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Profa Nadjar Nitz Filarioses Ordem Spirurida Família Onchocercidae Wuchereria bancrofti Brugia malayi Brugia timori Onchocerca volvulus Mansonella ozzardi - Autóctone Filariose linfática 120 milhões de pessoas infectadas; 112 milhões portadoras do Wuchereria bancrofti e 8 milhões infectados com Brugia malayi ou B. timori É endêmica na Ásia , África e Américas. Morfologia Vermes adultos Helmintos longos e delgados, translúcidos, cutícula lisa Macho: 2-4 cm Fêmea: 4-10 cm Morfologia Microfilaria Forma embrionária Apresentam bainha Tamanho: 250-300 µm Cauda: alongada, sem núcleos Ciclo de vida Heteroxeno Culex quinquefasciatus - vetores transmissores (L1, L2, L3 infectante pela tromba) através da picada Habitat adultos-Vasos e gânglios linfáticos (reprodução) Microfilárias embainhadas (diagnóstico diferencial) Transmissão No Brasil, a filariose é transmitida apenas pela picada da fêmea do mosquito Culex quinquefasciatus Família Culicidae Detalhes da morfologia e dimorfismo sexual Sintomatologia Existem 3 formas básicas de apresentação da doença Infecção assintomática – os pacientes não apresentam sintomas de filariose linfática, mesmo com a presença do parasito; Doença aguda – febre filarial (dor, inflamação dos linfonodos, geralmente acompanhada por náuseas e vômitos); 10 a 15% dos indivíduos infectados evoluem para a cronicidade Doença Crônica – pode ocasionar linfedema em ambos os sexos, bem como hidrocele em homens ou aumento das mamas em mulheres Patogenia Ação mecânica- presença de vermes adultos obstruindo os vasos linfáticos Estase linfática (linfangiectasia) Derramamento linfático (linforragia) Ação irritativa- resposta inflamatória contra vermes (metabólitos e restos de vermes mortos) linfangite Patogenia Reações imunológicas Eosinofilia Pulmonar Tropical (1%) reação alérgica as microfilarias ↑ IgE e eosinófilos Comprometimento da função pulmonar Patologia O período de incubação de 9 a 12 meses. A maioria desenvolve a forma assintomática, embora apresentem microfilárias no sangue e sejam portadores sãos. Os primeiros sintomas costumam ser processos inflamatórios (desencadeados pela morte do verme adulto) localizados nos vasos linfáticos (linfangite), com febre, calafrio, dor de cabeça, náusea, sensibilidade dolorosa e vermelhidão ao longo do vaso linfático - em diferentes regiões independentes de sua localização: escroto, cordão espermático, mama, membros inferiores, etc. São freqüentes os casos com ataques repetidos de linfangite, linfadenite (inflamação dos nódulos linfáticos) e lesões genitais. Patologia A evolução da filariose é lenta. Seus sinais e sintomas são decorrentes principalmente da dilatação (ectasia) do vaso linfático muitas vezes complicada por infecções secundárias. De 10% a 15% dos casos de filariose vão apresentar elefantíase, após 10 a 15 anos de infecção. Elefantíase Processo inflamatório e fibrose crônica do orgão atingido, com hipertrofia do tecido conjuntivo,dilatação dos vasos linfáticos e edema linfático; Principais órgãos atingidos: pernas, escroto e mamas. Outros fatores, como falta de higiene nos membros afetados pelas lesões, ocasionam proliferação de bactérias levam ao desenvolvimento da elefentíase. Elefantíase Variações na elefantíase - quadro patológico da infecção por Wuchereria bancrofti Diagnóstico Exame clínico; Detecção da microfilaremia- gota espessa; Testes imunológicos insatisfatórios - positividade em indivíduos já curados, reações cruzadas, etc; Exames de ultrasonografia permite detectar e acompanhar os vermes adultos no vaso linfático. Pesquisadores fazem teste da gota espessa para diagnosticar filariose em Olinda- PE. Tratamento Dietilcarbamazina (adulticida e microfilaricida) e/ou Ivermectina (microfilaricida). Correções: higiene local da pele, exercício e massagem do membro afetado, meias elásticas, cirurgia, plástica reparativa. Epidemiologia A filariose linfática coloca em risco um bilhão de pessoas em todo o mundo. Mais de 120 milhões sofrem da doença, sendo que mais de 40 