Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Thiago de Melo Lima GQI 00042 – 2018/1 Curso: Engenharia Civil Ligações Químicas e Forças Intermoleculares– parte 1 Ligações Químicas e Forças Intermoleculares– parte 1 Bibliografia: v Química Geral e Reações químicas volume 1 – Kotzà Capítulo 9 v Princípios de Química – Atkins à Capítulo 2 v Química: a ciência central – Brown à Capítulo 8 3 Elétrons de valência Os elétrons em um átomo podem ser divididos em dois grupos: elétrons de valência e elétrons das camadas internas. v Elétrons de valência: são aqueles da camada mais externa de um átomo; eles determinam as propriedades químicas do átomo porque as reações químicas resultam da perda, ganho ou rearranjo dos elétrons de valência. v Os elétrons internos, aqueles das camadas internas, não estão envolvidos no comportamento químico. 4 Elétrons de valência Para os elementos do grupo principal, os elétrons de valência são os elétrons s e p da camada mais externa. Dica: para os elementos do grupo principal, o número de elétrons de valência é igual ao número do grupo. Símbolos de Lewis: o símbolo do elemento representa o núcleo atômico junto com os elétrons. Os elétrons na camada de valência são representados em volta do átomo: 5 Elétrons de valência Para os elementos do grupo principal, os elétrons de valência são os elétrons s e p da camada mais externa. Dica: para os elementos do grupo principal, o número de elétrons de valência é igual ao número do grupo. Símbolos de Lewis: o símbolo do elemento representa o núcleo atômico junto com os elétrons. Os elétrons na camada de valência são representados em volta do átomo: 6 Elétrons de valência O arranjo dos elétrons de valência em torno de um átomo em quatro grupos sugere que a camada de valência pode acomodar um máximo oito elétronsà octeto de elétrons. 7 Elétrons de valência Ligação iônicaà transferência de elétrons Ligação covalenteà compartilhamento de elétrons de valência entre os átomos. 8 Ligação iônica O sódio metálico reage vigorosamente com o cloro gasoso para formar cloreto de sódio. O produto é um composto iônico: o NaCL contém íons Na+ e Cl-. Na(s) + ½ Cl2 (g)à NaCl (s) 9 Ligação iônica Características: v As reações são exotérmicas; v Reações entre metais (alcalinos e alcalino-terrosos) e não metais (halogênios e grupo 6A); v Os metais alcalinos possuem baixas energias de ionização; v Os não metais (halogênios e grupo 6A) possuem elevadas afinidades eletrônicas; v São reações produto favorecidas; v A estrutura do composto formado é a que possui a energia potencial mais baixa. 10 Ligação iônica Características: v Os compostos iônicos geralmente são: duros, quebradiços, solúveis em solventes polares, maus condutores de eletricidade no estado sólido e apresentam temperaturas de fusão e ebulição elevadas. Reflete a elevada estabilidade termodinâmica do composto iônico formado 11 Ligação iônica – Energia de rede Energia liberada quando um número apropriado de íons gasosos é reunido para formar um mol do sólido iônico correspondente. Exemplo: NaCl 12 Ligação iônica – Energia de rede Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5 13 Ligação iônica – Energia de rede Etapa 1- transformação de Na (s) em Na (g) A energia envolvida nesta etapa é a entalpia de sublimação do sódio metálico sólido: Na(s) à Na (g) ΔHsubl = +107 kJ/mol Etapa 2- quebra da ligação Cl-Cl na molécula de Cl2 (g) A energia envolvida nesta etapa é a entalpia de dissociação do Cl2: Cl2(g) à 2Cl (g) ΔHdiss = +122 kJ/mol 14 Ligação iônica – Energia de rede Etapa 3- ionização Na (g) em Na+ (g) A energia envolvida nesta etapa é a entalpia de ionização do Na(g): Na(g) à Na+ (g) + e- ΔHEI = +496 kJ/mol Etapa 4- ionização de Cl(g) em Cl- (g) A energia envolvida nesta etapa é a entalpia de afinidade eletrônica do Cl(g): Cl(g) + e-à Cl- (g) ΔHAE = +349 kJ/mol 15 Ligação iônica – Energia de rede Etapa 5- energia de retículo A energia de atração entre íons de cargas opostas depende de dois fatores: v Valor das cargas dos íons; v A distância entre os íons. 16 Ligação iônica – Energia de rede Porque o composto NaCl2 não existe? A formação de Na2+ exigiria a perda de dois elétrons. Uma vez que o segundo elétron deve ser removido da camada n=2, a formação de Na2+ requer uma quantidade grande de energia. No ciclo de Born-Haber haveria a soma das duas energias de ionização (496 kJ+4562 kJ) e a energia de formação do composto iônico NaCl2 seria aproximadamente +3000 kJ/mol. Extremamente desfavorável do ponto de vista termodinâmico!! 