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Universidade Federal Fluminense Instituto de Matema´tica e Estat´ıstica GMA - Departamento de Matema´tica Aplicada 2016.1 Polinoˆmios de Taylor Exerc´ıcios complementares 1. Determine a expressa˜o da func¸a˜o quadra´tica cujo gra´fico seja tangente ao gra´fico de f(x) = x3 − 2x2 − x + 3, no ponto (1, 1), e que possua a mesma concavidade. 2. Determine o Polinoˆmio de Taylor de ordem n da func¸a˜o f(x) = ex, em torno de x = 0. Utilizando este polinoˆmio, deˆ uma aproximac¸a˜o de e e de ex. 3. Sabendo que, no instante t = 100s, um mo´vel estava na posic¸a˜o s = 20m, possu´ıa velocidade v = 10m/s e acelerac¸a˜o a = 1m/s2, estime sua posic¸a˜o no instante t = 110s, supondo que na˜o tenha ocorrido mudanc¸a significativa da acelerac¸a˜o. 4. Sabendo que, no instante t = 0, um mo´vel tem posic¸a˜o s0, velocidade v0 e que sua acelerac¸a˜o a e´ constante, determine uma expressa˜o razoa´vel para sua posic¸a˜o no instante t. 5. Qual o polinoˆmio de Taylor de ordem n de uma func¸a˜o polinomial de grau n, em torno de x = 0? Dica: Qual e´ a derivada de ordem k de anx n, em x = 0, quando k > n, k = n ou k < n? 1 Soluc¸o˜es: 1. A func¸a˜o quadra´tica cujo gra´fico e´ tangente ao gra´fico de f(x) = x3 − 2x2 − x + 3, no ponto (1, 1), com a mesma concavidade, e´ o polinoˆmio de Taylor de grau 2 de f , em torno de x = 1. Assim, a func¸a˜o procurada e´ dada por T2(x) = f(1) + f ′(1)(x− 1) + f ′′(1) 2 (x− 1)2 = 1− 4(x− 1) + −6 2 (x− 1)2 = 1− 4(x− 1) +−3(x2 − 2x + 1) = −3x2 + 2x + 2 2. Todas as derivadas de f(x) = ex sa˜o iguais a ex, isto e´, f ′(x) = ex, f ′′(x) = ex, f (3)(x) = ex, ..., f (n)(x) = ex. No ponto x = 0, teremos f ′(0) = e0 = 1, f ′′(0) = e0 = 1, f (3)(0) = e0 = 1, ..., f (n)(0) = e0 = 1. O Polinoˆmio de Taylor de ordem n em torno de x = 0 e´ dado por Tn(x) = f(0) + f ′(0) (x− 0) + f ′′(0) 2 (x− 0)2 + ... + f (n)(0) n! (x− 0)n, logo Tn(x) = 1 + x + x2 2 + ... + xn n! . Como e = f(1), uma aproximac¸a˜o de e e´ dada por Tn(1) = 1 + 1 + 1 2 + 1 3! + 1 4! + ... + 1 n! . Esta expressa˜o pode ser reescrita como Tn(1) = n∑ k=0 1 k! . Uma aproximac¸a˜o de ex = f(x) pode ser dada por Tn(1) = 1 + x + x2 2 + x3 3! + x4 4! + ... + xn n! . Esta expressa˜o pode ser reescrita como Tn(1) = n∑ k=0 xk k! . Uma curiosidade: As aproximac¸o˜es acima melhoram a medida em que aumentamos n. Um resultado decorrente disso e´ que e e ex podem ser escritos como as “somas infinitas” (ou “se´ries”) e = 1 0! + 1 1! + 1 2! + 1 3! + ... + 1 n! + ... = ∞∑ n=0 1 n! ex = 1 0! + x 1! + x2 2! + x3 3! + ... + xn n! + ... = ∞∑ n=0 xn n! . Voceˆ vera´ melhor o formalismo por tra´s destas “somas infinitas” em disciplinas mais avanc¸adas. 2 3. Sabendo que, no instante t = 100s, um mo´vel possu´ıa velocidade v = 10m/s e acelerac¸a˜o a = 1m/s2, estime sua posic¸a˜o no instante t = 110s, supondo que na˜o tenha ocorrido mudanc¸a significativa da acelerac¸a˜o. Se denotarmos a posic¸a˜o por