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Cirurgia – Rafael Seabra – 03/10/2016 Aula 06 – Complicações em Exodontia Quando pensamos em complicações, temos um aspecto importante: Prevenção – através de um bom exame clínico e exame radiográfico conseguimos antever as complicações e assim podemos mudar nossa tática operatória para impedir que ela venha a ocorrer; Plano de tratamento adequado. Complicações Transoperatórias Extração de dente errado; Fratura radicular – quando usarmos força em demasia ou realizamos a técnica errada, temos mais chance de fraturar ou a raiz ou o osso; Fratura de instrumentos – muito raro, mas se usarmos força em demasia, tanto instrumento quanto brocas usadas várias e várias vezes (esterilização danifica); Fratura do dente vizinho – nunca podemos usá-lo como apoio e sim o osso alveolar; Injúria das estruturas adjacentes – estruturas nobres próximas; Deslocamento de dente ou raiz – mais chances de acontecer com o 3M, pois o 2M, 1M e sucessivamente possuem menos relação íntima com a cortical/lingual; Luxação de ATM. Obs: não tem porque fazer um procedimento que vá levar mais de 1h, 1h30. Se for levar, será melhor sob anestesia geral. Condições Predisponentes à Fratura Dentária Tábua óssea espessa; Cáries extensas; Dentes anquilosados; Ápices radiculares fundos e/ou oblíquos (curvos); Hipercementose; Osso mais cortical; Tratamento endodôntico prévio – o dente em questão vai ter menos matriz orgânica e tende a ficar mais quebradiço; Deslocamento de dentes ou raízes para espaços vizinhos – cavidade nasal, seio maxilar, região pterigomandibular, região sublingual, região submandibular, espaço mucoperiosteal; Via digestiva e via respiratória – via digestiva geralmente não dá problema (quando não é perfurocortante) e via respiratória é mais raro, mas o paciente sempre tosse e já sabemos; Comunicação dos PMS e MS com o seio maxilar – intima relação das raízes desses dentes com o seio maxilar, causando uma comunicação bucosinusal; Complicações Pós-Operatórias Injúrias aos tecidos moles: Retalhos muito tracionados – eles precisam ser grandes; Abrasão da mucosa jugal ou lábio – associado ao cirurgião ficar apertando muito um lado (Afastadores de Minessota antigos, laceravam o tecido pois sua borda era reta). Resvalo de instrumentos; Trismo Edema Equimose/hematoma Alveolite Abscesso Osteomielite Complicações Buco-sinusais Caso ocorra essa comunicação bucosinusal, devemos orientar o paciente a: Manipular pouco a região – o coágulo que se formou na região, ou seja, matriz para neoformação óssea, já vai ser suficiente para conseguirmos a manipulação da região; Não assoar o nariz – vai haver penetração de ar entre a cavidade nasal e a cavidade oral e ele vai expulsar o coágulo. Essa comunicação bucosinusal pode virar uma fístula bucosinusal; Quando temos uma fístula instalada Comunicação bucosinusal que mesmo após 30 dias do período da comunicação não fechou sozinha e já está epitelizado; Paciente sente sair água pelo nariz quando bebe; Irrigação com soro fisiológico 3x ao dia e consulta 2x por semana para checar a coloração da água (pela limpeza mecânica do cirurgião); Paciente deve fazer inalação com ‘penetro’, um inalante que ajuda a dilatar o osso do seio maxilar; Quando a água estiver bem limpa (pode sair feijão, enxerto, etc), está na hora de fazer a cirurgia para uma semana depois e começamos a antibioticoterapia; Clavulin 875mg, 1 comprimido a cada 12 horas (começa 7 dias antes); Ou Amoxicilina 500mg, 1 comprimido a cada 8 horas (começa 7 dias antes); O paciente deve continuar fazendo uso do antibiótico até 7 dias após o pós-operatório; Total: 14 dias de antibioticoterapia; O paciente deve continuar fazendo uso da irrigação com soro fisiológico e penetra até o dia da cirurgia; Uma semana antes da cirurgia, quando vir que está tudo ok, fazemos uma moldagem do paciente, tendo o cuidado para não levar material de moldagem para dentro do seio (proteger com gaze). Então, teremos um modelo de estudo. O protético irá fazer uma placa protetora, um alívio, e essa placa protetora vai proteger o retalho que o cirurgião for fazer; Cirurgia com retalho palatino (com esse retalho, levamos junto uma artéria e uma veia, então fica difícil de perder o retalho); Fazemos a incisão, roda o retalho para dentro do espaço para formar tecido mole depois; Debridamos a fístula – tirar todo o epitélio da fístula, antes de realizar o retalho; Suturamos; Colocamos cimento cirúrgico na placa protetora (ela alivia a dor, protege a ferida e acelera a cicatrização*). Obs: devemos fazer o planejamento cirúrgico com cuidado, sendo que um dos principais pontos é uma boa coaptação das feridas. Complicações Pós-Operatórias Trismo; Edema; Equimose/hematoma; Alveolite; Abscesso – falaremos mais durante infecções odontogênicas; Infecções Osteomielite - falaremos mais durante infecções odontogênicas; Hemorragia – muito incomum no pós-operatório, mais relacionada ao não cuidado do pós-operatório por parte do paciente. Ele não toma os cuidados necessários. Fazer anamnese geral (coloca o paciente para morde uma gaze); Fazer anamnese específica (se fez algo que possa justificar o sangramento); Anestesiar; Remover todo o coágulo antigo; Irriga bastante; Comprime a região; Coloca uma gaze nova e morder por 30min. Isso vai resolver 99% dos casos de sangramento no pós-operatório. E o outro 1%? Uso crônico de aspirina e anticoagulantes; Uso de antibióticos de amplo espectro -> diminui produção de vitamina K, que é um fator importante para coagulação; Álcool -> cirrose -> diminui fatores de coagulação (fígado é importantíssimo); Drogas quimioterápicas -> diminui plaquetas; PA elevada. Alveolite É quando o coágulo de sangue que se forma no pós-operatório se desloca, se dissolve ou não é formado completamente. Isso deixa os nervos e os ossos expostos e prontos para uma infecção. O paciente fica bem nos dois primeiros dias, depois piora e pode ficar com mau hálito. Fatores de risco Mandíbula – principalmente região de 3M, é um osso mais compacto e menos vascularizada; Paciente fumante; Idade aumentada; Trauma cirúrgico; Pericoronarite prévia; Pacientes do sexo feminino – principalmente quando fazem uso de pílula anticoncepcional. Tratamento Irrigação; Curetagem; Curativo analgésico – alivio da dor; Esperar a formação de um novo coágulo. Critérios Para Sepultamento de Raiz Ausência de infecção; Localização profunda do osso; Grande remoção óssea; Risco de lesão em estruturas ósseas; Possível deslocamento para espaços teciduais.
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