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Contabilidade de Custos Autor: Dirceu Carneiro de Araujo Tema 03 Critérios e Aplicações de Custos por Absorção seç ões Tema 03 Critérios e Aplicações de Custos por Absorção ARAUJO, Dirceu Carneiro de. Contabilidade de Custos: Critérios e Aplicações de Custos por Absorção. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2017. SeçõesSeções LEITURAOBRIGATÓRIA FINALIZANDO REFERÊNCIAS GABARITO CONTEÚDOSEHABILIDADES AGORAÉASUAVEZ GLOSSÁRIOLINKSIMPORTANTES 4 Tema 03 Critérios e Aplicações de Custos por Absorção 5 Neste tema você vai tomar conhecimento da aplicação do método de Custeio por Absorção e suas particularidades. Estudaremos os conceitos de: método de Custeio por Absorção, custos diretos, custos indiretos, critérios de rateios. Analisaremos a produção de um único produto, produção de mais de um produto em processo contínuo, produção por encomenda ou por ordem de produção/serviço. Analisaremos diversos critérios de rateio dos custos indiretos de fabricação, bem como a contabilização dos custos apurados nas produções. Analisaremos a aplicação do método de Custeio por Absorção na definição do Custo Padrão ou do Custo Meta. Por fim, será retomado o estudo de algumas vantagens e desvantagens do método de Custeio por Absorção. CONTEÚDOSEHABILIDADES 6 LEITURAOBRIGATÓRIA 1. Custeio por Absorção Você já viu que existem vários métodos de custeio. Tudo parte dos gastos, que devem ser classificados em custos e despesas, para posteriormente agregar os valores correspondentes de custos aos produtos. No método do custeio por absorção, você já estudou que serão agregados os custos diretos e indiretos aos produtos, o que denota que se usa o custeamento por produto e não pelo volume produzido. Sendo que o primeiro passo e primordial desse método já foi estudado, que é a separação dos custos, já que as despesas serão levadas diretamente para a DRE. Outro ponto fundamental desse método é uma divisão clássica dos custos em: Matéria-prima: representado pela parte visível do custo, ou seja, são outros produtos que vão formar o produto da empresa. Mão de obra direta (MOD): é a mão de obra necessária para transformar as matérias- primas nos produtos, são aquelas que podem ser identificadas aos produtos. CIF – Custos indiretos de fabricação: são todos os demais custos necessários para a produção da empresa e que não são diretamente identificáveis aos produtos. (MEGLIORINI, 2007). Com esta visão simplificada fica muito fácil para você poder visualizar o processo de formação de custo dos produtos nas empresas. 1.1. Matéria-prima Para a fabricação de qualquer produto a empresa utiliza diversos materiais, tendo como principal a matéria-prima, depois temos as embalagens, materiais auxiliares de produção, e outros materiais diversos. Você já deve ter estudado as problemáticas para atribuir valor aos estoques, que envolvem 7 LEITURAOBRIGATÓRIA o preço de compra, diminuídos os impostos creditáveis, acrescido o custo de frete, conhecimentos que vão ser aplicados neste estudo. Outra coisa que você precisa saber é que existem os controles de estoques pelo custo médio, pelo PEPS (primeiro a entrar é o primeiro a sair), e o UEPS (último produto a entrar é o primeiro a sair). São informações importantes para o gestor de custos. Para este estudo os valores são os contabilizados, obedecendo os princípios contábeis, estão prontos para os cálculos. Outro ponto de partida será a utilização dos custos médios de estoques, já que são os mais utilizados e são aceitos pela legislação fiscal. 1.2. Mão de Obra Direta (MOD) Como você já sabe, este custo é utilizado para a transformação das matérias-primas em produtos para vendas. Os custos de mão de obra somente podem ser classificados no grupo de custo direto, se a empresa utilizar um controle de horas trabalhadas, de tarefas realizadas, de peças produzidas ou outro critério que identifique claramente sua utilização na produção. Os custos de salários são acrescidos dos chamados: encargos trabalhistas. Os encargos são os custos adicionais sobre os salários, que são: o INSS da empresa, SAT, FGTS, férias, 13º salário. Você deve sempre consultar uma tabela prática trabalhista para calcular corretamente o custo dos empregados, ou solicitar ao contador responsável pelas informações corretas. Existem outros custos dos empregados, que podem ser: custos com transportes, saúde, cesta