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DIREITO INTERNACIONAL As personalidades Internacionais • A personalidade internacional é o atributo que o ente tem de ser sujeito e titular de direitos e obrigações no cenário internacional, logo, ele vai ter personalidade internacional. Direito Internacional A personalidade internacional Na concepção do Direito Internacional clássico (caráter interestatal), apenas os Estados e as organizações internacionais seriam sujeitos de Direito Internacional. A capacidade internacional possibilita os Estados e as Organizações Internacionais de criar normas no âmbito internacional. A personalidade associa-se à capacidade, que é a possibilidade efetiva de que uma pessoa, natural ou jurídica, exerça direitos e cumpra obrigações. Uma doutrina mais recente vem admitindo a existência de outros sujeitos de Direito Internacional, que são: ❖ o indivíduo, as empresas e as organizações não- governamentais (ONGs) Podem invocar normas internacionais e que devem cumpri-las, dispondo desse modo da faculdade de recorrer a certos foros internacionais. Porém, essas novas pessoas internacionais não detém prerrogativas para celebrar tratados. Todavia, tem possibilidade restrita de recorrer a mecanismos internacionais de solução de controvérsias. ATENÇÃO: em qualquer caso, os sujeitos de Direito Internacional não se confundem com seus órgãos, meras unidades dos respectivos arcabouços institucionais internos, encarregados de manifestar a vontade das entidades que representam. ❖ Exemplos de órgãos: Ministério das Relações Exteriores, Conselho de Segurança das Nações Unidas etc. Coletividades não-estatais peculiares: 1-a Santa Sé, 2-os beligerantes, 3-os insurgentes e, 4-em alguns casos, as nações em luta pela soberania. Final do século XX - blocos regionais: -personalidade jurídica de Direito das Gentes; -as prerrogativas típicas dos tradicionais sujeitos de Direito Internacional -o poder de celebrar tratados. # os indivíduos, as empresas e as ONGs não são pessoas de direito público, mas sim de direito privado. # Este “é um instrumento para a independência da Santa Sé que, por sua vez, tem uma natureza e uma identidade própria sui generis, enquanto representação do governo central da Igreja”. A Santa Sé (em latim: Sancta Sedes), e em português: "Santa Sé Apostólica"), também chamada de Sé Apostólica. Do ponto de vista legal, é distinta do Vaticano, ou mais precisamente do Estado da Cidade do Vaticano. O sujeito de direito internacional é a Santa Sé. As relações e acordos diplomáticos (Concordatas) com outros estados soberanos portanto, são com ela estabelecidos e não com o Vaticano, que é um território sobre o qual a Santa Sé tem soberania. Com poucas exceções, como a República Popular da China e a Coreia do Norte, a Santa Sé possui representações diplomáticas (Nunciatura Apostólica) com quase todos os países do mundo. OS BELIGERANTES São movimentos armados da população, politicamente organizados, que utilizem a luta armada (guerra civil) para fins políticos. Adquirem força suficiente para possuir e exercer poderes similares ao do Estado contra o qual se rebelam, inclusive controlando partes do território do Estado. Buscam o reconhecimento internacional dessa condição, atribuindo-lhes status de Estado, inclusive para submetê-los aos tratados sobre guerra. Exemplo histórico de beligerantes foram os Confederados da Guerra de Secessão dos EUA (1861-1865). As principais consequências do reconhecimento de beligerância incluem a obrigação dos beligerantes de observar as normas aplicáveis aos conflitos armados e a possibilidade de que firmem tratados com Estados neutros. OS INSURGENTES Grupos que se revoltam contra governos, mas cujas ações não assumem a proporção da beligerância, como no caso de ações localizadas e de revoltas de guarnições militares, e cujo status de insurgência é reconhecido por outros Estados. Tem por missão a tomada do poder, mas não chegam a constituir uma guerra civil. Os direitos e deverem