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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER EMÍLIA CARLA OLIVEIRA BASTOS DIAS, RU 1988084 PORTFÓLIO UTA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS / GESTÃO EDUCACIONAL / SISTEMA DE ENSINO POLÍTICO E POLÍTICAS EDUCACIONAIS MÓDULO A – FASE I PETRÓPOLIS 2018 A LEI E O DIA A DIA NA ESCOLA A escola escolhida para a realização deste Diário de campo foi a Escola Paroquial Nossa Senhora da Glória, onde há cerca de 5 alunos com necessidades especiais. A mesma possui as condições físicas necessárias para atendê-los, como, rampas de acesso, banheiros adaptados, salas de recursos. Além de estagiários que os acompanham durante todo o período na escola. O sujeito escolhido para esta observação chama-se Flávio Miguel e tem 9 anos. Ele possui retardo mental, epilepsia, tem uma válvula na cabeça, por conta disso, grande dificuldade de aprendizado e é soro positivo. Ele está inserido numa turma de 3º ano, com mais 25 alunos, há uma professora e um estagiário (para o Flávio), e ambos não possuem especialização para esta tarefa, infelizmente. A professora, tenta na medida do possível atender às necessidades do aluno Flávio, mas esbarra na barreira da falta de formação específica. E, além disso, há cerca de 7 alunos que ainda não leem como deveriam, por isso, ela concentra seus esforços em fazê-los acompanhar a turma. O estagiário é estudante de letras, contratado pela Prefeitura para acompanhar crianças com necessidades especiais, mas também não possui a formação adequada. Percebo que esta obrigatoriedade por parte da lei , da escola não poder recusar uma criança especial, em alguns casos mais severos de deficiência, como uma violência com a própria criança. Pois não tem material humano especializado, com isso, o possível avanço/desenvolvimento desta criança não acontece. A meu ver, esse possível desenvolvimento se daria de forma eficiente se estas estivessem em escolas especializadas, com pessoas qualificadas, o que vai além de rampas de acesso, salas de recurso e banheiros adaptados. Todos merecem e devem ser tratados com respeito. E nesta obrigatoriedade da lei, não percebo o respeito devido. Na medida do possível, o aluno Flávio é sempre inserido nas atividades extraclasses da turma. Os alunos, por sua vez, o tratam com muito carinho, tolerância e estão sempre dispostos a ajudá-lo. Essa convivência torna a turma mais tolerante, talvez seja este o único ponto positivo que vejo da “inclusão” imposta pela lei. Este diário foi realizado não somente como uma observação do aluno Flávio, mas eu sou sua professora e fico imensamente triste e me sinto vulnerável, por tê-lo na sala de aula sem poder ajuda-lo como ele precisa. Ele requer uma atenção toda especial e isso se torna impossível; levando em conta o tempo hábil e o restante da turma. Da mesma forma que não é justo ter o deficiente em sala sem o direcionamento devido, é injusto também com a classe, que precisa se privar de um tempo que é extremamente importante para seu desenvolvimento. Pela experiência que estou vivendo, não vejo a eficácia garantida por lei. É um caso a se repensar. Referências Bibliográficas Capítulo IV Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) foi sancionada em 06 de julho de 2015.
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