17 Ligação covalente v Ligação presente entre não-metais; v Uma ligação covalente resulta quando um ou mais pares de elétrons são compartilhados entre dois átomos. http://zeus.qui.ufmg.br/~qgeral/downloads/aulas/aula%2013%20-%20ligacao%20covalente%20e%20estrutura%20de%20lewis1.pdf 18 Ligação covalente 19 Ligação covalente – Representação das estruturas de Lewis v Escolher o átomo central; v Determinar o número total de elétrons de valência; v Formar ligações covalentes simples entre cada par de átomos; v Átomo central com menos de 8 elétronsà ligações múltiplas Exemplo: formaldeído (CH2O) 1º Passo: Determinar o átomo central: geralmente é o com afinidade eletrônica mais baixa, que neste caso é o C. - Geralmente C, N, P e S são átomos centrais. - Halogênios geralmente são átomos terminais. - O oxigênio é central na água, mas em conjunção com carbono, nitrogênio, fósforo e halogênios é em geral átomo terminal. - O hidrogênio é um átomo terminal porque ele se liga a um átomo somente. 20 Ligação covalente – Representação das estruturas de Lewis 2º Passo: Determinar o número total de elétrons de valência na molécula ou íon. - Em uma molécula neutral esse número será a soma dos elétrons de valência de cada átomo. - Para um ânion, adicione um número de elétrons igual à carga negativa; para um cátion, subtraia um número de elétrons igua à carga positiva. Elétrons de valência = 12 elétrons (ou 6 pares de elétrons) = 4 para C + (2x1 para dois átomos de H) + 6 para O 21 Ligação covalente – Representação das estruturas de Lewis 3º Passo: Coloque um par de elétrons entre cada par de átomos ligados para formar uma ligação simples. Aqui três pares de elétrons são usados para fazer três ligações simples. Falta usar três pares de elétrons. C O ligações simples 22 Ligação covalente – Representação das estruturas de Lewis 4º Passo: Use todos os pares restantes como pares isolados em torno de cada átomo terminal (exceto H) de modo que cada átomo esteja rodeado por oito elétrons. - Se, depois disso feito, houver elétrons sobrando, atribua-os átomo central. - Se o átomo central for um elemento do terceiro período ou de um período maior, ele pode acomodar mais de oito elétrons. C O ligações simples par isolado 23 Ligação covalente – Representação das estruturas de Lewis 5º Passo: Se o átomo central tiver menos de oito elétrons nesse ponto, mova um ou mais pares isolados dos átomos terminais para uma posição intermediária entre o átomo central e o terminal para formar ligações múltiplas. C O ligações simples C O ligação dupla par isolado 24 Ligação covalente – Representação das estruturas de Lewis Exercício: Desenhe as estruturas de Lewis para a amonia (NH3), o íon hipoclorito (ClO-) e o íon nitrônio (NO2+). 25 Ligação covalente – Representação das estruturas de Lewis 26 Ligação covalente – Representação das estruturas de Lewis 27 Ligação covalente – Ressonância O ozônio, O3, gás instável , possui duas ligações oxigênio-oxigênio têm o mesmo comprimento, o que sugere queelas são equivalentes. Isto é, iguais comprimentos de ligação O-O implicam um número igual de pares de ligação em cada ligação O-O. Ligação dupla O=O : 121 pm Ligação simples O-O : 132 pm 28 Ligação covalente – Ressonância Linus Pauling propôs a teoria da ressonância para explicar, onde as diferentes estruturas de ressonância não descrevem precismente a molécula real. A verdadeira estrutura que representa a molécula é um híbrido de ressonância, ou seja um somatório das diferentes formas de ressonância. Ligação dupla O=O : 121 pm Ligação simples O-O : 132 pm 29 Ligação covalente – Ressonância Exemplo: íon carbonato CO32- Ligação simples C-O : 143 pm Ligação dupla C=O : 122 pm Ligação C-O no carbonato : 129 pm 30 Ligação covalente – Exceções à regra do octeto Compostos que um átomo possui menos de oito elétrons de valência O boro, um não metal do grupo 3A, tem três elétrons de valência e, assim, espera-se