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Origem : A contabilidade brasileira continua passando por muitas mudanças em diferentes aspectos, mas a principal delas foi a adoção das normas internacionais conhecidas como International Financial Reporting Standards (IFRS). Essas alterações afetaram todos os setores e, inclusive, a contabilidade financeira — aquela ligada ao dia a dia das empresas e de suas demonstrações contábeis —, os órgãos governamentais e os bancos das faculdades. Afinal, o ensino da contabilidade teve que se adaptar a essa nova realidade e, assim, todo o ambiente envolvendo a prática contábil passou por grandes transformações percebidas até hoje. A Lei 6.404/76, também conhecida como Lei das Sociedades Anônimas, sofreu diversas mudanças, e a principal legislação responsável por essas mudanças foi a Lei 11.638/2007, que trouxe as alterações originadas pela adoção das IFRS. É preciso lembrar que o processo de harmonização contábil respeitou as características legais e societárias do Brasil e, com isso, muitos dos pontos foram adaptados para a realidade brasileira. Durante algum tempo, foi comum o uso do termo “padronização” ao invés do termo atualmente aceito e usado: “harmonização”. Mas você sabe a diferença entre os dois? No caso da harmonização, há um acordo para que existam mudanças, tal qual aconteceu no Brasil, elaborado respeitando as normas e características vigentes do país e de suas operações comerciais. A padronização, por sua vez, é um processo que busca reduzir todos os objetos de um processo a um só tipo, unificado, simplificado e utilizando um único modelo preestabelecido. Assim, observou-se a necessidade de harmonizar a contabilidade brasileira com as IFRS, ao invés de padronizá-la de acordo com o padrão mundial. Uma das vantagens do processo de harmonização foi a facilidade de entendimento das demonstrações, do envio e recebimento de funcionários entre matriz e filiais de diferentes países, de acesso a recursos internacionais e de negociação de valores em bolsas internacionais. Entretanto, ao almejar um maior respeito à estrutura societária, legal e fiscal de cada país, a harmonização pode gerar uma redução de opções de práticas contábeis que sejam mundialmente entendidas e bem fundamentadas. Objetivo : Um dos grandes objetivos das IFRS, que pode ser também entendido como uma vantagem para a contabilidade brasileira é o fato de que sua adoção permitiu que a informação contábil ficasse mais acessível sem abrir mão de sua linguagem contábil, já que as demonstrações de todos os países que adotam essas normas têm a mesma estrutura e utilizam, de forma básica, os mesmos mecanismos para contabilização dos fatos que modificam o patrimônio das entidades. A harmonização contábil tem como um de seus pilares o aumento da transparência das demonstrações contábeis das empresas brasileiras, buscando uma expansão do mercado de capitais internacional. Isso anteriormente exigia um maior controle das operações contábeis. Problemas da não convergência : Embora seja um importante avanço para a contabilidade, a nova regra traz desafios importantes para as organizações, exigindo uma melhor gestão, com processos de negócios e controles interno bem definidos, tendo impactos difusos sobre os administradores, políticas, processos e sistemas , as novas exigências tem aplicabilidade variada de acordo com o segmento da indústria, varejo ou prestadora de serviços. Ou seja, afetará as empresas de maneiras diversas No Brasil, uma empresa que se encaixe nos requisitos para adotar a convergência do IFRS e esteja em conformidade para se adequar ao novo padrão contábil, caso não se adapte às novas obrigações não estará cumprindo as normas brasileiras de contabilidade, podendo transmitir, por exemplo, que o investidor não entende as demonstrações financeiras de sua empresa, deixando de fornecer uma visão geral de alto nível da nova norma. Leis decorrentes do processo: A convergência às normas internacionais de contabilidade, no Brasil, teve seu marco legal com a promulgação da Lei 11.638/2007, que determinou, de forma explícita, a adoção dos padrões internacionais de contabilidade no arcabouço normativo brasileiro. As principais alterações promovidas pelo processo de convergência não se limitaram à questões de apresentação. Ocorreram alterações conceituais profundas, as quais se pode destacar do texto da Lei 11.638/2007: a) Não influência da legislação tributária na escrituração mercantil; b) Inclusão, no conceito de ativo imobilizado, dos bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens ; c) Obrigatoriedade de efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no ativo imobilizado e ativo intangível ; d) Cálculo da depreciação, exaustão e amortização em função da vida útil econômica estimada do bem; A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), criou três comissões para revisar e propor alterações nas Leis nos 6.404/76 e 6.385/76. No dia 05/07/99 foi entregue ao Ministro da Fazenda, Dr. Pedro Malan, o Anteprojeto de Reformulação da Lei das Sociedades por Ações, que continha altera-çoes substanciais relativas aos aspectos contábeis. O referido anteprojeto transformou‐se no Projeto de Lei no 3.741/2000. Após longas discussões com os demais envolvidos na regulação contábil brasileira, havia um projeto de lei definitivamente formulado, que foi encaminhado ao Congresso Nacional, para apreciação. O referido projeto tinha a finalidade, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM): ‐ Adequar a parte contábil da lei de forma a atender a necessidade de maior transparência e qualidade das informações contábeis, devido aos aspectos acima referidos. ‐ Criar condições para harmonização da lei com as melhores práticas contábeis internacionais. ‐Buscar eliminar ou diminuir as dificuldades de interpretação e de aceitação das nossas informações contábeis, principalmente quando existem dois conjuntos de demonstrações contábeis, um para fins internos e outro para fins externos, com valores substancialmente diferentes. ‐ Conseqüentemente, reduzir o custo (taxa de risco) provocado por essas dificuldades de interpretação e de aceitação. ‐ Reduzir o custo de elaboração, de divulgação e da auditoria das nossas demonstrações contábeis Bibliografia http://portal.blbbrasilescoladenegocios.com.br http://www.contabeis.com.br ALMEIDA, M. C.;BRAGA, H. R. Mudanças contábeis na Lei Societária: Lei no 11.638, de 28/12/2007. São Paulo: Atlas, 2008
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