básica, seguro, alimentação, que geralmente são considerados custos indiretos para rateio à produção. (MEGLIORINI, 2007). Neste estudo utilizaremos um valor resumido e, quando necessário, demonstraremos os custos separadamente, mas todos vão refletir o custo total de mão de obra. 1.3. Custos Indiretos de Fabricação (CIF) Você já sabe que a característica principal dos custos indiretos é que eles não são identificáveis nos produtos, ou não são fáceis de controlar, tornando difícil sua identificação nos produtos. Decorre disso que sua apropriação aos produtos é efetuada por meio dos 8 LEITURAOBRIGATÓRIA rateios. Megliorini (2007) sugere que os custos indiretos podem ser divididos em três grupos: os materiais indiretos, a mão de obra indireta e outros custos indiretos. Os materiais indiretos correspondem aos materiais auxiliares utilizados na produção, mas que não incorporam diretamente ao produto; a mão de obra indireta corresponde às pessoas que controlam, auxiliam a produção mas que não estão envolvidas na transformação da matéria-prima, a exemplo do controle de qualidade, dos laboratoristas, mecânicos, etc., e os outros custos indiretos representam todos os demais custos na fábrica mas que não são controlados e identificados nos produtos, não podendo ser corretamente quantificados aos produtos. (MEGLIORINI, 2007). 1.4. Critérios de Rateio Um critério de rateio é o estabelecimento de qualquer base para distribuir os custos indiretos aos produtos fabricados. Cabe esclarecer que não existe na lei ou nas normas contábeis qualquer indicação do que seja um critério de rateio, assim os gestores podem definir qualquer base. Este é um ponto que gerou e ainda gera muita crítica ao método de custeio por absorção, porque os critérios são descritos como arbitrários e às vezes rudimentares, por serem simplesmente importados de outra empresa. Pode-se concordar com algumas críticas, mas você está iniciando seus estudos e deve ficar claro que: um bom estudo do sistema produtivo da empresa; implantação de um sistema de informações gerenciais; apoio de sistemas tecnológicos e um bom senso na distribuição de custos vão reduzir em muito possíveis distorções de rateios. Sempre irá existir um pouco de arbitrariedade. Vamos exemplificar os critérios de rateios mais comuns para você identificar nas empresas como isso é aplicado. Critério Custo indireto Justificativa Área ocupada por cada departamento (m2) Aluguel do prédio, Depreciação, seguro, impostos prediais, material para limpeza, etc. Você apropriaria os custos pelos m2 utilizados. Tabela 1 – Alguns critérios de rateios de CIF 9 LEITURAOBRIGATÓRIA Potência instalada ou HP Energia elétrica Você, com ajuda dos engenheiros, relacionaria os motores instalados e a quantidade de horas trabalhadas. Horas trabalhadas Mão de obra indireta Custo de alimentação Custo de saúde Registraria o número de horas trabalhadas pelos funcionários auxiliares a cada setor. Requisição de materiais Almoxarifado Pode ser pelo nº de requisições ou pelo valor dos produtos utilizados indiretamente na produção. Quilômetro rodado Veículos, caminhões, ônibus, motos Quando o custo do meio de transporte precisa ser distribuído. Litros Água, leite, gasolina, óleo diesel Distribuir os líquidos Fonte: elaborada pelo autor. Existe uma infinidadede critérios de rateio, você pode imaginar dezenas ou centenas de outros critérios, mas alguns cuidados devem ser tomados. Primeiro, uma base de rateio deve ser duradoura, seguindo o princípio contábil da consistência da informação contábil, não se pode ficar mudando todo mês ou ano. Caso se altere o critério, é ideal que se faça uma nota explicativa justificando a mudança. Caso seja imperiosa a mudança, deve-se refazer o recálculo de um período anterior demonstrando o impacto da mudança. Segundo, a definição de um critério de rateio deve ser estabelecida com base em estudos, análise, se possível com uma equipe multidisciplinar, para fugir da arbitrariedade. Por fim, todo o critério deve ser submetido a revisões constantes, para que se possa verificar sua coerência com o sistema produtivo. Você deve estar se perguntando como isso funciona, vamos atribuir um valor a um exemplo. Suponhamos que você tenha na contabilidade um custo de R$ 200.000,00 de mão de obra indireta, para três produtos, e que os apontamentos de horas trabalhadas indicaram o seguinte: produto A, 150 hs, produto B, 250 horas e produto C, 100 hs, totalizando 500 horas trabalhadas. Aplicando uma regra de três simples: Se eu tenho R$ 200.000 para 500 hs, quanto cada hora custou? 