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Introduçao a Parasitologia Profª. Dra. Leilane Barreto O que é Parasitologia?! Ciência que se baseia no estudo dos parasitas e suas relações com o hospedeiro, englobando os filos Protozoa (protozoários), do reino Protista e Nematoda e Platyhelminthes (platelmintos) e Arthropoda (artrópodes), do reino Animal. Epidemiologia 3.5 bilhões de pessoas com doenças parasitárias, 450 milhões doentes (crianças) (População mundial >7 bilhões) Knox D.P., 2010 Epidemiologia 2.100.000.000Grupo de doenças intestinais que acometem o homem e causadas por parasitas que necessitam passar pelo menos uma etapa de seu ciclo vital no ambiente externo do corpo do hospedeiro, o que acarreta a contaminação do solo, água e alimentos com os ovos destes parasitas. São causadas principalmente pelo Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiuria e pelos ancilostomídeos Necator americanus e Ancylostoma duodenale. Distribuição mundial, associado às precárias condições sócioeconômicas; Estima-se que a prevalência no Brasil varie de 2 a 36%; Estão presentes em todas as Unidades Federadas, ocorrendo principalmente nas zonas rurais e periferias de centros urbanos; Maior destaque em municípios com baixo Índice de Desenvolvimento Humano – IDH, sendo que na população escolar pode alcançar 70%. 4 Epidemiologia - Mortalidade OMS, 2014 Fatores associados às doenças Crescimento desordenado das cidades; Baixa qualidade das condições de vida e higiene das comunidades (água, esgoto e lixo); Desastres naturais; Hábitos e costumes; Nível de instrução da população. Conceitos importantes Parasitismo Relação ecológica entre indivíduos de espécies diferentes. Contato íntimo e duradouro Unilateralidade de benefícios Dependência metabólica Mas o que vem a ser um parasito? É um ser vivo que depende de outro para sobreviver, de onde retira seu sustento prejudicando seu hospedeiro. A relação em si busca ser harmônica, minimizando os prejuízos para o hospedeiro. Mas se esta relação não se estabelece de forma satisfatória, a doença e a morte do hospedeiro, e consequentemente do parasito, acabam por vir. E quem é o hospedeiro? Todo aquele que abriga em si, dentro ou em sua superfície, o parasito. É o suporte de onde o parasito tira sua subsistência. Aproximando-se de uma relação harmônica, há hospedeiros que não manifestam sintomas, mas abrigam parte do ciclo biológico do parasito, e são, por isso, chamados de reservatórios. 7 Conceitos importantes Agente etiológico = é o agente causador ou o responsável pela origem da doença. Pode ser um vírus, bactéria, fungo, protozoário ou um helminto. Vetor - organismo capaz de transmitir agentes infecciosos. O parasita pode ou não desenvolver-se enquanto encontra-se no vetor. Hospedeiro - organismo que serve de habitat para outro que nele se instala encontrando as condições de sobrevivência. O hospedeiro pode ou não servir como fonte de alimento para o parasita. Hospedeiro definitivo - é o que apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual. Hospedeiro intermediário - é o que apresenta o parasito em fase larvária ou em fase assexuada. Conceitos importantes Endemia - quando o número esperado de casos de uma doença é o efetivamente observado em uma população em um determinado espaço de tempo. Epidemia - é a ocorrência, numa região, de casos que ultrapassam a incidência normalmente esperada de uma doença. Infecção - é a invasão do organismo por agentes patogênicos microscópicos. Infestação - é a invasão do organismo por agentes patogênicos macroscópicos. Profilaxia - é o conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle das doenças ou de fatos prejudiciais aos seres vivos. Principais parasitas HELMINTOS Exemplo: Ascaris, Strongyloides, Schistosoma PROTOZOÁRIOS Exemplo: Plasmodium, Trypanosoma, Leishmania, Toxoplasma ARTRÓPODES Exemplo: Sarcoptes scabiei, Pediculus humanus. 11 Tipos de Parasitas Parasitas facultativos: Tem vida livre, mas podem se tornar parasitas. Exemplo: Moscas Sarcophagidae Parasitas obrigatórios: Estenoxenos: Parasitam apenas uma ou poucas espécies muito próximas. Exemplo: Ascaris lumbricoides Eurixenos: Parasitam uma ampla variedade de hospedeiros. Exemplo: Toxoplasma gondii Classificação dos parasitas Quanto ao nº de hospedeiros MONOXENOS: Necessitam de apenas UM HOSPEDEIRO para completar seu ciclo de vida. Exemplo: Ascaris, Enterobius, Strongyloides. A contaminação ocorrre através a ingestão de ovos infectados do parasita, que podem ser encontrados no solo, água ou alimentos contaminados por fezes humanas. O único reservatório é o homem. 