dos insurgentes dependem do que lhes é atribuído pelos Estados que os reconhecem. O reconhecimento do caráter de insurgente exime o Estado onde ocorre o movimento de responder internacionalmente pelos atos dos revoltosos e impõe, a todos os lados envolvidos em uma revolta, a obrigação de respeitar as normas internacionais de caráter humanitário. Há uma clara semelhança entre a beligerância e a insurgência. Os Estados Os elementos que compõem os estados são três: 1.Território; 2.População; 3.Governo. Alguns doutrinadores incluem a soberania como um quarto elemento. Reconhecimento de estado É o ato pelo qual o estado ganha existência no cenário internacional. Não é ato constitutivo, mas gera a existência ao novo estado para aquele que o reconhecer. O ato é unilateral, político, discricionário e precede de pedido do interessado. Os estados Os requisitos para o reconhecimento de governo são: 1-Governo independente; 2-Estado com autoridade efetiva sobre o território; 3-Território delimitado. Os efeitos do reconhecimento são: 1-Existência do estado no cenário internacional; 2-Proteção do Direito Internacional; 3-Estabelece relações diplomáticas O reconhecimento de GOVERNO é necessário quando o poder é atingido por vias não constitucionais (exceção). Requisitos: Governo efetivo; Cumprimento das obrigações; Aparecimento conforme o Direito Internacional; Democracia e as eleições livres. Sobre o reconhecimento de governo, duas doutrinas se destacam: Tobar: não deve reconhecer governo oriundo de golpe ou revolução, enquanto o povo do respectivo estado não o apoia. Estrada: pelo princípio da não intervenção, nenhum estado deveria manifestar-se ou apoiar o estado, limitando a aprová-lo ou não. A doutrina Tobar e a doutrina Estrada: Carlos Tobar (1853 – 1920) foi Ministro das Relações Exteriores equatoriano no início do século XX. Em 1907, disse que a única forma para evitar golpes de Estado na região americana seria a comunidade internacional se recusar a reconhecer os governos golpistas como legítimos, rompendo relações diplomáticas e formulando contra eles uma declaração de não-reconhecimento, até que aquele governo fosse confirmado nas urnas. De fato, essa doutrina esteve presente na América Latina, inclusive na Venezuela, que aplicou-a rompendo relações com Estados cujos governos não concordava, inclusive o Brasil. Genaro Estrada (1887 – 1937), foi Ministro das Relações Exteriores venezuelano, proferiu em 1930, uma nova declaração. Disse que o reconhecimento do Estado seria uma ofensa à soberania dos Estados. A doutrina Estrada defende que a declaração expressa do reconhecimento de uma nova soberania é uma falta de respeito à soberania da nação preexistente, pois não é necessário o reconhecimento para que o Estado inicie suas atividades. Fontes “modos pelos quais o Direito se manifesta; maneiras pelas quais surge a norma jurídica;” (Celso D. de A. Mello) “os documentos ou pronunciamentos dos quais emanam direitos e deveres das pessoas internacionais, configurando os modos formais de constatação do direito internacional.” (Silva e Accioly) Primeiro texto que enunciou as fontes de Direito Internacional (não chegou a entrar em vigor): Art. 7º de uma das Convenções de Haia (1907): “Se a questão de direito estiver prevista por uma Convenção em vigor entre o beligerante captor e a Potência que for parte do litígio ou cujo nacional for parte dele, o Tribunal (Internacional de Presas) se conformará com as estipulações da mencionada Convenção. Não existindo essas estipulações, o Tribunal aplica as regras de Direito Internacional.Se não existirem regras geralmente reconhecidas, o Tribunal decide de acordo com os princípios gerais de direito e da equidade.” Estatuto da Corte Internacional de Justiça – art. 38: “1 – A Corte, cuja função é decidir de acordo com o Direito Internacional as controvérsia que lhe forem submetidas, aplicará: a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes; b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito; c) os