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21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/8 Formas de argumentação: informações implícitas: pressupostos e subentendidos Já dissemos neste curso que não existe palavra neutra; é importante, portanto, aprendermos a compreender o que está por trás das palavras, ou seja, o que está implícito em cada texto. Veja a detalhada explicação a seguir: Informações implícitas: pressupostos e subentendidos Em todos os textos, certas informações são transmitidas explicitamente, enquanto outras o são implicitamente, estão pressupostas ou subentendidas. Um texto diz coisas que parece não estar dizendo, porque não as diz explicitamente. Uma leitura eficiente precisa captar tanto as informações explícitas quanto as ímplicitas. Um leitor perspicaz é aquele capaz de ler nas entrelinhas. Se não tiver essa habilidade, passará por cima de significados importantes ou - o que é bem pior - concordará com idéias ou pontos de vista que rejeitaria se percebesse. Dissemos que um texto pode ter dois tipos de informações ímplicitas: os pressupostos os subentendidos. Estudemos cada um deles. Pressupostos Pressupostos são idéias não expressas de maneira explícita, que decorrem logicamente do sentido de certas palavras ou expressões contidas na frase. Observe as frases abaixo: Já dissemos neste curso que não existe palavra neutra; é importante, portanto, aprendermos a compreender o que está por trás das palavras, ou seja, o que está implícito em cada texto. Veja a detalhada explicação a seguir: 01 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/8 Informações implícitas: pressupostos e subentendidos Em todos os textos, certas informações são transmitidas explicitamente, enquanto outras o são implicitamente, estão pressupostas ou subentendidas. Um texto diz coisas que parece não estar dizendo, porque não as diz explicitamente. Uma leitura eficiente precisa captar tanto as informações explícitas quanto as ímplicitas. Um leitor perspicaz é aquele capaz de ler nas entrelinhas. Se não tiver essa habilidade, passará por cima de significados importantes ou - o que é bem pior - concordará com idéias ou pontos de vista que rejeitaria se percebesse. Dissemos que um texto pode ter dois tipos de informações ímplicitas: os pressupostos os subentendidos. Estudemos cada um deles. Pressupostos Pressupostos são idéias não expressas de maneira explícita, que decorrem logicamente do sentido de certas palavras ou expressões contidas na frase. Observe as frases abaixo: André tornou-se um antitabagista convicto. A informação explícita é que hoje André é um antitabagista convicto. Do sentido do verbo tornar-se, que significa "vir a ser", decorre, no entanto, logicamente a informação implícita de que anteriormente André não era um antitabagista convicto. Se André fosse antes um antitabagista convicto, não se poderia usar o verbo tornar-se. Pedro é o último convidado a chegar à festa. A informação explícita é que Pedro chegou depois de todos os outros convidados. Se ele foi o último a chegar, está logicamente implícito que todos chegaram antes dele. As informações explícitas podem ser questionadas pelo ouvinte, que pode ou não concordar com elas. Assim, pode-se, por exemplo, discutir o grau da convicção antitabagista de André. Os pressupostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo menos, admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que se constroem as afirmações explícitas. Isso significa que, se o pressuposto é falso, a informação explícita não tem cabimento. Assim, por exemplo, se: Maria participa de todas as festas, não tem o menor sentido dizer Todos vieram; até Maria. Até, no caso, contém o pressuposto de que é inesperada ou inusitada a presença de Maria na festa. 02 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/8 Na leitura, é muito importante detectar os pressupostos, pois eles são um recurso argumentativo que visa a levar o leitor ou ouvinte a aceitar certas idéias. Como assim? Ao introduzir um conteúdo sob a forma de pressuposto, o falante transforma o ouvinte em cúmplice, pois a idéia implícita não é posta em discussão, é apresentada como se fosse aceita por todos, e os argumentos explícitos só contribuem para confirmá-la. O pressuposto aprisiona o ouvinte ao sistema de pensamento montado pelo falante. A aceitação do pressuposto estabelecido pelo falante permite levar adiante o debate; sua negação compromete o