Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
13/03/2018 1 Epidemiologia e Saúde Pública Processo Epidêmico - Medidas em Saúde Coletiva - Perfil Epidemiológico das doenças no Brasil Bibliografia: - Rouquayrol, Maria Zelia; Almeida Filho, Naomar de. Epidemiologia e Saúde. 7 ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2012. - Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 7. ed. Brasília/MS, 2009. Disponível em: www.saude.gov.br/bvs 13/03/2018 2 Quando uma determinada doença ou evento relacionado à saúde, em relação a uma população, que afete ou possa vir a afetar a mesma, pode ser classificada como: - Presente em nível endêmico; - Presente em nível epidêmico; - Presente com casos esporádicos; - Inexistente. Em um dado momento, o favorecimento de uma ou de outra dessas situações dependerá da confluência e conjunção sistêmica de inúmeros fatores relacionados à estrutura epidemiológica. 13/03/2018 3 Elevado número de casos de certas doenças em um determinado lugar não indica necessariamente a existência de uma epidemia. Por outro lado, um único caso autóctone poderá ser tido como epidêmico. Endemia: ◦ Qualquer doença espacialmente localizada, temporalmente ilimitada, habitualmente presente entre os membros de uma população e cujo nível de incidência se situe sistematicamente nos limites de uma faixa endêmica que foi previamente convencionada para uma determinada população e época determinadas”. 13/03/2018 4 Existem vários critérios para definir se uma doença está presente em nível endêmico ou em nível epidêmico. O conceito atribuído à expressão “nível endêmico” é complexo e sua compreensão depende de uma série de conceitos, tais como: Denomina-se incidência mensal média para um determinado mês a média aritmética das incidências brutas ou trabalhadas, ocorridas nos meses de igual denominação, meses equivalentes, numa série de anos imediatamente anteriores. 13/03/2018 5 Para cada período mensal do ano, haverá além de uma média de valores, um desvio-padrão característico do conjunto. Intervalo delimitado por um valor máximo e mínimo, inclusive, dentro do qual caiam 95% das frequências que já foram observadas e também, espera-se, das que venham a ser registradas. 13/03/2018 6 Refere-se ao que foi observado na semana, no mês ou no ano que acabam de se encerrar, é a incidência que se iguala à que vinha sendo registrada em igual período de tempo, nos anos anteriores, respeitadas as flutuações de medidas. É o espaço nos limites do qual as medidas de incidência podem flutuar sem que delas se possa inferir ter havido qualquer alteração sistêmica na estrutura epidemiológica condicionante do processo saúde/doença considerado. 13/03/2018 7 Fonte: http://www.mcguido.vet.br/ocorr%C3%AAncia_de_doen%C3%A7as.htm.Acesso em 23/08/2011 13/03/2018 8 Nível de Incidência: - Expressão de ordem geral que se refere à incidência realmente observada da doença. Nível Endêmico de Incidência: - É uma qualificação de ordem genérica atribuída às medidas de incidência cujos valores se situem abaixo do limite superior da faixa endêmica, qualquer que seja o patamar desta. Gráfico destinado ao acompanhamento, no tempo, semana a semana, mês a mês, da evolução dos coeficientes de incidência, com o objetivo de se estabelecer e implementar medidas profiláticas que possam manter a doença sob controle. 13/03/2018 9 Fonte:http://www.cve.saude.sp.gov.br/agencia/bepa28_ih.htm. Acesso em 23/08/2011 A intensidade do caráter endêmico de determinada doença, em determinados lugar e intervalo cronológico, é a „endemicidade‟ dessa doença no lugar e no tempo considerados. Podem ser: ◦ hipoendêmicos ◦ mesoendêmicos ◦ hiperendêmicos. 