10 LEITURAOBRIGATÓRIA R$ 200.000 ÷ 500 = R$ 400. Agora é só multiplicar pelas horas que cada produto utilizou. PRODUTOS Quantidade de hs Valor da Hora $ %Peso Total de custo A 150 400 30% 60.000 B 250 400 50% 100.000 C 100 400 20% 40.000 Total 500 100% 200.000 Tabela 2 – Rateio de CIF Fonte: elaborada pelo autor. Fonte: elaborada pelo autor. Tabela 3 – Dados para cálculo de custos por absorção Veja que o total dos custos indiretos a ser rateado representa 100% e cada parte é um percentual dentro dos 100%, ou basta dividir o valor total dos custos pela base de rateio total de horas e multiplicar pelas bases de consumo de recursos individuais. 2. Apuração dos Custos por Absorção e Contabilização 2.1 Produção de um único produto Vamos iniciar o estudo da Contabilidade de Custo com um único produto. Supondo que a empresa fabrique um único produto e apresente os seguintes dados contábeis: Produção de 10.000 unidades Contas Valor Unitário Valor Total Matéria-prima 1,00 10.000,00 Mão de obra direta 0,30 3.000,00 Custo indireto de fabricação 700,00 Total 13.700,00 Produção acabada 10.000 Custo unitário (13.700 ÷ 10.000) 1,37 11 LEITURAOBRIGATÓRIA Você já sabe que é característica do custeio por absorção que somente os custos diretos e custos indiretos são apropriados ao custo dos produtos, as despesas foram omitidas neste balancete, pois não interferem em nosso estudo e vão diretamente para a DRE. Então teríamos uma conta simples de somar os custos e dividir pela quantidade produzida, que produziria o custo unitário de cada unidade produzida. Mas como fica a contabilização? Você sabe que os valores dos custos apurados foram acumulados em contas especialmente criadas no Plano de Contas, num grupo de Custos, e que vão para a conta estoques de produtos acabados. Lançamento transferindo os custos acumulados para estoques: D: Estoques de produtos acabados 13.700,00 C: Matéria-prima 10.000,00 C: Mão de obra direta 3.000,00 C: Custos indiretos de fabricação 700,00 Um exemplo simples, mas você pode perceber, por exemplo, que a conta de mão de obra pode ser subdividida em: Salários, Encargos sociais, Férias, 13º salário, transportes, alimentação, saúde, etc., a empresa irá criar quantas contas forem necessárias para atender à demanda de controle gerencial. O mesmo ocorre com a conta que chamamos de custos indiretos de fabricação, esta denominação é um resumo didático e gerencial para: embalagens, energia elétrica, mão de obra indireta, materiais auxiliares, etc. O importante é que você perceba este movimento: quando você está acumulando custos, debita as contas de custos, pela utilização do material; terminou o período de produção e concluiu os produtos; os custos são transferidos para os produtos e levados para a conta estoques de produtos acabados, ou em alguns casos, estoques de produtos em elaboração/fabricação, sempre zerando as contas de acumulação de custos. Isso ocorre em um período de tempo, que geralmente é de um mês, em empresas com sistemas informatizados, sofisticados e modernos pode ocorrer este lançamento diariamente, até mais vezes ao dia. Exemplo, imagine uma empresa de alta produção e que necessite efetuar a entrega do produto, em um sistema integrado, sem contabilizar o estoque não pode haver faturamento, então tem que lançar a produção várias vezes ao dia. 12 LEITURAOBRIGATÓRIA 2.2 Produção conjunta de vários produtos É normal que as empresas produzam vários produtos utilizando a mesma planta industrial, às vezes utilizam os mesmos equipamentos, funcionários, estruturas, surgindo a necessidade de controles mais sofisticados. Vamos imaginar uma empresa que produz dois produtos (1, 2), poderia ser qualquer produto, por ora, não vamos utilizar departamentalização, e apresenta os seguintes dados contábeis e de produção: Produto 1 10.000 unidades Produto 2 15.000 unidades Tabela 4 – Relação de gastos Fonte: elaborada pelo autor. Você já sabe que a primeira etapa para o cálculo dos custos é a separação dos custos e das despesas. Representação das despesas: 13 LEITURAOBRIGATÓRIA Fonte: elaborada pelo autor. Fonte: elaborada pelo autor. Tabela 5 – Relação das despesas É característica do método de custeio de absorção que os valores das despesas serão contabilizados diretamente no resultado do exercício, não sendo alocadas aos custos. Representação dos custos: Tabela 6 – Relação de custos A empresa de nosso exemplo para estudos produz dois produtos (Produto 1 e Produto 2), os controles da empresa são simples e o departamento de produção consegue apontar diretamente aos produtos o consumo de matéria-prima, mão de obra direta, parte da energia elétrica. 