princípios gerais de direito reconhecidos pelas nações civilizadas; d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos publicistas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para determinação das regras de direito.” Principais Fontes: ▪convenções internacionais ▪costume internacional ▪princípios gerais de direito Fontes Auxiliares: decisões judiciárias – doutrina - equidade - atos unilaterais “...prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;” (art. 38 ECIJ) “É o conjunto de normas consagradas pelo longo uso e observadas na ordem internacional como obrigatórias.” (Silva) Elementos: ▪ Material – uso geral; prática, multiplicação de precedentes; ▪ Subjetivo – opinio júris; consciência coletiva da Sociedade Internacional aceitando o costume como um novo direito. Características: ▪Prática comum – repetição uniforme de certos atos da vida internacional; ▪Prática obrigatória – o costume é direito e deve ser respeitado por toda a Sociedade Internacional; ▪Prática evolutiva – possui plasticidade, que permite adequar-se às novas circunstâncias. Prova: “Quem invocar o costume tem o ônus da prova” (Brownlie cit por Silva) “A parte que invoca um costume (...) tem que provar que este costume está estabelecido de tal modo que se tornou vinculativo para a outra parte, (...) que a norma invocada está de acordo com um uso constante e uniforme praticados pelos Estados em causa (...)” (Acórdão da CIJ – Asilo, 1950) Interpretação: ▪Costume especial derroga o geral ▪Costume posterior derroga o anterior O professor Valério de Oliveira Mazzuoli ensina que “o fato de os costumes internacionais estarem cada vez mais impregnados nos tratados internacionais modernos nunca impediu (e talvez nunca impedirá) o seu andar lado-a-lado com as normas convencionais, uma vez que estas (apesar de serem escritas e trazerem mais segurança e estabilidade para as relações internacionais) nem sempre conseguem esgotar o leque de possibilidades que o assunto nelas próprio versado apresenta. Daí o motivo de alguns tratados internacionais, como as Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares, de 1961 e 1963, respectivamente, disporem, nos respectivos preâmbulos, que as normas de Direito Internacional consuetudinário devem continuar regendo as questões que não tenham sido expressamente reguladas nas disposições da presente Convenção” (Curso de Direito Internacional Público, 2ª ed. Revista dos Tribunais, p. 95) São princípios gerais comuns à ordem interna e internacional que têm a finalidade de preencher lacunas do Direito, como elemento subsidiário para as decisões da Corte Internacional de Justiça. 1) Abstenção de recorrer a ameaça ou uso da força; 2) Solução pacífica de litígios; 3) Não-intervenção em assuntos de jurisdição interna; 4) Cooperação; 5) Igualdade de direitos e livre determinação dos povos; 6) Igualdade soberana; 7) Cumprimento em boa-fé das obrigações contraídas. INTERNA EXTERNA 1) Relativos ao nascimento das obrigações – nascidas de atos unilaterais; 2) Relativos à execução das obrigações – pacta sunt servanda; 3) Relativos ao exercício dos direitos – abuso do direito; direito adquirido; 4) Relativos à extinção das obrigações – prescrição liberatória. ESPECÍFICOS 1) Primado do Direito Internacional sobre a lei interna; 2) Respeito à independência dos Estados; 3) Continuidade dos Estados; 4) Responsabilidade Internacional – indenização apreciada a partir da data de realização efetiva do prejuízo; 5) Patrimônio comum da humanidade (Amazônia) “Não são normas de expressão de Direito, mas instrumentos úteis ao seu correto entendimento e aplicação, objetivando uma boa interpretação da norma internacional.” (Silva) “Não são propriamente fontes de direito, mas métodos de raciocínio jurídico, utilizados quando há lacunas nas normas ou inexistência de normas que disciplinem o assunto. Não são obrigatórias e são pouco utilizadas.” (Silva) Manifestações de vontade de um sujeito de Direito Internacional, cujo objetivo é produzir