13/03/2018 10 Senso comum: é a ocorrência de doença em grande número de pessoas ao mesmo tempo. Definição: ◦ alteração, espacial e cronologicamente delimitada, do estado de saúde/doença de uma população, caracterizada por uma elevação progressivamente crescente, inesperada e descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada doença, ultrapassando e reiterando valores acima do limiar epidêmico preestabelecido. 13/03/2018 11 Limiar epidêmico = Limite superior endêmico As doenças, em geral, podem ter seu nível de incidência classificado como endêmico ou epidêmico. Demarca o início de uma ocorrência que poderá ser epidêmica. A incidência de uma doença pode chegar ao nível epidêmico através de um dos seguintes mecanismos: ◦ Importação e incorporação de casos alóctones a populações formadas por grande número de pessoas suscetíveis, com as quais a transmissão seja uma possibilidade real 13/03/2018 12 Ingresso de casos alóctones em áreas cujas condições ambientais são favoráveis à propagação da doença. Contato acidental com agentes infecciosos, toxinas ou produtos químicos, estando sujeitos grupos de indivíduos ou populações nas quais a incidência da doença permanecia nula até então. Modificações na estrutura epidemiológica. Representação gráfica geral de uma situação epidêmica. Nesta curva genérica existem alguns aspectos que merecem ser destacados, são eles: 13/03/2018 13 Incremento Inicial de Casos: ◦ Ocorre nos eventos em que o processo saúde/doença passa de uma situação endêmica preexistente para uma situação epidêmica. ◦ Ocorre um incremento do número de casos com o coeficiente de incidência tendendo para o limite superior endêmico. Egressão: ◦ Tem seu marco inicial no surgimento dos primeiros casos e termina quando a incidência for nula ou quando o processo se estabilizar num dado patamar de endemicidade, caracterizando uma endemia. 13/03/2018 14 Progressão: ◦ Uma vez estabelecida a epidemia, o crescimento progressivo da incidência caracteriza a fase inicial do processo. ◦ Esta primeira etapa, descrita pelo ramo ascendente da curva epidêmica, termina quando o processo epidêmico atinge seu ponto máximo. Regressão: é a última fase na evolução de uma epidemia. O processo de massa tende a: ◦ retornar aos valores iniciais de incidência. ◦ estabilizar-se em patamar endêmico, abaixo ou acima do patamar inicial. ◦ regredir até incidência nula, incluída aí a erradicação. 13/03/2018 15 O processo regride em nível endêmico e as ações de controle e vigilância continuam, a endemicidade pode ser levada a patamares bastante baixos, mais baixos do que aqueles vigentes antes da eclosão da ocorrência epidêmica. Pode-se pensar inclusive na erradicação da doença. 13/03/2018 16 Enquanto uma endemia é temporalmente ilimitada, a epidemia é restrita a um intervalo de tempo marcado por um começo e um fim, com retorno das medidas de incidência aos patamares endêmicos observados antes da ocorrência epidêmica. Este intervalo de tempo pode abranger umas poucas horas ou dias ou pode estender-se a anos ou mesmo décadas. Surto Epidêmico: denomina-se surto epidêmico, ou simplesmente surto, uma ocorrência epidêmica restrita a um espaço extremamente delimitado: colégio, quartel, edifício de apartamentos, bairro... 13/03/2018 17 Pandemia: ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga distribuição espacial, atingindo várias nações. Região Indene: corresponde a área onde não há circulação comprovada do agente. ◦ Região importante para a Vigilância Epidemiológica. ◦ Monitoramento constante em função do risco do agente voltar a circular. 13/03/2018 18 13/03/2018 19 Curvaepidêmica dos casos notificados, suspeitos e confirmados de febre amarela silvestre (FAS), por semana epidemiológica, outubro de 2008 a setembro de 2009.Fonte: SVS/MS. 13/03/2018 20 Curva epidêmica dos casos de varicela relacionados a surtos em creches e escolas do Município de São José do Rio Preto, janeiro a maio de 2005 (até 31/5/05). Fonte: http://www.cve.saude.sp.gov.br/agencia/bepa18_vari.htm. Acesso em 23/08/2011 Fonte: LIMA, Ana Antunes Fonseca et al . Descrição do processo endêmico-epidêmico da meningite viral no Recife entre 1998 e 2008. