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Embriologia Médica, Selma Kuckelhaus Universidade de Brasília Aula 12 - Face e faringe I Para nós entendermos como uma face se desenvolve é necessário entender o que dá sustentação para a face, e isso tem a ver com a formação do crânio. A calota craniana recobre o encéfalo. Toda a região da caixa que envolve o encéfalo é chamado de neurocrânio. O crânio é constituído pelo neurocrânio, correspondente a tudo que envolve o encéfalo - tem uma origem diferente do viscerocrânio,. A célula responsável pela formação do tecido ósseo é o osteoblasto, gerado a partir da célula mesenquimal. As formas de produzir osso são endocondral (osso precedido por cartilagem) e intramembranosa (não requer cartilagem, mas um mesênquima que vira osteoblasto e desenvolve a matriz do tecido ósseo). Para que haja formação da cartilagem, temos que estar no período da 5ª a 8ª semana – histogênese (início da origem dos tecidos, da diferenciação). O mesênquima tem que vir de um mesoderma para-axial, que está envolta do eixo de notocorda. Parte das células da crista neural migram e ocupam o mesênquima na parte frontal da face. Elas se infiltram entre o mesênquima e constroem o mesênquima da face que vai formar o viscerocrânio e estruturas associadas. Na 9ª semana, a face já é humana. É possível reconhecer uma estrutura humana. Até lá não seria possível diferenciar a feição. Somito também vai migrar para a região do crânio. Que osso estamos vendo na base do crânio: occipital, temporal, esfenoide (ressaltar região da sela túrsica, onde se aloja a hipófise, asa temporal e asa orbital e temporal do esfenoide). Ossos, com o desenvolvimento, se fundem, sendo difícil diferenciá-los. Falamos de dois processos de ossificação: o intramembranoso, responsável pelos ossos da calota craniana (ossificação na ausência da cartilagem) – construção de trabéculas ósseas. Crânio: Neurocrânio membranoso: osso formado a partir da ossificação intramembranosa. Inclui osso frontal, parietais, porção do occipital e porção escamoso dos temporis. Neurocrânio cartilaginoso: forma a base do crânio. Peças de cartilagem que vão surgindo na base do crânio. A sela túrsica é ocupada pela hipófise. A hipófise vem do teto da cavidade bucal – estomodeu. A região que se diferencia em adeno, por evaginação, forma o buraco. Isso acontece antes que as cartilagens comecem a se formar. A região oval no fundo da base do Nessa fase, essa configuração não é tão curvado como no adulto (90º entre canal medular – região do eixo - e base do crânio). Essas estruturas na base do crânio, a notocorda e o tubo neural, estão, nessa fase, quase retificada com a base. O esclerótomo envolve a notocorda junto com o tubo neural. A placa basal e os três primeiros (ou últimos) esclerótomos (tecido do somito responsável pela formação de cartilagem) – em conjunto, essas duas regiões de cartilagem vão se ossificar e formar a maior parte do occipital. Os esclerótomos são responsáveis pela formação do corpo da vértebra, de origem cartilaginosa. Isso se origina de tecido conjuntivo, de mesênquima. A cápsula ótica forma duas porções do osso temporal: as porções petrosa e mastoidea. Na região da sela túrsica surgem três peças de cartilagem: as cartilagens hipofisárias, que formam, nessa região, a parte do corpo do esfenoide. Lateralmente há as asas orbitais e temporal. Acima dela, outras duas peças de cartilagem mais alongadas, e mais acima quatro peças mais achatdas. As primeiras são chamadas trabéculas craniais, e as segundas de cartilagens nasais. É o tempo que o hipotálamo esta invaginando para formar a neurohipófiso. Enquanto isso, a cartilagem as envolve. A cartilagem não irrigada, e não permite migração. A porção superior da boca vai migrar –estomodeu – para formar a adenohipófise, que vai ser envolvida também pela cartilagem hipofisária. As cartilagens vão formando tecidos cartilaginosos que vão se espalhando. Elas vão se espalhando e se fusionando. É possível ver um contorno na base: a região do occipital, uma mais eleada, petrosa, o corpo do esfenoide, o etmoide, e as asas orbital e temporal do esfenoide – asas maior e menor. No momento que elas se fusionam, começam a morrer. Condrócito começam a hipertrofiar, por acúmulo de fosfatase alcalina, recebendo sinalização para entrar em apoptose. Há então proliferação de osteoblasto, que produz osteoide e mata a cartilagem – região de cartilagem calcificada. Há cartilagem em repouso, em proliferação?, hipertrofiada e morta. Enquanto isso se forma, o mesênquima da região da colota passa por uma processo