada aos mais diferentes climas, 
podendo ser produzida em todo país 
Aspectos positivos da 
Sericicultura 
Pequeno custo de produção 
 
 Na implantação: formação do 
amoreiral e construção de instalações 
(sirgaria) 
 
 Na condução: gastos com adubo, com 
maquinários e mão-de-obra 
(normalmente, familiar) 
Aspectos positivos da 
Sericicultura 
Racionalização da mão-de-obra familiar 
 Pelo fato das atividades constituírem 
serviços leves e executados dentro da 
sirgaria, que geralmente fica próxima à 
residência, apresenta a possibilidade do 
aproveitamento racional da mão-de-obra 
de mulheres entre os afazeres 
domésticos, idosos e crianças entre as 
atividades escolares. 
 Serviços mais pesados = corte e 
transporte dos ramos das amoreiras 
 Uma família média é capaz de criar, por 
vez, 10 caixas de lagartas. 
Aspectos positivos da 
Sericicultura 
Rendimento compensador em pequena 
área 
 
 Com uma área de 5 a 6 ha de amoreira, 
subdividida em 3 quadras, é possível 
criar por mês 10 caixas com 35.000 
lagartas cada caixa. 
 Efetuando-se 3 criações em cada 
quadra, durante o ano sericícola 
(setembro a maio) podem-se 
desenvolver 9 criações ao ano 
Aspectos positivos da 
Sericicultura 
Rendimento compensador em pequena área 
 
 Com a produção de 50 kg de casulos por 
caixa (10 caixas) = 500 kg de casulos por 
vez 
 Preço do casulo = R$ 10,00/kg 
 500 kg x R$ 10,00 = R$ 5.000,00, por vez 
 9 criações em 5 a 6 ha = 9 x R$ 5.000,00 = 
R$ 45.000,00 (setembro a junho) 
Produto principal: SEDA 
SUB-PRODUTOS 
Crisálida 
SUB-PRODUTOS 
Farinha de 
crisálida como 
ingrediente 
para rações 
animais 
SUB-PRODUTOS 
Espetinhos de crisálida - China