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Panorama de saúde no Brasil

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21/04/2018 AVA UNINOVE
https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/8
Panorama de saúde no Brasil
HÁ MUITO SE SABE QUE A SAÚDE E DOENÇA SÃO PROCESSOS HISTÓRICOS E SOCIAIS DETERMINADOS
PELO MODO COMO VIVE, ESTÁ ORGANIZADA E PRODUZ CADA SOCIEDADE HUMANA. ASSIM, AS
PROFUNDAS MUDANÇAS HISTÓRICAS E SOCIAIS, QUE A SOCIEDADE BRASILEIRA VEM ATRAVESSANDO
AO LONGO DAS DÉCADAS, TÊM LEVADO A PROFUNDAS ALTERAÇÕES NO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO NO
QUE DIZ RESPEITO À PRODUÇÃO E A DISTRIBUIÇÃO SOCIAL DOS PROBLEMAS DE SAÚDE. QUANDO SE
DISCUTE A DESIGUALDADE NO ACESSO À SAÚDE, VERIFICA-SE QUE SUA COMPLEXIDADE É GRANDE,
POIS SE TRADUZ EM DIFERENTES EXPRESSÕES DE DESIGUALDADE, QUE EXIGEM DIFERENTES
APROXIMAÇÕES. O ESTUDO DA DESIGUALDADE EM SAÚDE BUSCA ENTENDER AS DIFERENTES
EXPRESSÕES E AS DETERMINAÇÕES DESSAS DESIGUALDADES PARA SEU MELHOR ENFRENTAMENTO.
Introdução
Há muito sabemos que saúde e doença, longe de serem fatalidade ou destino, são 
processos históricos e sociais determinados pelo modo como vive, organiza-se e produz cada sociedade.
Assim, as profundas mudanças históricas e sociais que a sociedade brasileira vem atravessando ao longo
das décadas têm levado a profundas mudanças no perfil epidemiológico no que diz respeito à produção e à
distribuição social dos problemas de saúde.
Tomados aqui os problemas de saúde na dimensão social e coletiva? fica claro que sua superação não é
possível apenas mediante decisões de âmbito hospitalar ou de assistência médica, mas depende de ações
intersetoriais mais amplas. Por exemplo, a redução da taxa de mortalidade infantil para valores aceitáveis,
abaixo de dez óbitos por mil nascidos vivos, só poderá ocorrer com ampla articulação do setor saúde com
setores governamentais e da sociedade civil, visto que vários determinantes do óbito infantil estão fora das
ações de saúde.
Outro exemplo é o da violência, que é hoje uma importante causa de morte no nosso país, o homicídio é a
terceira causa de óbito entre os homens e o acidente de transporte é a quarta causa. Para superar esse
problema, somente ações articuladas entre governos e sociedade podem ter resultado significativo na
redução.
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Quando se discute a desigualdade na saúde como importante determinante dos problemas de saúde–
doença–atenção observados, vemos que sua complexidade é grande, pois se traduz em diferentes
expressões de desigualdade, que exigem diferentes aproximações. O estudo da desigualdade em saúde busca
entender as diferentes expressões e as determinações da desigualdade para seu melhor enfrentamento.
Desigualdade na transição demográfica 
e de indicadores sociais
Em 2006, o Brasil apresenta uma população de 186.770.613, com 5.564 municípios. Dos municípios
brasileiros, 72% tinham até 20 mil habitantes e somente 4,5% tinham mais de 100 mil. Em números
absolutos, a Região Nordeste tem o maior número de municípios com até 20 mil habitantes que as demais
regiões, sendo seguido pela Região Sudeste e pela Região Sul. Os municípios com mais de 100 mil
habitantes estão em maior número situados na Região Sudeste.
O Nordeste é a região com menor expectativa de vida. Um nordestino vive, em média, 
cinco anos a menos que um residente da Região Sul, quatro anos a menos que um residente na Região
Sudeste e três anos a menos que uma pessoa vivendo na Região Norte.
Nenhum estado brasileiro enquadra-se nos níveis ideais de instrução internacionalmente aceitáveis,
estando mais próximos destes o Distrito Federal e alguns estados das Regiões Sul e Sudeste. A proporção da
população com 15 anos ou, mais ainda, sem capacidade de ler ou escrever um bilhete simples ainda é muito
alta, e mesmo estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro mostravam, em 2005, que 5% da
população com 15 anos ou mais era analfabeta funcional. As proporções são ainda maiores no Nordeste e
no Norte – o estado de Alagoas tinha 30% de analfabetos funcionais em 2005.
