Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Continuidade Definic¸a˜o: Seja a ∈ R. Dizemos que y = f(x) e´ cont´ınua no ponto a, se estiverem satisfeitas as condic¸o˜es: i) ∃ f(a), ou seja, f esta´ definida no ponto a ii) ∃ lim x→a f(x) iii) lim x→a f(x) = f(a) Exemplos: 1) f(x) = x2 − 1 x− 1 na˜o e´ cont´ınua em a = 1 pois f na˜o esta´ definida em a = 1. Observe que existe lim x→1 f(x). Ou seja, lim x→1 f(x) = lim x→1 x2 − 1 x− 1 = lim x→1 (x− 1)(x+ 1) x− 1 = lim x→1 (x+ 1) = 2. 1 x 1 2 y Figura 1: Gra´fico de f(x) NOTAS DE AULA DE CA´LCULO I - A Magda 2 2) g(x) = x2 − 1 x− 1 , se x 6= 1 1, se x = 1 , na˜o e´ cont´ınua em a = 1 pois apesar de: i) g(1) = 1, ii) lim x→1 g(x) = lim x→1 x2 − 1 x− 1 = 2, como feito no exemplo anterior, temos que lim x→1 g(x) 6= g(1). 1 x 1 2 y Figura 2: Gra´fico de g(x) 3) h(x) = x |x| , se x 6= 0 0, se x = 0 , na˜o e´ cont´ınua em a = 0 pois na˜o existe lim x→0 h(x). x -1 1 y Figura 3: Gra´fico de h(x) NOTAS DE AULA DE CA´LCULO I - A Magda 3 4) t(x) = 1 x2 , se x 6= 0 2, se x = 0 , na˜o e´ cont´ınua em zero pois lim x→0 t(x) =∞ (Verifique!). x 2 y Figura 4: Gra´fico de t(x) 5) Seja p(x) um polinoˆmio em x. Como lim x→a p(x) = p(a), segue que p(x) e´ cont´ınua para todo a ∈ R. 6) Considere f(x) = p(x) q(x) , com p(x) e q(x) polinoˆmios e tal que q(a) 6= 0. Verifique que f(x) e´ cont´ınua para todo a ∈ R, desde que q(a) 6= 0. 7) Verifique que f(x) = |x| e´ cont´ınua em zero. 8) Verifique que h(x) = x+ 3, se x ≥ −1 −x + 1, se x < −1 e´ cont´ınua em a = −1. 9) Determine o valor de k, se poss´ıvel, que torna a func¸a˜o a seguir cont´ınua. f(x) = kx2, se x ≤ 2 2x+ k, se x > 2 Resoluc¸a˜o: Note que para os valores de a em que a ∈ (−∞, 2) ∪ (2,∞), f e´ cont´ınua em a pois f e´ um polinoˆmio. Vamos, enta˜o analisar a continuidade de f no ponto a = 2. Temos que: i) f(2) = k(2)2 = 4k ii) Temos: • lim x→2+ f(x) = lim x→2+ ( 2x+ k ) = 2(2) + k = 4 + k NOTAS DE AULA DE CA´LCULO I - A Magda 4 • lim x→2− f(x) = lim x→2− kx2 = k(2)2 = 4k Como deve existir lim x→2 f(x) e lim x→2 f(x) = f(2), segue que 4 + k = 4k ⇐⇒ 3k = 4⇐⇒ k = 4 3 . Portanto, para f ser cont´ınua, k = 4 3 . Propriedades 1) Sejam f e g func¸o˜es cont´ınuas em um ponto a. Enta˜o: a) f ± g e´ cont´ınua em a. b) f · g e´ cont´ınua em a. c) f g e´ cont´ınua em a, desde que g(a) 6= 0. 2) Sejam f e g tais que • lim x→a f(x) = b • g e´ cont´ınua em b. Enta˜o, lim x→a ( gof ) (x) = g ( lim x→a f(x) ) = g(b). Exemplo: lim x→3 |5− x2| = ∣∣∣lim x→3 (5− x2) ∣∣∣ = | − 4| = 4. Considere f(x) = 5− x2 e g(x) = |x|. Note que lim x→3 (5− x2) = −4 e g e´ cont´ınua no ponto −4. 