14 LEITURAOBRIGATÓRIA Analisando os apontamentos da empresa, identificou-se que o Produto 1 consumiu 40% e o Produto 2 consumiu 60% da matéria-prima, poderia ser a soma dos valores das requisições de matérias-primas. Assim você já pode distribuir diretamente o valor da matéria-prima: Tabela 7 – Distribuição dos custos da matéria-prima em $ mil Tabela 8 - Distribuição dos custos de MOD em $ mil Tabela 9 – Distribuição dos custos de energia elétrica em $ mil Fonte: elaborada pelo autor. Fonte: elaborada pelo autor. Fonte: elaborada pelo autor. O Produto 1 consumiu 65% de MOD e o Produto 2 consumiu 35% de MOD, isso é calculado pelas horas trabalhadas diretamente na produção para cada produto: O consumo de energia elétrica possui controle de parte dos custos que são diretamente apropriados aos produtos e parte serão apropriados indiretamente aos produtos. O Produto 1 pelos apontamentos de produção consumiu 40% dos custos e o Produto 2 consumiu 30% dos custos de energia elétrica, o saldo que é de 30% será apropriado indiretamente aos produtos. 15 LEITURAOBRIGATÓRIA Tabela 10 – Mapa de distribuição dos custos em $ mil Fonte: elaborada pelo autor. Como você já percebeu, a parte dos custos diretos é bem intuitiva, com os apontamentos de custos é possível identificar rapidamente quais os produtos consumiram os custos e podemos fazer uma tabela geral dos custos diretos, da seguinte forma: Você percebe que parte dos custos já foi diretamente alocada aos produtos e parte dos custos ainda está na coluna dos custos indiretos, que faltam ser apropriados. a) Estudo da apropriação dos custos indiretos Como você já estudou, os critérios de rateios são os mais variados, devendo guardar alguma relação com o consumo, ou pode ser um critério apontado pelos gestores,não existe uma regra para isso. Por exemplo, no nosso caso, os custos indiretos poderiam ser apropriados pela quantidade de matéria-prima consumida, pela própria energia elétrica direta, pelo valor total dos custos diretos, pela quantidade de produtos produzidos ou outro critério definido pelos administradores. Em nosso exemplo didático vamos utilizar como base de rateio o total dos custos diretos alocados até este momento. Como ficaria a apropriação dos custos indiretos? Tabela 11 – Rateio dos CIF em $ mil Fonte: elaborada pelo autor. 16 LEITURAOBRIGATÓRIA Obs: Os valores dos custos indiretos foram arredondados para números inteiros. Análise da tabela: Os custos diretos já foram calculados na Tabela 10. O % (percentual) ou o peso dos custos diretos é calculado dividindo o valor do custo direto de cada produto pelo total dos custos diretos. Lembra da regra de três: se 437 = 100%, então quanto será 228 do Produto 1? Divide-se 228 ÷ 437 = 0,521739 x (vezes) 100% = O peso do Produto 1 52,17% (arredondado para efeitos didáticos). Este é o X. O mesmo será para 209 do Produto 2. Divide-se 209 ÷ 437 = 0,47826 x (vezes) 100% = O peso do Produto 2, 47,83% (arredondado para efeitos didáticos). Sabendo que CIF é de 213, basta aplicarmos os percentuais já calculados para os custos diretos para os produtos 1 e 2. Produto 1 CIF = 0,521739 x 213 = 111 e Produto 2 CIF = 0,4783 x 213 = 102. Pode-se calcular de forma diferente, divide-se o total dos CIF pelo total da base de rateio (em nosso caso são os custos diretos) e multiplicar esta resultante pelas partes da base de rateio, assim, divide 213 ÷ 437 = 0,487414, multiplica o 0,487414 x 228 = 111,1304 (arredondamos para a didática), neste caso a diferença de 213 – 111 = 102 já seria suficiente, mas se você multiplicar 0,487414 x 209 = 102. Agora você soma os custos indiretos apropriados com os custos diretos que terá o custo total de cada produto. Parece simples no exemplo, mas na prática isto pode causar sérios aborrecimentos ao iniciante, mas, com experiência e, principalmente, compreensão dos conceitos estudados, isto irá se tornar uma coisa bem divertida. b) Como fica a contabilização para transferir os custos para os produtos? Em nosso exemplo temos os custos contabilizados em contas chamadas acumuladoras, no grupo