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A INCLUSÃO DE DELITOS NO ROL DE CRIMES HEDIONDOS E O SIMULACRO DA RESOLUÇÃO DA CRIMINALIDADE NO BRASIL PALAVRAS-CHAVE: Crimes hediondos, criminalidade, simulacro. A Lei n. 8.072/90 (Lei de Crimes Hediondos) – cuja elaboração aparentemente foi influenciada pelo Movimento da Lei e da Ordem norte-americano – tem como premissa impedir o aumento da criminalidade por meio de uma legislação mais rígida. Justifica-se tal medida pela suposta maior gravidade atribuída a determinados tipos penais, o que inspiraria sanções mais rigorosas e que seriam então consideradas como empecilhos à prática daqueles delitos. Porém, a Lei n. 8.072/90 sequer definiu o que seria hediondez e por qual razão um crime torna-se hediondo. Essa ausência de definição parece facilitar/aumentar o clamor popular/midiático para a inserção de delitos no rol dos previstos na lei em comento. Isto ocorreu, por exemplo, com a recente Lei n. 13.497/17, que acrescentou a posse ou porte ilegal de armas de fogo de uso restrito à Lei n. 8.072/90. Assim, este trabalho almeja pesquisar – a partir de revisão bibliográfica de obras e artigos referentes ao tema, além das análises constitucional e legislativa – se/como a inclusão de delitos no quadro de crimes hediondos atua como simulacro na resolução da criminalidade no Brasil, pois, consoante dados do INFOPEN, não se vislumbra a diminuição na prática dos delitos que constam no rol dos crimes hediondos, apesar do constante acréscimo de tipos penais à Lei n. 8.072/90.
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