de ossificação em cima do mesênquima pré-formado. O encéfalo está crescendo formando dobramentos, franjas – os giros cerebrais, e se agrupando, crescendo ali dentro. O tecido mesenquimal entre esses ossos permite o crescimento das placas da calota e do encéfalo. A região das suturas são menos visíveis. Há ossificação intramembranosa. Nas demais regiões é secundário – harvesiano. Essas suturas se colam com o passar dos anos. O neurocrânio está pronto, construído por ossificação endocondral e intramembranosa. Há interação entre mesênquima da fase, ossos em desenvolvimento e sistema nervoso. Quase todo ele tem contribuição da crista neural. Formação do viscerocrânio (ossos da face). Da quarta pra quinta semana, temos o embrião recém formado – temos a saliência frontal, projeções laterais que constituem o primeiro arco faríngeo (saliência mandíbula e maxilar de baixo pra cima). Abaixo, há o segundo arco faríngeo. Os arcos se projetam sobre o corpo recém-formado. As pregas laterais se projetam para frente, se fechando, formando a linha alba (impede a formação de hérnia). Nos primórdios da face, há o encontro das saliências frontal, maxilar e mandibular. A maxilar não se projeta totalmente anteriormente, formando o estomodeu – primórdio da cavidade bucal. O fundo da cavidade corresponde a membrana bucofaríngeo. O rompimento da membrana já cega a cavidade do intestino anterior – primórdio da faringe primitiva, e do esôfago primitivo. A membrana bucofaríngea não tem mesênquima, apenas é definida pelo ectoderma e pelo endoderma. A abertura da membrana se dá no final da quarta semana, expondo a faringe primitiva. Não se dissocia a formação do crânio, da cavidade oral e da faringe. Na mandíbula, há uma sutura, resultante da fusão das saliências mandibulares laterais que se projetam anteriormente. O mesmo vale para as maxilas. Tratando do viscerocrânio, além da mandíbula e da maxila, temos o osso nasal, palatino, zigomático, hioide, nasal, vômer e lacrimal. Os ossos da face ossificados pelo processo intramembranoso são o maxilar, mandibular, zigomático, nasal, etc. Todo os que falamos. O restante dos ossos da face não são visíveis, mas pertencem ao víscerocrânio – martelo, bigorna e estribo. Esses ossos também pertencem à face, e, assim como hioide, se formam por processo endocondral. A faringe primitiva, em uma visão frontal – corte frontal – permite visualizar as saliências. Observa-se a pele, proveniente da somatopleura, externamente e o revestimento endodérmico internamente. Observa-se a membrana bucofaríngeo e a cavidade do estomodeo. Observamos os arcos faríngeos I, II, III, IV e VI. A a. maxilar está relacionada ao primeiro arco faríngeo. A a. hioide está relacionada ao segundo artco faríngeo. A as. carótidas comum e interna ao terceiro. A a. subclávia do lado direito e o arco do esquerdo ao quarto. A a. pulmonar ao sexto. Delimitada pelos arcos se observa a membrana bucofaríngea superiormente. Massas teciduais diferenciadas são encontradas dentro dos arcos faríngeos: massa pró-músculo. Dentro de cada um deles também se encontra um nervo associado, além de uma cartilagem – bastão de cartilagem - e os vasos arteriais citados - a. do arco aórtico. A massa pró-musculo vai originar a musculatura da faringe. O nervo também. Estruturas de cima pra baixo – tabelinha marota da prof. COBRAR! V, VII, IX e X nervos cranianos, sequencialmente relacionadas aos arcos faríngeos. Não, há estruturas venosas,que tem uma formação complexa, baseada na perda de trechos vasculares. Pela formação da cartilagem, que é o viscerocrânio cartilaginoso, há a cartilagem construindo os ossos da face vindo dos arcos faríngeos. Da saliência maxilar, temos a contração da maxila. Essas estruturas de cartilagem estão associadas. Por que a cartilagem não participa da formação da maxila – cartilagem de Merkel? Não sei, só não faz. A parte dorsal da cartilagem de Merkel – cartilagem do primeiro arco farígeno - contribui para a formação da bigorna e martelo – ossículos que são contribuídos na altura do primeiro arco e migram para região da primeira bolsa faríngea (região da orelha média). A parte ventral desaparece e o pericôndrio leva À formação do ligamento esfenomamdibular – liga esfenoide à mandíbula. Cada arco tem uma região volumosa e regiões pra dentro, tanto internamente quanto externamente. Cada região pra dentro interna é chamada de bolsa faríngea. Externamente estão os sulcos faríngeos. No segundo arco, a cartilagem gera estruturas do hioide e do temporal: o resto do temporal (processo estiloide) – que não petrosa, mastoide e