de custos de produção, por exemplo, no valor total de 650mil. Sendo que para o Produto 1 o custo total foi de: 339mil e para o Produto 2 o custo total somou: 311mil. Basta efetuar o seguinte lançamento: D: Produto 1 (Estoques de produtos acabados) 339mil 17 LEITURAOBRIGATÓRIA D: Produto 2 (Estoques de produtos acabados) 311mil C: Cada conta acumuladora pelo seu valor total Matéria-prima 200mil MOD 160mil Energia elétrica 110mil Depreciação da fábrica 80mil Materiais diversos da fábrica 20mil Manutenção – fábrica 65mil Seguro da fábrica 15mil Você já entende que o resultado desse lançamento resultará na ativação, investimento em estoque de 650 mil pela transferência do valor agregado em cada produto, que somente irá para resultado da “baixa” das vendas, que será contra custos dos produtos fabricados, na DRE. c) Estudos adicionais de outras bases de rateio Você agora pode se perguntar: E se eu usar outro critério de base de rateio, o que acontecerá? Vamos exemplificar com as seguintes bases de rateio: o custo da matéria-prima, o custo da MOD, a quantidade de produtos produzidos. Base de rateio pela matéria-prima consumida: Tabela 12 – Base de rateio do CIF pela matéria-prima em $ mil Fonte: elaborada pelo autor. 18 Agora o valor total do CIF será apropriado pelo valor da matéria-prima consumida, é só multiplicar 213 mil por 40% para o Produto 1, que é o percentual de matéria-prima consumido. Base de rateio pela MOD empregada: Tabela 13 - Base de rateio do CIF pela MOD em $ mil Tabela 14 - Base de rateio do CIF pela quantidade de produtos em $ mil Fonte: elaborada pelo autor. Fonte: elaborada pelo autor. Perceba que o Produto 1 consumiu 65% do valor total da MOD, que será a base de rateio. Base de rateio pela produção em quantidade: Você pode notar que mudando o critério/base de rateio, os custos totais dos produtos serão alterados. Neste momento você pode concluir que a escolha de uma base de rateio é uma tarefa muito importante e séria, pois qualquer discrepância nesta fase altera os custos, o que pode levar a decisões erradas em relação a corte de produto, precificação, margem de lucro, gastos com propaganda, etc., e isto vai comprometer toda a rentabilidade da empresa. Por fim, cabe destacar que não existe uma base de rateio perfeita dos custos indiretos, tampouco existe uma legislação que regule o assunto, cabe ao profissional de custo fazer as simulações necessárias para estabelecer critérios que atendam ao princípio da consistência, para dar comparabilidade aos valores calculados. LEITURAOBRIGATÓRIA 19 Tabela 15 – Modelo de ordem de serviço em $ Fonte: elaborada pelo autor. 2.2 Aplicações em Produção por Encomendas ou Ordem de Serviço Outra pergunta bastante frequente para o iniciante do estudo de custo é: Eu posso aplicar o método de custo por absorção em ordens de serviço ou de produção, como eu uso na produção contínua? Novamente a resposta é: Sim. Você pode notar que os dados calculados em nosso exemplo poderiam se referir a um único produto, ou vários produtos individuais, ou somente um serviço realizado, que envolveria aplicação de peças e MOD, e outros custos. Então o que mudaria? Em princípio, os custos de MOD e os CIF seriam aplicados por um parâmetro estabelecido. Exemplo: cada hora trabalhada custa X, cada serviço tem um gasto médio de CIF de y, assim é possível totalizar um custo para cada encomenda ou serviço. Vamos colocar valores a um exemplo didático. Supondo que você leve seu veículo numa oficina para um serviço qualquer e apresente os seguintes itens de custos: Peças empregadas no conserto $ 1.000; Custo da MOD por hora $ 50, consumiu 10 horas; materiais indiretos (graxa, óleo, estopa, mão de obra indireta do supervisor, etc.) totalizam em média $ 10 por hora. Ordem de Serviço da oficina Você consegue perceber a versatilidade deste método, que pode ser aplicado a um ou mais produtos e a serviços. Quanto maior a complexidade da empresa, maiores serão as dificuldades de se estabelecer um sistema de informações gerenciais para o controle de custos. LEITURAOBRIGATÓRIA 20 3. Aplicação do Método do Custeio por Absorção ao Custo Padrão e no custo Meta Veja que este método pode ser utilizado para calcular um custo padrão ou mesmo o custo meta. Como se faz? Primeiro, os departamentos projetam as vendas, que vão projetar a produção, e a partir desses números você consegue definir o consumo de matéria-prima, MOD, energia