s(t), a velocidade por v(t) e a acelerac¸a˜o por a(t), teremos s′(t) = v(t) e s′′(t) = v′(t) = a(t). Assim, s(100) = 20, s′(100) = 10, s′′(100) = 1. O polinoˆmio de Taylor de grau 2 em torno de t = 100 e´ dado por T2(t) = 20 + 10(t− 100) + 1 2 (t− 100)2. Logo, podemos estimar s(110) ≈ T2(110) = 20 + 10(110− 100) + 1 2 (110− 100)2 = 20 + 100 + 50 = 170. Repare que, como a derivada segunda na˜o varia significativamente (como dado na questa˜o), esta aproximac¸a˜o sera´ boa. 4. Se denotarmos a posic¸a˜o por s(t), a velocidade por v(t) e a acelerac¸a˜o por a(t), teremos s′(t) = v(t) e s′′(t) = v′(t) = a(t). Ale´m disso, como a e´ constante, s′′′(t) = a′(t) = 0, e tambe´m sera˜o iguais a zero todas as demais derivadas de s com ordem igual ou superior a 3. Assim, o polinoˆmio de Taylor de s, de qualquer ordem e em torno de t = 0 sera´ dado por Tn(t) = s(0) + s ′(0) (t− 0) + s ′′(0) 2 (t− 0)2 + ... + s (n)(0) n! (t− 0)n = s(0) + v(0) (t− 0) + a(0) 2 (t− 0)2 = s0 + v0t + 1 2 at2. Repare que este e´ o polinoˆmio de Taylor de qualquer ordem n da func¸a˜o posic¸a˜o s, em torno de t = 0. Como a acelerac¸a˜o na˜o varia, e´ razoa´vel acreditarmos que a aproximac¸a˜o da posic¸a˜o, dada pelos polinoˆmios de Taylor, melhore a` medida em que aumentemos a ordem n. Mas, qualquer que seja a ordem teremos a mesma expressa˜o s0 + v0t + 1 2 at2, logo podemos acreditar que ela seja, de fato, a posic¸a˜o do mo´vel no instante t. Assim, s(t) = s0 + v0t + 1 2 at2 Uma curiosidade: A razoabilidade da aproximac¸a˜o acima pode ser comprovada por um resultado importante, que permite estimar o erro da aproximac¸a˜o dada por um polinoˆmio de Taylor. Com ordem n = 2, este erro sera´ dado por R2(t) = s′′′(t0) 3! (t− 0)3, onde t0 e´ algum nu´mero entre 0 e t (Este e´ o chamado “Resto de Lagrange”). Ora, como a e´ constante, temos s′′′(t) = a′(t) = 0 qualquer que seja o valor de t0 e, com isso, o erro R2(t) sera´ sempre igual a 0. Assim, a expressa˜o obtida da´ a posic¸a˜o exata! 5. Se p(x) = anx n + an−1xn−1 + ... + a3x3 + a2x2 + a1x + a0, teremos p′(x) = nanxn−1 + (n− 1)an−1xn−2 + ...3a3x2 + 2a2x + a1 ∴ p′(0) = a1, p′′(x) = n(n− 1)anxn−2 + (n− 1)(n− 2)an−1xn−3 + ... + 6a3x + 2a2 ∴ p′(0) = 2a2, 3 p′′′(x) = n(n− 1)(n− 2)anxn−2 + (n− 1)(n− 2)(n− 3)an−1xn−4 + ... + 6a3 ∴ p′(0) = 6a3 = 3!a3, De maneira geral, se derivarmos k vezes um termo do polinoˆmio que tenha grau maior que k, ainda sobrara´ um x, logo, fazendo x = 0, esta derivada se anulara´. Derivando k vezes um termo de grau menor do que k, em algum momento teremos a derivada igual a zero. Logo, p(k)(0) e´ obtido derivando k vezes akx k, em x = 0, o que nos da´ k!ak. Assim p(k)(0) = k!ak. Com isso, o polinoˆmio de Taylor de ordem n, em torno de x = 0 e´ Tn(x) = p(0) + p ′(0)(x− 0) + p ′′(0) 2 (x− 0)2 + ... + p (n)(0) n! (x− 0)n = a0 + a1(x− 0) + 2a2 2 (x− 0)2 + ... + n!an n! (x− 0)n = a0 + a1x + a2x 2 + ... + anx n = p(x) 4
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