Observa-se também que a população com maior taxa de analfabetismo concentra-se 
nos pequenos municípios (< 100 mil habitantes). Os municípios com mais de 500 mil habitantes mostraram
as menores taxas. A população rural teve cobertura mais baixa de saneamento básico que a população
urbana. Os municípios com menos de 100 mil habitantes também apresentaram pior cobertura.
Distribuição desigual 
dos estabelecimentos de saúde em 2006
O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) teve aumento de 49% de 
estabelecimentos cadastrados no Brasil entre 2004 e 2006. Esse aumento no Cadastro foi mais concentrado
na Região Sudeste e nos municípios mais populosos, reforçando a distribuição desigual dos
estabelecimentos de saúde entre as regiões e os estados.
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O Brasil apresentou 66,1% do total de estabelecimentos cadastrados como serviço de 
atenção básica. As diferenças entre estados são imensas: em um extremo, temos o Distrito 
Federal, com grande concentração de unidades de atenção básica (14,5/10 mil habitantes) e, no outro, o
Amazonas, com poucas unidades (1,7/10 mil habitantes) em seus municípios. A maior parte dos
estabelecimentos cadastrados é privada, contudo os privados não - SUS 
representam pouco mais de 40% dos estabelecimentos.
Carga global de doenças no Brasil: 
a distribuição desigual da mortalidade
Os resultados apresentados mostram que as doenças não-transmissíveis representaram acima de 60% dos
óbitos notificados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) no Brasil no ano de 2004. A proporção de
óbitos por grupos de causas variou entre as regiões e os estados, por faixa etária e por indicadores sócio-
econômicos 
individuais e municipais. Assim como esperado, a proporção de óbitos por doenças 
não-transmissíveis foi mais prevalente entre as faixas etárias mais elevadas, nos indivíduos com maior
escolaridade, nos indivíduos brancos e amarelos e nos municípios maiores 
e com melhores indicadores sócio-econômicos.
Além disso, a carga de doenças transmissíveis mostrou-se maior que a de causa externa, evidenciando a
importância dessas doenças e mostrando a complexidade da transição epidemiológica no Brasil. De forma
geral, observaram-se diferenças relevantes na mortalidade segundo a faixa etária, o sexo e as regiões do
Brasil em 2004.
O principal grupo de causas de morte no Brasil, em todas as regiões e para ambos os 
sexos, foram às doenças do aparelho circulatório. Em seguida, vêm os agravos por causas externas na
Região Centro-Oeste e no Nordeste e as neoplasias no Sul e no Sudeste. 
O risco de morte por causas externas difere segundo o sexo, sendo o segundo grupo de causas de morte para
os homens nas Regiões Sudeste. Para as mulheres, as neoplasias foram o segundo grupo de causas de morte
em todas as regiões.
Os homens morreram mais precocemente que as mulheres. Entre os óbitos masculinos, um percentual de
17,3% ocorreu na faixa etária de 15 a 39 anos, enquanto para as mulheres esse percentual foi de 7,4%. A
partir dos 50 anos, as doenças do aparelho circulatório foram o principal grupo de causas de morte,
seguidas das neoplasias e depois das causas externas.
Aproximadamente 30% dos óbitos de pessoas indígenas ocorreram antes dos 5 anos de idade? em
contrapartida, aproximadamente 55% dos óbitos de pessoas amarelas ocorreram após os 70 anos de idade. A
população preta apresentou maior risco de morte por doenças infecciosas e parasitárias, gravidez, parto e
puerpério, causas externas 
e causas mal definidas.
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Um resultado importante na análise do perfil de mortalidade dos beneficiáriosde planos de saúde é o fato
das pessoas negras (pardos e pretos) morrerem mais jovens que os brancos, mostrando a desigualdade
mesmo na saúde suplementar.
Na análise pelas causas específicas de mortalidade por doenças do aparelho circulatório, observou-se que
as doenças cerebro-vasculares e as doenças isquêmicas do coração são as causas mais incidentes de morte
dentre o grupo de doenças do aparelho circulatório e apresentam distribuição etária bastante semelhante,
tanto para a população do Brasil quanto para beneficiários. Em comparação com a população brasileira em
geral, observa-se que no grupo de beneficiários há maior número de óbitos por neoplasias, reflexo da
distribuição etária, pois essa doença atinge a população mais idosa.
A condição sócio-econômica tem sido abordada como importante fator na determinação da situação de
saúde de uma população. Nesse sentido, a diferença no perfil de mortalidade em beneficiários de plano de
saúde, em face daquelas observadas para a população brasileira, deve ser abordada como resultado de um
conjunto complexo de determinantes, que vai além do acesso à rede assistencial suplementar, como as
desiguais condições de renda, ocupação, habitação e desenvolvimento sócio-cultural, que determinam as
diferentes condições de saúde.