que ele forme três ligações covalentes com outros elementos não metálicos. Isso resulta em uma camada de valência com somente seis elétrons: 31 Ligação covalente – Exceções à regra do octeto Compostos que um átomo possui mais de oito elétrons de valência Os elementos do terceiro período ou em períodos mais elevados frequentemente forma compostos e íons em que o elemento central é cercado por mais do que quatro pares de elétrons de valência. v Os elementos to segundo período apresentam quatro orbitais de valência (um 2s e três 2p) à resultando em oito elétrons acomodados ao redor do átomo. v Para elementos do terceiro período e acima, os orbitais d na camada exterior são incluídos entre os orbitais de valênciaà podendo acomodar até 12 elétrons (ou mais). 32 Ligação covalente – Exceções à regra do octeto Compostos que um átomo possui mais de oito elétrons de valência 33 Ligação covalente – Exceções à regra do octeto Moléculas com um número ímpar de elétrons São moléculas que fazem parte da classe dos radicais livres. Os radicais livres são espécies químicas que possuem elétrons desemparelhados e são muito reativos. 34 Ligação covalente – Distribuição de cargas Distribuição de cargasàmaneira através da qual os elétrons são distribuídos na molécula. Pode determinar as propriedades de uma molécula. Forças intermoleculares 35 Ligação covalente – Distribuição de cargas Cargas formais A carga formal para um átomo em uma molécula ou em um íon é a carga calculada para esse átomo com base na estrutura de Lewis da molécula ou íon, usando a equação abaixo.!" = $% − $'( + *+ $, EV = elétrons de valência (número do grupo) EPI = elétrons em pares isolados EL = elétrons em ligação 36 Ligação covalente – Distribuição de cargas!" = $% − $'( + *+ $, 37 Ligação covalente – Distribuição de cargas!" = $% − $'( + *+ $, 38 Ligação covalente – Polaridade da ligação e eletronegatividade v Uma ligação covalente pura, em que os átomos dividem igualmente um par de elétrons, ocorre somente quando dois átomos idênticos de ligam. v Quando dois átomos diferentes formam uma ligação covalente, o par de elétrons será compartilhado de forma desigual. v O resultado é uma ligação covalente polar, ligação em que dois átomos possuem cargas residuais ou parciais. 39 Ligação covalente – Polaridade da ligação e eletronegatividade v A ligação entre os dois átomos com eletronegatividades diferentes tem uma extremidade positive e uma extremidade negativa; isto é, tem pólos negativo e positivo e é uma ligação covalente polar. 40 Ligação covalente – Polaridade da ligação e eletronegatividade v Linus Pauling em 1930 propôs um parâmetro chamado eletronegatividade do átomo, que permite que se decida se uma ligação é polar e se uma ligação é mais polar que outra. v A eletronegatividade χ de um átomo é definida como uma medida da habilidade de um átomo em uma molécula de atrair elétrons para si. 41 Ligação covalente – Polaridade da ligação e eletronegatividade 42 Ligação covalente – Polaridade da ligação e eletronegatividade vÉ possível prever tendências na polaridade em grupos de compostos relacionados usando-se valores de eletronegatividade. Entre os haletos de hidrogênio, por exemplo, a tendência na polaridade é HF (Δχ=1,9)>HCl (Δχ=0,9)>HBr (Δχ=0,7)>HI (Δχ=0,4). 43 Ligação covalente – Polaridade da ligação e eletronegatividade Quanto maior a diferença de eletronegatividade maior é o caráter iônico da ligação química, em casos extremos temos o compartilhamento desigual de elétrons e formação de cargasà ligação iônica. 44 Correção dos modelos covalente e iônico Ligação covalenteà A ligação covalente pura só é possível quando a ligação é formada entre dois átomos iguais, exemplos: H2, Cl2, etc. • Desta forma, em moléculas com diferenças de eletronegatividade, a nuvem eletrônica é deslocada no sentido do átomo mais eletronegativo. Ex.: HF Δχ=1,9. • A correção do modelo covalente é a eletronegatividade. 