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TEMA 3 A GLOBALIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA Como tudo começou: as economiasmundo Limite: meio natural Isolamento e autossuficiência econômica. Até o século XV – cinco economias-mundo: Europa China Índia África árabe América As quatro fases da globalização e o sistema-mundo O processo de globalização iniciou no século XV. • Primeira fase Expansão geográfica – Grandes Navegações (séculos XV e XVI) Ampliação das migrações e da circulação de produtos – expansão comercial (novos mercados) • Segunda fase Entre a metade do séc. XIX e o fim da II GM. Expansão da dominação política, econômica e militar europeia sobre a África e a Ásia. Inovações técnicas aplicadas à indústria, aos transportes e às comunicações . Intensificação e ampliação das relações econômicas capitalistas. • Terceira fase Entre 1945 e 1989: Guerra Fria Avanços tecnológicos na informática, nas telecomunicações e nos transportes. • Quarta fase Expansão do capitalismo neoliberal Maior eficiência das telecomunicações. Formação de redes digitais mundiais. Os ideais do neoliberalismo propõe: Total liberdade às leis de mercado; Limitar a intervenção do Estado na economia; Políticas para privatizar as empresas estatais; Abertura comercial, reduzir ou eliminar as taxas alfandegárias sobre as importações; Economia aberta ao capital estrangeiro (investimentos); Livre circulação de capital internacional (multinacionais); Eliminação de qualquer proteção ou incentivo às empresas nacionais; Adoção de medidas contra o protecionismo econômico. • Obs.: Segundo os neoliberais, essas medidas estimulam a livre concorrência, fazendo aumentar a produtividade e acelerando o crescimento econômico. GLOBALIZAÇÃO Refere-se à integração entre países em diferentes aspectos: econômicos, comerciais, financeiros, culturais e sociais. Crescente aumento dos fluxos de informações, mercadorias, capital, serviços e de pessoas, em escala global. Redes: materiais (transportes) ou virtuais (internet). Integração - ALDEIA GLOBAL. Instrumentos de Integração Barco a vela, Barco a vapor e Trem Telégrafo e o Telefone Satélites e Computadores conectados à Internet. OCIDENTE E ORIENTE ACESSO À INTERNET FLUXOS COMERCIAIS 1. Fluxo de mercadorias: o comércio global DESIGUAL Comércio Internacional. Intercâmbio comercial. OMC (Organização Mundial do Comércio) - 1950: 64 milhões de dólares - 2010: 15,3 trilhões de dólares • Fatores: Melhoria e a diminuição dos custos dos transportes; O crescimento da população mundial nos últimos 50 anos; Aumento do rendimento de muitas famílias. SOCIEDADE DO CONSUMO. O comércio internacional apresenta desigualdades: Explicação: - Capacidade de produção e consumo dos países industrializados. As Transnacionais Empresas com alto nível de organização que atuam fora do território de seu país de origem, por meio de filiais espalhadas pelo mundo. Principais polos das transnacionais: EUA, JAP, ALE, FRA e REINO UNIDO Centros globais de poder econômico e tecnológico O poder das transnacionais Influenciar a economia global de acordo com os próprios interesses; Interferir no poder político a ponto de influenciar governos a estabelecer normas que facilitem sua atuação; Realizar maciços investimentos tanto no país quanto no país de origem como nos do Tipo Sul e emergentes (disponibilidade de matéria-prima e mão de obra baratas, mercados consumidores para a expansão de seus negócios, leis e fiscalização mais brandas ou ausentes, oportunidades oferecidas pelos governos na redução de impostos). Nova forma de produção: Fábrica Global A fábrica global e a nova divisão internacional do trabalho DESCENTRALIZAÇÃO DE PRODUÇÃO de acordo com as vantagens oferecidas. Possibilidade de aumentar a competitividade no mercado global. FÁBRICA GLOBAL – CADEIA PRODUTIVIDADE DESCENTRALIZADA – INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS: intensificam os fluxos comerciais e modificam o mercado de trabalho exigindo mão de obra qualificada e criando novas formas de desemprego. O mercado de trabalho Forte concorrência: característica mais recente da globalização Garantir a permanência no mercado mundial Relações de trabalho flexíveis: carga horário de trabalho menos importante que a produtividade O aumento do desemprego na economia global Desemprego – inserção das inovações tecnológicas nos processos. Tipos de desemprego: Tecnológico ou estrutural Substituição da mão de obra pela mecanização, automação e informatização no processo produtivo. Conjuntural ou cíclico Dispensa de mão de obra durante uma crise econômica. Aspectos da Globalização • Internacionalização do capital e da produção ( transnacionais ) Aspectos da Globalização • Intensificação do comércio mundial Aspectos da Globalização • Redes mundiais de • Modernização dos comunicação transportes GLOBALIZAÇÃO – anos 90 Formação de blocos econômicos (blocos comerciais) União Européia, NAFTA, Mercosul, APEC Globalização Blocos econômicos Consequências • Intensificação das disparidades econômicas entre os países Consequências • Aumento do desemprego estrutural Consequências Tecnologia = “passaporte para globalização” Economicamente o mundo é bipolar: Países ricos industrializados X Economias emergentes Consequências • Questionamento da legitimidade do Estado Nos anos 90 houve intensificação