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21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/9 Estrutura do parágrafo e paragrafação CONSCIENTIZAR O DISCENTE DA IMPORTÂNCIA DE DEIXAR CLARO PARA O LEITOR QUAL É O ASSUNTO E SUA DELIMITAÇÃO, QUEM É O PÚBLICO-ALVO E A FORMA COMO O TEXTO SERÁ ESCRITO. PLANEJAR A ESTRUTURA DO TEXTO: PARÁGRAFOS E PERÍODOS. Agora que já conhecemos os elementos da comunicação, os vários níveis de linguagem e a necessidade de sua adequação à situação, assim como os procedimentos de leitura, que tal começarmos a escrever? Entretanto, devemos saber que escrever é muito mais do que colocar, aleatoriamente, palavras no papel. Deve-se ter consciência do assunto e sua delimitação, do público-alvo e da forma como o texto será escrito. Assunto: o que será escrito. Escrever "enchendo linguiça" não é válido nos dias de hoje, em que a rapidez das informações e o seu emprego são fundamentais para uma boa comunicação Delimitação: é uma parte mais restrita do assunto. Ex.: se o assunto é fome, a delimitação pode ser a fome no nordeste brasileiro nos últimos cinco anos. Público-alvo: quem lerá o texto. Devemos adequar nossas palavras e profundidade no assunto de acordo com o nosso receptor, por isso é tão importante sabermos, ou imaginarmos, quem lerá o que escrevemos. Forma: como escrever, com que formato / modelo e tipo de linguagem. O tom do texto (irônico, sarcástico, didático, humorístico, técnico...) e o nível de dificuldade das palavras podem ser escolhidos antes do início da escrita. Também o formato do texto e sua estrutura / modelo (carta, memorando, relatório, monografia, resumo, textos acadêmicos) têm que ser definidos com antecedência e dependendo dos objetivos do texto. Pense: como você faria para convencer seu amigo a emprestar o carro dele para você dar uma volta com a namorada nova? A resposta seria, possivelmente, depende, ou seja, de acordo com os interesses e gostos do colega, você selecionaria fatos ou dados em seu benefício, como oferecer algum favor ou presente em troca. 01 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/9 Unidade de composição (...) em que se desenvolve determinada idéia central. Ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela Assim, sempre antes de escrever, responda para você mesmo: O que quero escrever e como vou atingir isso, sabendo que meu público-alvo é...... Em outras palavras, escrever exige certo planejamento. Parágrafo: Antes de pensarmos no nosso texto como um todo, precisamos dar atenção para uma unidade menor, porém de grande importância: o parágrafo. Parágrafo: Visualmente, identificamos o parágrafo por uma distância da margem esquerda da folha, de aproximadamente 1,5 cm, a ser seguido no texto todo. Estruturalmente, o parágrafo é identificado pelo desenvolvimento de uma unidade de pensamento por meio de um conjunto de frases e períodos. Frase: união de palavras sequenciais de modo a constituir um significado. Pode estar relacionada à outra frase por meio de vírgulas. Na nossa língua, normalmente ela se organiza em torno de um verbo. Período: limite entre a letra maiúscula e um ponto final (ou de interrogação, ou exclamação). O período pode ter várias frases. Um bom texto, claro e organizado, depende de parágrafos bem estruturados. Às vezes, o autor, por falta de prática ou com a intenção de tornar o texto simples e fácil, constrói parágrafos curtos e com informações desconexas. O leitor logo percebe a falta de informações completas e acha o texto difícil de entender. A estrutura de um parágrafo padrão Assim como um texto, mas em miniatura, um parágrafo dever ser organizado em introdução ou tópico frasal, desenvolvimento e conclusão. 