elétrica, e todos os demais custos. No custo padrão os gestores definem um padrão de eficiência desejado para a empresa, utilizando os melhores produtos e melhor utilização do tempo. É aceitável a determinação de uma eficiência próximo de 100% de desempenho da empresa, sabendo que isto é quase impossível? Existem perdas de matéria-prima, MOD, ou outros elementos de custos que são inerentes a qualquer atividade, o gerenciamento da diferença entre o nível ideal e a produção real é que diferencia empresas competitivas das não competitivas. No custo meta a empresa vai partir de um preço de venda de fora da empresa, por exemplo, o preço de venda do concorrente-alvo. A partir daí, vai por um processo de reengenharia reversa e tenta chegar a este custo para este produto. Você deve se perguntar: Isto é possível? Claro que sim, é muito comum num mercado concorrencial. Você pode notar que o Custo Padrão e o Custo Meta são uma ferramenta de planejamento, ou seja, deuso pela Contabilidade Gerencial, seu cálculo será elaborado sempre antes da produção se realizar. Dessa forma é um custo estimado, utilizando as técnicas de cálculo de custos, que pode ser, neste estudo, a do método de Custeio por Absorção, onde será confrontado o custo estimado com o custo realizado, para verificar a verdadeira eficiência da produção. Cuidados devem ser tomados, como: analisar a estrutura (administrativa, de custo, proximidade da matéria-prima, disponibilidade de energia, malha de distribuição, etc.) da concorrente-alvo. E recalcular os possíveis custos utilizando o método por absorção, se o custo for igual ou menor que o concorrente, a empresa estará em vantagem, agora se os custos forem maiores, existe um espaço de melhoria de qualidade e eficiência para a administração trabalhar. Exemplo: Conseguir uma matéria-prima mais barata, investir em máquinas mais eficientes com economia de energia e aumento de produção por hora, LEITURAOBRIGATÓRIA 21 treinar seus colaboradores, melhorar a eficiência da malha de distribuição, etc. 4. Vantagens e desvantagens do custeio por absorção Como vantagens podemos citar: facilidade de implantação; apresenta um baixo custo de operacionalização; é aceito pela legislação societária e fiscal; é muito versátil para usar em qualquer empresa. Como desvantagens podemos citar: por vezes os critérios de rateios são arbitrários; a absorção dos custos fixos às vezes não leva em consideração o volume produzido; aumento significativo dos CIF com as novas tecnologias de produção, o que distorce em muito o custo de um ou outro produto. (CREPALDI, 2002), (MEGLIORINI, 2007), (MARTINS, 2010). LEITURAOBRIGATÓRIA 22 Os métodos de custeio: vantagens, desvantagens e sua aplicabilidade nos diversos tipos de organizações apresentadas pela literatura. Katia Abbas, Marguit Neumann Gonçalves, Maury Leoncine. 2012. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/ConTexto/article/ view/33487/pdf>. Acesso em: 16 set. 2017. Neste artigo os autores buscam traçar um panorama da importância dos métodos de custeios utilizados, analisa-se parte das publicações na literatura nacional que agrega muito conhecimento ao iniciante no estudo de custos. Análise comparativa do Método de Custeio por Absorção e do Sistema de Custeio ABC nas Pequenas Empresas Prestadoras de Serviços Contábeis: um estudo de caso. / Juliana Gondim Reis. 2005. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=24054>. Acesso em: 16 set. 2017. Artigo publicado na revista científica Cecisa pelas autoras Cláudia Catarina Pereira e Rubia Carla Erthal que demonstra a importância do uso das tecnologias da informação na implantação do custeio por absorção em empresas do município de Brusque–SC. Uma leitura fácil, bem resumida e sinaliza aspectos importantes para a escrita de um artigo científico. Disponível em: <https://siaiap32.univali.br/seer/index.php/cccg/article/view/10215>. Acesso em: 25 set. 2017. No artigo É o Custeio por Absorção o único método aceito pela Contabilidade?, os autores, Charles Albino Schultz, Marcia Zanievicz da Silva e Altair Borgert, abordam uma questão muito interessante: qual método de custeio é aceito pela Contabilidade? Isso é de grande importância para a contabilidade financeira, 2008. Disponível em: <https://anaiscbc. emnuvens.com.br/anais/article/viewFile/1370/1370>. Acesso em: 25 set. 2017. LINKSIMPORTANTES 23 No blog da Software Avaliação, o editorial traz uma interessante análise do Custeio por Absorção para o fisco e para análise interna, sua leitura contribui para o entendimento do método de Custeio por Absorção e sua aplicação com um software. Disponível em: <https://blog.softwareavaliacao.com.br/custeio-por-absorcao/>. Acesso em: 25 set. 2017. Assista a este vídeo em que Naldo Lima, 2010, traz um bom exemplo de Sistemas de Custeio por Absorção e o rateio dos custos indiretos, o exemplo simples com três produtos. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=QO_oUO3tHSw>. Acesso em: 25 set. 2017. O professor Carlos Neder produz vários vídeos instrutivos para os iniciantes do estudo de Contabilidade e para a comunidade em geral, com o tema Análise de Custos - Custeamento por ordem ou encomenda ele nos apresenta em detalhes como funciona o mecanismo do método Custeio por Absorção aplicado à produção por encomenda. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZBYdDurSZyE>. Acesso em: 25 set. 2017. O prof. Antonio R. Catânio, no Canal Café Contabilidade, 2015, contribui com boas explicações a respeito do sistema de Custeio por Absorção, com exemplo de planilha e exercício resolvido, vale a pena assistir. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=OQxYcxzbB4E>. Acesso em: 25 set. 2017. Mateus E. Oliveira de Araujo, 2016, traz um bom exemplo a respeito do sistema de Custeio por Absorção. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=aItzZSeQyCc>. Acesso em: 25 set. 2017. LINKSIMPORTANTES 24 Instruções: Agora chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido. Bom estudo! AGORAÉASUAVEZ Questão 1: Descreva com suas palavras o que são ra- teios de custos, enfatizando sua principal aplicação no Custeio por Absorção. Cite pelo menos três exemplos de sua aplicação. Questão 2: Uma empresa recebeu a conta de energia elétrica de toda a produção e a planta in- dustrial possui medidores para cada má- quina, sabe-se corretamente onde a ener- gia foi utilizada. Os gestores facilmente fazem a apropriação dos custos de energia elétrica aos produtos. Diante do caso, esta- mos diante de um: a) Custo primário. Questão 3: Suponhamos que uma atividade industrial possui um produto que consome 2/5 de um determinado produto auxiliar na produção de outro produto. Todo mês existe um custo total de $ 10.000 do produto auxiliar. Qual o valor do custo indireto desse produto auxi- liar a ser apropriado no produto fabricado? a) $ 1.000. b) $ 5.000. b) Custo perdido. c) Custo direto. d) Custo indireto. e) Despesa indireta. 25 AGORAÉASUAVEZ Questão 5: Os critérios de rateio dos custos sofrem duras críticas, uma delas e, talvez, a mais ferrenha é a arbitrariedade na escolha das bases de rateios dos custos indiretos. Em sua opinião, o que os responsáveis pelo controle dos cus- tos deveriam fazer para mitigar esta crítica? Questão 4: Explique como utilizar o Custeio por Absor- ção nas produções por encomendas ou por ordem de produção/serviço. c) $ 3.000. d) $ 4.000. e) $ 6.000. 26 FINALIZANDO Neste tema você tomou conhecimento da aplicação do método de Custeio por Absorção e suas problemáticas. Tomou conhecimento de como calcular um custo por absorção para a produção de único produto, produção contínua de mais de um produto e a produção por encomenda ou ordem de produção/serviço. Estudou as maneiras de efetuar o rateio do CIF utilizando diversas bases de rateio, pelo custo direto, pela matéria-prima, pela MOD e pela quantidade produzida. Tomou conhecimento de como utilizar o Custeio por Absorção para a definição do custo padrão e para definição do custo meta. Por fim, tomou conhecimento das principais vantagens e desvantagens da utilização do método do Custeio por Absorção. 27 GLOSSÁRIO Primordial: [...] “4 Que é o mais importante, que está acima dos demais; essencial, primacial, principal”. (MICHAELIS, 2017,s/p). Encargos trabalhistas: Conjunto de direitos do trabalhador previstos em lei, que pode ser pago mensalmente ou anualmente. Tem como sinônimo: encargos sociais. Cesta básica: é um conjunto de produtos utilizados por uma família durante um mês.No sentido trabalhista é um conjunto de produtos fornecidos pela empresa ao trabalhador, sendo um custo adicional, em complemento ao salário recebido pelo trabalhador que diminui seu custo mensal de mercado. Arbitrários: [...] “1. Resultante de arbítrio pessoal, ignorando normas ou regras, ou sem fundamento lógico; arbitral”. (MICHAELIS, 2017, s/p). Apontamentos de horas trabalhadas: É a marcação de cada hora trabalhada em determinado departamento, linha de produção, ou mesmo num produto específico, com o fim de se ter uma gestão do volume de horas trabalhadas. 