diálogo, uma vez que se destrói a base sobre a qual se constroem os argumentos e daí nenhuma proposição tem mais importância ou razão de ser. Com pressupostos distintos, o diálogo não é possível ou não tem sentido. André tornou-se um antitabagista convicto. A informação explícita é que hoje André é um antitabagista convicto. Do sentido do verbo tornar-se, que significa "vir a ser", decorre, no entanto, logicamente a informação implícita de que anteriormente André não era um antitabagista convicto. Se André fosse antes um antitabagista convicto, não se poderia usar o verbo tornar-se. Pedro é o último convidado a chegar à festa. A informação explícita é que Pedro chegou depois de todos os outros convidados. Se ele foi o último a chegar, está logicamente implícito que todos chegaram antes dele. As informações explícitas podem ser questionadas pelo ouvinte, que pode ou não concordar com elas. Assim, pode-se, por exemplo, discutir o grau da convicção antitabagista de André. Os pressupostos, porém, devem ser verdadeiros ou, pelo menos, admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que se constroem as afirmações explícitas. Isso significa que, se o pressuposto é falso, a informação explícita não tem cabimento. Assim, por exemplo, se: Maria participa de todas as festas, não tem o menor sentido dizer Todos vieram; até Maria. Até, no caso, contém o pressuposto de que é inesperada ou inusitada a presença de Maria na festa. Na leitura, é muito importante detectar os pressupostos, pois eles são um recurso argumentativo que visa a levar o leitor ou ouvinte a aceitar certas idéias. Como assim? Ao introduzir um conteúdo sob a forma de pressuposto, o falante transforma o ouvinte em cúmplice, pois a idéia implícita não é posta em discussão, é apresentada como se fosse aceita por todos, e os argumentos explícitos só contribuem para confirmá-la. O pressuposto aprisiona o ouvinte ao sistema de pensamento montado pelo falante. 03 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/8 A aceitação do pressuposto estabelecido pelo falante permite levar adiante o debate; sua negação compromete o diálogo, uma vez que se destrói a base sobre a qual se constroem os argumentos e daí nenhuma proposição tem mais importância ou razão de ser. Com pressupostos distintos, o diálogo não é possível ou não tem sentido. Termos que, em geral, servem de marcadores de pressupostos 1) Adjetivos (ou palavras similares): Julinha foi minha primeira filha. Primeira pressupõe: a) que tenho outras filhas; b) que as outras filhas nasceram depois de Julinha. 2) Verbos que indicam mudança ou permanência de estado (por exemplo, permanecer, continuar, tornar-se, vir a ser, ficar, passar (a), deixar (de), começar (a), principiar (a), converter-se, transformar-se, ganhar, perder): 1) Adjetivos (ou palavras similares): O verbo continuar indica que Renato já estava doente no momento anterior ao presente. 3) Certos advérbios: A agropecuária brasileira está totalmente nas mãos dos brasileiros. O advérbio totalmente pressupõe que não há no Brasil nenhum estrangeiro produtor agrícola. 4) Orações adjetivas: Os brasileiros,que não se importam com a coletividade, só se preocupam com o seu bem-estar e, por isso, jogam lixo na rua, fecham os cruzamentos, etc. O pressuposto é que todos os brasileiros não se importam com a coletividade. Termos que, em geral, servem de marcadores de pressupostos 1) Adjetivos (ou palavras similares): Julinha foi minha primeira filha. Primeira pressupõe: 04 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/8 a) que tenho outras filhas; b) que as outras filhas nasceram depois de Julinha. 2) Verbos que indicam mudança ou permanência de estado (por exemplo, permanecer, continuar, tornar-se, vir a ser, ficar, passar (a), deixar (de), começar (a), principiar (a), converter-se, transformar-se, ganhar, perder): 1) Adjetivos (ou palavras similares): O verbo continuar indica que Renato já estava doente no momento anterior ao presente. 3) Certos advérbios: A agropecuária brasileira está totalmente nas mãos dos brasileiros. O advérbio totalmente pressupõe que não há no Brasil nenhum estrangeiro produtor agrícola. 4) Orações adjetivas: Os brasileiros, que não se importam com a coletividade, só se preocupam com o seu bem-estar e, por isso, jogam lixo na rua, fecham os cruzamentos, etc. O pressuposto é que todos os brasileiros não se importam com a coletividade. 