02 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/9 Tópico frasal: frase inicial que expressa de maneira geral e sucinta a ideia central que vai ser desenvolvida. Parágrafo iniciado com uma afirmação: ?A profissionalização de uma equipe começa com a procura e aquisição das pessoas que tenham experiência e as aptidões adequadas para o desempenho da tarefa, especialmente quando esta é imediata. (Desenvolvimento) As pessoas já virão integrar a equipe sem precisar de treinamento profissionalizante, podendo entrar em ação logo após seu ingresso. Alternativamente, ou quando se dispõe de tempo, pode-se recrutar pessoas inexperientes, mas que demonstrem o potencial para desenvolver as aptidões e o interesse em fazer parte da equipe ou dedicar-se a sua missão. Sempre que possível, uma equipe deve procurar combinar pessoas experientes e aprendizes em sua composição, de modo que os segundos aprendam com os primeiros. (Conclusão) A falta de um banco de reservas, muitas vezes, pode ser um obstáculo à própria evolução da equipe. (Maximiliano, 1986:50) . Introdução ou ideia central: pode ser a frase ou as frases iniciais do parágrafo que expressa, de forma resumida, a ideia núcleo a ser desenvolvida no parágrafo. Desenvolvimento: trata-se da expansão, da explanação da introdução cujo objetivo é fundamentar a ideia central por meio de exemplos, detalhes, demonstrações de fatos, comparações, referências históricas ou científicas etc. Conclusão: tem a função de encerrar o raciocínio elaborado no parágrafo. Como o parágrafo é uma unidade de um elemento maior que é o texto, podemos ter parágrafos cuja conclusão não apareça de forma explícita – ela pode depender de outros parágrafos. Vejamos mais detalhes de cada uma dessas partes que compõem o parágrafo (Abreu, p.56-58, 2003): Introdução Antes do começarmos a escrever, lembre-se: devemos definir claramente o assunto, o público-alvo e o objetivo do texto. Isso torna mais fácil a tarefa de iniciar a escrita. São várias as possibilidades que temos para dar início aos nossos parágrafos. Abaixo, temos algumas dicas (sugestões, não regras), tendo como ideia central a AIDS. 1. Uso de indicadores de aspectos espaciais: explorar as informações sobre o(s) lugar(es) onde ocorrem os fatos a serem tratados. Ex.: ?No Brasil, principalmente na região sudeste, percebe-se que o paciente, vítima da AIDS, tem muito mais acesso a instituições que proporcionam tratamentos cujos benefícios e resultados positivos são excelentes... 2. Uso de indicadores de aspectos temporais: aqui podemos usar fatores que indicam o momento em que acontecem (ou aconteceram) os fatos. Ex.: "Comparando-se os dias de hoje com o momento em que surgiram os primeiros casos de AIDS, não há como negar o grande avanço da medicina com as constantes pesquisas, pois hoje vemos portadores do vírus HIV tendo um ritmo de vida normal: trabalhando, estudando, amando..." 3. Uso de enumeração de fatos: essa técnica permite ao redator organizar melhor as ideias que serão colocadas em seu texto. Ex.: "Duas são as principais e mais preocupantes formas de transmissão da AIDS. A primeira é por meio das relações sexuais sem a devida proteção de preservativos. A segunda diz respeito à troca de seringas entre os usuários de drogas com a mesma agulha..." 03 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/9 4. Uso de ideias análogas ou comparações: comparar alguns fatores ou características do assunto a ser tratado nos textos com outros pode ser uma boa técnica de início. Ex.: "Sempre que aparece em nosso meio uma nova e terrível doença para a qual a cura ainda não foi descoberta, surge o pânico, o desespero. O mesmo pânico ocorrido com o surgimento da AIDS pôde ser observado quando tivemos a ameaça de outras doenças, como a paralisia infantil. O problema é que para a paralisia a cura veio mais rápido..." Uso de interrogação: interrogar já no início do texto é outraboa técnica de iniciar a redação, além de suscitar uma certa curiosidade no leitor do nosso texto. Ex.: "Por que será que ainda não temos a cura definitiva para a AIDS? O avanço da tecnologia em todas as áreas, inclusive na medicina, às vezes, nos põe em dúvidas o poder exorbitante do vírus HIV. Poderíamos dizer que para alguns grupos a cura definitiva da AIDS seria um péssimo negócio?..." Uso de uma afirmação categórica: iniciar um texto já afirmando uma posição pode também ser um bom artifício. Ex.: "A AIDS, além de ser um problema de saúde pública, é também uma questão