28 Questão 1 Resposta: É o estabelecimento de qualquer base para distribuir os CIFs aos produtos fabricados em determinada atividade. As bases de rateio mais comuns são: A quantidade de horas trabalhadas diretamente para as horas indiretas, aquelas que não se consegue identificar nos produtos, exemplo: salário do supervisor, salário do mecânico; os m2 para os custos que utilizam o espaço físico da fábrica, exemplo: aluguel, seguros; os litros para os produtos líquidos que apesar de fácil medição não se consegue identificar aos produtos, exemplo: querosene de limpeza, água para lavar panos de filtros. Questão 2 Resposta: Quando os gestores investem em medidores para se determinar com precisão os custos, existe uma transformação de um custo indireto em direto, como é o caso da energia elétrica. Logo a alternativa correta será a: letra C. Questão 3 Resposta: Estamos diante de um critério de rateio proporcional, 2/5 (dois quintos), ou seja, pode-se transformar em decimal, será 0,4, que significa 40%. Logo, teremos que o custo de $ 10.000 multiplicado por 40% ou 0,4, será apropriado ao produto o valor de $ 4.000. GABARITO 29 GABARITO Poderíamos, ainda, simplesmente dividir $ 10.000 por 5 (divisor da fração) que é igual a $ 2.000 e multiplicar por 2 (dividendo) que resultaria em $ 4.000. Logo a alternativa correta será a: letra D. Questão 4 Resposta: Sabe-se que o Custeio por Absorção agrega somente os custos diretos e indiretos aos produtos ou serviços, dessa forma, para utilizar este método na produção por encomenda devemos em primeiro lugar agregar o consumo de produtos diretos aos produtos fabricados ou serviços prestados, aquilo que se identifica facilmente ao produto ou que tem sua variação pelo volume produzido, depois estabelecer multiplicadores de custos indiretos para agregar rapidamente, ou alternativamente, e apurar os custos indiretos utilizando de critérios de rateio para cada encomenda ou ordem de serviço prestado. Questão 5 Resposta: Em primeiro lugar, a crítica somente pode ser feita quando os gestores não obedecem aos critérios mínimos de escolha e determinação dos critérios de rateio. Para fugir dessa crítica, os gestores devem proceder estudos detalhados dos processos de produção e dos serviços auxiliares para determinar racionalmente quais atividades contribuem para o processo de produção, assim, podem estabelecer critérios consistentes para a distribuição dos custos indiretos. 30 REFERÊNCIAS ABBAS, K.; GONÇALVES, M. N.; LEONCINE, M. UFRGS. Os métodos de custeio: vantagens, desvantagens e sua aplicabilidade nos diversos tipos de organizações apresentadas pela literatura, 2012. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/index.php/ConTexto/ article/view/33487/pdf>. Acesso em: 16 set. 2017. ARAUJO, M. E. O. D. Youtube. Custeio Absorção, 2016. Disponível em: <https://www. youtube.com/watch?v=aItzZSeQyCc>. Acesso em: 25 set. 2017. CATÂNIO, A. R. Youtube. CONTABILIDADE DE CUSTOS #6: Sistema de Custeio por Absorção - Exemplo Detalhado, 2015. Disponível em: <https://www.youtube.com/ watch?v=OQxYcxzbB4E>. Acesso em: 25 set. 2017. CREPALDI, S. A. Curso básico de contabilidade de custos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. LIMA, N. Youtube. Contabilidade de Custos: Rateio dos Custos Indiretos, 2010. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=QO_oUO3tHSw>. Acesso em: 25 set. 2017. MARTINS, E. Contabilidade de Custos. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2010. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788522482054/pageid/4>. Acesso em: 25 set. 2017. MEGLIORINI, E. Custos: análise e gestão. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. MICHAELIS. UOL. Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, 25 set. 2017. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/>. Acesso em: 25 set. 2017. NEDER, C. Youtube. Análise de Custos: Custeamento por ordem ou encomenda, 2010. 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Custeio Por Absorção: essencial para o fisco e análise interna., 2016. Disponível em: <https://blog.softwareavaliacao.com.br/ custeio-por-absorcao/>. Acesso em: 25 set. 2017. REFERÊNCIAS
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