3) Se f e´ cont´ınua em a e g e´ cont´ınua em f(a) enta˜o gof e´ cont´ınua em a. Exemplo: h(x) = |x3 − x + 1| e´ cont´ınua em todo ponto a ∈ R pois e´ a composta de duas func¸o˜es cont´ınuas, a saber: • f(x) = x3 − x+ 1 (polinoˆmio) • g(x) = |x| (func¸a˜o modular) Observac¸a˜o: 1) Se lim x→a+ f(x) = f(a), dizemos que f e´ cont´ınua a` direita de a. 2) Se lim x→b− f(x) = f(b), dizemos que f e´ cont´ınua a` esquerda de b. 3) Dizemos que f e´ cont´ınua no intervalo [a, b], se f e´ cont´ınua em (a, b), a` direita de a e a` esquerda de b. Teorema do Confronto ou do Sandu´ıche Teorema do Confronto ou do Sandu´ıche: Se g(x) ≤ f(x) ≤ h(x) para todo x em um intervalo aberto contendo a, exceto possivelmente em x = a, e se lim x→a g(x) = lim x→a h(x) = L enta˜o lim x→a f(x) = L. Demonstrac¸a˜o: Seja ǫ > 0. Como lim x→a g(x) = L, existe δ1 > 0 tal que se 0 < |x− a| < δ1 =⇒ |g(x)− L| < ǫ. Como lim x→a h(x) = L, existe δ2 > 0 tal que se 0 < |x− a| < δ2 =⇒ |h(x)− L| < ǫ. Tomando δ = min{δ1, δ2}, segue que dado ǫ > 0, existe δ = min{δ1, δ2} tq se 0 < |x − a| < δ enta˜o |g(x)− L| < ǫ e |h(x)− L| < ǫ. Portanto, L− ǫ < g(x) ≤ f(x) ≤ h(x) < ǫ+L, isto e´, |f(x)−L| < ǫ. Portanto, dado ǫ > 0, existe δ > 0 tq se 0 < |x− a| < δ enta˜o |f(x)− L| < ǫ, isto e´, lim x→a f(x) = L. � y=gHxL y=fHxL y=hHxL a x y Figura 5: Ilustrac¸a˜o gra´fica Teorema do Confronto Exemplos: a) Calcule lim x→0 x2 ∣∣∣sen( 1 x )∣∣∣. Resoluc¸a˜o: Sabemos que −1 ≤ sen ( 1 x ) ≤ 1, para todo x 6= 0. NOTAS DE AULA DE CA´LCULO I - A Magda 6 Logo, 0 ≤ ∣∣∣sen ( 1 x )∣∣∣ ≤ 1, ∀x 6= 0. Multiplicando a desigualdade anterior por x2, temos que 0 < x2 ∣∣∣sen ( 1 x )∣∣∣ < x2, ∀x 6= 0. Como lim x→0 0 = 0 = lim x→0 x2, pelo Teorema do Confronto, lim x→0 x2 ∣∣∣sen ( 1 x )∣∣∣ = 0. � b) Seja f uma func¸a˜o tal que |f(x)| ≤ x2. Calcule lim x→0 f(x). c) Dada |g(x)− 2| ≤ 3(x− 1)2 para todo x, calcule lim x→1 g(x). Consequeˆncia do Teorema do Confronto: Sejam f e g duas func¸o˜es com o mesmo dom´ınio D tal lim x→a f(x) = 0 e |g(x)| ≤M, para todo x ∈ D, em que M e´ uma constante real. Enta˜o: lim x→a f(x) · g(x) = 0. Prove! Exemplos 1) lim x→0 x sen ( 1 x ) . Resoluc¸a˜o: Em lim x→0 x︸︷︷︸ f(x) sen ( 1 x ) ︸ ︷︷ ︸ g(x) , consideremos f(x) = x e g(x) = sen ( 1 x ) , Temos que: • lim x→0 f(x) = lim x→0 x = 0, • Como ∣∣∣sen( 1 x )∣∣∣ ≤ 1, segue que |g(x)| ≤ 1. Portanto, pelo Teorema do Confronto, lim x→0 x sen ( 1 x ) = 0. 2) lim x→0 x2 · g(x), onde g(x) = { 1, se x ∈ Q −1, se x 6∈ Q Observac¸a˜o: O Teorema do Confronto continua va´lido substituindo lim x→a por lim x→a+ , lim x→a− , lim x→∞ , lim x→−∞ .
Compartilhar