de vontade política dos governantes..." Aspectos espaciais: lugares e locais expressos por: longe, perto, à direita, ao lado, em cima, diante, atrás, perto de, junto a, em frente de, ao redor de, no Brasil, em pequenas cidades, na parte inferior, no campo... Aspectos temporais: datas, momentos, horários expressos por: agora, já, antes, breve, cedo, ultimamente, logo depois, depois de, à medida que, até que, sempre que, no século XXI, alguns anos antes, meses depois, por alguns minutos... Enumeração de fatos: primeiramente, a seguir, por fim, um primeiro elemento, já outro, finalmente, para começar, outro exemplo, o último deles... Ideias análogas ou comparações: assim como, semelhantemente, isso é o mesmo que, podemos observar fatos semelhantes ao, em analogia a, igualmente, da mesma maneira... Interrogação: por que, quem, como, onde, quando, de que forma, será que... Afirmação categórica: use verbos no presente do indicativo: é, demonstra ser, afirma-se que, sabe-se que... Desenvolvimento É a explanação da ideia exposta no tópico frasal. Devemos desenvolver nossas ideias de maneira clara e convincente, utilizando argumentos e/ou ideias sempre tendo em vista a forma como iniciamos o parágrafo. Abaixo temos algumas formas para desenvolver nossos parágrafos que tratam da vida agitada das grandes cidades: 04 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/9 Desenvolvimento por detalhes"A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração. O tráfego intenso, o ruído do tráfego, as preocupações geradas pela pressa, o almoço corrido, o horário de entrar no trabalho, tudo isso abala as pessoas, produzindo o stress que ataca o coração." Desenvolvimento por causa e consequência "A vida agitada das grandes cidades é provocada pelas inúmeras oportunidades de trabalho e diversão que a cidade oferece, e a vontade das pessoas de não ficar sem participar desses eventos. Entretanto, tal agitação constante provoca um estado de alerta ininterrupto que causa problemas nervosos, e de saúde, de um modo geral, assim como insônia e irritação. Tais sintomas também são conhecidos como estresse." Desenvolvimento por definição "A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração. A vida agitada é aquela em que o indivíduo não tem tempo para cuidar de si próprio, mercê de compromissos assumidos e do tempo exíguo para cumpri-los. Entre as doenças do coração, a mais comum é a que ataca as artérias coronárias, assim chamadas porque envolvem o coração, como uma coroa, para irrigá-lo em toda a sua topologia." Desenvolvimento por comparação "A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração. Imagine, por exemplo, um automóvel dirigido suavemente, com trocas de marcha em tempo exato, sem freadas bruscas ou curvas violentas. A vida útil desse veículo tende a prolongar-se bastante. Imagine agora o contrário: um automóvel cujo proprietário canta pneus, passa por curvas no limite de aderência e freadas violentas. A vida útil desse último tende a decair miseravelmente. O mesmo podemos fazer com nosso coração. Podemos conduzi-lo com doçura, em ritmo de alegria e de festa, ou podemos tratá-lo agressivamente, exigindo-o fora de seu ritmo e de seu tempo de recuperação." 05 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/9 Desenvolvimento por exemplo específico "A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração. Imaginemos um chefe de família que deixa sua casa, às 6h da manhã. Logo de início, tem de enfrentar a fila da condução. A angústia da demora: será que vem ou não vem o ônibus? Finalmente, vem. Superlotação. Sobe ele, aos trancos, e enfrenta a roleta. Demora no trânsito que ocasiona atraso no trabalho. Com essa pressão toda, as veias coronárias deste trabalhador sofrem sob o impacto do estresse." Desenvolvimento por contraste "A vida agitada das grandes cidades aumenta os índices de doenças do coração. Entretanto, essas doenças podem aparecer somente na velhice e, enquanto se tem saúde, pode-se viver confortavelmente à custa do estresse." Detalhes: isso pode ser percebido em... Causa e consequência: porque, visto