um efeito internacional: 1-criação, 2-modificação ou 3- extinção de uma relação jurídica). O ato será produzido por quem possuir autorização para tal. Deverá ser EXPRESSO em caso de PROTESTO. Pode ser tácita em caso de Renúncia ou reconhecimento. Deve ser público Deve representar a intenção do Estado que o elabora e se compromete. “São normas originárias de uma Organização Internacional, que se tornam obrigatórias para os seus Estados-membros, independentemente de sua ratificação.” (Silva) ▪ O que é a sociedade internacional? ▪ Quais forças atuam sobre ela dando-lhe seus diversos perfis ao longo da história? ▪ Quais as forças que atuam prioritariamente na contemporaneidade? Segundo Celso Mello: Ao lado dos entes, são elas: forças econômicas, culturais, religiosas e políticas influem ou influenciaram a Sociedade Internacional. Referências: ▪ ACCIOLY, Hildebrando.Manual de direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2010. ▪ BOSON, Gerson de Britto Mello. Direito internacional público: o Estado em direito das gentes. Belo Horizonte: Del Rey, 2000. ▪ REZEK, José Francisco.Direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2008. ▪ MAZZUOLI, Valerio de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 2ª ed., Revista dos Tribunais, 2010. Considerando as fontes de direito internacional público previstas no Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ) e as que se revelaram a posteriori, bem como a doutrina acerca das formas de expressão da disciplina jurídica, as convenções internacionais, que podem ser registradas ou não pela escrita, são consideradas, independentemente de sua denominação, fontes por excelência, previstas originariamente no Estatuto da CIJ. Analise a afirmativa e com base no aprendizado, julgue e fundamente sua resposta. (CESPE – adaptada) A República de Utopia e o Reino de Lilliput são dois Estados nacionais vizinhos cuja relação tornou-se conflituosa nos últimos anos devido à existência de sérios indícios de que Lilliput estaria prestes a desenvolver tecnologia suficiente para a fabricação de armamentos nucleares, fato que Utopia entendia como uma ameaça direta a sua segurança. Após várias tentativas frustradas de fazer cessar o programa nuclear lilliputiano, a República de Utopia promoveu uma invasão armada a Lilliput em dezembro de 2001 e, após uma guerra que durou três meses, depôs o rei e promoveu a convocação da Assembleia Nacional Constituinte, que outorgou a Lilliput sua atual constituição. Nessa constituição, que é democrática e republicana, as antigas províncias foram convertidas em estados e foi instituído, no lugar do antigo Reino de Lilliput, a atual República Federativa Lilliputiana. Assim, podemos afirmar que a República Federativa Lilliputiana deve obediência aos costumes internacionais gerais que eram vigentes no momento em que ela adquiriu personalidade jurídica de direito internacional, não obstante essas regras terem sido estabelecidas antes do próprio surgimento desse Estado. (CESPE – adaptada) O litígio se dá entre Portugal e Índia.O primeiro Estado aparelhou perante a Corte Internacional de Justiça procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, relativo a certos direitos de passagem pelo território deste último Estado de súditos portugueses (militares e civis), assim como de estrangeiros autorizados por Portugal com a intenção de dirigir-se a pontos encravados situados perto de Damão, para acesso aos encraves de Dadra e Nagar-Aveli. O Estado português alega que havia um costume [internacional] local que concedia um direito de passagem pelo território indiano a seus nacionais e às forças armadas até Dadra e Nagar-Aveli. A alegação de fundo é a de que o Estado indiano quer anexar estes dois territórios portugueses, ferindo seus direitos soberanos sobre eles. Os indianos sustentam que, segundo o Tratado de Pooma, realizado em 1779 entre Portugal e o governante de Maratha e posteriores decretos exarados por este governante, os direitos portugueses não