milhões se encontram gravemente incapacitados ou apresentam deformações. Dos infectados, um terço vive na Índia, um terço na África e o restante na Ásia, Pacífico Ocidental e Américas. Situação Atual no Brasil- 2013 http://www.scielo.br/img/revistas/rsbmt/v46n2//0037-8682-rsbmt-46-02-214-gf01.jpg Epidemiologia Fontes de infecção: Pacientes com microfilaremia Duas características fundamentais para a instalação da filaríase linfática Muitas pessoas infectadas Alta densidade de mosquitos Características ambientais e socioeconômicas Urbanização acelerada, não planejada, inchaço da periferia sem infra-estrutura adequada Segunda causa de incapacidade física permanente Prevenção e controle Tratamento em massa das populações nas áreas endêmicas; Atenção aos casos humanos (assistência à morbidade filarial); Mobilização das comunidades nas áreas endêmicas; Controle de vetores, adequado à realidade local; Inseticidas e larvicidas Telagem das casas e uso de mosquiteiros Reavaliação epidemiológica dos focos ativos e dos antigos. Onchocerca volvulus Morfologia Vermes adultos Dimorfismo sexual acentuado Fêmeas: 30-80 cm Macho: 3-5 cm Microfilárias Tamanho: 220-360 mm Sem bainha Cauda sem núcleos Ciclo de vida • Heteroxenos semelhantes a W. bancrofti; • Vetor - Os borrachudos (família Simuliidae); • O hábitat é subcutâneo; • Não há microfilaremia sanguínea. Simulium damnosum, espécie de simulídeo transmisor da oncocercose Ciclo de vida Manifestações clínicas Manifestações clínicas: pele, tecido subcutâneo e olho Pele: dermatite (prurido intenso, alterações de pigmentação) Tecido subcutâneo: nódulos (cabeça e ombro) Olhos: ceratite, coriorretinite, atrofia do nervo óptico, cegueira Nas Américas, cerca de 30% dos indivíduos desenvolvem lesões oculares Patologia e sintomatologia O oncocercoma (inflamatório e fibroso), 1 ou vários, mais ou menos palpáveis , localização variável dependente do comportamento do mosquito transmissor. As microfilárias predominam na porções mais superficiais da pele. A dermatite oncocercosa (lesões cutâneas de aspecto senil). Alterações mais graves: lesões oculares - córnea, íris, coróide, nervo óptico, retina. Reação inflamatória contra as microfilárias que pode levar a opacificação na córnea e fibrose (cegueira). Os sintomas iniciam com muito lacrimejamento e fotofobia. Oncocercose Hiperqueratose Lesão ocular (opacificação da córnea) Brasil, índio Yanomami com oncocercoma Um problema na África Onchocerca volvulus. A e B) Nódulo subcutâneo; C) Microfilarias na pele; D) Fêmea grávida. A B C D Diagnóstico e tratamento Biópsia da pele ou nódulos para detecção do parasito Oftalmoscopia Nodulectomia como tratamento Quimioterapia ainda escassa Dietilcarbamazina Ivermectina mata microfilárias (paralisia muscular), com efeitos colaterais mais amenos, efeito supressor nos adultos. Epidemiologia Epidemiologia A oncocercose é endêmica em 37 países No mundo: 15 milhões de pessoas infectadas (217 mil com cegueira) No Brasil: cerca de 5 mil pessoas infectadas Área endêmica: Rondônia (índios Yanomami) A prevenção segue como a filaríase, lembrando que o borrachudoao contrário do Culex tem hábito diurno e comportamento silvestre Hiperendemias em comunidades indígenas brasileiras! Invasões de terra, risco de disseminação? Mansonella ozzardi Distribuição geográfica Novo Mundo México, Caribe, Colômbia, Argentina ,Brasil (Roraima e Amazonas). Mansonella ozzardi No Brasil a transmissão é feita por simulídeos (borrachudos) A maioria das pessoas infectadas são assintomáticas; Pode causar febre, cefaléia, dores articulares, frieza da pernas, adenite inguinal, placas eritroprugimatosas. Diagnóstico e terapêutica semelhante a W. bancrofti. Apresenta dimorfismo sexual. Os vermes adultos são encontrados no mesentério e nas membranas serosas da cavidade abdominal. As microfilárias não possuem bainha e não apresentam periodicidade; podem ser encontradas no sangue e também em capilares do tecido subcutâneo. Distribuição das filarioses no Brasil (1990)
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