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1 Aproximações Lineares e Polinômios de Taylor 1.1 Aproximações Lineares Começamos por um exemplo já discutido anteriormente: Example 1 Seja C (x) = 920 + 2x � 0; 02x2 + 0; 00007x3 o custo total de produzir x Kg de um certo produto. Pede-se: a) Calcular o custo marginal C�(x) C�(x) = 2� 0; 04x+ 0; 00021x2 b) Calcule C (100) e C�(100) C (100) = 920 + 200� 200 + 70 = 990 C�(100) = 2� 4 + 2; 1 = 0; 1 c) Encontre a reta tangente ao grá co de C (x) em x = 100 y � y0 = m (x� x0) y � C (100) = C�(100) (x� 100) y = C (100) + C�(100) (x� 100) (neste caso em particular, y = 990 + 0; 1 (x� 100) nem vale a pena simpli car mais!) d) Use a reta tangente para estimar C (99), C (101) e C (102) Seja L (x) = 990 + 0; 1 (x� 100). Note que L (99) = 990� 0; 01 = 989; 99 � C (99) L (101) = 990 + 0; 01 = 990; 01 � C (101) L (102) = 990 + 0; 02 = 990; 02 � C (102) 60 80 100 120 140 980 985 990 995 1000 1005 x y C (x) e sua aproxima ção linear L (x) no ponto x = 100 De nition 2 A função L (x) é chamada de APROXIMAÇÃO LINEAR DE C (x) em x = 100 ou LINEARIZAÇÃO DE C (x) em x = 100. Em geral: L (x) = f (x0) + f�(x0) (x� x0) 1 Exercise 3 Estime e0;03. Solution 4 Seja f (x) = ex. A aproximação linear de f (x) no ponto x = 0 é L (x) = f (0) + f�(0) (x� 0) Como f (0) = 1 e f�(x) = ex (portanto f�(0) = 1), temos L (x) = 1 + x Assim, L (0; 03) = 1; 03 � e0;03. Compare com o valor de e0;03 tirado do MatLab: e0;03 = 1; 030454534 Esta aproximação simples já acertou 3 casas decimais! -1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 x y f (x) = ex e L (x) = 1 + x 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 7 8 9 10 11 12 x y f (x) = p x e L (x) = 10 + 120 (x� 100) Exercise 5 Estime p 100; 04. Solution 6 Seja f (x) = p x. Então f�(x) = 1 2 p x e portanto f (100) = 10 e f�(100) = 120 . Assim, a linearização de f (x) em x = 100 é L (x) = 10 + 1 20 (x� 100) Assim, L (100; 04) = 10 + 0;0420 = 10; 002 � p 100; 04. De fato, o MatLab diz quep 100; 04 = 10; 0019998 Nada mal! 2 1.2 Diferencial Por uma questão de notação, é comum de nir as variáveis dx = x� x0 dy = L (x)� L (x0) �y = f (x)� f (x0) Usando estas variáveis, a aproximação linear de f em x = x0 pode ser expressa como dy = f�(x0) :dx Note: dx e dy representam quantidades medidas na reta tangente, enquanto �y é medido usando a função original f . O que zemos nos itens anteriores foi estimar �y calculando, em seu lugar, dy. Exercise 7 Se o lado L de um quadrado é medido com um erro relativo de 5%, qual o erro relativo em sua área A = L2. Solution 8 Note que não sabemos qual é o lado L do quadrado, e portanto não temos como calcular dL. No entanto, uma aproximação via reta tangente nos dá: dA = 2L:dL Interprete isto! Isto nos dá a relação entre o erro no cálculo da Área e o erro na medição do Lado, para ESTE lado desconhecido L, e mesmo assim tudo isto é apenas uma aproximação via reta tangente! De qualquer forma, esta aproximação nos dá dA A = 2LdL L2 = 2 dL L Note que não sabemos dA nem dL, mas dLL é exatamente o erro relativo (máximo) na medida do lado, isto é, dLL = 5%: Assim dA A = 10% é o erro relativo (máximo, aproximado) no cálculo da área. Exercise 9 Você tem de produzir uma esfera metálica de um certo raio. Infelizmente, medir dire- tamente o raio de uma esfera sólida é complicado (pense nisso). Medir o volume é mais simples: você pode mergulhá-la num tanque cheio de água e medir o volume da água que transbordou, e daí tirar o raio via V = 4 3 �R3 Pergunta-se: se o erro relativo no cálculo do volume é de 9%; qual é o erro relativo que você estima para o cálculo do raio? Solution 10 Pela aproximação linear, temos dV = 4�R2:dR 3 Portanto dV V = 4�R2 4 3�R 3 dR = 3 dR R Isto é, se dVV = 9%; tem-se dR R = 3% Então não só é mais fácil calcular o raio assim, mas o erro relativo é 13 do erro relativo no cálculo do volume! 