de conflitos nacionais internos e movimentos separatistas (ex: Iugoslávia) Consequências • Aumento da exclusão social Devido ao desemprego estrutural, nos países pobres, somente uma minoria consegue se integrar no processo de globalização Globalização Contemporânea em resumo A CRÍTICA À GLOBALIZAÇÃO SEGUNDO O PROFESSOR MILTON SANTOS – NO LIVRO “POR UMA OUTRA GLOBALIZAÇÃO” A CRÍTICA À GLOBALIZAÇÃO A globalização é o fruto de várias medidas que criaram e perpetuam o mito de marcado global, sustentado convenientemente pela e para a conjuntura político-econômica. surgimento de uma dupla tirania: a do dinheiro e da informação (intimamente relacionadas) violência da informação: o que é transmitido à maioria da humanidade é uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde. CONSUMO E O SEU DESPOTISMO O autor refere que antigamente as empresas para alcançar uma autonomia em sua produção manipulava a opinião do consumidor pela via da publicidade. Todavia, atualmente, as empresas hegemônicas “produzem o consumidor antes mesmo de produzir os produtos [...] Na cadeia causal, a chamada autonomia da produção cede lugar ao despotismo do consumo”(p. 48). CONSUMO E O SEU DESPOTISMO • “consumismo e competitividade levam ao emagrecimento moral e intelectual da pessoa, à redução da personalidade e da visão do mundo, convidando, também, a esquecer a oposição fundamental entre a figura do consumidor e a figura do cidadão. TECNOCIÊNCIA E GLOBALIZAÇÃO “É irônico recordar que o progresso técnico aparecia, desdeos séculos anteriores, como uma condição para realizaressa sonhada globalização com a mais completa humanização da vida no planeta. Finalmente, quando esse progresso técnico alcança um nível superior, a globalização se realiza, mas não a serviço da humanidade. A globalização mata a noção de solidariedade, devolve o homem à condição primitiva do cada um por si, e como se voltássemos a ser animais da selva, reduz as noções de moralidade pública e particular a um quase nada” (p. 65-5) O TERRITÓRIO DO DINHEIRO E DA FRAGMENTAÇÃO • “no mundo da globalização, o espaço geográfico ganha novos contornos, novas características, novas definições. E, também, uma nova importância, porque a eficácia das ações está estreitamente relacionada com a sua localização. Os atores mais poderosos se reservam os melhores pedaços do território e deixam o resto para os outros” (p. 79) O HOMEM UNIDIMENSIONAL “A livre escolha entre a larga quantidade de bens e serviços não significa liberdade quando estes bens e serviços mantêm controle social sobre uma vida de esforços e medo,ou seja, de alienação.” Herbert Marcuse (O Homem Unidimensional) FETICHE DA MERCADORIA As mercadorias adquirem uma forma fantástica capazes de oferecer mais que utilidade, trazem felicidade, poder, status, etc. HOMEM MERCADORIA Humaniza Coisifica Reificação do homem FETICHISMO DA MERCADORIA E REIFICAÇÃO DO TRABALHADOR O FETICHISMO É O PROCESSO PELO QUAL A MERCADORIA, SER INANIMADO, É CONSIDERADA COMO SE TIVESSE VIDA, FAZENDO COM QUE OS VALORES DE TROCA SE TORNEM SUPERIORES AOS VALORES DE USO E DETERMINEM AS RELAÇÕES ENTRE OS HOMENS, E NÃO VICE-VERSA. A MERCADORIA ADQUIRE VALOR SUPERIOR AO HOMEM, POIS PRIVILEGIAM-SE AS RELAÇÕES MATERIAIS ENTRE PESSOAS. EM CONSEQÜÊNCIA, A HUMANIZAÇÃO DA MERCADORIA LEVA À DESUMANIZAÇÃO DO HOMEM, À SUA COISIFICAÇÃO, À REIFICAÇÃO (DO LATIM RES, COISA), SENDO O PRÓPRIO HOMEM TRANSFORMADO EM MERCADORIA. Fetiche da mercadoria Fenômeno inerente à produção capitalista; Mercadorias fetichizadas ocultam as relações de produção e ganham aparência de “vida própria”; Fenômeno histórico-social reforçado por mecanismos ideológicos alienantes; Resultado da predominância do trabalho abstrato sobre o concreto. Marca X Marca Z Marca Y Marca B Marca C Marca A Microsoft Christian Dior Nike Ferrari Coca - cola “A desvalorização do mundo humano ocorre na razão direta da valorização do mundo das coisas” SER TER Mercantilização das relações sociais. Características dos produtos de «Ontem» Características dos produtos de «Hoje» Longa duração, servindo geralmente várias gerações Duração cada vez mais curta e dificuldade de reparação Pouco numerosos Numerosos e variados quanto à marca e qualidade Técnicas de fabrico simples e evoluindo pouco Técnicas de fabrico cada vez mais sofisticadas e evoluindo rapidamente Proximidade entre o artesão e o consumidor O fabrico cada vez mais afastado do consumidor, devido aos numerosos intermediários Decisão de compra sempre racional Decisão de compra cada vez mais irracional, motivada, sobretudo, pelo atrativo publicitário Produtos de «Ontem» e Produtos de «Hoje» Beja Santos, A Educação do Consumidor, Texto Editora, 1991 Sociedade do consumo • Quais são os principais problemas de uma sociedade de consumo regulada pelo mercado? ▫ Secundarização das questões humanas; ▫ Negligência da ecosfera e do planeta onde vivemos; ▫ Os resultados são redutores (têm a pretensão de aplicar-se a toda a realidade que, será sempre heterogênea, multidimensional e em constante mudança) e excluem grande parte da população; ▫ Os resultados são avaliados segundo indicadores de crescimento e produtividade, não tendo em conta o impacto na ecologia; ▫ Este modelo de raiz ocidental foi exportado para todo o mundo pela sua aparente eficácia.
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