Nascimento e desigualdade no Brasil
O acesso à consulta de pré-natal foi tomado como medida da desigualdade no acesso aos serviços de saúde,
por uma mãe, no ano de 2004. Os dados mostraram que ter tido sete ou mais consultas de pré-natal foi
explicado pela maior escolaridade das mães e pelas boas condições sócio-econômicas do município.
Também as diferenças de raça/cor se mostraram determinantes no acesso desigual ao pré-natal.
Os nascidos vivos negros tiveram uma maior chance de ter recebido menos consultas de pré-natal
comparadas às mães dos nascidos vivos de cor branca, independentemente da 
escolaridade e das condições sócio-econômicas dos municípios. Observa-se que ser um nascido vivo negro
foi fator de risco para ter tido menor assistência no pré-natal e, portanto, a todas as situações que resultam
desse menor acesso.
Outra diferença que gera desigualdade é o estado civil das mães, pois as solteiras 
referiram ter recebido menos consultas de pré-natal que as casadas. Da mesma forma, as mães adolescentes
referiram ter recebido menos consultas de pré-natal em relação às mães maiores de 19 anos. Os grupos
socialmente mais vulneráveis receberam atenção pré-natal 
deficiente em 2004. Esse resultado aponta para a necessidade de intervenções direcionadas para a redução
da desigualdade no acesso ao pré-natal.
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Mortalidade infantil no Brasil: determinantes e
desigualdades
Os dados revelam desigualdades sociais na determinação dos riscos de morte Infantil e nos padrões
reprodutivos no Brasil. Indicam ainda diferenciais no acesso aos serviços de saúde. As condições de
adoecimento e morte, atingindo um maior número de crianças de grupos sociais desfavorecidos, são
evidentes.
Os dados apontam uma redução importante nos óbitos em crianças menores de 1 ano de vida em todas as
regiões. Entre as faixas de idade, a maior redução verificada no Brasil ocorreu no período pós-neonatal. A
mortalidade por causas perinatais representa atualmente o principal contingente das mortes no primeiro
ano de vida. A proporção de óbitos decorrentes de causas perinatais apresentou aumento entre 1996 e 2004
e houve uma redução dos óbitos em menores de 1 ano por doenças infecciosas e respiratórias. Os óbitos das
causas mal definidas caíram 39% no mesmo período.
Os dados dos nascidos vivos mostram que o baixo peso e a prematuridade no Brasil têm uma alta
freqüência, tendo aumentado no período recente. A desigualdade na mortalidade infantil pode ser expressa
pela alta taxa entre os indígenas. Observou-se 
que 12% dos óbitos das crianças menores de 1 ano indígenas foram por desnutrição? para os não-indígenas
essa causa de morte foi seis vezes menor, contribuindo com 2% 
da mortalidade.
Desigualdade e determinantes da saúde dos
adolescentes
Dos nascidos vivos, 20% tinham mães adolescentes em 2004. As maiores taxas de 
nascimento – 1.000 meninas com idade entre 10 e 19 anos – foram observadas na Região Norte? nessa
região, foi especialmente mais destacada a maior freqüência de maternidade na adolescência entre as
meninas negras. Já na Região Sul, a maternidade na adolescência foi maior entre as meninas brancas.Em
2004, 26.276 meninas com idade até 14 anos tornaram-se mães no Brasil, com chance 50% maior para as
meninas negras. Nessa faixa etária, a taxa de nascimentos entre as meninas negras chegou a 6,2/1.000
meninas 
na Região Norte.
A análise dos fatores associados a ser mãe antes dos 14 anos sugere que meninas 
negras, residentes em municípios com até 100 mil habitantes e alto índice de pobreza, em 
especial das Regiões Norte e Centro-Oeste, estão mais sujeitas a se tornarem mães tão 
precocemente. Pode-se supor que as meninas residentes em municípios com essas 
características têm menor oferta de suporte social e de recursos educacionais e de saúde 
disponíveis para lidarem com o início de sua vida sexual. Também é possível que, para muitas meninas,
tornar-se mãe seja a conseqüência de situações de violência doméstica.