14 HETEROXENOS: necessitam de DOIS OU MAIS HOSPEDEIROS para completar seu ciclo de vida. Exemplo: Taenia, Plasmodium, Trypanosoma, Leishmania Hospedeiro(s) intermediário(s): fase larval do verme Hospedeiro definitivo: fase sexuada - fase adulta (vermes) Quanto ao nº de hospedeiros Quanto ao nº de hospedeiros ECTOPARASITAS: São os que se localizam nas partes externas dos hospedeiros. Exemplos: Pediculus (piolho), Xenopsylla (pulga), etc. piolho pulga Quanto a localização no hospedeiro ENDOPARASITAS: São os que se localizam nas partes internas dos hospedeiros. Exemplos: Taenia (solitárias), Ascaris (lombriga), o Schistosoma (esquistossomo), etc. esquistossomose Quanto a localização no hospedeiro Parasitas cavitários: parasitas de órgãos e vísceras ocas Entamoeba histolytica Giardia lamblia Protozoários (intestino) Quanto a localização no hospedeiro Protozoários (vagina e uretra) Trichomonas vaginalis Parasitas cavitários: parasitas de órgãos e vísceras ocas Quanto a localização no hospedeiro Platelmintos (intestino) Taenia saginata Taenia solium Quanto a localização no hospedeiro Parasitas cavitários: parasitas de órgãos e vísceras ocas Nematelmintos (intestino) Ancylostoma duodenalis (amarelão) Ascaris lumbricoides (lombriga) Enterobius vermicularis (oxiúro) Parasitas cavitários: parasitas de órgãos e vísceras ocas Quanto a localização no hospedeiro Parasitas de órgãos e tecidos – vivem na intimidade de tecidos de vários órgãos (fora de suas células), ocupando espaço no tecido e comprimindo suas estruturas Platelmintos: larvas de T.solium (cisticerco) – cérebro e retina; larvas de Echinococcus granulosus - fígado Nematelmintos: larvas de Trichinella spirallis – músculos; larvas de Onchocerca volvulus – tecido subcutâneo Artrópodos – miíases (berne- larva da mosca varejeira), Tunga penetrans (bicho do pé – pulga fertilizada se aloja na pele – postura 150-200 ovos) Quanto a localização no hospedeiro Parasitas dos sistemas circulatório e linfático – muitos parasitas de órgãos e tecidos atinge sua sede definitiva através de migração via sistema circulatório, mas poucos parasitas têm seu habitat definitivo Platelmintos – Schistosoma mansoni – veias do sistema porta Nemaltemintos – Wuchereria bancrofti – filárias – vasos linfáticos e sangue Protozoários – tripanossomas africanos - sangue Quanto a localização no hospedeiro Parasitas intracelulares – somente protozoários Trypanosoma cruzi (células musculares lisas, nervosas ou reticulares e plasma) Leishmania spp. (macrófagos fígado e pele ) Quanto a localização no hospedeiro Parasitas intracelulares – somente protozoários Toxoplasma gondi (vários tecidos) Plasmodium spp (glóbulos vermelhos) Quanto a localização no hospedeiro Unicelulares: Possuem uma única célula que apresenta o núcleo organizado, ou seja, está separado do citoplasma pela membrana nuclear. São, portanto, organismos eucariontes. Exemplos: Giardia, Trypanosoma, Leishmania Quanto a Nº de células Pluricelulares: São organismos formados por conjuntos de células semelhantes e interdependentes que desempenham uma ou mais funções. São, portanto, organismos eucariontes. Exemplos: Ancylostoma, Ascaris Quanto a Nº de células Transmissão de parasitas Oral - mãos sujas, água e alimentos Sexual Penetração cutânea Dependente de vetores Transmissão de parasitas Parasitoses veiculadas por água, alimentos, fomites e outros veículos (poeira, mãos sujas) Quanto ao mecanismo de transmissão Entamoeba histolytica Giardia lamblia Protozoários (intestino) Parasitoses veiculadas por água, alimentos, fômites e outros veículos (poeira, mãos sujas) Quanto ao mecanismo de transmissão Platelmintos (intestino) Taenia saginata Taenia solium Parasitoses veiculadas por água, alimentos, fômites e outros veículos (poeira, mãos sujas) Ascaris lumbricoides (lombriga) Enterobius vermicularis (oxiúro) Nematelmitos Quanto ao mecanismo de transmissão Parasitoses veiculadas por solos contaminados com larvas Necator americanus Nematelmintos Quanto ao mecanismo de transmissão Parasitoses transmitidas com participação de vetores e hospedeiros intermediários Protozoários Leishmania spp Trypanosoma cruzi Plasmodium spp Quanto ao mecanismo de transmissão Parasitoses transmitidas com participação de vetores e hospedeiros intermediários Platelmintos Schistosoma mansoni Quanto ao mecanismo de transmissão Parasitoses transmitidas com participação de vetores e hospedeiros intermediários Nematelmintos Wuchereria brancrofti Quanto