consistiam na soberania sobre os mencionados encraves, para os quais o direito de passagem é agora reclamado, mas apenas num "imposto sobre o rendimento". Quando o Reino Unido se tornou soberano naquele território em lugar de Maratha, encontraram os portugueses ocupando as vilas e exercendo um governo exclusivo. Os britânicos aceitaram tal posição, não reclamando qualquer tipo de soberania, como sucessores de Maratha, mas não fizeram um reconhecimento expresso de tal situação ao Estado português. Tal soberania foi aceita de forma tácita e subsequentemente reconhecida pelo Estado indiano, portanto as vilas Dadra e Nagar-Aveli foram tidas como territórios encravados portugueses, em território indiano. A petição portuguesa coloca a questão que o direito de passagem foi largamente utilizado durante a soberania britânica sobre o Estado indiano, o mesmo ocorrendo no período pós-britânico. Os indianos alegam que mercadorias, com exceção de armas e munições, passavam livremente entre o Porto de Damão (território português) e ditos encraves, e que exerceram seu soberano poder de regulamentação impedindo qualquer tipo de passagem, desde a derrubada do governo português em ditos encraves. (Pereira, L. C. R. Costume Internacional: Gênese do Direito Internacional. Rio de Janeiro: Renova, 2002, p. 347 a 349 – Texto adaptado). Diante da situação acima e dos dados apresentados, responda: 1) De acordo com entendimento da Corte Internacional de Justiça, qual a fonte de direito internacional Público é aplicável a fim de dar solução ao litígio? 2) Como ela é definida? 3) Qual o elemento que a torna norma jurídica? ▪ Segundo Carlos Roberto Husek, a noção de soberania está intimamente ligada ao Estado, à plenitude do Poder Público, ao exercício do mando. Vem do latim superomnia, ou superanus, ou ainda, de supremitas, caráter dos domínios que não dependem senão de Deus, como explica Machado Paupério. ▪ A soberania se caracteriza sob dois aspectos: a supremacia interna e independência da origem externa. ▪ No sentido material é o poder que tem a coletividade humana (povo) de se organizar jurídica e politicamente (forjando, em última análise, o próprio Estado) e de fazer valer no seu território a universalidade de suas decisões. ▪ A soberania se exterioriza conceitualmente como a qualidade suprema do poder, inerente ao Estado, como Nação política e juridicamente organizada. No que concerne às características basilares da soberania: ▪ a) uma ou una (posta a impossibilidade de coexistência, no mesmo espaço territorial, de duas soberanias distintas) ▪ b) indivisível (considerando que se aplica à universalidade dos fatos político-jurídicos), ▪ c) inalienável (tendo em vista que uma vez concebida não pode ser desconstituída), ▪ d) imprescindível (no sentido de que não se encontra condicionada a termo temporal) ▪ e) aderente ao território estatal e ao vínculo nacional (posto que concebida a partir da existência do elemento humano (povo) e do elemento físico (território) e que corresponde, a um poder que é necessariamente superior. ▪ f) supremo (na acepção de sua inconteste superioridade), ▪ g) originário (tendo em vista que nasce com o próprio Estado, como elemento fundamental deste), ▪ h) ilimitado (posto que não encontra restrições objetivas), ▪ i) incondicionado (considerando que não se encontra adstrito a nenhuma regra ou limitação anterior), ▪ j) intangível (no sentido de que não é alcançado por outro poder, independentemente de sua natureza) ▪ k) coativo (tendo em vista que é exercido por ordem imperativa e através de instrumentos de coação). Limites da soberania: ▪ Os conceitos de soberania interna e externa decorrem, naturalmente, os de soberania territorial e extraterritorial. ▪ Na soberania territorial, impera o poder supremo da Nação dentro do seu próprio território; ▪ Na extraterritorial, prolonga-se esse poder para além do território que lhe pertence, no interesse de sua própria personalidade e dos seus súditos. Território do Estado. ▪ É um dos elementos caracterizadores do Estado, em seu sentido técnico. É a porção da superfície do solo, abrangendo terras, o subsolo e a coluna de ar correspondente (espaço aéreo).