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 20, n. 2, jun. 2011 . Disponível em <http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742011000200011&lng=pt&nrm=iso>. Acessos em 23 ago. 2011. 13/03/2018 21 Erradicação: cessação de toda a transmissão da infecção, pela extinção artificial da espécie do agente em questão. A erradicação pressupõe a ausência completa de risco de reintrodução da doença, de forma a permitir a suspensão de toda e qualquer medida de prevenção ou controle. A erradicação regional ou eliminação é a cessação da transmissão de determinada infecção, em ampla região geográfica ou jurisdição política. Ex: poliomielite no Brasil. Objetivos: ◦ Conhecer as principais doenças. ◦ Detectar agravos à saúde da comunidade. ◦ Identificar os grupos mais suscetíveis. ◦ Identificar as faixas etárias mais atingidas. ◦ Apontar os riscos mais relevantes ◦ Definir os mecanismos de controle. 13/03/2018 22 Valor Absoluto – exemplos: ◦ Número de óbitos, número de novos casos de SIDA... Variáveis relativas: ◦ Coeficientes ◦ Taxas ◦ Índices Coeficientes ou Taxas: relação entre o número de casos de um evento e uma determinada população, num dado local e época. É uma medida que informa quanto ao risco de ocorrência de um evento. 13/03/2018 23 Taxa ou Coeficiente de natalidade: medida de frequência de nascimentos, em uma determinada população, durante um período de tempo especificado. Taxa ou Coeficiente de Mortalidade: medida de frequência de óbitos em uma determinada população, durante um inter valo de tempo específico. Ao serem incluídos os óbitos por todas as causas, tem-se a taxa de mortalidade geral. Caso se inclua somente óbitos por determinada causa, tem-se a taxa de mortalidade específica. 13/03/2018 24 Medidas de Mortalidade ◦ Coeficiente de Mortalidade Infantil ◦ Coeficiente de Mortalidade Geral Indicam o risco de morrer Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI): ◦ Mede o risco de morte para crianças menores de um ano da um dado local e período. 13/03/2018 25 Coeficiente de Mortalidade Geral (CMG): ◦ Mede o risco de morte por todas as causa em uma população de um dado local e período. Razão de Mortalidade Proporcional (RPM) Também conhecida como: Indicador de SWAROOP/UEMURA: Mede a proporção de óbitos de 50 anos e mais em relação ao total de óbitos ocorridos em dado local e período. 13/03/2018 26 Indicador de SWAROOP/UEMURA Medidas de Gravidade ◦ Coeficiente de Letalidade (CL): mede o poder da doença em determinar a morte, avaliando a gravidade da doença e também a qualidade da assistência médica prestada para esta doença. 13/03/2018 27 Indicadores de Morbidade – Taxa de Morbidade:medida de frequência de doença em uma população. Existem dois grupos importantes de taxa de morbidade: ◦ Incidência ◦ Prevalência Incidência: indica o número de casos novos de uma doença ou agravo surgidos em um mesmo local e período. Denota a intensidade com que acontece uma doença em uma população e mede a frequência ou a probabilidade de ocorrência de casos novos de doença na população. Alta incidência significa alto risco de adoecer. 13/03/2018 28 Coeficiente de Incidência (CI): mede o risco de adoecer. Prevalência: número total de casos de uma doença, novos e antigos, existentes em um determinado local e período. A prevalência, como idéia de acúmulo, de estoque, indica a força com que subsiste a doença em uma população. 