5) Certas conjunções: Freqüentei a Universidade, mas aprendi bastante. O pressuposto é que na Universidade não se aprende nada. Subentendidos Que são os subentendidos? São insinuações, não marcadas lingüisticamente, contidas numa frase ou num conjunto de frases. Suponhamos que uma pessoa estivesse em visita à casa de outra num dia de frio glacial e que uma janela, por onde entravam rajadas de vento, estivesse aberta. Se o visitante dissesse Que frio terrível! poderia estar insinuando Feche a janela. 05 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/8 Há uma diferença capital entre pressupostos e subentendidos. O primeiro é uma informação estabelecida como indiscutível tanto para o falante quanto para o ouvinte, uma vez que decorre necessariamente de algum elemento lingüístico colocado na frase. Ele pode ser negado, mas o falante coloca-o de maneira implícita para que não o seja. Já o subentendido é de responsabilidade do ouvinte. O falante pode esconder-se atrás do sentido literal das palavras e negar que tenha dito o que o ouvinte depreendeu o frio era muito intenso. de suas palavras. Assim, no exemplo dado acima, se o dono da casa disser que é uma coisa muito pouco higiênica fechar todas as janelas, o visitante pode dizer que também acha e que apenas constatou que o frio era muito intenso. O subentendido serve, muitas vezes, para o falante proteger-se. Com ele, transmite a informação que deseja dar a conhecer sem se comprometer. Por exemplo, uma pessoa foi promovida no lugar de outra que esperava muito ocupar o posto. Num dia, a pessoa que foi preterida diz à promovida que, naquela empresa, o mérito e a dedicação não são levados em conta, apenas a bajulação o é. Se o outro perguntar se está sendo acusado de não ter mérito nem dedicação e de ser bajulador, o preterido poderá responder que não está falando dele, mas que está falando em tese, que o caso dele é uma exceção. Na verdade, o que fez a afirmação não disse explicitamente que o outro não tinha méritos para a função, mas deu a entender, deixou subentendido para não se comprometer. O subentendido diz sem dizer, sugere, mas não diz. 5) Certas conjunções: Freqüentei a Universidade, mas aprendi bastante. O pressuposto é que na Universidade não se aprende nada. Subentendidos Que são os subentendidos? São insinuações, não marcadas lingüisticamente, contidas numa frase ou num conjunto de frases. Suponhamos que uma pessoa estivesse em visita à casa de outra num dia de frio glacial e que uma janela, por onde entravam rajadas de vento, estivesse aberta. Se o visitante dissesse Que frio terrível! poderia estar insinuando Feche a janela. 06 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7/8 Há uma diferença capital entre pressupostos e subentendidos. O primeiro é uma informação estabelecida como indiscutível tanto para o falante quanto para o ouvinte, uma vez que decorre necessariamente de algum elemento lingüístico colocado na frase. Ele pode ser negado, mas o falante coloca-o de maneira implícita para que não o seja. Já o subentendido é de responsabilidade do ouvinte. O falante pode esconder-se atrás do sentido literal das palavras e negar que tenha dito o que o ouvinte depreendeu o frio era muito intenso. de suas palavras. Assim, no exemplo dado acima, se o dono da casa disser que é uma coisa muito pouco higiênica fechar todas as janelas, o visitante pode dizer que também acha e que apenas constatou que o frio era muito intenso. O subentendido serve, muitas vezes, para o falante proteger-se. Com ele, transmite a informação que deseja dar a conhecer sem se comprometer. Por exemplo, uma pessoa foi promovida no lugar de outra que esperava muito ocupar o posto. Num dia, a pessoa que foi preterida diz à promovida que, naquela empresa, o mérito e a dedicação não são levados em conta, apenas a bajulação o é. Se o outro perguntar se está sendo acusado de não ter mérito nem dedicação e de ser bajulador, o preterido poderá responder que não está falando dele, mas que está falando em tese, que o caso dele é uma exceção. Na verdade, o que fez a afirmação não disse explicitamente que o outro não tinha méritos para a função, mas deu a entender, deixou subentendido para não se comprometer. O subentendido diz sem dizer, sugere, mas não diz. REFERÊNCIA CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuasão. 15. ed. São Paulo: Ática, 2002. 07 / 07 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8/8
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