1.3 Polinômios de Taylor Note que a linearização L (x) = f (x0) + f�(x0) (x� x0) é a única função a m (isto é, polinômio de grau � 1) que concorda com a função f (x) e com sua derivada no ponto x0, isto é L (x0) = f (x0) L�(x0) = f�(x0) Perguntamos: seria possível fazer com que L (x) também concordassecom a segunda derivada de f (x) no ponto x0 (isto é, fazer com que L (x) curve também como f)? É fácil ver que isto não é possível usando uma aproximação linear do tipo L (x) = Ax+B, pois então L��(x) = 0... Mas e se usássemos uma quadrática? PERGUNTA: Dada uma função f (x) e um ponto a, poderíamos encontrar uma função quadrática T2 (x) = Ax 2 +Bx+ C tal que T2 (a) = f (a) T2�(a) = f�(a) T2��(a) = f��(a) Vejamos... isto signi ca que Aa2 +Ba+ C = f (a) 2Aa+B = f�(a) 2A = f��(a) Hmmmm... lembre que as incógnitas aqui são A; B e C! Podemos achar A da última equação, substituir na de cima, achar B, substituir de novo, achar C. Não vamos fazer estas contas, mas acho que está claro que a resposta é SIM. Fizemos as contas para você, completamos quadrados, rearrumamos tudo... O polinômio cou assim T2 (x) = f (a) + f�(a) (x� a) + f��(a) 2 (x� a)2 4 Este é o chamado polinômio de Taylor de grau 2 de f (x) no ponto a. Tente convencer-se a partir desta fórmula de que as primeira e segunda derivadas de T2 no ponto a são iguais às de f de fato. Viu? Example 11 Estime e0;03 usando uma aproximação quadrática em x = 0. Como antes, tomamos f (x) = ex e a = 0: Então f�(x) = ex, f��(x) = ex e f (0) = f�(0) = f��(0). Em suma T2 (x) = 1 + x+ x2 2 Portanto T2 (0; 03) = 1 + 0; 03 + 0; 0009 2 = 1; 03045 Você ainda se lembra de e0;03 = 1; 030454534? Uau! Temos 5 casas decimais corretas! -1.0 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 x y f (x) = ex, L (x) = 1 + x e T2 (x) (este está pontilhado) 1.4 Por que parar em grau 2? Por que não grau n? De fato (tente adivinhar...) Tn (x) = f (a) + f�(a) (x� a) + f��(a) 2! (x� a)2 + f���(a) 3! (x� a)3 + :::+ f (n) (a) n! (x� a)n é o único polinômio de grau menor ou igual a n que satisfaz Tn (a) = f (a) Tn�(a) = f�(a) Tn��(a) = f��(a) ::: T (n)n (a) = f (n) (a) (convença-se disto olhando a fórmula acima). Ele é chamado polinômio de Taylor de f de grau n em x = a. 5 Example 12 Seja f (x) = ex e tome a = 0. Como f (n) (0) = e0 = 1 para todo n, o polinômio de Taylor de grau n será Tn (x) = 1 + x+ x2 2! + x3 3! + :::+ xn n! Usando ordem 3, já temos 7 casas decimais corretas para e0;03: T3 (0; 03) = 1 + 0; 03 + 0; 0009 2 + 0; 000027 6 = 1; 0304545 Comentário nal: é verdade que, em geral, quanto mais termos colocarmos no polinômio de Taylor melhor será a aproximação... mas aí o polinômio de Taylor pode car tão complicado que talvez seja melhor calcular a função f diretamente (com auxílio de calculadora, talvez)! Por outro lado... Pense bem: como é que a sua calculadora calcula e0;03??? Pense.... Como? Digo a você: sua calculadora usa um polinômio de Taylor (com muitos termos, su cientes para conseguir a precisão de 8 ou 10 casas decimais de sua calculadora)!!!! A nal, calculadoras e com- putadores só sabem originalmente multiplicar e somar que são as operações que você vê num polinômio! Pense.... Como a calculadora faz sin (1; 23)? Desenha uma gurinha com 1; 23 radianos no ângulo medidos com um bom transferidor e calcula o seno no círculo trigonométrico?? Não! Sua calculadora usa um polinômio de Taylor para o seno (o veremos em breve), com muitos termos, su cientes para a precisão desejada!!! Legal, né? 6
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