13/03/2018 29 Coeficiente de Prevalência (CP): o mais utilizado para doenças crônicas de longa duração. ◦ Exemplos: hanseníase, SIDA ou diabetes. ◦ No intervalo de tempo definido da prevalência, são excluídos os casos que evoluíram para cura, óbito ou que migraram. Coeficiente de Prevalência: 13/03/2018 30 Taxa de Ataque (TA): usada quando se investiga um surto de uma determinada doença em um local onde há população bem definida como residência, creche, escola, quartel, colônia de férias, pessoas que participaram de uma festa, dentre outras situações. ◦ É expressa em termos percentuais (%) Taxa de Ataque (TA): 13/03/2018 31 Fonte: SINAN/SVS/MS Fonte: SINAN/SVS/MS 13/03/2018 32 Doenças de Notificação Compulsória: doença ou agravo à saúde cuja comunicação da ocorrência deve ser feita à autoridade sanitária por profissional de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes. A notificação compulsória tem sido a principal fonte da vigilância epidemiológica. Os parâmetros para a inclusão de doenças e agravos na lista de notificação compulsória devem obedecer os seguintes critérios: ◦ Magnitude ◦ Potencial de Disseminação ◦ Transcendência ◦ Vulnerabilidade ◦ Compromissos Internacionais ◦ Ocorrência de epidemias, surtos e agravos inusitados à saúde. 13/03/2018 33 Aspectos que devem ser considerados na notificação: ◦ Notificar a simples suspeita da doença. Não se deve aguardar a confirmação do caso para se efetuar a notificação, pois isto pode significar perda da oportunidade de intervir de forma eficaz. ◦ A notificação tem de ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico sanitário em caso de risco para a comunidade, respeitando-se o direito de anonimato dos cidadãos; ◦ O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser feito mesmo na ausência de casos, configurando-se o que se denomina notificação negativa, que funciona como um indicador de eficiência do sistema de informações. 13/03/2018 34 Além da notificação compulsória, o Sistema de Vigilância Epidemiológica pode definir doenças e agravos como de notificação simples. O SINAN (Sistema de informação em saúde e vigilância epidemiológica) é o principal instrumento de coleta dos dados de notificação compulsória. 13/03/2018 35 Fonte: Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 6. ed. – Brasília :Ministério da Saúde, 2005. Disponível em: www.saude.gov.br/bvs Fonte: Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 6. ed. – Brasília :Ministério da Saúde, 2005. Disponível em: www.saude.gov.br/bvs 13/03/2018 36 Fonte: Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 6. ed. – Brasília :Ministério da Saúde, 2005. Disponível em: www.saude.gov.br/bvs Acidentes por Animal Peçonhento Botulismo (*) Carbúnculo ou “antrax” (*) Cólera (*) Coqueluche Dengue Difteria (*) Doença de Chagas (casos agudos) (*) Doença de Creutzfeldt-Jacob e outras Doenças Priônicas Doença Meningocócica (*) / Meningite por Haemophilus Influenzae (*) / Outras Meningites Esquistossomose (**) 13/03/2018 37 Eventos adversos pós-vacinação (***) Febre Amarela (*) Febre do Nilo Ocidental(*) Febre Maculosa Febre Tifóide (*) Hanseníase (**) Hantavirose (*) Hepatites virais Hipertemia Maligna (*)Influenza Humana (****) Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em gestantes e crianças expostas ao risco de transmissão vertical. Intoxicação por Agrotóxicos Leishmaniose Tegumentar Americana Leishmaniose Visceral Leptospirose Malária Peste (*) Poliomielite (*) / Paralisia flácida aguda (*) Raiva Humana (*) Rubéola Sarampo (*) Sífilis Congênita Sífilis em Gestante Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) (**) 13/03/2018 38 Síndrome da Rubéola Congênita Síndrome Febril Ictero-hemorrágica Aguda (*) Síndrome Respiratória Aguda Grave (*) Tétano Acidental Tétano neonatal (*) Tracoma (**) Tularemia (*) Tuberculose (**) Varíola (*) Agravos Inusitados (*) - Notificação imediata (**) - Notificar apenas casos confirmados (***) - Aguardar nota da Imunização (****) - Influenza Humana - surtos ou agregação de casos ou agregação de óbitos ou resultados laboratoriais que devem ser notificados pelos Laboratórios de Referência Nacional ou Regional.
Compartilhar