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Apesar de os óbitos entre adolescentes representarem apenas 2% do total de óbitos 
captados pelo SIM em 2004, é alarmante o número de óbitos em conseqüência de causas 
externas, com especial destaque para os homicídios e os acidentes de trânsito. A análise dos óbitos por
homicídio mostra uma grande desigualdade de gênero (rapazes têm taxa nacional de mortalidade 11 vezes
maior que as meninas) e de raça/cor (maior risco para negros). A análise dos fatores associados à morte por
homicídio mostrou que esses dois fatores (sexo masculino e raça/cor negra) mantêm-se importantes mesmo
após o ajuste por variáveis sócio-econômicas.O risco de morte por homicídio também esteve fortemente
associado ao porte do município de residência: quanto maior o município, maior o risco 
de morrer assassinado.
Embora os óbitos por suicídio representem 0,8% do total de óbitos ocorridos no país, eles foram a quinta
causa de óbitos em adolescentes, e na população adulta 
concentraram-se três quartos dos óbitos. O principal meio utilizado para cometer suicídio 
foi enforcamento, para ambos os sexos, nas idades superiores a 9 anos. A proporção 
de suicídios praticados com uso de arma de fogo foi maior entre os homens, enquanto 
as mulheres utilizaram mais freqüentemente pesticidas e outras substâncias farmacológicas. Em 2004, as
maiores taxas padronizadas de mortalidade por suicídio foram observadas 
no estado do Rio Grande do Sul, para ambos os sexos.
No caso da morte por suicídio entre adolescentes, a característica mais fortemente 
associada foi ser indígena (mesmo após o ajuste pelas variáveis sócio-econômicas), 
mostrando um problema importante nesse grupo social e que tem sido pouco abordado 
na política social.
Desigualdade da mortalidade materna
A análise da morte em conseqüência de causas relacionadas à gravidez, ao parto e ao 
puerpério entre adolescentes (274 óbitos no país em 2004, o que representa 16,4% do total de óbitos por
esse grupo de causas e a terceira causa de morte entre meninas adolescentes) mais uma vez apontou para as
desigualdades regionais e raciais na distribuição dos óbitos (maiores taxas na Região Norte e entre meninas
negras). Após o ajuste pelo índice de pobreza, manteve-se a associação entre raça/ cor negra e morte por
esse grupo de causas? todavia, apenas residir somente nas Regiões Sule Centro-Oeste 
permaneceu como um fator de risco (ou seja, residir em municípios pobres torna as meninas mais expostas
a morrer por causas maternas do que suas outras características).
Quando analisamos a mortalidade associada ao ciclo gravídico-puerperal e ao aborto entre as mulheres em
idade fértil, observa-se que essa causa de morte não aparece entre as dez primeiras causas, somente entre
as adolescentes aparece como causa importante. No entanto, a gravidade do problema é evidenciada
quando se chama a atenção para o fato de que a gravidez é um evento relacionado à vivência da
sexualidade, portanto, não é doença, e que, na maioria dos casos, as mortes maternas são evitáveis.
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Foram notificados, ao SIM, 1.645 óbitos maternos em 2004, o que significa uma razão de morte materna de
54,4/100 mil nascidos vivos, com amplo predomínio das causas obstétricas diretas (70,9%). O aborto
contribuiu com 9,5% desses óbitos, a doença hipertensiva específica da gestação (a eclampsia - O15 e a pré-
eclampsia - O14) foi a que mais se destacou, representando 25,6% dentre todas as causas de óbito materno
no parto ou no puerpério.
A situação de ilegalidade na qual o aborto é realizado no Brasil afeta a existência de 
estatísticas confiáveis que subsidiem a implementação de políticas públicas mais precisas para as diferentes
realidades regionais e faixas etárias, nas quais a gravidez indesejada é mais freqüente. Os resultados
encontrados devem ser considerados com certo cuidado, uma vez que são afetados pelo pequeno número de
eventos notificados.
Por fim, os resultados encontrados pelo relacionamento de banco de dados de 29 
maternidades/hospitais no Brasil apontam que, mesmo com políticas de sensibilização, ainda é
considerável o número de óbitos de mulheres logo após o parto e no puerpério sem definição da causa
básica, mesmo em mulheres que vieram a falecer no mesmo dia do parto, após intervenção cirúrgica.
Agora que você já estudou esta aula, resolva os exercícios e verifique seu conhecimento. Caso
fique alguma dúvida, leve a questão ao Fórum e divida com seus colegas e professor.
QUIZ (https://ead.uninove.br/ead/disciplinas/web/_g/sac40/a04ex01_sac40.htm)
REFERÊNCIA
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Saúde Brasil2006. Uma análise da desigualdade em saúde. BrasíliaDF, 2006.
SILVA, L.J. . "Vigilância Epidemiológica" IN: Saúde no Brasil: contribuições para a agenda de prioridade de
pesquisa . Brasília: Ministério da Saúde, 2ª ed., 2006, pp. 157-176.
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