45 Correção dos modelos covalente e iônico Ligação iônicaà Quando um cátion pequeno com carga elevada se aproxima de um ânion volumoso, a nuvem eletrônica deste último se distorce, um processo que chamamos de polarização. Desta forma, a correção do modelo iônico é a polarização. Poder de polarizaçãoàmaior para cargas do cátion mais elevadas (ex. Al3+, Mg2+) 46 Ligação covalente – Propriedades das ligações Ordem de ligação 47 Ligação covalente – Propriedades das ligações v O comprimento de ligação é a distância entre os núcleos de dois átomos ligados. v Uma vez que os tamanhos dos átomos variam de forma regular com a posição do elemento na Tabela Periódica, previsões das tendências no comprimento de ligação podem ser feitas. v Por exemplo, a distância H-X nos haletos do hidrogênio aumenta na ordem prevista pelos tamanhos relativos dos halogênios: H-F<H-Cl<H- Br<H-I. Comprimento de ligação 48 Ligação covalente – Propriedades das ligações v Do mesmo modo, ligações entre o carbono e outro elemento em um determinado período diminuem da esquerda para a direita (aumento de Zef), por exemplo, C-C>C-N>C-O>C-F. Comprimento de ligação ↑Ordem de ligação ↓Comprimento de ligação 49 Ligação covalente – Propriedades das ligações v A energia de dissociação de ligação D é a variação da entalpia para romper uma ligação em uma molécula com os reagentes e os produtos em fase gasosa. Energia de ligação ↑Ordem de ligação ↓Comprimento de ligação ↑Energia de ligação Ligação covalente – Forma das moléculas As estruturas de Lewis ajudam-nos a entender as composições das moléculas e respectivas ligações covalentes. Entretanto, elas não mostram um dos mais importantes aspectos das moléculas – sua forma espacial como um todo. As moléculas têm formas espaciais e tamanhos definidos pelos ângulos e pelas distâncias entre os núcleos de seus átomos constituintes. • As estruturas de Lewis fornecem a conectividade atômica: elas nos mostram o número e os tipos de ligações entre os átomos. • A forma espacial de uma molécula é determinada por seus ângulos de ligação. • Considere o CCl4: no modelo experimental, é observado que todos os ângulos de ligação Cl-C-Cl são de 109,5°. • Conseqüentemente, a molécula não pode ser plana. • Todos os átomos de Cl estão localizados nos vértices de um tetraedro e o C no centro do mesmo. Ligação covalente – Forma das moléculas Um tetraedro possui quatro vértices. Cada face é um triângulo equilátero Geometria da molécula CCl4. cada ligação C-Cl na molécula aponta em direção ao vértice de um tetraedro Uma representação da molécula de CCl4. Essa representação é chamada modelo de preenchimento de espaço. Ligação covalente – Formadas moléculas • Para prevermos a forma molecular, supomos que os elétrons de valência se repelem e, conseqüentemente, a molécula assume qualquer geometria 3D que minimize essa repulsão. • Denominamos este processo de teoria de Repulsão do Par de Elétrons no Nível de Valência (VSEPR, em inglês) ou RPENV em português. • Existem formas simples para as moléculas AB2 e AB3. Ligação covalente – Forma das moléculas Modelo VSEPR Ligação covalente – Forma das moléculas Modelo VSEPR 55 Ligação covalente – Forma das moléculas v O modelo de repulsão dos pares de elétrons na camada de valência (VSEPR) fornece um método confiável de se prever as formas das moléculas e dos íons poliatômicos. v É baseado na ideia de que pares de elétrons isolados e de ligação na camada de valência de um elemento repelem uns aos outros e buscam ficar o mais longe possível uns dos outros. Modelo VSEPR 56 Ligação covalente – Forma das moléculas v Para átomos centrais cercados somente por pares de ligações simples Modelo VSEPR Linear Trigonal planar Tetraédrica Bipiramidaltrigonal Octaédrica 57 Ligação covalente – Forma das moléculas v Para átomos centrais com pares de ligações simples e pares isolados Modelo VSEPR É importante notar que os pares de elétrons isolados no átomo central ocupam posições no espaço esmo que sua localização não seja incluída na descrição verbal da forma da molécula ou íon. 58 Ligação covalente – Forma das moléculas v Para átomos centrais com pares de ligações simples e pares isolados Efeito de pares isolados nos ângulos de ligação: Ordem de repulsão: Modelo VSEPR Par isolado-par isolado > par isolado-par de ligação > par de ligação-par de ligação 59 Ligação covalente – Forma das moléculas Par isolado-par isolado > par isolado-par de ligação > par de ligação-par de ligação 60 Ligação covalente – Forma das moléculas
Compartilhar