ao mecanismo de transmissão Parasitoses veiculadas por animais domésticos Protozoários Quanto ao mecanismo de transmissão Parasitoses veiculadas por animais domésticos Platelmintos Echinococcus granulosus Hymenolepis diminuta Quanto ao mecanismo de transmissão Nematelmintos Parasitoses veiculadas por animais domésticos Quanto ao mecanismo de transmissão Parasitoses cuja transmissão decorre do contato entre pessoas e seus objetos de uso pessoal Trichomonas vaginalis Protozoários Quanto ao mecanismo de transmissão Ação Espoliativa Ação Tóxica Ação Mecânica Ação Traumática Ação Irritativa Anóxia Ação Patogênica dos Parasitas Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA AÇÃO ESPOLIATIVA Quando o parasito absorve nutrientes ou mesmo sangue do hospedeiro, podem deixar pontos hemorrágicos na mucosa quando abandonam o local de sucção. (Ex: Ancylostoma duodenale) AÇÃO TÓXICA Acontece quando algumas espécies produzem enzimas ou metabólicos que podem lesar o hospedeiro. (Ex: Plasmodium falciparum) Ação Patogênica dos Parasitas Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA AÇÃO MECÂNICA Algumas espécies podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar. Ex: Ascaris lumbricoides AÇÃO TRAUMÁTICA É provocada, geralmente, pela migração de formas larvais de helmintos, embora vermes adultos e protozoários também possam fazê-lo. Ação Patogênica dos Parasitas Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA AÇÃO IRRITATIVA Alguns parasitos têm a propriedade de sensibilizar o organismo humano, causando fenômenos alérgicos. ANÓXIA Qualquer parasito que consuma o oxigênio da hemoglobina, ou produza anemia, é capaz de provocar uma anóxia. Ação Patogênica dos Parasitas Aula 1- Introdução à parasitologia PARASITOLOGIA BÁSICA Nomenclatura científica CLASSISIFCAÇÃO DOS SERES VIVOS CLASSISIFCAÇÃO DOS SERES VIVOS Nomenclatura científica Nomenclatura binária: gênero e espécie. Unidade taxonômica: diversos níveis de classificação ou categoria taxonômica, que em zoologia são sete: reino, filo, classe, ordem, família, gênero, espécie. Nomenclatura de espécie: latim e binomial, ou seja, a espécie é designada por 2 palavras. Devem ser grifadas ou escritas em itálico. primeira representa o gênero (primeira letra maiúscula); segunda representa a espécie (deve ser escrita em minúscula). NOMENCLATURA ZOOLÓGICA Nomenclatura científica Subespécie: virá seguida da espécie, sem nenhuma pontuação. Subgênero: virá seguido do gênero, mas entre parênteses. NOMENCLATURA ZOOLÓGICA Ex.: Culex (gênero) pipiens (espécie) fatigans (subespécie) Ex.: Anopheles (Kerteszia) cruzi Anopheles=gênero; (Kerteszia)=subgênero; cruzi=espécie Nomenclatura científica Outras categorias baseadas no gênero-tipo e acrescentando-se uma desinência própria. NOMENCLATURA ZOOLÓGICA Subfamília Acrescenta-seinae Culicinae Família Acrescenta-seidae Culicidae Superfamília Acrescenta-seoidae Oxyuroidea Nomenclatura científica Descrição de espécie: ser simples, homenageando uma pessoa ilustre, ou elucidativo. A grafia deve ser latinizada ou em latim. Quando for homem, acrescenta-se um i e ae quando for mulher. Espécie: É definida como sendo uma coleção de indivíduos que se assemelham tanto entre si como seus ascendentes e descendentes. Essa identidade de caracteres é regulada por genes específicos e homozigotos. Gênero: Quando várias espécies apresentam caracteres comuns para reuni-las num grupo, dá-se a esse grupo o nome de gênero. NOMENCLATURA ZOOLÓGICA Nomenclatura científica REINO Animal FILO Arthropoda CLASSE Insecta ORDEM Diptera FAMÍLIA Culicidae SUBFAMÍLIA Anophelinae TRIBO Anophelini GÊNERO Anopheles SUBGÊNERO Nyssornynchus ESPÉCIE A. (N)darlingi Classificação do pernilongo transmissor da malária GRUPOS DE INTERESSE EM PARASITOLOGIA Protozoa Animaisunicelulares Platyhelminthes Vermes achatados Nematoda Vermes redondos Acantocephala Vermes arredondados,compseudo-segmentaçãoe apresentando umaprobóscidaarmada de ganchos Arthropoda Insetos e ácaros em geral 5 GRANDES FILOS Nomenclatura científica Os sufixos OSE, ÍASE e ASE são usados para indicar doença. E deve-se agregar os sufixos ao nome do gênero. Ex.: Amebíase, tripanossomíase. Leishmaniose, tricomonose, toxoplasmose, pediculose. Nomenclatura das doenças parasitárias Nomenclatura científica Principais conclusões Parasitoses: Importante problema de saúde pública; Investigações epidemiológicas e no diagnóstico de doenças; Estudo das doenças para o controle e erradicação; Medidas preventivas.
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