escamosa –, o estribo e parte superior do corpo do hoide e seus cornos menores. Pericôndrio forma ligamento estilohioide. Grandes cornos do hioide e porção inferior do corpo hioide origina-se da cartilagem do terceiro arco faringeo. Primordio da face: as três saliências que se encontram se projetando para frente – formação da cavidade estomodeu que contem a membrana buco faríngea – 4ª semana. Enquanto isso está se desenvolvendo, os tecidos mesenquimais estão construindo as cartilagens para ossificação intramembranosa e endocondral. Na sequência, já houve abertura da membrana bucofaringea – rompimento ao fim da quarta semana. Observa-se saliência frontal, madibular fundida. Há definição das estruturas dos lábios. Observa-se o primórdio do lábio inferior e do lábio superior. O nariz ainda não é observável. (prof inverteu) Surge duas saliências laterais superiores na pele do embrião, que formam um sulco – placoide nasal (origem das cavidades nasais). A medida que crescem, vao se aproximando ao eixo médio. Ao se aproximarem na região ventral, os placoides apresentam fusionamento das cavidades. Centralmente, observa-se o primórdio do septo nasal. Essa saliência definie o lábio superior, abaixo a cavidade. O lábio surge do placoide em associação com o restante do maxilar. O inferior surge da mandibular. A saliência frontal é resultante da projeção do tubo neural pra frente. REPETINDO: 1) Saliências frontal, maxilar e mandibular se projetam anteriormente – 1º arco faríngeo (primórdios da face). O buraco é o estomodeu e se observa a membrana bucofaríngea, que se rompe – 4ª. 2) Saliência frontal, maxilar e mandibular se projetam anteriormente. Mandibular já se fusiona na região mediana, formando uma região de sutura (mandíbula primitiva). Lateralmente já se enxergam massas células que se proliferam – placoide nasal (projeção mesenquimal que, interagindo com o ectoderme, se projeta na pele – tem a ver com mesenquima baixo – é mesenquima diferenciando) – 6ª. 3) Saliência do placoide origina cavidade. Forma-se o sulco no meio do placoide – sulco nasal. Há definição das saliência maxilar e mandibular. 4) Observa-se uma saliência lateral e medial resultante dos placoides. 5) Saliencias do placoide se aproximam e fusionam no meio – primórdio do septo nasal. A proximação da saliência maxilar resulta em primórdio da cavidade nasal. Saliencia maxilar está no limite da raiz do dente – juntou e se relaciona com o septo nasal – filtro do lábio é a pele que reveste todos esses ossos que se projeta junto com o septo nasal (sequencia do septo). Primordio do lábio inferior resultante da fissão da saliência mandibular. Primordio do lábio superior resulta da aproximação da saliência maxilar e da região da saliência placoide que se aproxima na região medial. Labio leporino tem a ver com isso?Sim, e muito. Enquanto há essa aproximação, há construção do palato superior. É construído em sequencia da fusão das maxilas no meio. Surge o palato primário, fundamentado na formação da cunha no sentido antero-posteiror. A saliência maxilar se fusiona no meio, construindo uma cunha – palato primário (projeção para teto da cavidade bucal da fusão das saliências maxilares). Essa fusão do palato no meio so acontece porque A prateleira palatina, advinda da saliência maxilar, se projeta no sentido latero-medial, formando o palato secundário. A formação de fenda palatina se dá quando a projeção não é total. Pode ser fenda labial direita, esquerda ou bilabial. O defeito é acompanhado na pele, nos tecidos moles. A pele segue essa projeção. Fenda palatina resulta em comunicação com a cavidade nasal – dificulta deglutição e fonação. A formação dos palatos primários e secundários resulta em separação das cavidades nasal e oral. Surge outro placoide cristalino lateralmente que resulta na formação dos olhos. Ao fim da oitava semana, observa-se o filtro nasal, o primórdio do nariz e dos olhos, além da própria cavidade nasal. A formação da face demanda a formação de ossos, que surge para construir a face e revestir o encéfalo. Enquanto há formação dos ossos, as estruturas moles também se formam. As cartilagens dessas saliências migram e construem estruturas do viscerocranio. Enquanto isso há projeção das saliências maxilares concomitante há projeção dos placoides nasais, que resultam no primórdio do septo nasal. O septo nasal divide as duas cavidades e se fusiona com a prateleira palatina que surge na palatina. Ao fim, a separação das cavidades oral e nasal, que se comunicam apenas na região da orofaringe.
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