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MHS - Notas de Aulas Prof. Antonio F Fortes II Semestre de 2008 1 Osciladores Harmônicos O movimento da projeção P′ de um ponto P que circula com velocidade angular ω e raio r = xm em torno de O é descrito por x(t) = xm cos(ωt + φ), P P’ x O xm θ x(t) ω y onde φ é o ângulo de fase, ou o valor inicial de θ = ωt. Se o período de rotação de P é por definição T = 2pi ω , então xm cos(ωt) = xm cos[ω(t + T )]. A frequência da oscilação de P′ é definida como ν = 1 T = ω 2pi . Conhecendo-se x(t) calcula-se a velocidade e aceleração de P′ respectivamente como v(t) = dx dt = −ωxm sin(ωt + φ) e a(t) = dv dt = −ω2xm cos(ωt + φ) = −ω2x(t) Com esta aceleração, a segunda lei de Newton para um ponto material P′ de massa m será F = ma = −mω2x, que é linear em x exatamente como a força exercida por uma mola elástica de constante k = mω2. Logo, é possível deduzir que a frequência angular do movimento de m é ω = √ k m . Esta é denominada a frequência natural do sistema. O período será portanto T = 2pi √ m k . 2 Conservação da Energia Para este sistema massa-mola, a energia potencial elástica é U(t) = 1 2 kx2 = 1 2 kx2m cos 2(ωt + φ), e a energia cinética é K(t) = 1 2 mv2 = 1 2 kx2m sin 2(ωt + φ). Logo, é fácil deduzir que na ausência de outras formas de energia U + K = 1 2 kx2m = constante. 3 Pêndulos Pêndulo simples No pêndulo simples toda a massa está concentrada em um ponto na extremidade de uma haste rígida. θ mg L Se θ é pequeno, sin θ ≈ θ, e a força restauradora sendo a compo- nente tangente à trajetória de m, tem-se, sucessivamente: F ≈ −mgθ ≈ −mg x L = − ( g L ) x. Logo, o período deste pêndulo será T = 2pi √ m k = 2pi √ L g . Pêndulo físico No pêndulo físico articulado em O e com centro de gravidade G, o torque do peso mg é 2 θ mg L G Oτ = −mg sin(θ)L ≈ −mgLθ = Iα = I d 2θ dt2 quando θ é pequeno. Nesta equação, I é o momento de inércia do pêndulo em torno do ponto de articulação O. A linearidade do movimento é aqui no deslocamento angular θ. A analogia com o sistema massa-mola anterior(linear em x) permite deduzir que o período seja neste caso T = 2pi √ I mgL . x+ O x − xm φ ωtφ ωt = 0 ωt = pi/2 C 1 C 2 pi/2 pi 3pi/2 2pi 5pi/2 3pi 7pi/2 0 + xm − xm xmsen φ 2pi = T ek/m ωt Os osciladores harmônicos são soluções da equação do movimento, i.e, mx¨ + kx = 0, uma equação diferencial ordinária linear de segunda ordem cuja solução geral tem a forma x = C1 sin (√ k m t ) +C2 cos (√ k m t ) , onde C1 e C2 são constantes arbitrárias que podem ser expressas em termos do ângulo de fase φ. A mesma solução geral pode ser também escrita como: x = C sin (ωt + φ) , onde ω = √ k/m é a velocidade an- gular de P, e as duas constantes arbi- trárias são aqui C e o ângulo de fase φ. De fato, esta última forma da solu- ção geral pode ser expandida de acordo com a identidade trigonométrica, resul- tando em x = C cos(φ) sin(ωt) + C sin(φ) cos(ωt) ∴ C1 = C cos(φ) e C2 = C sin(φ). As relações entre as constantes C1 e C2 e a amplitude xm e o ângulo de fase são obtidas para ωt = 0 e ωt = pi/2, que resultam respectivamente em xo = C2 e xpi/2 = C1. Logo, xm = √( C2 1 + C2 2 ) = C, e 3 tanφ = C1/C2. A conservação da energia implica na equação do movimento, i.e, d dt (U + K) = 0 ∴ d dt ( 1 2 mx˙2 + 1 2 kx2) = mx˙x¨ + kxx˙ = mx¨ + kx = 0. 4 Oscilações amortecidas O amortecimento de um sistema massa-mola é usualmente modelado como uma força retardadora direta- mente proporcional à velocidade, o que simula a resistência ao deslocamento produzida pela viscosidade de uma fina camada de fluido entre duas superfícies sólidas em movimento relativo. Com esta força, a segunda lei de Newton aplicada ao sistema assume a forma mx¨ + cx˙ + kx = 0, onde cx˙ é a força retardadora. A solução desta equação tem a forma geral x = xme −bt sin(qt + φ), onde b = c/2m é o fator de amortecimento e q = √ k/m− b2 é a frequência angular da oscilação. Graficamente, a oscilação amortecida tem como envoltórias as funções exponenciais ±xme−bt, como mostra a figura abaixo: 0 + xm − xm t xmsen φ 5 Ressonância Quando submetido a um forçamento periódico, um sistema massa-mola passa a oscilar com uma frequência que é o resultado da superposição da frequência natural do sistema com a frequência do forçamento. Se estas duas frequências coincidem, o sistema tende a oscilar com uma amplitude infinita, o que na prática resulta em ruptura. Para um forçamento harmônico de amplitude δo, uma equação para este sistema seria mx¨ + cx˙ + kx = kδo sin(ωt), 4 onde ω é a frequência angular do forçamento. No gráfico seguinte, obtido com a solução da equação acima, xm é a amplitude de oscilacão do sistema, η = c/2 √ km é o fator de amortecimento e µ = ω/p é a razão entre a frequência ω do forçamento e a frequência natural p do sistema. Quando µ = 1, e não havendo amortecimento, i.e, η = 0, a amplitude de oscilação tende a infinito. 0 1 2 3 0 1 2 3 4 xm /δο µ η = 1 η = 0,5 η = 0 η = 0,2 6 Exemplos 1. Determine o k equivalente das duas molas em cada um dos dois arranjos seguintes: k1 k2 k2k1 m m A aplicação da segunda lei de Newton a cada uma das massas resulta, respectivamente, 1.1. mx¨ = (k1 + k2)x ∴ k = k1 + k2 1.2. mx¨ = k1x1 = k2x2 = k(x1 + x2) ∴ k = k1k2 k1 + k2 2. O anel de raio r está suspenso pela cunha de modo a oscilar livremente em torno da linha de contato. Calcule o período de oscilação do anel. 5 Este é um pêndulo físico cuja forma do período é dada por T = 2pi √ I mgh , onde h é a distância entre o centro de massa e o ponto de articulação. Neste pêndulo, é fácil ver que I = mr2 + mr2 pelo teorema dos eixos paralelos e que h = r. Logo, T = 2pi √ 2r g . ⊎ ⊎ ⊎ ⊎ 6
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