( HUSEK,2009). ▪ O território passa a ser entendido como o limite material da jurisdição do Estado, e compreende o território terrestre, o espaço aéreo sobrejacente e o mar territorial. ▪ Pelo princípio da territorialidade todo sujeito de direito, uma vez encontrando-se num dado território, deve respeitar as leis que ali estão em vigor. ▪ Porém, existem as exceções em matéria penal ou fiscal, o que confere relatividade ao princípio, não se admite a extraterritorialidade, devido aos princípios da não-intervenção e da igualdade jurídica entre os Estados. ▪Ao norte: Suriname, Guiana, Venezuela e um território pertencente à França, a Guiana Francesa. ▪A noroeste: Colômbia. ▪A oeste: Peru e Bolívia. ▪A sudoeste: Paraguai e Argentina. ▪Ao sul: Uruguai. DOMÍNIO PÚBLICO ▪O domínio público internacional está relacionado a uma zona de interesse que afeta a mais de um Estado. ▪É definido como o conjunto dos espaços cujo uso interessa a mais de um Estado e, por vezes, à sociedade internacional como um todo, mesmo que, em certos casos, tais espaços estejam sujeitos à soberania de um Estado. ▪São considerados áreas de domínio público internacional: ▪o mar (e suas subdivisões legais), os rios internacionais, ▪o espaço aéreo, ▪o espaço sideral e ▪o continente antártico. Hoje se discute considerar a internet como domínio público internacional. Caso concreto 4 Analise o texto abaixo retirado do voto de A.A. Cançado Trindade, proferido na Corte Interamericana de Direito Humanos no caso da Comunidade Indígena Sawhoyamaxa versus Paraguay: “...No universo do Direito Internacional dos Direitos Humanos, é o indivíduo quem alega ter seus direitos violados, quem alega sofrer os danos, quem tem que cumprir com o requisito do prévio esgotamento dos recursos internos, quem participa ativamente da eventual solução amistosa, e quem é o beneficiário (ele ou seus familiares) de eventuais reparações e indenizações. Em nosso sistema regional de proteção, o espectro da persistente denegação da capacidade processual do indivíduo peticionário ante a Corte Interamericana (....) emanou de considerações dogmáticas próprias de outra época histórica tendentes a evitar seu acesso direto à instância judicial internacional, - considerações estas que, em nossos dias, ao meu modo de ver, carecem de sustentação e sentido, ainda mais tratando-se de um tribunal internacional de direito humanos. (...). No presente domínio de proteção, todo jusinternacionalista, fiel às origens históricas de sua disciplina, saberá contribuir para o resgate da posição do ser humano como sujeito de direito das gentes dotado de personalidade e plena capacidade jurídicas internacionais". Respondaa pergunta abaixo: No que se refere ao trecho do voto de Antônio Augusto Cançado Trindade, responda: - Com base no conceito de sujeito de direito internacional e no de uma sociedade internacional aberta, como defende Celso Mello, discorra sobre a posição do ser humano como sujeito de Direitos, refletindo sobre sua personalidade e sobre sua capacidade para agir no plano internacional. QUESTÃO OBEJTIVA Segundo o Art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça, são fontes do direito internacional as convenções internacionais, a. o costume, os atos unilaterais e a doutrina e a jurisprudência, de forma auxiliar. b. o costume internacional, os princípios gerais de direito, os atos unilaterais e as resoluções das organizações internacionais. c. o costume, princípios gerais de direito, atos unilaterais, resoluções das organizações internacionais, decisões judiciárias e a doutrina. d. o costume internacional, os princípios gerais de direito, as decisões judiciárias e a doutrina, de forma auxiliar, admitindo, ainda a possibilidade de a Corte decidir ex aequo et bono, se as partes concordarem.
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