que, em virtude de, uma vez que, graças a, em decorrência de, como consequência... Definição: consiste em, trata-se de, é, caracteriza-se por, apresenta-se como, resume-se em, parece-se com... Comparação: da mesma forma, igualmente, assim como ocorre em... Exemplo específico: por exemplo, tem-se como exemplo... Contraste: mas, porém, contudo, entretanto, a outra ideia que se tem disso é, por outro lado, ao contrário... Chegar a uma conclusão lógica decorrente dos fatos apresentados no desenvolvimento. Reforçar a ideia explanada no desenvolvimento. Sugerir uma saída, uma solução para o problema apresentado, mesmo que seja em tempo futuro ou provisória. Terminar o texto com um final inesperado, até contraditório ao que foi apresentado antes (final irônico). É muito importante ressaltar que no parágrafo, isolado do texto, é obrigatória a presença da conclusão. Já os parágrafos de um texto, exceto o parágrafo final, podem não apresentar conclusão, mas sim um ? gancho para o próximo parágrafo. Comece a observar isso nas suas leituras. O bom escritor é aquele que escreve pensando naquele que irá ler seu texto. Para que isso aconteça o escritor pode e deve usar vários recursos para a autocorreção como: 06 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7/9 Corrigir o próprio texto observando as palavras que usou, a construção das frases e verificar se há ambiguidade. Consultar uma boa gramática. Consultar um dicionário de ortografia e significado. Ambiguidade É duplicidade de sentido de uma construção sintática. Por interferir diretamente na clareza do texto, deve sempre ser evitada. Etimologicamente o termo ?ambiguidade? provém de duas palavras latinas: ambo e agere, indicando uma situação que nos remete simultaneamente para duas direções interpretativas distintas. A ambiguidade pode funcionar também como recurso estilístico. Exemplo de ambiguidade como recurso estilístico: Esta peça publicitária foi lançada por ocasião da Copa do Mundo de 2006. O recurso linguístico explorado pelos publicitários foi, além da polissemia, a mudança de sentido decorrente da mudança de gênero do substantivo: Como complemento e ilustração desta parte da aula, visualize a figura sobre ambiguidade. A figura faz parte do conteúdo da aula e facilita a sua compreensão. IMAGEM (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/lptl80/a07i01_lptl80.htm) trocadilho é construído com o substantivo próprio masculino Parreira, nome écnico da seleção, e parreira, substantivo comum feminino, planta que dá uvas. Exemplos de ambiguidades que devem ser evitadas: Eliminando a ambiguidade: 1. "Joana disse a Paulo que seu professor chegaria mais tarde." Nessa construção, não sabemos se o professor é de Paulo ou Joana. Para evitar a ambiguidade, é possível usar as formas dele ou dela . "Joana disse a Paulo que o professor dela chegariaatrasado." "Joana disse a Paulo que o professor dele chegaria atrasado." 2. "Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes que estava sobre a cama." O que estava sobre a cama: o estojo vazio ou a aliança de diamantes? "Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes a qual estava sobre a cama." 07 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8/9 "Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes o qual estava sobre a cama." Observação: Nesse exemplo, pelo fato de os substantivos estojo e aliança pertencerem a gêneros diferentes, resolveu-se o problema substituindo os substantivos por o qual /a qual. Se pertencessem ao mesmo gênero, haveria necessidade de uma reestruturação diferente. REFERÊNCIA ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. São Paulo: Ática, 2003. CITELLI, Adilson. O texto Argumentativo. São Paulo: Scipione, 1994. CORRADO, Frank M. A força da comunicação. São Paulo: Makron Books, 1996. GARCIA, Luiz (org.). Manual de Redação e de Estilo. 16. ed. São Paulo: Globo, 1992. GRANATIC, Branca. Técnicas Básicas de redação. São Paulo: Scipione / Ática, 1992 08 / 08 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 9/9
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